quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Os compromissos do educador

Leo Fraiman

Leo Fraiman






Renato Stockler/TBA/Folhapress
Os educadores da atualidade enfrentam diversos desafios em seu cotidiano, mas a missão é maior que todos eles. Para que ela seja alcançada com êxito, é necessário refletir sobre alguns compromissos.
Na semana passada, comecei a falar sobre os compromissos do educador e a importância da unidade na instituição escolar. O primeiro deles, como disse, é com o aluno. É fundamental comprometer-se a educá-lo genuinamente e acreditar, de fato, nessa missão. Para isso, precisamos compreender seu universo, sentir como ele, pensar como ele. Também é necessário respeitar seu ritmo, seus valores e suas crenças. Sem olhar e perceber quem é o aluno de hoje, quem é a família atual e quem somos nós, caímos no perigo do saudosismo, da melancolia ou da idealização. Nada disso nos ajuda a aperfeiçoar nossa prática docente, nem nos qualifica à excelência. A expressão "no meu tempo" não cabe ao educador da atualidade. Nosso tempo é o aqui, o agora.
O segundo compromisso é com a família, que forma uma unidade com o aluno. Atualmente, muitas famílias são menos numerosas, menos organizadas, menos hierarquizadas e mais dispersas, e a comunicação com elas é mais complexa e desafiadora. Por meio de uma boa aliança com as famílias, nosso trabalho se edifica, com mais qualidade, e se mantém no tempo.
Essa aliança se fortalece com uma orientação clara e objetiva, com a compreensão de suas dificuldades, de forma proativa e propositiva, e com o envolvimento contínuo dos pais ou responsáveis no processo educacional. O Convênio Andrés Bello, acordo internacional que reúne 12 países das Américas, realizou e divulgou o estudo A Eficácia Escolar Ibero-Americana em 2006 e nele foi estimado que o "efeito família" é responsável por 70% do sucesso escolar. Portanto, sem essa parceria ativa, o resultado de nossa ação docente sempre ficará aquém do necessário, como comprovam esse e outras centenas de estudos feitos no mundo todo.
O terceiro compromisso é com o resultado. Nosso trabalho tem metas e objetivos bem traçados. É essencial verificar constantemente nossas estratégias pedagógicas e educacionais para garantir que estamos na direção certa e se precisamos de novos recursos humanos, teóricos ou materiais para mantermos a excelência de nossos resultados, que devem ser objetivos, visíveis e mensurados. Devemos buscar incessantemente novas possibilidades, bem como praticar benchmark (pesquisa de melhores práticas em nova área de atuação) para nos inspirar. Isso quer dizer que o que importa não é "o meu jeito" que vale e sim o jeito que funciona, o que gera resultado mensurável.
De nada adianta encontrar mil desculpas como: "Os pais de hoje são distantes", "Os alunos não se motivam", "As crianças hoje em dia não respeitam mais ninguém". Todas estas falas, ainda que frequentemente encontradas, demonstram uma atitude derrotista, reativa, que não se sustenta de maneira científica. Vamos, então, nos apoderar de nossa missão como educadores e refletir: "estou trabalhando para honrar meus compromissos com meus alunos, suas famílias e com a instituição em que trabalho?".

LEO FRAIMAN

Leo Fraiman é psicoterapeuta, escritor e palestrante. É autor da Metodologia OPEE, adotada atualmente por mais de 150 escolas em todo o Brasil, e também do livro "Como Ensinar Bem", pela Editora OPEE, além de outros títulos publicados nas áreas de Orientação Profissional, Familiar e de Educação. Site: leofraiman.com.br

http://educacao.uol.com.br/colunas/leo-fraiman/2014/10/16/os-compromissos-do-educador.htm

Professor ultrapassa a mãe como maior influenciador do hábito de ler do brasileiro


