terça-feira, 2 de setembro de 2014

MEC avalia recursos apresentados por municípios antes de divulgar Ideb

Índice mostra desempenho de alunos da rede pública na Prova Brasil. 
Municípios questionaram Inep sobre o resultado dos estudantes.

Vanessa FajardoDo G1, em São Paulo
O ministro da Educação Henrique Paim diz que Ideb será divulgado após análise dos recursos  (Foto: Vanessa Fajardo/G1)O ministro da Educação Henrique Paim diz que Ideb será divulgado após análise dos recursos (Foto: Vanessa Fajardo/G1)







ministro da Educação, Henrique Paim, disse nesta terça-feira (2), após participar do Fórum de Educação promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais, em São Paulo, que o governo está avaliando os recursos registrados pelos municípios questionando o resultado do desempenho de suas escolas na Prova Brasil, antes de divulgar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Os índices já foram divulgados para as cidades que neste momento questionam os dados da Prova Brasil, que é base de cálculo para o Ideb.
"Nesta edição estamos com uma preocupação muito grande com os recursos que as escolas estão fazendo em relação à Prova Brasil. Logo que a gente concluir esse processo, faremos a divulgação", afirmou.
Sobre o prazo, o ministro disse que o professor Chico Soares, presidente do Inep, está tratando do assunto. Na última edição, em 2012, o Ideb foi divulgado em meados de agosto e mostrou que país superou metas no ensino fundamental e igualou no ensino médio.
O Ideb, divulgado de dois em dois anos, é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar para as unidades da federação e para o país, e a Prova Brasil para os municípios. O índice representa um meta de qualidade na educação, numa escala de zero a dez, divulgado a cada dois anos, que a entidade, seja escola, município ou estado, deve cumprir.
Questionado sobre o Enem, que será aplicado nos dias 8 e 9 de novembro, o ministro afirmou que o governo está trabalhando fortemente pois há uma grande responsabilidade do ponto de vista logístico. "Nós a cada ano temos avançado em relação ao acompanhamento de processo para que possamos dar a segurança necessária aos estudantes que a partir do Enem terão um conjunto de oportunidades."
http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/09/mec-avalia-recursos-apresentados-por-municipios-antes-de-divulgar-ideb.html

"A escola notável é aquela que promove efetivamente a aprendizagem de seus alunos", afirma Maria Nilene Badeca

A presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação - Consed e secretária de Estado da Educação de Mato Grosso do Sul, professora Maria Nilene Badeca da Costa, fala sobre a importância do foco na gestão escolar e a busca por uma escola notável.
Secretária Maria Nilene Badeca

"A escola notável é aquela que promove efetivamente a aprendizagem de seus alunos, em um contexto de formação para a cidadania" é a opinião da presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação - Consed, professora Maria Nilene Badeca da Costa, que a frente da gestão do Conselho, e conjuntamente com os demais secretários, tem acumulado esforços para dar cumprimento às prerrogativas institucionais, atuando de forma articulada, agregando e estabelecendo parcerias com instituições governamentais e não-governamentais, contribuindo de forma decisiva na definição de assuntos educacionais em pauta no âmbito nacional.
Quem? Maria Nilene Badeca da Costa É natural de Ponta Porã. É pedagoga e já foi professora e vice-diretora. De 1995 a 1996 foi delegada do MEC (Ministério da Educação e do Desporto em Mato Grosso do Sul). Foi Secretária Municipal de Educação de Campo Grande de 1997 a 2004. Assumiu a Secretaria Estadual de Educação em 2007.

