segunda-feira, 25 de agosto de 2014

"Eliminar 'ç', 'ch', 'ss' é uma grande besteira", diz linguista

Ideia circula em grupo de estudo do Senado. Embora negue proposta, senador defende revisão do acordo ortográfico que sequer entrou plenamente em vigor

Bianca Bibiano

Nesta semana, uma discussão sobre (mais) uma nova reforma ortográfica da língua portuguesa veio a público revelando uma proposta esdrúxula. Segundo a versão que circulou, um grupo do Senado defenderia uma "simplificação" do idioma escrito propondo para isso que palavras grafadas com "ç", "ss", "sc" e "xc" passassem a ser redigidas exclusivamente um "s"; o "h" no início das palavras, por sua vez, seria suprimido — "homem" viraria "omem". Isso evitaria confusões na hora de escrever. O senador Cyro Miranda (PSDB-GO), presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esportes do Senado Federalque de fato debate uma revisão da reforma que entrou em vigor em 2009, nega que defenda a aposentadoria do "ç", "ss", "xc" e assim por diante. "Tudo não passou de um mal-entendido", diz Miranda.
Segundo ele, a proposta é de autoria de Ernani Pimentel, professor de língua portuguesa, dono da rede de cursos preparatórios Vesticon. Pimentel faz parte do grupo de trabalho técnico do Senado formado em 2013 para revisar o acordo ortográfico de 2009. Também fazem parte do grupo os senadores Ana Amélia Lemos (PP-RS) e Cristovam Buarque (PDT-DF) e o também professor Pasquale Cipro Neto. "As ideias do Pimentel não representam a opinião do grupo. Não há nenhuma proposta nesse sentido tramitando na Casa", diz Miranda.

Defendida pelo senador ou não, ideia de mexer no "ç" e no "h" não encontra amparo junto a um dos maiores linguistas do Brasil. "É uma grande besteira. A ortografia é influenciada tanto pela história da língua como por seu registro oral. Ela guarda suas raízes latinas e gregas e não pode ser alterada apenas levando em conta a fala atual", diz Ataliba de Castilho, assessor do Museu da Língua Portuguesa e professor das Universidade de São Paulo (USP) e Estadual de Campinas (Unicamp).

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O linguista questiona ainda um argumento defendido por Pimentel para suprimir "ç" e "h": o de que o corte facilitaria a aprendizagem escolar. "A dificuldade de alfabetizar não diz respeito à grafia das palavras, mas sim ao método de ensino do professor, que precisa ajudar o estudante a compreender as diferenças entre língua falada e escrita. Mudar as letras não muda esse processo."
A última reforma ortográfica entrou em vigor em 2009, introduzindo mudanças como o fim do trema e da acentuação em palavras como ideia e assembleia. Embora escolas, editoras de livros e publicações, entre outros, já tenham assimilado as novas regras, Miranda conseguiu, em 2012, negociar com a presidente Dilma Rousseff o adiamento do prazo final para adoção das novas normas. Ao invés de 1º de janeiro de 2013, o prazo foi prorrogado para 1º de janeiro de 2016.
Vitorioso na primeira empreitada, o senador propôs a criação do grupo de trabalho do qual faz parte Pimentel. O objetivo é rever as normas gramaticais estebelecidas no acordo firmado em 2008 pelas nações da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). E propor mais mudanças. "Há muitas críticas ao fato de que grupos da sociedade, como professores e linguistas, não terem sido consultados sobre as mudanças", diz Miranda. "Faremos reuniões com representantes da CPLP e para criar uma nova proposta de adequação da ortografia e uma votação para saber quais países desejam aderir ou não ao acordo ortográfico."
A discussão não faz sentido algum, na visão de Castilho. "Editoras, imprensa e até empresas de softwares já adaptaram todos os seus produtos, como previa a lei. Continuar discutindo a mudança é desconsiderar o gasto financeiro desse processo", diz. Ele diz ainda que a discussão ignora o trabalho dos linguistas Antonio Houaiss e Malaca Casteleiro, que, na década de 1990, delinearam a proposta da ortografia introduzida em 2009. "Foi um trabalho amplo, com participação da sociedade civil, da academia e do poder público, ao contrário do que diz o grupo de trabalho do Senado."
Ainda que o Senado continue a arquitetar uma contrarreforma ortográfica, pouco poderá ser feito no sentido de mudar o que foi acordado em 1990 e reiterado pelos oito países em 2008. O Instituto Internacional de Língua Portuguesa, órgão da CPLP, é o único responsável por preparar o Vocabulário Ortográfico, documento de referência nos oito países. "Nada poderia ser feito no Congresso brasileiro para mudar esse fato", afirma Castilho.