A terceira edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil - considerada o maior e mais elaborado estudo sobre o comportamento leitor do brasileiro - mostra uma mudança no papel de quem mais influencia no hábito de ler. Lançada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), e realizada pelo Ibope Inteligência, a pesquisa divulgada em 2013 revelou que, de acordo com os entrevistados, o professor superou a mãe como o principal responsável por influenciar a leitura nas crianças.
O papel do professor, que ascendeu ao topo da lista por sua grande importância na propagação do gosto pela leitura, merece destaque. O posto de maior influenciador da leitura era, em 2007 (ano da edição anterior da pesquisa), ocupado pela mãe. Já no último levantamento, 45% dos leitores apontaram o professor em primeiro lugar. Nessa disputa, a mãe ficou em segundo, com 43%, e o pai em terceiro, com 17%. "A pesquisa revelou de forma concreta a importância do professor na educação e na formação do comportamento leitor do brasileiro; hoje, mais do que nunca, é preciso que esse profissional seja valorizado como contribuinte para a disseminação da leitura no País", afirma Zoara Failla, coordenador da obra Retratos da Leitura no Brasil III.
A frequência com que os leitores e não-leitores - partindo do princípio de que leitor é aquele que leu um livro, inteiro ou em partes, nos últimos três meses -  viram os pais/responsáveis lendo também foi estudada. Entre os leitores, 22% alegaram que sempre viam a mãe lendo e 27% atestaram que viam de vez em quando; já entre os não-leitores, apenas 10% alegou que sempre via a responsável lendo.  Em relação aos pais, 13% dos leitores sempre os viram lendo, contra 7% dos não-leitores que alegaram o mesmo.
Ganhar livros também entra no circuito de influências: 88% dos leitores confirmam que terem sido presenteados com livros foi um grande estímulos para desenvolver o hábito de ler  e por prazer. A pesquisa mostra que 8% dos leitores sempre ganharam livros, 31% algumas vezes e 60% nunca ganharam. Entre os não leitores, 87% nunca ganharam um livro.
O estudo apontou ainda que, o índice de leitura ainda é baixo e há um árduo caminho para reverter esse quadro. O Pró-Livro tem como missão ajudar a transformar o Brasil em um país de leitores e, para isso, precisa mais do que nunca do apoio dos influenciadores apontados. Apesar do baixo índice, a pesquisa mostra o quanto o estímulo tem relevância na formação de novos leitores. "Além das políticas públicas, o exemplo deve começar de forma básica: em casa e na sala de aula", finaliza Zoara.
http://www.profissaomestre.com.br/index.php/noticias-pr/994-professor-ultrapassa-a-mae-como-maior-influenciador-do-habito-de-ler-do-brasileiro

