segunda-feira, 10 de junho de 2013

Pensar e falar - Gilberto Fraga de Melo

Às vezes é difícil acreditar que a passagem de 2012 para 2013 esteja mais preenchida que um simples ou um sofisticado Reveillon. Da mesma forma que não apenas iniciou um novo ano letivo em fevereiro. As diferenças estão disponibilizadas em atos ou na falta deles. As semelhanças se distanciam na tomada de decisão, não apenas porque essas parecem surgir como se o mundo começasse agora. Os tempos mudam com o passar de um tempo que não se mede, mas os tempos que passam podem não proporcionar mudanças àqueles que não querem mudar.
Sinto que as escolas estão cumprindo um calendário escolar que está estabelecido em lei federal, portanto independe de decisão local. Sinto que os encontros estão dispersos e os contatos que trocam e repensam os fazeres estão se diluindo e se fragmentando. Educador não assimila essa ideia de que deve se decidir sem discutir; educador não consegue se dispensar da dialética; educador não consegue se livrar de devaneios. Sim, essa, quem sabe fantasia, é um motor invisível que nos impulsiona. Quem vive o ambiente escolar, que tem como característica a precariedade, não pode ser apenas pragmático, não pode se apegar só à realidade, dura, crua e, mesmo que indigesta, degustada no cotidiano.
É preciso dar oportunidade para educadores falarem e exporem seus dissabores e seus prazeres. Isso não é perda de tempo. Pragmáticos, na essência, são frágeis. Pragmáticos mais perdem. Pragmáticos sofrem com sua falta de devaneio. Pragmáticos sofrem quando devaneiam apenas com o auxílios externos.
A fantasia dos educadores é seu brinquedo para superar a adversidade imposta por pragmáticos. O baixo compromisso de alguns educadores pode ser resultante da alta imposição que lhes impõem alguns pragmáticos, inclusive os baixos salários que não combinam com aqueles altos rendimentos e status.
É,  é preciso dizer que o tempo sempre será presente. Seja visto no passado ou no futuro.
E nesses tempos



só há espaço 
para quem se dispõe 
a expor seu pensamento, 
com fantasia.

Ah, e ironia.


Gilberto Fraga

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