quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Inep divulga notas do Enem na sexta-feira (18/01)


Por Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil  Brasília

Nesta sexta-feira (18), mais de 4,1 milhões de estudantes que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no ano passado terão acesso às notas das provas. O resultado será divulgado na internet, na Página do Participante, e no aplicativo oficial do Enem.
Os participantes terão acesso a quanto obtiveram em cada uma das provas: linguagens, ciências humanas, ciências da natureza, matemática e redação. A nota dos treineiros, aqueles que ainda não concluíram o ensino médio e fizeram a prova apenas para testar os conhecimentos, será divulgada apenas em março, 60 dias depois dos demais participantes.
A nota do Enem é calculada usando a chamada teoria de resposta ao item (TRI), que não estabelece previamente um valor fixo para cada questão. O valor varia conforme o percentual de acertos e erros dos estudantes naquele item.
Assim, se a questão tiver grande número de acertos será considerada fácil e, por essa razão, valerá menos pontos. O estudante que acertar um item com alto índice de erros, por exemplo, ganhará mais pontos por ele.
O Enem foi aplicado nos dias 4 e 11 de novembro de 2018. Desde o dia 14 de novembro, estão disponíveis as provas e os gabaritos oficiais. Também estão disponíveis vídeos com os enunciados e as opções de respostas da videoprova em Língua Brasileira de Sinais (Libras).
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) divulgará ainda, em data a ser definida, o espelho da redação, ou seja, detalhes da correção dessa prova. Isso é feito após os processos seletivos dos programas federais. A correção tem função apenas pedagógica e não é possível interpor recurso.
O que fazer com as notas?
Com os resultados, os estudantes poderão concorrer a vagas no ensino superior público pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a bolsas em instituições privadas, pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), e para participar do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
O primeiro processo que terá as inscrições abertas é o Sisu. Para participar é preciso fazer a inscrição online no período de 22 a 25 de janeiro. Os estudantes já podem consultar, na página do programa, as vagas disponíveis. São mais de 235,4 mil vagas distribuídas em 129 universidades públicas de todo o país.
Além dos programas nacionais, os estudantes podem usar as notas para cursar o ensino superior em Portugal. O Inep tem convênio com 37 instituições portuguesas. A lista está disponível na página da autarquia. Segundo o Inep, atualmente mais de 1,2 mil brasileiros usaram o Enem para ingressar nessas instituições.

Edição: Graça Adjuto

Revista de Educação Pública, jan./abr. 2019

"É com imenso prazer que apresentamos à comunidade acadêmica a primeira edição da Revista de Educação Pública do ano de 2019, com artigos que envolvem temáticas amplas e com representatividade institucional de vários autores, todos nas respectivas áreas e com suas devidas peculiaridades. Na sequência deste editorial, será possível encontrar contribuições significativas que enriquecem o debate no campo da educação, por meio de pesquisas realizadas em âmbito nacional e internacional. Manteremos o trabalho que vem sendo realizado na revista nos últimos anos com o fluxo editorial aberto em demanda contínua, mesmo considerando o momento difícil pelo qual passamos no Brasil, com muitas incertezas quanto aos investimentos na produção do conhecimento nas universidades públicas." (MONTEIRO. Carta da editora, 2019).

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Howard Gardner: "Minhas teorias eram aplicadas de forma errada"

Por: Tory Oliveira 

O cientista das múltiplas inteligências afirma que suas teorias foram usadas para classificar inteligência com base em raça e etnia

No início dos anos 1980, uma teoria desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Howard Gardner alterou a forma como encaramos a inteligência, com repercussões importantes para a Psicologia e a Educação. Descrita em 1983 no livro Formas da Mente, a teoria das múltiplas inteligências desafiava a ideia segundo a qual só aqueles que dominavam o raciocínio lógico-matemático (medido por testes de QI) eram, de fato, “inteligentes”.
Gardner identificou oito diferentes tipos de inteligência, como a musical, a interpessoal e a linguística. A lista cresceu ao longo dos anos, com a adição, por exemplo, da inteligência pedagógica, isto é, a habilidade de ensinar. Hoje, aos 75 anos, o pesquisador da Universidade Harvard voltou sua atenção para outro campo de estudos: a ética, sobretudo entre os adolescentes.
NOVA ESCOLA: Como vê os impactos da sua teoria na educação após 35 anos?
HOWARD GARDNER: Essas ideias agora são conhecidas no mundo todo. No entanto, não é fácil determinar os efeitos porque não é possível realizar experimentos controlados, como comparar uma escola tradicional com outra que aplica a teoria das inteligências múltiplas, uma vez que há muitos fatores envolvidos que não podem ser medidos. Dito isso, tenho convicção de que a maioria dos educadores já está familiarizada com essas ideias e compreende a criança de forma diferente.
NE: Como um professor pode aplicar a ideia das múltiplas inteligências em seu dia a dia?
HG: De duas maneiras. A primeira é a individualização: aprender tanto quanto for possível sobre cada estudante, ensiná-lo de forma que ele possa aprender e avaliar cada um de maneira apropriada. Obviamente, é mais fácil fazer isso com 15 do que com 50 estudantes. Mas a individualização tornou-se muito mais fácil do que antes da existência de computadores. A outra é a pluralização: decida o que é realmente importante e ensine de maneiras diversas para ativar diferentes tipos de inteligência e atingir mais alunos.
NE: Como identificar as inteligências de seus alunos?
HG: Há muitos testes de múltiplas inteligências disponíveis online. Mas prefiro observar as crianças em diferentes contextos: no parquinho, no museu, em casa, em sala de aula. E assim determinar seus interesses, potenciais e suas fraquezas.
NE: O senhor disse ter perdido o interesse no tema das múltiplas inteligências e, nos últimos anos, dedicase a estudar a ética. O que ocasionou a mudança?
HG: A principal motivação foi observar como as minhas teorias eram aplicadas de forma errada, por exemplo, classificando as inteligências dos alunos com base na raça ou etnia deles. Assim, foquei-me em analisar como as ideias são usadas de maneira correta ou incorreta – e isso inevitavelmente envolve questões éticas e morais. O foco nos adolescentes nasceu de um estudo que mostrava que a juventude norte-americana aspirava a ser mais ética e educada, mas só depois de atingir o sucesso e a fama. Obviamente, já será tarde demais. É melhor colocá-los no caminho certo desde cedo.
https://novaescola.org.br/

Declaração para um novo ano

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