terça-feira, 12 de novembro de 2013

Escolas promovem interação em festival de xadrez


Pelo menos 80 alunos de 15 escolas da rede municipal de Cuiabá participaram do segundo festival de xadrez, promovido pela Secretaria de Educação. O evento foi realizado na última sexta-feira (08), na escola Henrique da Silva Prado, no bairro Areão.

A competição foi dividida nas categorias A (12 a 15 anos) e B (8 a 11 anos), feminino e masculino.

No feminino da Categoria A o primeiro lugar ficou com a aluna Mayara Yasmim; o segundo lugar foi para a escola rural Nossa Senhora Penha de França; e o terceiro lugar para a escola Orlando Nigro.

O primeiro lugar do feminino da Categoria B foi para a aluna Gabriela Santos, da escola Senador Gastão de Matos Müller, o segundo lugar foi da escola Francisval de Brito e o terceiro lugar ficou com Helio de Souza Vieira.

No masculino da categoria A quem ficou em primeiro lugar foi o aluno Pedro Henrique da escola Francisval de Brito. O segundo e terceiro lugar foram para as escolas Orlando Nigro e Nossa Senhora de Penha França, respectivamente.
Na Categoria B o primeiro lugar foi para o aluno Gabriel Souza, da escola Rafael Rueda. As escolas Doutor Fábio Firmino Leite e Helio de Souza Vieira ficaram com o segundo e terceiro lugar, respectivamente.

Os três primeiros colocados de cada categoria, tanto no feminino como no masculino, foram premiados com medalhas.

A escola Doutor Orlando Nigro foi a campeã na pontuação geral, somando 12 pontos. Ela foi premiada com um troféu exclusivo, feito no formato de um tabuleiro com as peças de xadrez.

O secretário de Educação de Cuiabá, Gilberto Gomes de Figueiredo, prestigiou o evento e fez questão de entregar a premiação para os alunos. Ele elogiou a participação dos competidores e o trabalho dos articuladores do Programa Mais Educação, responsáveis pelas oficinas de xadrez.

“É importante que essas crianças entendam que, mesmo ganhando ou perdendo, a única chance de se tornar um campeão é participando de competições, pois quando você é persistente acaba aprimorando suas habilidades e um dia pode se tornar um vencedor”, observou o secretário.

O coordenador da competição, Sérgio Zanelato, destacou que a realização do festival de xadrez é um oportunidade de interação entre os alunos de diversas escolas, além de fortalecer as atividades do Programa Mais Educação.

Segundo a diretora da escola Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, Marilza José Lopes Schuina, o xadrez é um esporte que ajuda muito desenvolver nos alunos habilidades, principalmente em matemática, estimulando o ensino-aprendizado. “Eles passam a prestar mais atenção ao que está ao seu redor, desenvolvendo competências”.

As escolas que participaram da competição foram: Joana Dark da Silva; Senador Gastão de Matos Müller; Henrique da Silva Prado; Doutor Orlando Nigro; Alzira Valladares; Senhorinha Ana de Oliveira; Doutor Fabio Firmino Leite; Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon; Maria Dimpina Lobo Duarte; professor Francisval de Brito; Helio de Souza Vieira; José Luis Borges Garcia; Professor Rafael Rueda; Lenine de Campos Póvoas; e a escola rural Nossa Senhora Penha de França.

