Trabalhadores da educação de quatro municípios estão em greve por melhorias nos salários e carreiras. Os educadores de Barão de Melgaço, Barra do Bugres, Porto Estrela e Sinop estão paralisaram suas atividades em sala de aula por tempo indeterminado e lutam por propostas que atendam às reivindicações da categoria.
Nesta segunda-feira, 21, a greve começou com uma passeata pelas ruas de Sinop, onde os trabalhadores negociavam com o prefeito Juarez Alves da Costa desde fevereiro sem conseguir nenhuma proposta. "Queremos unificar a jornada para que todos trabalhem por 30 horas semanais sem perda nos salários, além da implementação de um plano de reajuste de 36,47% em cinco anos para podermos equiparar os salários da rede municipal ao do Estado, além de trazer ganho real para a categoria", explica o diretor regional do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) Valdeir Pereira.
Já em Barão de Melgaço, o ato público em frente à Prefeitura marcou nesta segunda-feira o início da primeira greve da história da rede municipal da cidade, onde além da defasagem salarial, os educadores não tem o direito à gestão democrática nas escolas. "Tivemos um apoio da população à nossa causa, pois estamos desde de 2010 sem reajuste salarial, além de não termos os nossos direitos respeitados pelo prefeito. Queremos uma proposta que atenda às necessidades da categoria", afirma o presidente da subsede do Sintep/MT, Antônio Carlos de Amorim.
Sem nenhuma proposta da Prefeitura, os trabalhadores da rede municipal de educação de Porto Estrela também iniciaram a greve na segunda-feira. "Estão tentando retirar os nossos direitos, mas a nossa luta é por melhorias no piso e temos o apoio dos pais nessa luta", declarou a presidente da subsede, Creuza Miranda de Oliveira.
Com 18 dias de greve, os educadores de Barra do Bugres reivindicam o reajuste dos salários proposto pelo Ministério da Educação (MEC) para 2014. "Pedimos o reajuste de 8,32%, para podermos avançar no piso. Na última semana decidimos continuar com a greve por tempo indeterminado em busca de melhorias para a categoria", informa o presidente da subsede João Bosco El Hage. -
http://www.24horasnews.com.br/noticias/ver/professores-de-quatro-cidades-de-mt-estao-em-greve-por-melhores-salarios.html
terça-feira, 22 de julho de 2014
Especialista destaca necessidade de diagnósticos de demanda e de oferta para construção de planos de educação
O professor doutor João Monlevade reforçou a importância da participação na construção dos diagnósticos para os Planos de Educação e apontou que o Brasil possui pequena arrecadação de impostos
http://undime.org.br/especialista-destaca-necessidade-de-diagnosticos-de-demanda-e-de-oferta-para-construcao-de-planos-de-educacao/
Dr. João Monlevade (Foto: UNDIME) |
Em entrevista ao portal De Olho nos Planos, o professor Doutor em educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultor técnico do Senado Federal, João Monlevade, destacou a necessidade de os municípios construírem diagnósticos de demanda e de oferta no processo de elaboração de seus Planos de Educação. “Quanto mais participativo e mais autêntico for o Plano, mais se assegura sua efetividade. Plano não é para ser bonito, escrito e ficar na estante deitado. O Plano é para ser executado”, afirmou.
Além disso, Monlevade reforçou a importância da participação na construção dos diagnósticos para os Planos e explicou porque, em sua análise, o Brasil possui uma pequena arrecadação de impostos e como isso impacta no financiamento das políticas públicas. “O Imposto Territorial Rural (ITR) é um dos exemplos mais absurdos, sendo que temos 500 milhões de hectares no Brasil e a arrecadação não chega a 500 milhões de reais por ano. É R$ 1 por hectare. Neste sentido, o latifundiário deveria ser o responsável pelo financiamento pelo menos para a educação do campo”, exemplificou.