Alfabetização ativa


Escrito por Fábio Torres

“Aprender a ler e a escrever significa muito mais do que compreender o sistema de escrita alfabético. Significa produzir textos mesmo antes de saber escrever e, para isso, é preciso entender que a linguagem que se escreve se organiza a partir da intenção de comunicar algo a alguém”. A frase é de Elisangela Carolina Luciano, professora da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Adirce Caveanha, em Mogi Guaçu (SP). Elisangela cita o verdadeiro significado da alfabetização como justificativa do projeto Alfabetização e Comunicação Visual, de sua autoria, que rendeu a ela o Prêmio Educadora do Ano de 2013, concedido pela Fundação Victor Civita.
Natural de Aguaí (SP), município de pouco mais de 32 mil habitantes, Elisangela trabalha com educação há 17 anos, dos quais foi professora de alfabetização durante 14 anos e coordenadora pedagógica nos outros três. Pelo fato de viver e trabalhar em cidades interioranas, Elisangela sempre se dedicou a trabalhar de forma sólida a alfabetização das crianças, o que a levou a criar o projeto Alfabetização e Comunicação Visual. “Um trabalho pautado por essa concepção só é possível se o processo de alfabetização acontecer em um contexto em que a leitura e a escrita tenham sentido e façam parte da vida do aluno”, ressalta. E acrescenta: “O projeto representa o esforço de desenvolver um trabalho em sala de aula que dialogasse com as práticas sociais reais, ao mesmo tempo em que assumisse a condição de comunidade de práticas produtoras de escritas que circulassem fora do universo escolar”, explica Elisangela.
Com uma turma de 23 alunos do 1º ano do ensino fundamental, na qual apenas três crianças eram alfabetizadas, a docente se dispôs a aliar as atividades em sala de aula com o cotidiano das crianças em Mogi Guaçu. “Busquei parcerias com os estabelecimentos comerciais instalados nas proximidades da escola e começamos a desenvolver em sala de aula atividades de leitura e escrita que pudessem ser inseridas em tais locais”, comenta. As atividades consistiram em resenhas de filmes infantis para a videolocadora, textos informativos para serem entregues aos clientes de uma barraquinha de cachorro-quente e placas do hortifrutigranjeiro, esclarece a professora, que enaltece o papel mais ativo das crianças no processo de alfabetização. “Ao unir o propósito didático com o social, foi possível desenvolver um trabalho em que os alunos foram protagonistas: visitaram o hortifrúti, anotaram os alimentos, pesquisaram sobre o valor nutricional, decidiram coletivamente o que seria escrito em cada placa, escreveram utilizando letras móveis, lápis, computador, revisaram as escritas de forma coletiva, digitaram as informações, revisaram novamente, levaram as placas para colocar nas barracas do hortifrúti”, relata.
Ao desenvolverem esse papel mais ativo na sociedade, as crianças melhoraram seu desempenho naturalmente e de maneira bastante rápida: em apenas seis meses (tempo de duração do projeto), elas estavam alfabetizadas. “Ao final do projeto, as crianças aprenderam a ler e a escrever alfabeticamente; a fazer uso do dicionário e da segmentação de palavras nas frases; a produzir textos orais com destino escrito, considerando as características do gênero (autorização); e a ter maior desenvoltura nas situações de leitura, buscando pistas no próprio texto, apoiando-se em seus conhecimentos sobre o conteúdo do texto e sobre o sistema de escrita”, conta a professora. “Além disso, as crianças se tornaram mais eficientes ao selecionarem informações relevantes de um texto lido”, completa.
Prêmio
Assim que o projeto ficou conhecido pelos outros professores da escola, Elisangela passou a receber sugestões para que se inscrevesse no Prêmio Educador Nota 10, promovido pela Fundação Victor Civita. O que a docente não imaginava é que seu projeto seria o grande vencedor da premiação, que reuniu cerca de três mil inscritos do País. “A premiação significou a oportunidade de ter a minha própria prática sendo submetida à análise de um grupo de especialistas da área e a confirmação de que o cuidado que eu sempre tive com o meu processo de formação tem me transformado em uma profissional atenta à sua realidade, dotada de uma dimensão reflexiva diante as questões educacionais e capaz de estar constantemente ressignificando a prática pedagógica”, diz a professora paulista, que promete continuar trabalhando para melhorar os índices de alfabetização na cidade. Ela ainda revela que irá mudar suas práticas para trazer novas metodologias de ensino para seus alunos. “Não é minha intenção manter o projeto da maneira como ele foi desenvolvido. Ele atendeu à necessidade de aprendizagem daquele grupo de alunos, pode ser aplicado com êxito em outras turmas, mas eu prefiro continuar buscando desenvolver novas práticas para que eu não me sinta um mero executor de estratégias educacionais moldadas e preestabelecidas”, afirma a professora. 
http://www.profissaomestre.com.br/index.php/reportagens/superprofessor/999-alfabetizacao-ativa

Saber que a educação gera inclusão social é a motivação, diz professora

Maria Botelho teve prêmios em todas as edições de olimpíada. 
Professora de matemática em Uberlândia, ela diz que fez a 'escolha certa'.


Fernanda ResendeG1 Triângulo Mineiro
Na primeira vez em que cogitou ser professora, Maria Botelho Alves Pena quase desistiu da ideia diante da perspectiva de baixos salários. Hoje, com 53 anos de idade e mais de 30 deles em sala de aula, e vários prêmios, ela está feliz por ter acreditado na vocação. "Fiz a escolha certa e vivenciei bons momentos na minha carreira."