Fonte:  Rosane Brandão

http://www.cuiaba.mt.gov.br/noticias?id=7790

Escolas inclusivas ajudam seus alunos a se inserirem no mercado de trabalho

Raquel Sperb 
Há cerca de quatro anos, Raquel Sperb Martins, de 26 anos, trabalha em uma rede de loja de brinquedos em São Paulo. Começou como auxiliar, mas já foi promovida a repositora. Seria uma história comum, se ela não tivesse uma particularidade. Quando criança, médicos falaram para a família da jovem que ela teria mais dificuldade para o aprendizado. Anos depois, prestes a entrar no ensino médio, veio o diagnóstico: transtorno invasivo de desenvolvimento.
No fim do Ensino Médio, surgiu a questão: seria apropriado para Raquel cursar uma universidade?
Nesse momento, é preciso avaliar com cuidado e caso a caso, explicam os educadores que trabalham em escolas que atendem a alunos com deficiência cognitiva.
O Colégio Novo Ângulo Novo Esquema (Nane), onde Raquel estudou, tem parte de seus alunos com condições especiais de aprendizado. Para atendê-los, a escola criou um curso que os prepara para o mercado de trabalho. Ao mesmo tempo em que capacita esse estudante, a escola também orienta a empresa sobre a melhor forma de recebê-los e em quais áreas a inserção seria mais apropriada.
“Às vezes eu tenho um aluno que gosta muito de animais, então analisamos: ele tem condições de estudar veterinária? Não tem. Então vamos trabalhar com essa ideia. O aluno pode, por exemplo, trabalhar em um petshop, em um local onde treinam cachorro”, afirma Suely Palmieri Robusti, diretora da escola Nane.
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http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2013-11-10/escolas-inclusivas-ajudam-seus-alunos-a-se-inserirem-no-mercado-de-trabalho.html

Educação integral: Jovens relatam como retomaram a motivação de continuar na escola

“A agente estuda porque gosta”, diz André Techemeyer, 15 anos. “Os professores mostram que somos capazes”, relata Rosilene Xavier, da mesma idade. “O Trajetórias Criativas cria jovens que correm atrás de sonhos”, salienta Samuel Carvalho, 16. A novidade nas afirmações é que, depois de repetir uma ou duas vezes alguma série do ensino fundamental, esses jovens estão na véspera de ingressar no ensino médio. O caminho que encontraram foi a experiência Trajetórias Criativas, desenvolvida em 12 escolas públicas em Alvorada e em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Nas duas cidades, 1.265 alunos participam do projeto.

Rosilene, Samuel e André participam, em Brasília, do seminário Política de Adequação Idade–Ano Escolar para Jovens de 15 a 17 anos Retidos no Ensino Fundamental no Âmbito do Programa Mais Educação. Eles e outros 30 estudantes de sete estados vieram à capital federal contar como currículos criativos podem modificar a vida daqueles que estavam desistindo da escola. Além de falar, os alunos documentam o evento.

São essas experiências que o Ministério da Educação quer mostrar às redes de ensino que participam do programa Mais Educação. Segundo dados do Censo Escolar do ano passado, 3,1 milhões de jovens de 15 a 17 anos estão retidos no ensino fundamental por sucessivas repetências. Outros 1,6 milhão na mesma faixa etária estão fora da escola, segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostragem em Domicílio (Pnad) de 2011.

O seminário, promovido pelo MEC, reúne coordenadores do programa Mais Educação dos 26 estados e suas capitais e do Distrito Federal, universidades públicas, professores e estudantes do ensino fundamental com idade de 15 a 17 anos.

Caminhada — O estudante André, de Alvorada, contou no seminário que entrou na escola aos oito anos de idade, repetiu o terceiro ano e, aos 10 anos, achava chato estudar. Esse desânimo inicial contrasta com o entusiasmo de hoje na experiência Trajetórias Criativas.  “Em vez de provas, temos trabalhos em grupo, e as pesquisas científicas são motivadoras”, garantiu, a uma plateia de 200 educadores e colegas que participam de outros tipos de projetos em escolas de sete estados. “Eu me transformei numa pessoa crítica.”

Rosilene, que estuda em Porto Alegre, revela que se considerava pouco inteligente. “Eu me sentia ‘burra’ e comecei a rodar (repetir a série)”, afirmou. “Eu dizia para mim: ‘Não posso, não sei’.”