A conversa com o professor Monlevade foi realizada após sua participação na oficina sobre Planos Municipais de Educação, durante o 6º Fórum Nacional Extraordinário da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).
Veja abaixo a entrevista completa com o professor João Monlevade:
De Olho nos Planos (De Olho) – Como se deu a criação de Planos em nossa sociedade? E qual a sua importância?
João Monlevade (JM) – Um Plano Municipal, Estadual ou Nacional de Educação é uma política pública que é um conjunto de intenções e ações onde o poder público procura responder as necessidades, as demandas da sociedade. Só que as políticas públicas evoluem na sociedade de acordo com as próprias relações sociais, a evolução científica e tecnológica. Normalmente as políticas públicas começaram muito espontâneas, como um reflexo do que precisava e do que era feito.
Num determinado momento começou haver um conflito entre a intenção e a ação que não dava conta de chegar aos objetivos propostos. E foi quando se criaram os Planos. Na história da humanidade, os planos começam a existir como uma previsão já sistemática, científica e considerando recursos para que realmente se chegue aos objetivos.
No caso dos Planos Municipais, para ser mais concreto, os municípios são encarregados pela Constituição a atender as necessidades da população na educação infantil, no ensino fundamental e na Educação de Jovens e Adultos, por exemplo. E o que está acontecendo? Nós temos 57 milhões de brasileiros que não concluíram o ensino fundamental. Isso é sinal de que a intenção de ofertar o ensino não está sendo efetivada.
(De Olho) – E o que significa compreender os Planos com esta visão sistemática e científica?
(JM) – Ser científico é estudar efetivamente as causas do que está acontecendo. É fazer um diagnóstico científico, universal e crítico contando com a colaboração dos outros entes e das outras forças sociais para se chegar a um determinado objetivo. E aí é que se constitui a diferença entre planos de governo e planos de Estado.
Em tese, todos deveriam ser planos de Estado, mas como nosso governo não é monárquico e definitivo, ele tem mandatos e, em âmbito municipal, possui um prefeito que faz planos para seus quatro anos de gestão. Se conseguir chegar naquilo tudo bem, senão diz que “forças ocultas não deixaram”.
(De Olho) – Em sua apresentação, o senhor destacou a importância de diagnósticos científicos de demanda e de oferta na elaboração dos Planos de Educação. Qual a importância desse caráter científico para os Planos e qual a diferença entre estes dois diagnósticos?
(JM) – Para a elaboração do Plano temos várias metodologias e qualquer uma delas passa pelo diagnóstico, que é o estudo da demanda e de como está sendo enfrentada esta necessidade, que é a oferta na escola, no sistema escolar, no currículo, pelo professor etc.
O diagnóstico da demanda serve para saber se aquele sujeito de direito está sendo atendido. Em casos como o da EJA este atendimento é terrível, com três milhões de matrículas para 57 milhões de sujeitos de direitos. Para o diagnóstico científico da demanda é necessário fazer um recenseamento de todos os que precisam daquele direito e é importante que ele seja censitário e não por amostragem, como é garantido no parágrafo 1º do artigo 5º da LDB [Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional] em que se diz que o poder público deve “recensear anualmente as crianças e adolescentes em idade escolar, bem como os jovens e adultos que não concluíram a educação básica”.
Já o diagnóstico da oferta é mais fino e tem sido mais difícil de ser realizado para além das conferências, com o objetivo de saber o porquê a alfabetização não está dando certo, quais são os problemas de currículo no ensino médio e de gestão. A cientificidade na hora do diagnóstico tanto na oferta quanto na demanda obriga que os gestores municipais tenham conhecimento e que apliquem estes conhecimentos.
No diagnóstico da oferta aí sim é fundamental a participação. Não fazer um diagnóstico por meio do Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica], através de prova, mas através de discussões coletivas: diagnosticar a educação infantil com as mães, os pais e chamando as crianças para saber se são felizes na escola desde criancinha. Quanto mais participativo e mais autêntico for o Plano, mais se assegura sua efetividade. Plano não é para ser bonito, escrito e ficar na estante deitado. O Plano é para ser executado.
