quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Deputados querem recursos para novas universidades públicas

 Expansão universitária é consenso em audiência da Câmara, mas parlamentares estão preocupados com as fontes de financiamento

Audiência pública para debater novas Implantações de Campus de Ensinos Superiores Federais no Sistema de Educacional do País
Alex Ferreira / Câmara dos Deputados

 A criação de novas universidades federais e a abertura de novos campi foram debatidas, nesta terça-feira (8), em audiência pública da Comissão de Educação. Uma comitiva de 35 prefeitos, vereadores, sindicalistas e comerciantes do Rio Grande do Sul defendeu a criação da Univales, a universidade federal que atenderia a região dos vales e serras gaúchos. O presidente da Associação Pró-Univales, Pedro Roque Giehl, lembrou que, apesar de a região ter cerca de três milhões de habitantes, não é contemplada com uma universidade pública.

"Nós precisamos de uma universidade que seja o retrato do desenvolvimento da nossa região. A Univales quer corrigir a expansão concentrada que o ensino superior público teve no Rio Grande do Sul", disse Giehl. Hoje, o Rio Grande do Sul já possui as seguintes universidades federais: UFRGS, UFPEL (Pelotas), UFSM (Santa Maria), Unipampa (sul do estado) e UFCSPA (ciências da saúde).
Autor do pedido de audiência pública, o deputado Professor Victório Galli (PSC-MT) lembrou a mobilização dos municípios de Lucas do Rio Verde, Mirassol, Confresa, Rondonópolis e Água Boa por um campus da UFMT.
"Há anos, a sociedade organizada de Lucas do Rio Verde luta por um campus da UFMT no município. A população jovem do município e região está indo embora por falta de qualificação profissional superior da universidade federal".


Cortes orçamentários
De forma geral, todos os parlamentares apoiaram as propostas de expansão universitária, mas ressaltaram que é preciso impedir novos cortes orçamentários e garantir outras fontes de financiamento. A deputada Maria do Rosário (PT-RS), por exemplo, pediu a mesma mobilização em torno do investimento de recursos arrecadados com o petróleo do pré-sal em educação. Essa medida é prevista em lei que está sendo contestada no Supremo Tribunal Federal.


Já o deputado Evair de Melo (PV-ES) citou o movimento que defende a transformação de um dos campus da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) em Universidade Federal do Vale do Itapemirim, no sul do estado. O parlamentar já encampou a proposta.


Investimento do governo
O secretário de educação superior do Ministério da Educação, Jesualdo Farias, lembrou que o governo federal criou 18 novas universidades, dobrou o número de campi e ampliou as matrículas entre 2003 e 2013. O investimento no setor foi superior a R$ 10 bilhões, nos últimos 12 anos. Sem os recursos do pré-sal e sem os 10% do PIB aplicados na educação, Jesualdo avalia que será difícil até mesmo cumprir a meta de, até 2024, elevar a taxa de matrículas da população de 18 a 24 anos no ensino superior, conforme previsto no Plano Nacional de Educação.


"Quando eu falo em mais de um milhão de vagas no sistema público, estou falando de um aumento de orçamento de 80%, tomando como base o custo do aluno/ano, estipulado pelo Tribunal de Contas da União. Isso vai representar R$ 29,5 bilhões a mais, no período de nove anos e meio que nós temos no âmbito do Plano Nacional de Educação", afirmou Jesualdo.

A meta citada pelo Jesualdo prevê a elevação da taxa bruta de matrícula na educação sperior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% das novas matrículas, no segmento público.


O secretário do MEC afirmou que o esforço do governo federal para a expansão universitária visa cobrir os "vazios regionais" e citou o exemplo da região Norte, que teve o número de campi ampliado de 24 para 56 entre 2003 e 2013. Reconheceu, no entanto, que a expansão não foi suficiente para atender a demanda e, por isso, buscou-se a complementação dessas ações por meio de programas como o Fies e o ProUni.


Critérios técnicos
A presidente da Andifes, a associação dos dirigentes de instituições federais de ensino superior, foi outra convidada da audiência pública. Maria Lúcia Neder, que também é reitora da UFMT, defendeu a adoção de critérios técnicos para a expansão universitária e a ampliação do ensino à distância como forma de levar ensino superior ao maior número possível de municípios. "Nós não vamos poder colocar campus em cada um dos mais de cinco mil municípios deste país, mas podemos alcançá-los se tivermos, dentro das universidades públicas, uma rede bem estruturada para a educação à distância", ressaltou.


