domingo, 13 de outubro de 2013

Manuel Castells: “A mudança está na cabeça das pessoas”

LUÍS ANTÔNIO GIRON
Quando o sociólogo espanhol Manuel Castells desembarcou em São Paulo, no início de maio, para participar da série Fronteiras do Pensamento, os protestos contra o governo e os políticos estavam se intensificando em todo o Brasil. Parecia coincidência. Castells, de 71 anos, professor de Comunicação da Universidade do Sul da Califórnia, é um dos maiores estudiosos das transformações sociais provocadas naquela que ele denominou “Era da Internet”. Publicou em 2001 o ensaio A galáxia da Internet, sobre a relação entre ida virtual e vida real. Agora lança no Brasil Redes de indignação e esperança - Movimentos sociais na era da internet (Zahar, 276 páginas, R$ 49,90), livro em que analisa os movimentos sociais em rede. Castells falou a ÉPOCA na ocasião e, com o crescimento dos protestos, respondeu a outras perguntas por telefone, de Los Angeles. Castells, pequenino e hiperativo, fala rápido, o que torna difícil acompanhar o ritmo de seu raciocínio. Nesta entrevista exclusiva, ele diz que os protestos são um fenômeno mundial que nasceu da indignação das pessoas e está pondo em risco as bases da democracia – e que será necessário reinventar a política, já que ela não está suprindo as necessidades básicas da população, mas sim servindo a ela mesma.
ÉPOCA - Que análise o senhor faz das manifestações que se alastraram pelo Brasil desde maio contra o governo, algumas delas marcadas pela violência?
Manuel Castells - 
Não são exatamente manifestações contra o governo, mas contra o sistema político e a casta política que a maioria  dos jovens não consideram que a representa. É o mesmo tipo de movimento que está acontecendo em outros países nos últimos três anos. Mas no Brasil é ainda mais significativo porque ocorre em um contexto de crescimento econômico e de redução da pobreza. Acima de tudo é uma questão de direitos dos cidadãos. A violência é extremamente negativa pra o movimento porque assusta muita gente – e com razão. Por isso é frequente em outros países (não no Brasil) que uma parte da violência é provocada pela polícia e por provocadores a serviço da polícia. Mas está claro que a violência cotidiana que caracteriza as cidades brasileiras também está presente no movimento, mesmo que a imensa maioria seja pacífica. O movimento expressa a sociedade brasileira. E a sociedade brasileira hoje se característica por uma violência urbana considerável ligada ás máfias da droga e da marginalização de muitos jovens.
Continue lendo  a entrevista:

http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2013/10/bmanuel-castellsb-mudanca-esta-na-cabeca-das-pessoas.html

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