(De Olho) – Durante a oficina, o senhor afirmou que há uma subarrecadação de impostos no Brasil. Como se dá essa subarrecadação e quais são as alternativas para superá-la?
(JM) – Este é um de nossos grandes problemas e temos uma arrecadação real muito menor que nossa arrecadação potencial. Atualmente, arrecadamos só um terço do que poderíamos e, desta forma, teoricamente, só é possível atender a um terço de demandas como as da educação e da saúde. O Imposto Territorial Rural (ITR) é um dos exemplos mais absurdos, sendo que temos 500 milhões de hectares no Brasil e a arrecadação não chega a 500 milhões de reais por ano. É R$ 1 por hectare. Neste sentido, o latifundiário deveria ser o responsável pelo financiamento ao menos para a educação do campo.
Mas a subarrecadação não é só do ITR, mas também dos outros impostos. No Brasil há uma choradeira de que se paga muito imposto, mas quando analisamos o Imposto de Renda, por exemplo, o máximo que se paga é 27,5%. É a menor alíquota do mundo. Quem ganha 30 mil reais nos EUA paga 40% e, na França, paga 50%.
(De Olho) – E qual é a dimensão desta subarrecadação no financiamento das políticas públicas brasileiras?
(JM) – Você já ouviu falar de impostômetro e de sonegômetro? O sonegômetro do ano passado chegou a R$ 450 bilhões e os impostos chegaram a um tri. Ou seja, quase metade foi sonegada. E a sonegação é não pagar o imposto cobrado, mas há outras coisas muito mais sérias.
Todo dia, exportamos 1.200 vagões de minério de ferro por meio da estrada da Vale do Rio Doce, pelo Espírito Santo. Sabe quanto se paga disso? Zero! Não se paga nada por tudo o que a gente exporta de soja, de milho, de carne de frango e celulose. Como vai obter 25%* de zero?
Hoje no Brasil a gente teria condições de arrecadar quase três trilhões de reais. Isso no geral. E estamos arrecadando um trilhão e meio. Poderíamos ter 600 bilhões para a área da educação, o que seria equivalente a 12% do PIB.
*Em seu artigo 212, a Constituição Federal (CF) de 1988 determina que os estados, o distrito Federal e os municípios devem aplicar anualmente vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. No entanto, o parágrafo 1º do artigo 153 da CF possibilita ao poder executivo federal que atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, altere as alíquotas de determinados impostos.
Autor: De Olho nos Planos
http://undime.org.br/especialista-destaca-necessidade-de-diagnosticos-de-demanda-e-de-oferta-para-construcao-de-planos-de-educacao/
Por R$ 65 milhões, GDF vai doar 104 mil tablets para alunos e professores
Regra não determina se aluno e professor terão de devolver equipamentos.
No ano passado, governo já havia comprado 3 mil tablets por R$ 840 mil.
Do G1 DF
A Secretaria de Educação abriu licitação para comprar, por R$ 65 milhões, 104 mil tablets para doar para alunos e professores do ensino médio da rede pública do Distrito Federal. O objetivo, segundo o edital, é "engajar os alunos em sala de aula, reduzir a evasão escolar e desenvolver nos estudantes o domínio das habilidades do século 21". O aviso de licitação foi publicado no Diário Oficial do DF no último dia 11.
De acordo com a pasta, 98.745 tablets de sete polegadas serão doados aos estudantes e 5.954 de nove polegadas, aos professores. Caso o resultado do projeto seja positivo, o objetivo da pasta é fazer a aquisição anualmente.
Segundo o subsecretário de Modernização e Tecnologia, Danilo César Ribeiro, o projeto ainda está sendo estudado, mas não há, por ora, nenhuma regra que obrigue os estudantes a devolverem os equipamentos caso abandonem a escola ou se formem. O subsecretário também não soube informar se os alunos ficarão impedidos de doar ou vender os aparelhos.