Ao chegar ao projeto Trajetórias Criativas, a estudante encontrou um ambiente motivador. “Lá, os professores têm paciência. É o mesmo que viver numa família. As aulas são diferentes, não precisa copiar do quadro”, concluiu, aplaudida pelos educadores.

Samuel entrou na experiência a convite de um colega, depois de repetir o sexto e o sétimo anos. “Eu tinha dificuldades; ia pra escola por brincadeira”, afirmou. Hoje, ele diz ter a grande oportunidade de seguir estudando. “Espero um acolhimento no ensino médio, no próximo ano, igual ao que tenho hoje.”

Em 2014, a experiência Trajetórias Criativas será ampliada. De 12 escolas em duas cidades, passará a 30 em dez municípios. O projeto compreende várias etapas, mas o forte é o planejamento — semanal, quinzenal e mensal — feito em conjunto pelos professores. Todas as disciplinas têm a mesma carga horária, a iniciação científica faz parte da rotina das turmas, a alfabetização digital e audiovisual e as oficinas estão no núcleo de estudos. Além disso, saídas pedagógicas são planejadas para ampliar a visão de mundo dos estudantes.

A professora de matemática Aline Formentin, de Alvorada, diz que a missão dos educadores que estão na escola e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), parceira da iniciativa, é resgatar os jovens, os professores e a família para um ensino motivador, que valorize a pessoa humana. “Em 11 anos de profissão, nunca tive a família dos alunos tão perto”, diz Aline.

seminário segue até quarta-feira, 12, na sede do Conselho Nacional de Educação (CNE), em Brasília. Serão apresentados projetos desenvolvidos em Campo Grande, Natal, Salvador, Maceió, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

Ionice Lorenzoni

Leia também:

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=19238

Prefeitura comunica sobre os feriados dos dias 15 e 20 de novembro

A Prefeitura de Cuiabá comunica que os próximos dias 15 (sexta-feira) e 20 (quarta-feira) de novembro são feriados, o primeiro nacional, da Proclamação da República, e o segundo municipal, em Homenagem ao Líder Negro Brasileiro "Zumbi dos Palmares". O decreto de número 5.255, que dispõe sobre as datas comemorativas, foi assinado em 31 de dezembro de 2012.
No caso do feriado municipal, não geram direitos, nem descanso remunerados as datas que por Lei Municipal forem declaradas comemorativas, ficando a critério de cada entidade de classe ou a Instituição competente, a determinação de suspensão de expediente nesses dias, desde que comuniquem com antecedência mínima de cinco dias úteis.

Clique aqui e confira a íntegra do decreto.

Fonte:  Secretaria de Comunicação de Cuiabá

http://www.cuiaba.mt.gov.br/noticias?id=7791

Mario Friedlander alia fotografia à defesa dos movimentos ecológicos e dos povos tradicionais; veja fotos

Da Redação - Marianna Marimon

Pé na estrada com um olhar afiado, para traduzir a poética da natureza, da humanidade, e assim, revelar o mundo em um clique. “Quando percebi o poder da fotografia, eu me entreguei”, contou o fotógrafo Mario Friedlander, paulista erradicado em Mato Grosso desde a década de 80. Já são 30 anos de estrada, e com a fotografia, que considera uma verdadeira arma, Friedlander atuou em movimentos ecológicos, como a criação do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. Mas não é só a denúncia que o fotógrafo revela em suas lentes, mas também a estética e a arte.
A sua luta começou com esta ação política ambiental e evoluiu para antropologia, cultural e artística. De Vila Bela a Chapada dos Guimarães, o acervo do fotógrafo revela as mudanças sofridas desde a década de 80. “Quando retorno aos locais em que já trabalhei é significativo, pois, tudo muda. Chapada não é mais o que era, está abandonada, mas foi muito importante para meu crescimento profissional e espiritual. Já Vila Bela permanece mais intacta, por existir menos contato”, disse.