Maria assumiu uma missão difícil: ensinar matemática, uma disciplina complexa e odiada por muitos estudantes. Em vez de se deixar abater pelas dificuldades, encontrou prazer no lado desafiador da profissão. Foi isso que a fez adiar por oito anos o afastamento preliminar, uma espécie de "pré-aposentadoria". "A minha motivação sempre foi o desafio de conseguir despertar ou acentuar o gosto dos alunos pela busca de conhecimento, acreditar que eu posso inspirá-los a ir além dos limites que eles mesmos se impunham", afirma.
Formada em matemática, com especialização e mestrado pelo Instituto Nacional de Matemática Pura Aplicada (Impa), a professora começou a carreira em Iraí de Minas (MG), e há 20 anos leciona na Escola Estadual Messias Pedreiro, em Uberlândia. Ela foi premiada em todas as edições da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) até 2013 pelo desempenho de seus alunos na disputa. A seguir, conheça a história de Maria, uma das entrevistadas para o especial do G1 sobre o Dia dos Professores.
G1 – Por que você decidiu lecionar?
Maria Botelho Alves Pena – Eu sempre gostei de matemática, mas a princípio não tinha certeza se realmente queria ser professora, principalmente pela questão salarial. Hoje posso dizer que fiz a escolha certa e vivenciei bons momentos na minha carreira.
G1 – Você leciona há quanto tempo?
Maria Botelho – Eu comecei em fevereiro de 1981 e trabalhei como professora de matemática por mais de 30 anos. Há uma semana me afastei da sala de aula. Na verdade, eu poderia ter me afastado há mais de oito anos. De acordo com as leis de Minas Gerais, o professor pode se afastar e prestar outro tipo de serviço ao completar 25 anos de sala de aula, mesmo não tendo a idade mínima de 50 anos. No entanto, optei por continuar com as turmas porque sempre considerei que a sala de aula era um ambiente motivador, desafiador e prazeroso.
G1 – Você atuava na rede pública ou privada?
Maria Botelho – Eu já trabalhei na rede particular, mas desde 1990 atuo apenas na rede pública estadual.
G1 – Diante da sua experiência, qual é a diferença entre a rede pública e a privada?
Maria Botelho – Tanto a rede pública quanto a privada têm alunos interessados e alunos que não têm compromisso com o conhecimento e precisam ser despertados. Mas as condições da rede pública são piores. A carga horária, por exemplo, é menor do que a de uma escola particular.
G1 – Como você lida com o estereótipo da matéria que ministra, a matemática?
Maria Botelho – É uma questão cultural. Antigamente, o aluno já chegava com a ideia de que matemática é difícil, só para gênios. Hoje acredito que essa ligação está sendo quebrada, pois percebemos que a maioria dos nossos alunos tem optado por cursos na área de exatas, em diversas engenharias. Tudo depende da forma como você conduz a disciplina. Eu sempre disse que, se resolver um problema fosse fácil, alguém já teria descoberto vacinas para Aids e câncer. O problema da matemática é que é uma matéria cumulativa, e o aluno tem que conhecer determinados assuntos de séries anteriores. Nós vivemos em uma época em que muitos não trazem o conhecimento necessário, então devemos resgatá-lo e oferecer condições para que eles adquiram competências e habilidades essenciais para avançar. Às vezes, o crescimento é assustador depois que há esse comprometimento.
G1 – Você tem ou tinha que conciliar mais de um emprego?
Maria Botelho – Eu já tive dois cargos no Estado e ainda dava aula numa escola particular. Em 1990, optei por ficar com os dois cargos do Estado, dado o planejamento, a realização das atividades múltiplas para atender alunos em situações diferentes e aos projetos que fui desenvolvendo na escola. Com isso, acabei tendo jornada tripla, sacrificando finais de semana e o convívio com a família.
G1 – Isso não te causou nenhum estresse ou problema de saúde?
Maria Botelho – Acho que sou uma pessoa privilegiada, pois não tenho nenhuma licença de saúde, a não ser a de gestação.
G1 – Sabemos que os professores da rede pública têm salário baixo, infraestrutura deficitária etc. Mesmo assim, o que te motiva?
Maria Botelho – Realmente, o piso nacional para 40 horas é vergonhoso. Mesmo assim, criaram um subsídio e as vantagens adquiridas ao longo dos anos foram incorporadas [ao salário] para dizer que se pagava o piso. Se a gente for olhar pela questão salarial, é extremamente desmotivador. Eu acho que tem outras compensações. A minha motivação sempre foi o desafio de conseguir despertar ou acentuar o gosto dos alunos pela busca de conhecimento, a ousadia de acreditar que eu posso inspirá-los a ir além dos limites que eles mesmos se impunham e, principalmente, a certeza de que a educação promove a inclusão social e pode mudar o mundo. Acho que todas essas motivações minimizaram a minha indignação com o baixo salário e a falta de condições de trabalho.