Aviso de licitação para compra de tablets publicado no Diário Oficial do DF (Foto: Diário Oficial do DF/Reprodução)
No ano passado, o GDF comprou 3 mil tablets por R$ 840 mil para entregar para professores das escolas públicas. Segundo a pasta, outros 1.085 aparelhos ainda serão entregues para professores da Escola Técnica de Brasília, da Escola de Música e aos Centros de Educação Profissional de Planaltina e de Ceilândia. Outros 189 foram devolvidos por defeito ou espontaneamente pelos professores.
Pela aquisição feita no ano passado, cada tablet custou, em média, R$ 280. Se os aparelhos, que já incluíam conteúdo pedagógico, fossem adquiridos pelo mesmo preço, o valor total do contrato seria R$ 29,1 milhões – menos da metade do valor do novo contrato de R$ 65 milhões.
A secretaria afirmou que os professores que receberam os tablets no ano passado poderão substituí-los pelos novos aparelhos e que os antigos serão recolhidos, reconfigurados e redistribuídos. A pasta informou ainda que o equipamento estava vinculado ao CPF de cada profissional e foi apenas emprestado, mas que busca uma forma legal de doar os tablets. Professores afastados não receberão o material.
À época da doação, o então secretário de Educação, Denilson Bento, disse que todas as escolas teriam acesso a rede de banda larga até o final de 2013, o que não chegou a ser realizado. A secretaria afirma que espera concluir o processo licitatório até novembro.
Professores do ensino médio do Distrito Federal
receberam tablets no ano passado
(Foto: Káthia Mello/G1)
receberam tablets no ano passado
(Foto: Káthia Mello/G1)
Apesar do Censo da secretaria apontar que o ensino médio tem 98.745 alunos, o edital incluiu no registro de preços 9.874 tablets a mais. De acordo com a secretaria, os 10% a mais de equipamentos são uma "reserva técnica". O mesmo se aplica para os professores - são 5.954 docentes, mas 595 aparelhos a mais foram incluídos no edital.
A pasta afirma que não haverá aquisição acima do número de alunos ou estocagem dos tablets e que o equipamento será adquirido apenas conforme a necessidade.
Apesar da exigência para o tablet funcionar inteiramente off-line, o edital previa inicialmente a aquisição de modems para instalação de internet sem fio em todas as escolas de ensino médio. A proposta, no entanto, foi retirada da licitaçao já depois da abertura do edital. Segundo a pasta, o projeto foi incluído em outro processo para simplificar a aquisição dos tablets.
Para a diretora do Sindicato dos Professores do Distrito Federal, Rosilene Correa, apesar de muitas escolas terem problemas estruturais, o aparelho é uma ferramenta positiva para os alunos. "O importante é saber se tem uma proposta pedagógica de fato que também está sendo apresentada para utilização desse tablet. Não adianta botar tablet se não tiver construído ou trabalhado com os professores uma proposta pedagógica, e isso é que tem que ser garantido", disse.
O problema é - estamos preparados para usar essa tecnologia? Muitos alunos ultrapassam os professores em conhecimento tecnológico. Tem professor que não sabe nem mexer na agenda do próprio celular."
professor da rede pública Davi Moreira
Para o professor de ensino médio Davi Moreira, a iniciativa é positiva porque coloca o aluno ao alcance da tecnologia atual. "O problema é: estamos preparados para usar essa tecnologia?", questiona. "Muitos alunos ultrapassam os professores em conhecimento tecnológico.”
A secretaria afirmou que antes de iniciar o uso dos aparelhos, uma área técnica da secretaria vai treinar um grupo de professores da Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais de Educação (Eape) para treinar os demais professores, que deverão repassar as informações aos alunos em sala de aula. Não haverá custo para o treinamento.