Parte de um movimento ecológico radical, que lutou para criar o Parque de Chapada, Friedlander se lembra da mata densa, do trabalho das turmas em abrir as trilhas, dos encontros e desta batalha travada pelos jovens. “Aquela época era diferente, nós acreditávamos nas pessoas, nas mudanças, hoje, parece que a violência e a corrupção estão impregnadas em todos os lugares”, lamenta.

Mas, as lentes não capturam apenas a natureza. Os povos tradicionais são fruto de intensa pesquisa de Friedlander. “Não se preserva a cultura, porque ela é dinâmica, esta em mutação, o que temos que fazer é proteger, fortalecer. É preciso esta interação para aceitar as diferenças e não querer domar”, explica.

Quando migra para uma comunidade, o fotógrafo conta que entra em contato com os líderes e passa a emergir no cotidiano dos povos tradicionais, como os pantaneiros, os índios, os quilombolos, os afrobolivianos. E com isto, a fotografia se transformou de ambiental para antropológica, mas Friedlander também trabalha com arqueologia.

O fotógrafo ressalta que este trabalho com os povos tradicionais ajuda a própria comunidade a se enxergar de outra forma. “Fazer este registro da cultura popular dos povos tradicionais influenciou as próprias comunidades a se enxergarem de outro modo, pois, estes povos mantém a tradição, mas desconhecem o seu poder e isto dá um novo significado”, adiantou.

Como fruto deste contato intenso com os povos tradicionais é que surgiu a revista “Afromundo”, projeto de sua autoria com colaboração de outros fotógrafos e repórteres.

Sobre os projetos futuros, Friedlander planeja até 2015, lançar ensaios de fotografias cujo processo durou cinco anos de maturação. “Desde 2010 realizo ensaios como de Vila Bela, “Lugar Comum, Lugar Qualquer – Guaporé”, e também outro ensaio que é “Santos Pantaneiros”, que pretendo terminar com cinco anos de maturação do trabalho, que acho um tempo bacana para um ensaio”, revelou.

Realizar este mapeamento dos povos tradicionais, das belezas naturais de Mato Grosso, dos mistérios, das nuances da própria vida, é preciso empenho. “Viajar é caro e difícil, são muitas as limitações, e a relação de envolvimento com estas culturas é muito vasta para ser documentada. Uma vida só é pouco”, concluiu.

Reproduzo o comentário de Eduardo Ricci, publicado no Olhar Direto, por inteira e total concordância
por Eduardo Ricci, em 11/11/2013 às 13:08
Além da técnica apurada e da visão sempre inovadora, um viés ambiental e cultural. Um profissional que faz a diferença!
http://www.olhardireto.com.br/conceito/noticias/exibir.asp?noticia=Mario_Friedlander_alia_fotografia_a_defesa_dos_movimentos_ecologicos_e_dos_povos_tradicionais_veja_fotos_&id=2967#!prettyPhoto

Professor de História recria a 2ª Guerra Mundial no Facebook

LEONARDO VIEIRA

RIO - E se o conflito da Segunda Guerra Mundial não passasse de mais um "barraco" no Facebook? Como a Alemanha, por exemplo, discutiria com a União Soviética e chamaria o Reino Unido para a briga?
"Sarre, Renânia, Áustria e Tchecoslováquia tamo junto na parada. É nois!!! III Reich comanda!!! Hehehehehe...", comenta o perfil da Alemanha em sua timeline em 1939, no que é curtida pela Itália facista. Logo abaixo no post alemão, o Reino Unido comenta:

"Se liga aí, porque a potência maioral da Europa sou eu. Tô de olho nessa onda de vocês, mas se vocês pensam que vou me estressar estão muito enganados! Tô de boa aqui!"

