sexta-feira, 18 de julho de 2014

Maioria das escolas públicas não tem acessibilidade nem rede de esgoto

Escolas sem acessibilidade, sem rede de esgoto, sem quadra de esportes e biblioteca, sem laboratórios de ciências e informática. Essa é a realidade de mais da metade dos colégios públicos do país, segundo dados do Censo Escolar 2013, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Vista Alegre do Alto (SP) é exceção no país: todas
as escolas públicas têm acessibilidade, esgoto
encanado, quadra, biblioteca e internet (Foto:
Igor Savenhado/G1)
Levantamento feito a pedido do G1 pela Fundação Lemann e pela Meritt, responsáveis pelo portal QEdu, mostra a desproporção entre as escolas públicas e privadas no que diz respeito à infraestrutura no Brasil. Na metade dos colégios públicos, por exemplo, não há acesso à internet. Já na rede particular, o número de escolas com computadores conectados chega a quase 90% .
Os dados mostram que só 36% das escolas públicas têm esgoto encanado hoje – mais da metade delas contam apenas com uma fossa –, e 7% das instituições mantidas pelos governos não têm nenhum tipo de estrutura para lidar com os resíduos sólidos. Trata-se de uma enorme diferença em relação às particulares. Na rede privada, só 17% das escolas não contam com o serviço de esgoto encanado.
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http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/07/maioria-das-escolas-publicas-nao-tem-acessibilidade-nem-rede-de-esgoto.html

Uma escola árvore ou uma árvore escola?

A criatividade da criança é um bem a ser preservado. Durante a infância, somos capazes de imaginar as mais diversas situações, criar amigos imaginários, inventar cenários com apenas alguns simples objetos… Ao crescermos, a criatividade vai perdendo a sua força, dando lugar a pensamentos racionais. Como manter a imaginação de uma criança?
Em Tóquio, no Japão, uma professora quis desenvolver algo que pudesse ajudar as crianças a preservarem e desenvolverem ainda mais a criatividade. Para isso, chamou um famoso escritor e ilustrador japonês de livros infantis que faz muito sucesso entre crianças, Kazuo Iwamura.
Iwamura, ao entrar na escola, soube imediatamente o que iria fazer. No saguão de entrada há um teto redondo e sua ideia foi pintar uma grande árvore que percorre o teto 360 graus. As crianças, ao entrarem na escola, entrarão dentro de uma grande árvore.
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Com essa proposta, o Iwamura queria que as crianças utilizassem sua criatividade para aproximarem-se mais da natureza. Em um mundo em que os humanos estão constantemente esgotando os recursos da natureza, as professoras e o ilustrador acreditaram que seria importante criar uma ligação de afeto e carinho com ela desde pequenos.
Poder habitar uma “árvore” sem realmente habitá-la pode apresentar para as crianças meios para imaginar possibilidades infinitas.
Por que não dizer que a escola é uma árvore? Ou que a sua casa fica nas nuvens? Ou que está comendo minhocas ao comer espaguete?
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O que você pode fazer para estimular a criatividade das crianças?

http://todacriancapodeaprender.org.br/uma-escola-arvore-ou-uma-arvore-escola/

As Lições de Foz do Iguacu

Com uma gestão eficiente, investimento em infraestrutura e apoio pedagógico às escolas, rede se torna destaque nacional em educação


Escola Santa Rita de Cássia
Conhecida pelos seus atrativos turísticos como as cataratas do Iguaçu e a Usina Hidrelétrica de Itaipu, a cidade de Foz do Iguaçu, localizada na região oeste do Paraná, passou a se destacar nacionalmente também pelo ensino de alta qualidade.

Das dez melhores escolas públicas do Brasil nas séries iniciais do ensino fundamental, três são do município, incluindo a primeira colocada, segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2011. A Escola Santa Rita de Cássia conquistou a nota 8,6 na avaliação, a mais alta do país, ao lado da Escola Carmelita Dramis, do município de Itaú de Minas (MG). Nessa mesma avaliação, entre as 20 escolas paranaenses com maior Ideb, dez são iguaçuenses.

