A educadora norte-americana Renee Hobbs defende que professores compreendam melhor como usar diferentes mídias em suas aulas para benefício dos alunos
Por: Soraia Yoshida
Renee Hobbs é uma formadora de formadores. Ao citar as experiências de seus alunos – graduandos e professores na Escola de Comunicação e Mídia Harrington na Universidade de Rhode Island, nos Estados Unidos – ela se entusiasma como se estivesse falando de crianças que estão aprendendo a ler e escrever. A diferença está no grau de complexidade: uma das tarefas que passou aos professores incluía assinalar e destacar os pontos principais de um texto, analisar o ponto de vista do autor e opinar sobre aquele assunto. Dissertação? Nada disso: três tweets de 280 caracteres, como manda a plataforma. “É um ótimo exercício para professores porque o Twitter te obriga a ser conciso, então te torna um comunicador melhor”, afirma Renee.
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Em que ponto estamos hoje do processo de letramento midiáticp e informacional? Já dominamos e filtramos a informação que chega via internet, TV, jornais da melhor maneira ou apenas consumimos o que aparece pela frente?
Alfabetização midiática não é uma propriedade que alguém pode ou não ter, algo como eu tenho e você, não. É um processo, um hábito que nossa mente desenvolve e que está enraizado na sociedade de informação. Nós temos vivido em uma sociedade de informação por muito tempo, o que traz muitas escolhas. Os critérios para essas escolhas variam bastante. Muitas pessoas buscam conhecimento para se manterem informadas, outras procuram entretenimento para se divertir e há pessoas que estão usando persuasão para influenciar a opinião alheia. Essa explosão de escolhas nos leva a escolhas complexas – e os seres humanos não gostam de complexidade. Se há um atalho, nós tomamos, se nos oferecem uma resposta simples, nós aceitamos. Diante de tamanho volume de informação, nós buscamos formas de reduzir a complexidade. Procuramos respostas simples e, nesse momento, há pessoas que estão usando a informação como uma arma para persuadir outras pessoas. Eles estão prontos para agir e criar uma polarização ainda maior.