É desse modo, usando gírias bem cariocas, que o professor de História Paulo Alexandre Filho começa a contar os capítulos da Segunda Guerra como se eles fossem posts publicados no Facebook. Docente da rede estadual de educação de Pernambuco, Paulo simplesmente recriou passo a passo todos os episódios do confronto, desde 1939, quando a Alemanha começa sua política expansionista na Europa, até 1945, quando os Estados Unidos lançam duas bombas nucleares sobre o Japão e encerram a maior guerra da História.

Para o Pacto Nazi-Soviético de 1939, por exemplo, Paulo simula a situação onde a Alemanha publica no mural da União Soviética a seguinte pergunta: "Que tal dividirmos a Polônia?". Os comunistas não pensam duas vezes, curtem o post e ainda comentam abaixo: "Combinado. Se os ingleses acharem ruim, entramos em guerra com eles. Tô afim de uma briga!".

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/educacao/professor-de-historia-recria-2-guerra-mundial-no-facebook-10681802#ixzz2kMs9REjU 
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Matemática: uma entrevista com o criador da OBMEP

Pergunte a um jovem brasileiro que disciplina lhe desperta os piores sentimentos e dificilmente ouvirá algo diferente de “a matemática". Foi para tentar reverter esse cenário que o peruano César Camacho, 70 anos, se lançou em uma cruzada que demandou andanças por todo o país e conversas nos mais altos gabinetes de Brasília. Em 2005, ele conseguiu pôr de pé a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), que atrai 20 milhões de estudantes de 50000 colégios. Doutor pela Universidade da Califórnia em Berkeley, Camacho é um ferrenho defensor da meritocracia, princípio que norteia sua gestão de uma década à frente do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), centro de pesquisas de reputação mundial. Ele resume: "A matemática faz cidadãos melhores”.
O senhor sofreu resistências quando lançou a ideia da olimpíada de matemática?
Uma ala dentro do próprio MEC era contra. Houve uma ocasião em que a secretária do Ensino básico do ministério me chamou e disse: “Professor, o senhor vai me desculpar, mas não quero participar dessa atividade”. Perguntei por quê, e ela foi direta: “A olimpíada vai discriminar os estudantes e, na minha maneira de ver as coisas, na sala de aula são todos iguais”. A ideia só prosperou mesmo porque instâncias superiores gostaram do projeto. O primeiro a se manifestar a favor foi o Eduardo Campos (então ministro de Ciência e Tecnologia). Quando eu expliquei que custaria 5 milhões de reais para alcançar inicialmente 5 milhões de estudantes, ele logo se entusiasmou: “Um real por Aluno? Vou falar com o Lula". Aí o presidente me pediu que fosse a Brasília e expôs suas preocupações.
O que exatamente preocupava o então presidente Lula?
Ele colocou duas questões na mesa. Primeiro, queria saber o que os pedagogos achavam da minha ideia. Eu disse que havia os bons pedagogos e os não tão bons — esses últimos é que eram contra. Contei a Lula que eles repudiavam justamente o princípio elementar da olimpíada: a competição. O presidente refletiu e disse: “Na Amazônia existem o capim, os arbustos, árvores maiores e menores brigando pela mesma luz solar. É da natureza competir”. O outro comentário de Lula foi sobre uma ideia que ele próprio lançou no encontro, a de uma olimpíada voltada para Professores. “Por que não fazemos?”, indagou. E ele mesmo respondeu: "Deixa para lá. Os sindicatos seriam contra”.
Na recente greve de Professores do Rio de Janeiro, os sindicalistas agitaram bandeiras de repúdio à meritocracia, como já aconteceu outras vezes. Qual é a raiz dessa resistência?
Tradicionalmente, os que gostam de sistemas que premiam o mérito são aqueles que veem aí uma chance de ter seu talento reconhecido, e não os que sabem de antemão que não reúnem as condições mínimas para ser bem avaliados — exatamente o caso de uma parcela dos Docentes. No meu modo de ver, a questão salarial pode até ser posta à mesa, mas desse jeito, apoiada sobre a isonomia, não trará grandes avanços ao Ensino, tampouco prestígio à carreira do Professor.
Qual seria o caminho para a docência conquistar prestígio?
No mundo todo, em qualquer área, o prestígio só vem com uma formação de alto nível e junto a um sistema em que a ascensão profissional seja determinada por resultados, e não por conquistas sindicais. Antes que obtivessem a cátedra, aliás, os Professores deveriam passar por uma prova como a que a OAB faz para os que querem atuar corno advogados: só seriam aprovados os que de fato sabem o que precisam ensinar. A alta qualidade está ligada à dura seleção, mas o Brasil não tem pendor para a competição. Repare que a isonomia não é bandeira histórica apenas dos sindicalistas, que sempre lutaram por salários iguais para todos: ela é também defendida por correntes que abominam o princípio de distinguir os Alunos pelo mérito na sala de aula. Para mim, essa é uma visão oblíqua. Os talentos precisam, sim, ser incentivados.