Ela lembrou que atualmente as universidades brasileiras abrigam 90% das pesquisas em curso no país. Segunda ela, uma eventual expansão universitária precisa ser pensada nas dimensões política, pedagógica e estrutural. "Quando se pensa em financiamento, não se pode esquecer que ainda está em curso o processo de expansão anterior (2003-2013). Não pode haver contingenciamento de recursos", ponderou.

Neder defendeu os seguintes critérios para a ampliação do número de universidades e de campi no país: a região beneficiada deve ter, no mínimo, 100 mil hectares; distância de 100 km para as cidades satélites; instalação de polos regionais de desenvolvimento; não coincidência de instituições públicas de ensino superior; e criação de universidades condicionada a estudo técnico das necessidades.

Reportagem - José Carlos Oliveira
Edição - Sandra Crespo


http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/EDUCACAO-E-CULTURA/495678-DEPUTADOS-QUEREM-RECURSOS-PARA-NOVAS-UNIVERSIDADES-PUBLICAS.html

Câmara inclui na LDB gasto com feiras de ciências entre os de desenvolvimento do ensino


A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (8), em caráter conclusivo, proposta que explicita na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB - 9.394/96) que os valores investidos pelo Estado em atividades complementares para alunos e professores poderão ser classificados como “despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino”.

Pela medida, essas atividades curriculares serão realizadas por meio de exposições, feiras ou mostras de ciências, matemática, língua portuguesa ou língua estrangeira, literatura ou cultura.
 
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Efraim Filho
Relator na CCJ, Efraim Filho defendeu a aprovação do projeto
 
O texto aprovado foi o substitutivo da Comissão de Educação ao Projeto de Lei 3940/12, da deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO). A versão aprovada enumera, de forma clara, que tipo de atividades podem ser consideradas complementares e amplia as áreas do conhecimento que podem ser abordadas nessas atividades.

O relator na CCJ, deputado Efraim Filho (DEM-PB), não viu problemas quanto à juridicidade da matéria e recomendou a sua aprovação. A proposta seguirá agora para análise do Senado, exceto se houver recurso para que passe antes pelo Plenário da Câmara.

Distribuição de recursos
A LDB considera como despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino aquelas realizadas com vistas à consecução dos objetivos básicos das instituições educacionais de todos os níveis.


A Constituição determina que os estados, o Distrito Federal e os municípios apliquem anualmente no mínimo 25% por cento da receita resultante de impostos, inclusive a proveniente de transferências, em projetos de manutenção e desenvolvimento do ensino.

Íntegra da proposta:

Reportagem - Marcello Larcher
Edição - Marcelo Oliveira

http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/EDUCACAO-E-CULTURA/495658-CAMARA-INCLUI-NA-LDB-GASTO-COM-FEIRAS-DE-CIENCIAS-ENTRE-OS-DE-DESENVOLVIMENTO-DO-ENSINO.html

Professores decidem por suspensão de protesto na capital, mas mantêm estado de greve

Professores  decidem por suspensão de protesto na capital, mas mantêm estado de greve
Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto
Da Redação - Naiara Leonor

A greve dos trabalhadores da rede municipal de educação de Cuiabá foi suspensa, por decisão da classe em assembleia na Praça Alencastro, na tarde desta terça-feira, 8. Mobilizados em frente à sede do Executivo, representantes do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep) discursaram sobre as metas alcançadas e a continuação da luta por mais direitos, agora com estado de greve. Na semana passada, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) considerou o ato ilegal e determinou multa de R$ 10 mil (ao dia) em caso de descumprimento.  As atividades serão retomadas na quarta-feira,9.

Leia mais:
Após greve ser considerada ilegal, professores avaliam protesto em assembleia

Paralisados desde o dia 31 de agosto, os profissionais da rede municipal de ensino de Cuiabá se reuniram para decidir quanto ao futuro da greve que afetou cerca de 46 mil alunos matriculados em escolas e creches da capital.

As reivindicações da classe perpassam por reajuste salarial de 3%, realização de concursos públicos, recebimento de férias e licenças-prêmio vencidas, rapidez na publicação de processos de aposentadoria, até cursos de capacitação, reforma nas unidades de ensino e revisão da lei orgânica da categoria.

O presidente do Sintep-MT subsede Cuiabá, João Custódio da Silva, declarou ao Olhar Direto que a classe entrou em greve quando as negociações já haviam sido encerradas pela Prefeitura. “O Prefeito Mauro Mendes já havia batido o martelo, dizendo que não atenderia nossas propostas, por isso entramos em greve”.