G1 – Você acredita que a sociedade tem ciência da desvalorização do profissional da educação?
Maria Botelho –
 A própria sociedade desconhece a desvalorização do professor e a dificuldade que ele encontra. Por exemplo, eu tive um aluno de 3º ano do ensino médio que, em 2011, foi aprovado na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) em matemática e engenharia civil. Ele me falou que o sonho dele é trabalhar com o ensino fundamental, então ele desistiu da engenharia. Na época, os colegas de sala dele me pediram para não deixá-lo ser professor. Com isso, a gente nota que não há incentivo para uma graduação de licenciatura e que é mais fácil desistir ou abandonar a profissão.
G1 – Teve algo nesses mais de 30 anos de profissão que te desmotivou?
Maria Botelho – Sempre procurei olhar para o lado que me interessava e fazer que os alunos sentissem que valorizávamos aquele que queria aprender, e não o contrário. Com isso, houve a criação de uma cultura diferenciada, e o momento do 'não dá mais' não existiu.
G1 – Você já foi vítima de agressão, violência ou ofensas na sala de aula?
Maria Botelho – Felizmente, não. Já trabalhei em escolas em várias cidades e tenho o privilégio de falar que eu e meus alunos tivemos um convívio respeitoso.
G1 – Você acredita que mesmo afastada da sala de aula vai conseguir se desvincular da educação?
Maria Botelho – Mesmo estando afastada, eu assumi o compromisso com "meus alunos" da Escola Estadual Messias Pedreiro que vamos ter um dia de preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Além disso, já estamos com um encontro marcado após o resultado da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) para uma confraternização. Eu estarei envolvida de alguma forma com o compromisso de melhorar a qualidade da educação básica. Para 2015, por exemplo, eu já aceitei o convite de ajudar na organização do 1º Simpósio da Região Sudeste de Formação do Professor de Matemática da Educação Básica, que será realizado em abril. E já há outras coisas que estou formatando e analisando. 
G1 – Fale um pouco do seu papel na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, na qual tem se destacado desde que ela teve início.
Maria Botelho – A olimpíada é uma realização do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada e tem como alguns dos seus objetivos descobrir talentos para a ciência e a tecnologia, melhorar a qualidade da educação básica e promover a inclusão social por meio da difusão do conhecimento. Desde a sua criação, em 2005, fui professora responsável na Escola Messias Pedreiro e, em função do desempenho dos meus alunos, fui premiada em todas as edições até 2013. O resultado deste ano sai apenas em dezembro. Pode ser que eu não seja premiada em 2014, mas já me sinto premiada, pois eu tinha 28 alunos classificados para a segunda fase. Eles se envolveram no processo. Eu acho que conseguimos tornar a olimpíada motivadora e não discriminatória. Fizemos ações em três pilares: mobilização, preparação e comemoração. Quando falo em comemoração não é comemorar o prêmio, e sim o crescimento. Os resultados positivos obtidos na Obmep me fazem defender uma olimpíada trabalhada em sala de aula, com todos os alunos. Trabalhar mais raciocínio do que conhecimento. A própria sociedade e as empresas estão valorizando a questão do raciocínio lógico desenvolvido, pois ele ajuda a produzir tecnologia para o país.
G1 – Teve algum momento nesses mais de 30 anos de carreira que te marcou de alguma forma?
Maria Botelho – 
Eu acho que é difícil de falar em um momento mais especial. São vários momentos marcantes, e cada um tem a sua beleza. Mas não vou conseguir esquecer o dia em que eu entrei e o dia em que saí da rede pública estadual. É uma coisa que vai ficar.
G1 – Qual mensagem você quer deixar neste Dia dos Professores?
Maria Botelho – Primeiro, quero parabenizar todos os profissionais da educação que têm a coragem de enfrentar a difícil missão que é educar, que driblam as adversidades e que fazem a diferença. A data deve ser um convite para que todos nós – professores, pais, alunos, sociedade e dirigentes – repensemos o nosso compromisso com a educação. Que a educação deixe de ser a estrela só em época de eleição. Eu gostaria de agradecer a todos que me deram a oportunidade de brindar a carreira marcada por momentos gratificantes, de um modo especial a meus eternos alunos. Também não poderia deixar de reconhecer o apoio incondicional da minha família, que foi muito importante para que eu tivesse a tranquilidade necessária para desempenhar o meu papel.
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http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2014/10/saber-que-educacao-gera-inclusao-social-e-motivacao-diz-professora.html

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