Conteúdo
A empresa vencedora da licitação deverá, além de fornecer os aparelhos, desenvolver o aplicativo didático a ser usado pelos estudantes e fornecer ainda capas de proteção. Os aparelhos deverão ter 8 GB de capacidade de armazenamento interno e 512 MB de memória RAM e câmera. Além disso, a empresa fica responsável pelo suporte técnico via help desk, garantia de 36 meses e prazo de 30 dias para reparos ou troca de equipamento.
A empresa vencedora da licitação deverá, além de fornecer os aparelhos, desenvolver o aplicativo didático a ser usado pelos estudantes e fornecer ainda capas de proteção. Os aparelhos deverão ter 8 GB de capacidade de armazenamento interno e 512 MB de memória RAM e câmera. Além disso, a empresa fica responsável pelo suporte técnico via help desk, garantia de 36 meses e prazo de 30 dias para reparos ou troca de equipamento.
Tanto os tablets dos professores quanto dos alunos terão o uso limitado a aplicativos aprovados pela secretaria e deverão incluir os livros didáticos do currículo escolar, compatíveis com o currículo cobrado pelo Enem. Os livros serão digitalizados em formato de e-book nas disciplinas de língua portuguesa, matemática, biologia, química, física, geografia e história. O uso da internet, segundo o subsecretário, é livre.
A abertura das propostas deve ser nesta segunda. A previsão da entrega é para 60 dias a partir do contrato firmado. Segundo o subsecretário, os tablets devem ser entregues até o fim deste ano.
http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2014/07/por-r-65-milhoes-gdf-vai-doar-104-mil-tablets-para-alunos-e-professores.html
7 dicas de como levar o cinema nacional para escola
Especialistas em audiovisual e educação consultados pelo Porvir recomendam como fazer bom uso do audiovisual em aula
Desde o dia 27 de junho, o uso de recursos audiovisuais passou a ser obrigatório em escolas da educação básica de todo o país. Uma nova regra, que passou a integrar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, determina a exibição de filmes nacionais por, no mínimo, duas horas mensais, como componente curricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola. Para contribuir com o cumprimento da legislação, oPorvir conversou com especialistas em audiovisual e educação para reunir algumas dicas de como trabalhar o cinema na sala de aula.
O uso de filmes na escola pode ser um elemento importante para trabalhar outros formatos e linguagens com os alunos. Segundo a doutora em ciências da comunicação Cláudia Mogadouro, pesquisadora do Núcleo de Comunicação e Educação da USP, ainda existe na escola um descompasso muito grande entre a cultura letrada e a cultura audiovisual.
Para Djalma Ribeiro Junior, doutorando em educação e técnico de laboratório audiovisual da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), a lei é importante para trazer à tona o debate sobre a importância do audiovisual na educação. “A proposta é interessante, mas deve ser olhada em uma perspectiva mais ampla. Os filmes não podem ser usados apenas para cobrir horários de aula. Eles precisam estar integrados na proposta pedagógica escolar”, destacou.
Veja mais: Lei obriga escolas a exibirem filmes nacionais mensalmente
Confira algumas propostas que o Porvir reuniu com base nas conversas com os especialistas:
1. É fundamental fazer o planejamento da atividade
Antes de exibir um filme para os alunos, é necessário realizar um planejamento. Segundo Cláudia Mogadouro, é importante que o professor escolha uma obra que leve em conta o repertório dos alunos. Em alguns casos, o educador deve preparar uma aula introdutória para que a classe consiga ter uma compreensão maior sobre o contexto do filme.
2. O tempo da aula deve ser levado em conta durante a escolha do filme
De acordo com Ribeiro Junior, o professor precisa escolher um filme que se encaixe no seu horário de aula. Em muitos casos, os curtas podem ser uma boa alternativa. No entanto, para a pesquisadora do Núcleo de Comunicação e Educação da USP, os longas também podem ser exibidos com um planejamento adequado. Segundo ela, alguns filmes têm conteúdos interdisciplinares que podem ser trabalhados durante diferentes aulas.