http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/eliminar-c-ch-ss-e-uma-grande-besteira-diz-linguista

Salário: Categoria aceita 2.44% de ganho real

  
Os trabalhadores da educação, reunidos em Assembleia Geral, realizada no dia 21 de agosto, deliberaram por acatar a contra proposta apresentada pelo Secretário Municipal de Educação, em resposta à pauta de reivindicação da categoria referente à Campanha Salarial de julho de 2014.

 Conforme decisão, os subsídios da categoria serão recompostos em 8.50%, sendo 6.06% em julho e 2.44% em outubro.

Para cobrar maior celeridade nas reformas das unidades educacionais, a categoria deliberou pela realização de um ATO PÚBLICO, na Praça Alencastro, no mês de setembro.


João Custodio da Silva 
Presidente do Sintep Subsede de Cuiabá

Clóvis Matos: uma paixão eterna pela literatura

CAROLINE LANHI

  • Lenine Martins/Secom-MT

Clóvis Matos leva livros a quem não tem acesso a eles
O que faz o Papai Noel quando não está às voltas com o Natal? Muita coisa! Conta histórias, cria rodas de leituras, monta bibliotecas, oferece oficinas e mostras de cinema em comunidades rurais. Pelo menos é esta a rotina de Clóvis Matos, 59, também conhecido como Papai Noel. E não é somente pela barba longa e branca que Clóvis leva a fama de bom velhinho. Ele realmente exerce a função durante todo o mês de dezembro, desde 2005. Nos outros 11 meses do ano, quando não está trabalhando na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), onde é servidor, dedica-se a despertar em crianças, jovens e adultos o gosto pela literatura e pelo cinema. 

No mesmo ano que adotou o uniforme vermelho e branco, Clóvis – que também é historiador e produtor cultural – iniciou o projeto “Inclusão Literária” para levar livros a quem quase não tem acesso a eles e, com isso, estimular a leitura. Não importa onde. Cidade ou zona rural, empresas ou espaços públicos, qualquer lugar é lugar. Para isso ele conta com uma parceira experiente, a Furiosa, uma caminhonete F 75, verde oliva e cheia de livros que funciona como uma biblioteca itinerante. Basta estacioná-la, abrir a carroceria e aguardar os leitores de todas as idades.



   

Mais do que transportar os livros para lá e para cá o “Papai Noel” cria pequenas bibliotecas chamadas Livro no Ponto. São como aquelas sapateiras, mas em vez de sapatos recebem livros. Boa parte das bibliotecas foi instalada em comunidades rurais, de preferência em locais públicos como restaurantes, supermercados e associações. Todos os livros são resultado de doações ou de compras feitas pelo próprio produtor. Clóvis não vê problema em não devolver o livro, mas se devolver melhor, pois ele pode ser lido por outra pessoa. A ideia é fazer o livro circular! 