Já a prefeitura declarou em nota que as negociações ainda estavam em aberto quando o Sindicato anunciou a greve. Declaração que foi utilizada como um dos argumentos para deflagrar a greve ilegal.

João Custódio ainda afirmou que a suspensão da greve não ocorreu pela decisão judicial do Tribunal de Justiça, tornando-a ilegal, mas sim por falta de coro. “Se perguntarem por que suspendemos a greve, direi que foi por falta de coro. Muitos profissionais já estavam em exercício. Não foi a justiça que nos interrompeu, fomos nós mesmos”.


A proposta do Sintep a classe agora é estabelecer um calendário de ações para as reivindicações que não foram atendidas. “Considero a classe vitoriosa. Conseguimos 2,3% de reajuste salarial em uma assembleia com 4 gestores contra o sindicato, apresentando dados que divergiam dos nossos”, disse a Professora Helena Maria Bortolo, membro da diretoria do Sintep-MT, subsede de Cuiabá.

A coordenadora Pedagógica da Escola Celina Fialho Bezerra, do bairro Altos da Serra, em depoimento emocionado, disse que a luta continua e que a classe precisa se unir. “Vivo disso há 19 anos, volto dessa greve muito triste porque eu queria a reforma da minha escola, mas vejo que não compensa 10 escolas servirem de testa de ferro para as demais. Uma professora de uma escola que não estava em greve me disse que não entraria de greve pois trabalhava em uma escola modelo, nova e climatizada. Precisamos nos unir, sem puxar o tapete de ninguém”.

Já o Professor Ednilson de Carvalho, da escola do campo, Nossa Senhora da Penha de França, uma das mais antigas da cidade, no Coxipó do Ouro, disse que era lamentável o prefeito Mauro Mendes viajar justamente na data da assembleia e defendeu a reforma das unidades escolares. “Na minha escola está sendo construído um novo prédio, com 6 salas como um plano de ampliação, mas o prédio antigo não será reformado, a escola funcionará metade no espaço novo e metade no antigo. É preciso modernizar e climatizar as unidades para oferecer melhores condições de aprendizagem aos alunos e de trabalho aos profissionais”.

Na quinta-feira (10), representantes do Sintep se reúnem com gestores de governo para uma reconciliação e retomada da proposta feita de reajuste salarial de 2,3%, que estava condicionado à volta das atividades.


http://olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?noticia=Professores_suspendem_protesto_na_capital_mas_mantem_estado_de_greve&id=406126

Estudo liga TV ou internet demais a notas dois pontos mais baixas

 Criança no computador e televisão

Pesquisa feita pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra, com 800 estudantes revela que alunos que passam mais de quatro horas assistindo à televisão ou em games têm notas menores nas provas

Adolescentes que passam a maior parte do seu tempo de lazer na internet, assistindo à televisão ou jogando no computador tendem a se sair pior nas provas, segundo pesquisa da Universidade de Cambridge, publicada na última semana.

Em um estudo com 845 estudantes ingleses entre 14 e 15 anos, os pesquisadores compararam as atividades dos alunos e suas notas no GCSE (General Certificate of Secondary Education, comparável ao Enem, no Brasil). A análise, publicada no International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, determinou que o tempo médio em frente às telas é de quatro horas por dia e revelou que uma hora a mais em frente à TV ou na internet na idade de 14 anos e meio está ligada a dois pontos a menos em provas na idade de 16 anos (a nota cai de B para D, por exemplo, numa escala de A a E).

Já os adolescentes que passam uma hora a mais de seu tempo livre fazendo lições de casa ou lendo livros têm as notas pouco mais de quatro pontos maiores. A conclusão dos autores é que tempo demais em frente às telas reduz os resultados acadêmicos.

"Podemos sugerir que o tempo em frente às telas pode ser prejudicial às notas de um adolescente", disse a cientista Kirsten Corder, do Centro de Pesquisa em Dieta e Atividade da Universidade de Cambridge, que co-liderou a pesquisa.

(Com agência Reuters)


 



http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/cada-hora-extra-em-frente-as-telas-faz-a-nota-cair-dois-pontos-diz-estudo

Declaração para um novo ano

20 para 21  Certamente tivemos que fazer muitas mudanças naquilo que planejamos em 2019. Iniciamos 2020 e uma pandemia nos assolou, fazendo-...