O Impa é uma das poucas instituições brasileiras de relevo na comunidade acadêmica internacional. Quais as raízes da ainda modesta participação do Brasil na elite da pesquisa?
A pesquisa brasileira se desenvolve em um sistema estatal pesado, sob um excesso de normas que atravancam o trabalho do cientista e o processo de inovação. O labirinto burocrático do serviço público pesa, por exemplo, na hora de contratar cérebros e importar materiais. Mesmo atrair estrangeiros para nossos centros de pesquisa não é uma tarefa simples.
Há resistência por parte da academia a acolher estrangeiros?
Na verdade, nós os espantamos graças a um hábito cartorial brasileiro, que remete ao mais puro tradicionalismo: ainda que a situação esteja melhorando, a maioria das provas dos concursos é até hoje feita em português. Isso, claro, afasta pesquisadores de fora. É a burocracia agindo contra a qualidade. O Impa não tem essas amarras. Como organização social (OS), nosso orçamento é livre de carimbos e podemos contratar e demitir com base exclusivamente no mérito. Um terço de nossos Professores são estrangeiros, e nós nos beneficiamos muito. Afinal, o país não precisou pagar pela boa Educação deles, e pudemos fazer uma seleção mais qualificada, entre os melhores do mundo.
A academia brasileira ainda vê com desconfiança a aproximação com a indústria?
Essa distância vem encurtando gradativamente na área das ciências. A competição global ajuda a demolir o muro que separa esses dois mundos na medida em que torna a inovação uma questão de sobrevivência. Ou seja, as empresas têm e terão cada vez mais de ir atrás de cérebros na academia para equacionar seus problemas. O estreitamento do elo entre universidade e mercado também tem a ver com a sofisticação da indústria nacional: enquanto ela cresce, as questões por solucionar vão demandando mais e mais expertise. É essencial que se estabeleça essa ponte. Os países que conseguiram se despir de qualquer ideologia e fazer isso com pragmatismo são também os mais inovadores. O Brasil deveria refletir sobre o assunto de forma estratégica, como faz, por exemplo, Singapura, uma ilhota de 50 quilômetros de diâmetro que virou sinônimo de inventividade. É um exemplo em que o Brasil poderia mirar.
Quais são os aspectos que fazem de Singapura um país tão inovador?
Olhe como funciona o CNPq de lá. Esse órgão, que serve para fomentar a pesquisa, conta com um grupo de sábios que vive de mapear janelas de oportunidade para a investigação científica. Eles não limitam a procura apenas a Singapura, evidentemente, mas prospectam no mundo inteiro áreas que podem trazer inovação e dinheiro. Definido o foco, garimpam os melhores especialistas, dentro e fora do país, e põem de pé a estrutura necessária, seja um laboratório, seja até mesmo um novo instituto. Eles têm em caixa um orçamento gigantesco, para cinco anos de trabalho, e zero de burocracia. Se a pesquisa termina, desativam aquele instituto, ainda que centenas de cientistas precisem ir para casa, e partem para desbravar outras áreas. No passado, investiram pesado em eletroeletrônicos. Depois veio o petróleo. É difícil de acreditar, mas, sim, o Brasil compra plataformas submarinas de Singapura, que nem petróleo tem. Não dá para competir. Somos devorados no campo das inovações.
Como fazer com que os estudantes brasileiros deixem o grupo dos piores do mundo em matemática?
Antes de tudo, é preciso entender que, ao contrário do que ocorre em outras disciplinas, o aprendizado da matemática é sequencial. Se o Aluno não firma bem determinado conceito, fica mais difícil absorver o seguinte e pior ainda o que vem depois, sedimentando-se assim as lacunas. O Ensino da matéria requer, portanto, uma Escola organizada e um Professor muito bem preparado; alguém que goste de dar aula, tenha domínio do conteúdo e consiga adequar-se ao nível de conhecimento do Aluno. A matemática remete a um princípio elementar do espírito humano: o prazer de ser desafiado. Como um bom matemático pensa a matemática? Solucionando problemas mais e mais complexos. É exatamente isso que atrai tantos jovens à olimpíada.
Onde estaria a solução para o desempenho sofrível nas salas de aula?
Nas faculdades que formam os Professores. O nível geral é baixo. Certa vez, falava a um grupo de Educadores sobre como preparar os Alunos para a olimpíada quando fui surpreendido pela franqueza de uma diretora de Escola. "Como o senhor espera que a gente faça tudo isso se nem a matéria sabemos direito?”, ela me perguntou. Olhe a situação: era uma diretora, alguém no auge da carreira, que reconhecia suas deficiências mais básicas. E não é um caso isolado. Depois de oferecer um curso a Docentes de Escolas públicas, um conjunto de instituições de Ensino do Rio constatou que um terço deles eram profissionais irrecuperáveis. Eles deveriam voltar para a Escola. O problema é que os pais simplesmente confiam os filhos a essas pessoas. Agindo assim, diminuem as chances de eles galgarem degraus e competirem para valer no tabuleiro global.
O que fazer para que as universidades formem Professores mais capazes?