Apesar de Foz do Iguaçu ter concentrado o maior número de escolas entre as melhores do país, seu feito mais notável foi sair de um patamar relativamente baixo em 2007, quando o Ideb médio da sua rede foi de 4,8, e ter chegado à nota média de 7,0  para todas as 51 escolas municipais em 2011. O aumento de 25% no desempenho dos 19.120 alunos do primeiro ciclo do ensino fundamental da rede pública colocou Foz acima das médias do Paraná e do Brasil para essa fase de ensino, que foram de 5,6 e 5,0 respectivamente. Mas como Foz do Iguaçu conseguiu conquistar resultados tão expressivos num prazo relativamente curto?

O segredo está na implantação de uma política educacional eficiente, colaborativa e comprometida com a aprendizagem dos estudantes. “Na educação nós não podemos ficar atribuindo culpabilidade aos pais, aos professores, aos dirigentes. Nós temos de ter uma atuação que seja superior a essa busca por culpados”, afirma a ex-secretária de Educação do município, Joane Vilela, que esteve à frente da pasta na gestão passada.

Para implementar a reforma no sistema educacional, Joane apostou na sua experiência de mais de 25 anos na rede, onde atuou como professora, diretora e supervisora de escola. Assim que foi nomeada como secretária de Educação, ela criou uma equipe multidisciplinar – composta por psicólogos, fonoaudiólogos e assistentes sociais – comprometida com o projeto de melhoria da qualidade da educação para prestar apoio às escolas.

Em seguida, deu início ao que considera a primeira ação voltada para a transformação da educação municipal de Foz: ouvir as instituições de ensino. “Nós fizemos reuniões em todas as unidades da rede, com um objetivo muito específico que era escutar da escola o que ela achava que a Secretaria da Educação poderia fazer para possibilitar um trabalho melhor dentro da sala de aula”, explica.
Foi por meio desses encontros realizados com os diretores, supervisores, professores, equipes da cozinha e da limpeza e até com os vigias das escolas que a equipe pedagógica do órgão montou o seu programa de atuação. “Nós construímos os três eixos que norteariam o nosso trabalho: a melhoria da infraestrutura, o fortalecimento da ação pedagógica e o fortalecimento da gestão democrática. Todas as ações estão sintetizadas neles”, afirma Joane.

Infraestrutura
Após ouvir as escolas, o primeiro passo dado pelo município foi investir na melhoria da infraestrutura da rede pública. Construtor por profissão, o foco do prefeito da cidade na época, Paulo Mac Donald Ghisi, era priorizar a estrutura das unidades escolares e adotar um novo padrão de escola. Com isso, 75% da rede foi reestruturada, reformada ou ainda construída, relata a ex-secretária da Educação. “Na nossa gestão, criamos seis Centros de Convivências de Educação Infantil (Cemeis), além de escolas com espaços adequados para as atividades físicas e aulas de reforço”, afirma.

Além disso, as escolas municipais passaram a contar com temperatura climatizada. Em função do clima subtropical da cidade – que garante altas temperaturas durante o verão, com máximas registradas de até 45 graus, e um frio intenso no inverno – foram instalados aparelhos de ar-condicionado em todas as unidades da rede.

Ação pedagógica
O município também colocou em prática uma política de qualificação e valorização dos educadores. Para isso, investiu na formação continuada, realizada pela própria equipe da Secretaria de Educação em conjunto com os professores. “O docente é protagonista dessa ação porque participa, inclusive, da preparação do material pedagógico”, afirma Joane.

A ação trouxe educadores motivados, cooperativos e comprometidos com a qualidade do ensino. “A nossa essência é o aluno: o que é melhor para ele”, garante Leda Márcia Dias Dallin, diretora da Escola Santa Rita de Cássia. Na opinião dela, o compromisso de todos os envolvidos no processo, desde a direção até a merendeira, foi um dos principais fatores para o bom desempenho da escola.

Outra ação da rede foi a adoção do Plano de Recuperação de Estudos no contraturno. As aulas de reforço ocorrem ao menos uma vez por semana e, além das disciplinas do currículo normal, os estudantes fazem atividades físicas, xadrez, dança e música. “Conseguimos diminuir a reprovação e a distorção idade/série, que era em torno de 35% no início gestão, ficando em 6% quando deixamos o governo”, lembra Joane Vilela. Hoje a evasão está em zero.

