segunda-feira, 10 de novembro de 2014

4º Seminário do Pnaic começa nesta segunda (10)


Mais de 320 orientadores das redes estadual e municipal de ensino participam do 4º Seminário do Pacto Nacional da Idade Certa. O encontro realizado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) será de 10 a 13 de outubro, no Hotel Fazenda Mato Grosso. Nessa etapa os 28 formadores trabalham com os orientadores as temáticas dos cadernos 7 a Probabilidade nos primeiros anos escolares e 8 Saberes matemáticos e outros campos do saber do Pnaic (Geometria e Grandeza de medidas).

A coordenadora do Ensino Fundamental pela Seduc, Aparecida de Paula, reforça que o objetivo do Pnaic é garantir a alfabetização das crianças até os oito anos com sucesso. Para isso, os 323 orientadores serão os multiplicadores da formação para mais de 1.400 professores alfabetizadores, que consequentemente fazem o trabalho com os estudantes. “Esta formação representa o fortalecimento da base fundamental no processo de alfabetização das crianças”, diz.

Em Mato Grosso, o Pnaic foi implantado em fevereiro de 2013. No ano passado o Pacto trabalhou com a formação para a área de Linguagens. Neste ano, a Matemática é temática da capacitação. O programa que é uma articulação entre Estado e municípios tem quatro áreas de atuação: formação de professores, fornecimento de material didático, avaliação e gestão. A ideia é que o conjunto desta atuação fortaleça as metodologias de ensino e garanta a alfabetização na idade certa.

http://novosite.seduc.mt.gov.br/conteudo.php?sid=20&cid=14721&parent=20

A Educação de adultos em retrospectiva: 60 anos de CONFINTEA


Nas últimas seis décadas, a UNESCO promoveu seis Conferências Internacionais em Educação de Adultos, que se tornou conhecida mais recentemente como CONFINTEAs. As CONFINTEAs se estabeleceram como um dos fóruns mais influentes da arena internacional em educação de adultos. Ao longo de seus 60 anos, essas Conferências debateram e estabeleceram as diretrizes orientadoras para a política mundial em educação de adultos pelo período entre uma Conferência e a próxima – e, em certas situações indefinidas, que impediram o desaparecimento da educação de adultos da agenda política em diversos países. O livro é inspirado no desejo de registrar a história longa e profunda de um movimento mundial, que se expandiu por seis décadas. Os editores consultaram e utilizaram registros e documentos oficiais produzidos por e para as conferências, particularmente os relatórios finais, elaborados pela UNESCO. Esse processo de recuperação histórica se tornou igualmente importante como um meio de realização de uma leitura transversal do desenvolvimento do próprio conceito de educação de adultos, envolvendo os anos de pós-guerra, a descolonização, a Guerra Fria e o ataque das torres gêmeas de Nova York.

Organizadores: Ireland, Timothy Denis; Spezia, Carlos Humberto
Brasília: UNESCO, 2014. 284 p.
Download gratuito:

http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/adult_education_in_retrospective_60_years_of_confintea_pdf_only/#.VGDUNjTF-9Y

Três inspirações brasileiras para base nacional comum

Estados e municípios se articulam para construir propostas curriculares e apontam caminhos para um documento nacional