   


Clóvis Matos/Arquivo pessoal
Clóvis Matos em seus projetos de inclusão literária
Clóvis em seus projetos de inclusão literária cria o espaço de leitura principalmente nas comunidades rurais

O projeto é realizado em parceria com o produtor Epaminondas de Carvalho e oferece ainda oficinas de produção de vídeo e mostras de cinema. Varginha, zona rural próxima a Santo Antônio de Leverger, foi a primeira comunidade a receber o projeto. “Tinha umas 300 pessoas na quadra de esportes da escola no dia de lançamento da biblioteca”, relembra o historiador que já nem sabe quantas unidades montou – “mais de 20”. Atuante na região do Pantanal, Clóvis criou em Barão de Melgaço (113 km ao sul de Cuiabá) uma base que serve de apoio para as ações que realiza nas redondezas. 

A ideia do Inclusão Literária começou a ganhar forma quando Clóvis foi trabalhar em uma livraria de um shopping, em 2003. Depois de criar um espaço de leitura dentro da loja, percebeu que muita gente ia à livraria apenas para ler, sem comprar. Alguns devoraram um livro em um fim de semana. Clóvis percebeu que, além da dificuldade econômica, muita gente não lê porque não tem estímulo. Dois anos depois, lá estava o produtor cultural com a Furiosa na rua.

   

Em 2013 o projeto chegou à localidade de João Carro, próxima a Chapada dos Guimarães, e outras comunidades nas cercanias. Dessa vez houve também palestras sobre saúde e cidadania. Apesar das dificuldades de acesso, o resultado não poderia ser melhor, garante Clóvis. A Associação de Mulheres de João Carro recebeu uma biblioteca e as participantes produziram um filme sobre o trabalho desenvolvido por elas. A garotada também colocou a mão na massa e produziu “Bullying: casos da vida real”, disponível no You Tube. Além disso, outra biblioteca foi montada em um restaurante local.

   

Outro destino é o distrito de Bom Jardim, que pertence a Nobres (146 km ao norte da Capital), com um diferencial: agora eles contam com mais um veículo, uma Kombi.  “A minha vontade é colocar o Inclusão Literária na estrada, para o estado inteiro, como antigamente quando eu ia de ônibus, caminhão, Kombi”, lembra Clóvis que, no início da década de 80, viajava com Epaminondas pelo interior de Mato Grosso, com um projetor 16 mm para fazer mostra de cinema. Nem as duras regras impostas pela ditadura militar impediram o jovem historiador de realizar uma mostra de cinema soviético. “Quase fomos presos, o material ficou detido na alfândega e prestamos depoimento na Polícia Federal”, recorda.

  

Clóvis Matos/Arquivo pessoal
Clóvis Matos em seus projetos de inclusão literária e de Natal
Projeto oferece ainda oficinas de produção de vídeo e mostras de cinema


De produtor cultural a Bom Velhinho - É quase impossível olhar para Clóvis Matos e não lembrar do Papai Noel. Quando trabalhava na livraria, o historiador era sempre convidado pelo setor de marketing do shopping para exercer a doce e dura tarefa de ser o Bom Velhinho. Foram tantos pedidos que, em 2005, ele resolveu aceitar o desafio e não parou mais e nem pretende desistir tão cedo. “Enquanto tiver força para trabalhar, eu vou fazer”.

   

A função exige paciência e disposição, afinal não é fácil aguentar os puxões na barba para saber se ela é “verdadeira”, as birras de algumas crianças e as horas diárias posando para fotógrafos. Mas as boas histórias e demonstrações de carinho superam qualquer dissabor, garante Clóvis. São tantos sonhos e pedidos que ele pretende escrever um livro. E um pedido especial não deve ficar de fora, o de uma garotinha que pediu ao Papai Noel que trouxesse para ela uma escada para que pudesse chegar à lua e pegar uma estrela.