Se o tempo não for suficiente, o professor pode dividir o conteúdo em duas aulas ou apenas selecionar alguns trechos. No entanto, para fazer isso ele deve prestar muita atenção. “Alguns filmes podem ser cortados; outros, não”, advertiu Cláudia, ao destacar que existem casos que necessitam a exibição da obra completa para não perder a unidade do roteiro. Em histórias que envolvem suspense, por exemplo, uma quebra pode ser prejudicial.
3. A exibição deve ser acompanhada de um debate
Após exibir o filme, uma boa sugestão é fazer uma discussão sobre a obra com os alunos. “O debate é fundamental para a construção do conhecimento”, defendeu a doutora e pesquisadora Cláudia Mogadouro. Se não sobrar tempo para realizar esse debate, o educador pode levantar algumas questões de reflexão e retomar o conteúdo na próxima aula.
Para técnico de laboratório audiovisual da UFSCar, o debate não precisa envolver apenas questionamentos relacionados ao conteúdo do filme. Ele pode estabelecer relações com as matérias trabalhadas em sala de aula. Além disso, também é possível usar a obra para fazer uma discussão sobre a própria linguagem audiovisual, observando a estrutura narrativa, construção do roteiro, cenas e planos de filmagem.
4. As obras audiovisuais podem proporcionar releituras
“O filme é uma obra que tem muitas camadas de leitura. Ele pode ser utilizado para trabalhar com uma série de desdobramentos”, apontou Cláudia. Dentro dessa perspectiva, os educadores podem propor atividades como a reprodução de cenas do filme e a criação de trabalhos de artes plásticas.
Baseado em experiências dos projetos desenvolvidos pela UFSCar dentro de escolas da região, o pesquisador Ribeiro Junior também apontou a possibilidade dos alunos produzirem seus próprios conteúdos audiovisuais. “Isso representa uma forma dos estudantes se apropriarem da linguagem audiovisual”, pontuou. “A participação pode contribuir para a formação de uma visão mais crítica.”
5. A escolha dos filmes deve levar em conta a classificação indicativa
Antes de exibir um filme, os professores devem olhar a classificação indicativa e observar se o conteúdo está adequado para a faixa etária dos seus alunos. Segundo Cláudia, isso também é um instrumento de segurança para o educador. Caso os pais façam alguma reclamação sobre o filme, o professor tem como afirmar que usou os parâmetros de classificação etária do Ministério da Justiça.
6. As atividades não devem adquirir o peso de uma obrigação
As atividades propostas pelos professores não devem criar nos alunos experiências traumáticas com os filmes. Em nenhum momento a atividade deve adquirir o peso de uma obrigação. ”Se você apresentar a proposta como um dever de casa, assistir o filme se torna uma tarefa chata”, afirmou Cláudia. Segundo ela, quando o professor pede uma redação sobre a mensagem do filme, por exemplo, ele acaba limitando o aluno de dar a sua opinião e o seu ponto de vista sobre a obra, pois isso passa uma ideia de que só existe uma resposta correta.
“Cada um vai sentir o filme de forma diferente. O audiovisual é polissêmico”, explicou. De acordo com ela, antes de propor qualquer atividade é ideal fazer um debate para mostrar para os alunos que cada um pode ter uma opinião diferente sobre o filme e que existem muitos caminhos para entender a obra.
7. As sessões de cinema também podem ser realizadas fora do horário de aula
Além da exibição de filmes nos horários de aula, Djalma Ribeiro Junior também mencionou a possibilidade dos professores se organizarem para desenvolver projetos de cineclubes na escola. Segundo ele, esses projetos ajudam a criar um ambiente de diálogo que incentiva o interesse dos alunos. Eles podem selecionar diversas obras para exibições e discussões dentro da escola. Esses projetos também podem ser abertos para toda a comunidade, integrando pais e moradores locais.