A oferta regular de aulas de reforço para todas as séries iniciais do ensino fundamental no contraturno é uma das características da Escola Santa Rita de Cássia, que conseguiu o melhor Ideb 2011. “O trabalho não é só centrado nas dificuldades das crianças. Apesar de ser voltado basicamente para português e matemática, é um trabalho com jogos para estimular o raciocínio lógico e promover a troca de experiência e interação entre os alunos”, afirma Shirley de Carvalho, ex-diretora da escola e atual secretária de Educação do município.

Andréa Singer, mãe de uma ex-aluna, não tem dúvida de que o reforço escolar no contraturno foi importante para sua filha. De acordo com ela, Najla Younes, de 11 anos, cursou desde a pré-escola até a quarta série do ensino fundamental na unidade. Ao mudar para a rede particular para dar sequência aos estudos, a estudante sentiu a diferença na qualidade do ensino. “Tudo o que a minha filha já tinha aprendido na quarta série estava vendo novamente na quinta série da escola particular”, diz.

Além do reforço, os alunos da rede pública passam por uma avalição institucional várias vezes ao ano. Os resultados ajudam a definir prioridades e ações.

Trabalho em equipe

A partir da avaliação, é traçada uma meta para o próximo Ideb de cada escola. E as instituições que alcançaram bom desempenho no índice recebem um 14º salário, de acordo com uma lei municipal. A premiação é concedida à escola, beneficiando todos os funcionários, da diretora ao porteiro, pois parte do princípio de que uma boa escola se faz mediante esforço e trabalho em equipe.


Os professores também são estimulados a desenvolver soluções criativas para os desafios cotidianos. Uma das iniciativas mais bem-sucedidas surgiu na Escola Santa Rita de Cássia. Na instituição, duas professoras dividem o ensino dos alunos do quinto ano, aproveitando melhor as competências de cada uma em disciplinas e áreas específicas do currículo. “Como nós tínhamos duas quartas, enquanto uma professora ficava trabalhando português com os alunos, a outra série estudava matemática com a outra professora”, conta Shirley, que atribui a essa iniciativa também os bons resultados que foram colhidos pela escola.

O envolvimento dos pais na vida escolar é outra ação importante para a rede de Foz do Iguaçu. “A participação da comunidade é o princípio de tudo”, acredita Shirley. No entanto, ela reconhece que levar a família para a escola não é tarefa fácil. Uma forma encontrada pela ex-diretora para aproximar os pais da instituição foi promover atividades culturais, como teatro e dança. “É uma forma de mostrar que o aluno é capaz de desenvolver a questão corporal e artística. Isso para os pais é extremamente importante”, acredita.

Evasão
A participação dos pais ajuda, ainda, a combater a evasão. Localizada na fronteira com o Paraguai e a Argentina, Foz do Iguaçu tem situações específicas nas escolas, inclusive, de crianças que acompanham os pais no atravessamento de produtos ilícitos. Para contornar o cenário, o município investiu na integração entre as áreas de educação, saúde e assistência social. As equipes iam uma vez por semana a cada escola para acompanhar a frequência dos alunos e, dependendo do caso, visitavam as famílias. “Tínhamos muitas crianças que precisavam desistir porque trabalhavam, ou mudavam de bairro. Vários contextos complicados, mas a equipe multidisciplinar identificava os motivos da ausência e procurava solucionar os problemas”, explica Joane Vilela.

A iniciativa foi fundamental para garantir a aprendizagem. Com isso, o município conseguiu zerar a evasão escolar. “Todos sem exceção têm direito a uma educação de qualidade. E a grande mudança de conceito foi acreditar que todos os alunos podem aprender, independentemente da condição socioeconômica, ou da localização da escola”, acredita a ex-secretária.

No entanto, Joane reconhece que a questão financeira impediu algumas realizações na sua gestão que contribuiriam para a transformação da rede. “Eu gostaria, por exemplo, de ter zerado toda a demanda de Educação Infantil”, lamenta. Na avaliação dela, uma das saídas mais eficientes para sanar as dificuldades financeiras é a busca por recursos federais. “Nós conseguimos laboratório de informática, ônibus e carteiras novas com o governo, além de boa parte da construção de creches”, diz. Mas avisa: “o secretário precisa ir atrás para saber dessas possibilidades. Fazer planos de trabalho e encaminhar, porque um convênio com o governo federal não é fácil”.

http://revistaescolapublica.uol.com.br/textos/39/as-licoes-de-foz-do-iguacu-319362-1.asp

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