   

Em oito Natais Clóvis viu seu público crescer e mudar. Hoje, além de crianças, recebe na sua “casa de Papai Noel” muitos adolescentes – aqueles que na infância adoravam posar ao lado do bom velhinho – e idosos. “Esse público tem aumentado gradativamente, às vezes eles vão lá apenas para bater papo”, conta. A única coisa que não muda é a fama de Papai Noel. “Mesmo que eu tire a barba, acabo sendo Papai Noel o ano inteiro, não tem jeito!”.

http://www.mt.gov.br/conheca-mt/nossa-gente/paixao-pela-literatura/115346

Projeto prevê suspensão de alunos que desrespeitarem integridade de professores

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 7307/14, que estabelece punições à criança e ao adolescente que não cumprirem regras de conduta estabelecidas pelas instituições de ensino na qual estiverem matriculados, e não respeitarem a integridade física e moral de professores e demais membros da escola.
A proposta, do deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC), prevê a suspensão da frequência do aluno às atividades escolares e, em caso de falta mais grave, o encaminhamento dele à autoridade judiciária competente para outras sanções cabíveis. Atualmente, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei 8.069/90) não prevê a adoção desse tipo de penalidade.
Mendonça ressalta que são cada vez mais frequentes os casos de violência escolar, especialmente em relação aos professores da educação básica. “A violência é um problema enfrentado diariamente por milhares de docentes das redes pública e privada de ensino, que são alvos de ameaças de estudantes quase sempre devido ao baixo rendimento escolar”, afirma. Depredações e arrombamentos de salas de aula, acrescenta o parlamentar, também integram a ampla lista de atitudes condenáveis no ambiente escolar.
Segundo o parlamentar, o ECA deve obrigar os estudantes a respeitarem as normas de conduta dos colégios e preservar o bom convívio com a comunidade estudantil. “O estatuto estabelece uma série de obrigações do Estado, da família e das instituições de ensino com o intuito de garantir o direito à educação de crianças e adolescentes. A lei, no entanto, não prevê uma contrapartida aos estudantes”, argumentou.
Tramitação
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Educação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Veja a íntegra do PL 7307/2014

Projeto “Bincadiquê?” oferece formação continuada a professores de educação infantil


Secom Cuiabá
Pelo menos 40 professores de 11 unidades de educação infantil da rede municipal estão recebendo formação continuada por meio do projeto “Brincadiquê? Pelo Direito ao Brincar na Escola”. A realização do projeto é resultado de uma parceria firmada entre a Prefeitura de Cuiabá com a Rede Marista de Solidariedade, por meio do Centro Marista da Infância, e o Instituto HSBC de Solidariedade.
A diretora de Ensino da Secretaria Municipal de Educação, Vanilda Mendes, explica que o projeto Brincadiquê? ocorre por meio de formação presencial dos professores, dividida em 10 encontros com oito horas cada. Nesta quarta e quinta-feira (20 e 21) foi realizada a primeira etapa de formação dos educadores em Cuiabá.
“A formação tem por objetivo apresentar ao educador da educação infantil meios para promover o direito de brincar com criatividade e qualidade”, disse a diretora.
O conteúdo aplicado nas formações é baseado nas Diretrizes do Plano Nacional Pela Primeira Infância da Convenção sobre Direitos das Crianças e no conhecimento sistematizado pela Rede Marista.
Rede Marista – presente no Brasil desde 1897, o grupo é uma instituição que se divide em unidades administrativas, entre elas o Grupo Marista. Atua nas áreas de Educação, Solidariedade, Saúde e Comunicação, por meio de uma agremiação de organizações sem fins lucrativos. A Rede Marista de Solidariedade atende diretamente 16 mil crianças e jovens de maneira contínua, além de atuar em todas as frentes do Grupo Marista a partir de programas com base na promoção e defesa dos direitos das infâncias e juventudes.

Saiba Maishttp://www.brincadique.com.br/

http://www.cuiaba.mt.gov.br/educacao/projeto-bincadique-oferece-formacao-continuada-a-professores-de-educacao-infantil/9440

Declaração para um novo ano

20 para 21  Certamente tivemos que fazer muitas mudanças naquilo que planejamos em 2019. Iniciamos 2020 e uma pandemia nos assolou, fazendo-...