Embora no Brasil ainda existam apenas diretrizes vagas a respeito do que deve ser ensinado pelos sistemas de ensino, escolas e professores, alguns estados e municípios saíram na frente e construíram propostas curriculares que podem sugerir pontos de partida para a elaboração de um documento nacional. O documento Lições aprendidas – produzido pelo movimento pela BNCE (Base Nacional Comum da Educação) com ensinamentos extraídos das evidências levantadas pelo grupo de pesquisadores – aponta três exemplos bastante singulares e inspiradores. São projetos realizados em Goiás, Santa Catarina e no município de Lagoa Santa (MG), que abarcam desde a participação da comunidade escolar no desenvolvimento dos currículos até as ferramentas para implementação nas escolas.
Em Goiás, até 2011, cada professor definia o que iria ensinar, normalmente seguindo a ordem do livro didático, o que impossibilitava ações reais de acompanhamento, orientação e produção de material de suporte ao professor. A partir daquele ano, foi realizado um processo coletivo de construção do currículo com os professores da rede estadual. Raph Gomes, superintendente de Inteligência Pedagógica e Formação da Secretaria de Estado da Educação de Goiás, explica que, em 2011, a equipe interna de especialistas por área da secretaria elaborou uma proposta inicial de currículo bimestral que foi encaminhada às 40 subsecretarias regionais do estado.
Inspiração Curriculocrédito Mariusz Blach / Fotolia.com
“Cada regional realizou intervenções a partir de discussões organizadas dentro das escolas, nos retornou uma proposta de currículo diferente, baseada na que encaminhamos inicialmente, e utilizou durante o ano letivo de 2012 o currículo que propôs, modificando-o e discutindo-o com toda a rede. Ou seja, o currículo de cada regional foi utilizado em suas escolas”, afirma Raph em entrevista ao Porvir.
Nesse estágio, o estado reduziu de 1.095 para 40 currículos existentes, considerando-se que, anteriormente, cada unidade educacional seguia o seu próprio – o que gerava desconexões nas avaliações de rede e dificultava a mobilidade de alunos. A partir de então, com currículos que apresentavam mais similaridades do que pontos de divergência, foram criados grupos de Representantes por Componente Curricular (RCC), constituídos por professores, para facilitar o diálogo entre as regionais e consolidar uma proposta da rede.
“Essas discussões foram sempre mediadas pelos especialistas internos da Superintendência de Inteligência Pedagógica e Formação. Desse modo, enquanto o currículo da regional era colocado em prática na sala de aula, evidenciando pontos positivos e pontos de atenção, os RCC’s e especialistas da secretariam discutiam e empreendiam mudanças, criando um currículo único da rede que foi apresentado ao final de 2012”, diz o superintendente, referindo-se ao Currículo Referência da Rede.
Segundo Raph, o Currículo Referência corresponde ao currículo mínimo prescrito e é obrigatório, mas a proposta pedagógica de cada unidade educacional privilegia o que chama de currículo oculto e suas variáveis, como a cultura local e a ampliação dos espaços de discussão e formação continuada para os professores. A bimestralização dos conteúdos contribuiu, de acordo com feedback dado pelos professores à secretaria, para a elaboração de uma proposta político-pedagógica alinhada ao currículo referência da rede, para uma melhor adequação dos componentes de currículo à prática diária da sala de aula e mais facilidade no planejamento e execução dos planos de aula.
“Os resultados das interações eram sistematizados por consultores e disponibilizados ao público por meio da plataforma, que foi central para que o processo fosse muito colaborativo e participativo”
Em Santa Catarina, o destaque da atualização da proposta curricular da rede de ensino foi o processo público de consulta, que contou com mais de 8 mil colaborações por meio de uma plataforma digital (http://www.propostacurricular.sed.sc.gov.br/) e de encontros presenciais. Foram envolvidos professores de escolas municipais, estaduais e privadas e de universidades, além de representantes da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e do governo do estado.
De acordo com as informações do documento Lições aprendidas, cerca de 200 professores de Santa Catarina, de todas as redes, níveis de ensino e áreas de especialidade, foram selecionados por meio de edital para participar de forma permanente das discussões para a atualização do currículo da educação básica. “Os resultados dessas interações eram sistematizados por consultores e disponibilizados ao público em geral por meio da plataforma, que foi central para que o processo fosse muito colaborativo e participativo”, descreve o documento.
A plataforma passa atualmente por um processo de reformulação para possibilitar o cadastro de interessados em acessar os materiais desenvolvidos, especialmente as escolas que ainda precisam reorganizar o projeto político-pedagógico. Também serão disponibilizadas ferramentas de formação continuada.
Em Lagoa Santa, localizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a implementação de uma base curricular já surtiu resultados concretos: um salto nos resultados do ensino básico. O esforço é encabeçado pela educadora Magda Soares, professora emérita da Faculdade de Educação (FAE) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e um dos principais nomes na área de alfabetização e letramento do país.
Convidada em 2007 pela então secretária municipal de educação para ajudar na solução dos problemas da alfabetização na rede, Magda propôs mudanças que começaram com a definição de uma base curricular. “O alicerce do projeto de alfabetização e letramento na rede municipal de Lagoa Santa foi a definição clara de metas a atingir em cada ano da escolarização, da educação infantil ao 5º ano. Essa base não foi imposta por uma instância externa à rede, e sim construída com a colaboração dos professores, por meio de discussões em um grupo central”, explica a educadora em entrevista ao Porvir.
Um Núcleo de Alfabetização e Letramento foi constituído por uma professora de cada escola, escolhida por suas colegas. Por meio dessas representantes, a base foi discutida nas escolas. “As metas foram definidas para todos os componentes do processo de alfabetização e letramento: consciência fonológica, conhecimento das letras, leitura e compreensão de textos, produção de textos, vocabulário”, afirma.
“A autonomia está no como ensinar. A base é constituída de metas a alcançar, mas o caminho para alcançá-las são os professores que definem”
Segundo Magda, em nenhum momento, no processo de construção da base curricular, os professores levantaram a hipótese de que sua autonomia no ensino seria diminuída. Pelo contrário, as metas foram, desde o início, consideradas como um enorme benefício para o trabalho dos docentes, que passaram a saber o que os alunos precisam aprender e, assim, a saber o que ensinar.
“A autonomia está no como ensinar. A base é constituída de metas a alcançar, mas o caminho para alcançá-las são os professores que definem. Naturalmente, para isso há um processo permanente de desenvolvimento profissional dos professores, com discussões constantes dos fundamentos cognitivos e linguísticos da aprendizagem da leitura e da escrita e das possibilidades de traduzir esses fundamentos em práticas pedagógicas”, garante a educadora.
Profissional respeitada pela comunidade educacional brasileira, Magda frisa que é fundamental a definição para o país de uma base comum, que propicie igualdade e qualidade de ensino e aprendizagem na educação básica em todo o país. “No Brasil, embora haja prazo determinado no Plano Nacional de Educação para que seja aprovada uma base nacional comum, apenas se começa a discutir esta questão. O próprio conceito de base comum ainda não está claro para todos, como também ainda se está procurando definir o desenho, a construção e a implementação dessa base.”
Para a educadora, parece ser mais viável ao Brasil uma estratégia de desenvolvimento e de implementação da base curricular nacional como a da Austrália. “Ou seja, uma construção por etapas, com consultas aos professores ao longo de todo o processo, e implementação também por etapas, com acompanhamento da propriedade e adequação da base”, finaliza.

Declaração para um novo ano

20 para 21  Certamente tivemos que fazer muitas mudanças naquilo que planejamos em 2019. Iniciamos 2020 e uma pandemia nos assolou, fazendo-...