Para saber mais
Para os professores que desejarem buscar mais informações sobre o tema, podem ser consultados alguns sites como: Porta Curtas, Portal do Professor,Tela Brasil, Cineduc, Net Educação e Cinead.
http://porvir.org/porfazer/7-dicas-de-como-levar-cinema-nacional-para-escola/20140715
Escolas municipais do campo terão instalações físicas substituídas
Foto: Jorge Pinho (SME) |
Cinco escolas municipais de Cuiabá, localizadas na zona rural, foram contempladas com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (FNDE) e terão suas estruturas físicas substituídas. Cada unidade de ensino receberá investimento na ordem de R$ 1.021.956,00, mais a contrapartida da Prefeitura de Cuiabá que será em torno de R$ 250 mil.
Além da melhoria nas instalações físicas, as escolas receberão também mobiliários e equipamentos novos.
As escolas contempladas são: Benedita Xavier Rodrigues, localizada no Distrito de Nossa Senhora da Guia; Hebert de Souza, no Cinturão Verde; Professora Hilda Caetano de Oliveira Leite, no Sucuri; Nossa Senhora da Penha de França, Distrito do Coxipó do Ouro; e Professora Udiney Gonçalves de Amorim, no Aguaçu.
Conforme o projeto, cada unidade de ensino terá seis salas de aula, sala de informática e de leitura, além da área administrativa e demais dependências de serviço.
De acordo com o prefeito Mauro Mendes, essas escolas estavam com a estrutura física comprometida e não compensava investir em reforma geral, por isso o projeto foi desenvolvido para captar recursos para substituição de toda a estrutura física. “Assim como as unidades de ensino localizadas no perímetro urbano de Cuiabá, estamos dando atenção especial aos alunos e profissionais do campo”, observou o prefeito.
Os recursos, segundo o secretário de Educação de Cuiabá, Gilberto Figueiredo, foram pleiteados com o FNDE no planejamento do PAR (Plano de Ações Articuladas) de Cuiabá. “No ano passado fizemos um planejamento de tudo o que queríamos pleitear no PAR e desde então estávamos aguardando análise do FNDE. Nossa intenção era conquistar recursos para mais escolas, pois outras unidades também necessitam de reformas. Mas, estou confiante que ainda seremos contemplados com mais recursos”, disse o secretário.
Formadas por construções antigas, essas escolas não recebem reformas há mais de 20 anos e estão com a estrutura física comprometida. É o que afirma a diretora da escola Benedita Xavier, professora Lucinete Santos. “Há muito tempo nossa comunidade esperava por uma notícia como essa e só agora ela chegou. Estamos muito felizes”, disse a diretora.
PAR – O Plano de Ações Articuladas é um instrumento de planejamento da educação por um período de quatro anos. A elaboração do PAR é requisito necessário para o recebimento de assistência técnica e financeira do Ministério da Educação (MEC), por meio do FNDE, de acordo com a Resolução/CD/FNDE n° 14 de 08 de junho de 2012.
http://www.cuiaba.mt.gov.br/secretarias/educacao/escolas-municipais-do-campo-terao-instalacoes-fisicas-substituidas/9254
Assinar:
Postagens (Atom)
Declaração para um novo ano
20 para 21 Certamente tivemos que fazer muitas mudanças naquilo que planejamos em 2019. Iniciamos 2020 e uma pandemia nos assolou, fazendo-...
-
Confira a lista: Pixton A ferramenta permite criar e compartilhar histórias com diferentes opções de cenários, personagens e expressõe...
-
Cidade verde [1] Dom Aquino Corrêa Sob os flabelos reais de mil palmeiras, Tão verdes, sombrance...
-
Um de seus objetivos é criar um vestibular específico para os indígenas. Ubiratã Awá Baretédju, de 37 anos, mora em aldeia de Peruíbe, SP....