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http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/28845/quanto-mais-competicao-melhor/

Rede social para professores quer compartilhar conhecimento

Polinizar é o ato de transferir os pólens de uma flor para outra, fazendo com que elas se reproduzam e se multipliquem. É isso que a Polinize, plataforma que funciona como uma rede social, quer fazer com a educação, conectando estudantes, professores, artigos científicos e de opinião, cursos gratuitos e fóruns de debates num só espaço. No ar desde outubro, a rede já conta com mais de 5 mil usuários e 12 cursos disponíveis.
Um dos maiores cuidados tomados no desenvolvimento da plataforma, segundo Pedro Teberga, um dos fundadores do site, foi justamente o de facilitar a vida dos educadores que querem usar a rede. "Eles não são obrigados a entender e gostar de tecnologia. Tem muito professor com textos bons, materiais opinativos, pesquisas e que não sabe o que fazer com eles, não dominam a estrutura dos blogs ou não usam Facebook", diz Teberga.
Na plataforma, todos os perfis dos usuários – sejam professores ou estudantes – possuem uma aba chamada Conteúdo, que funciona como uma espécie de blog simplificado. Nela, os professores podem adicionar seus textos e artigos opinativos, além de arquivos em PDF com pesquisas mais aprofundadas, como artigos científicos, dissertações e teses. “As páginas dos professores nas universidades, em escolas, são quase sempre uma bagunça, cada uma num formato, difícil de entender, coisa da ‘idade da pedra’ mesmo. A ideia é facilitar o uso para todo  mundo”,  diz Leonardo Avelino, responsável pela  engenharia da plataforma.

Declaração para um novo ano

20 para 21  Certamente tivemos que fazer muitas mudanças naquilo que planejamos em 2019. Iniciamos 2020 e uma pandemia nos assolou, fazendo-...