O que é necessário para uma escola ser notável?A escola notável é aquela que promove efetivamente a aprendizagem de seus alunos, em um contexto de formação para a cidadania. O êxito pedagógico resulta da combinação de alguns fatores básicos: projeto pedagógico bem elaborado, com a participação e comprometimento da comunidade escolar; cumprimento efetivo de um currículo bem definido; liderança da gestão; competência dos profissionais da educação; infraestrutura e disponibilidade de recursos pedagógicos adequados; comunicação eficiente; clima organizacional e comunitário positivo; acompanhamento e avaliação contínua das atividades; adoção de providências a partir dos resultados das avaliações internas e das avaliações nacionais.
Quais seriam os principais aspectos diferenciais da gestão escolar nessas escolas?
A gestão escolar é elemento chave no êxito do processo formativo educacional. O exercício competente da liderança possibilita dentre outros aspectos: a mobilização da comunidade escolar; a proposição de desafios; o estabelecimento de clima de confiança e motivação; o conhecimento da realidade global da escola e a capacidade de propor soluções para os problemas observados; escuta atenta das contribuições dos membros da escola; estimulação da participação colegiada; o reconhecimento dos sucessos e a avaliação das dificuldades, em uma perspectiva positiva de superação.

Assim, a gestão escolar torna-se extremamente eficaz e passa a agregar toda a comunidade interna e externa quando articula as dimensões do fazer administrativo e financeiro em prol da gestão pedagógica, cujo foco deve ser o processo de ensino e de aprendizagem dos estudantes.

Qual o papel efetivo do Consed, em contribuição às práticas de gestão, para uma escola notável?
O Consed, como instância integradora das Secretarias de Estado da Educação, tem adotado, ao longo do tempo, inúmeras iniciativas destinadas a fortalecer a gestão, reconhecendo-a como fator central na promoção do sucesso escolar. Entre elas podem ser citadas: o Programa Progestão; o Prêmio Gestão Escolar; o intercâmbio de experiências inovadoras e exitosas, inclusive com a realização de seminários e encontros, com destaque para o Seminário Internacional de Boas Práticas em Gestão Escolar, que ora se desenvolve em Brasília. Ainda, o apoio e estímulo aos estados para promover a adoção de critérios que aliem competência política e técnica para a designação de gestores; promoção de levantamento de dados e de estudos voltados para as diversas dimensões da gestão de redes e de escolas, dentre os quais se destaca o Programa Consed RH.
Como seria a relação entre os atores escolares (alunos, professores, pais, gestores e comunidade) nessas escolas?
Podemos afirmar que o desenvolvimento de práticas pedagógicas pautadas por um Projeto Político Pedagógico definido coletivamente amplia a participação de todos os integrantes da comunidade escolar, reforçando o compromisso com o processo pedagógico e com as finalidades da escola.

Há de se considerar que o gestor escolar tem papel preponderante em estimular a participação de todos e garantir o respeito à diversidade e às especificidades concernentes ao contexto escolar.

Associado a isso, o processo democrático possibilita discussões e debates, cujas contribuições fortalecerão os tempos e espaços de aprendizagem das escolas e aqueles que delas usufruem.
http://consed.org.br/index.php/comunicacao/noticias/896-qa-escola-notavel-e-aquela-que-promove-efetivamente-a-aprendizagem-de-seus-alunosq-afirma-maria-nilene-badeca

Criatividade torna a matemática mais interessante, diz Artur Ávila

Mariana Tokarnia
Da Agência Brasil, em Brasília


Aos 19 anos, Arthur Avila trabalhava em sua tese de doutorado
Recém-chegado ao Brasil, o ganhador do maior prêmio da matemática, a medalha Fields, Artur Ávila, conta que o gosto pelas operações surgiu cedo em sua vida acadêmica. Como tantos jovens no país, ele participou da OBM (Olimpíada Brasileira de Matemática), voltada para alunos de escolas públicas e particulares, e foi a prova que o ajudou a ver os números de maneira diferente da trabalhada em sala de aula.
Para ele, a matemática é sinônimo de criatividade. "Se fosse algo mecânico poderia ser feito facilmente, não precisaria de pessoas. Teriam computadores que a aplicariam e pronto."
A quem deseja seguir carreira na área, Ávila diz que os caminhos são muitos. "Alguns trabalham com muitos cálculos, outros com poucos, não precisa ter as características que eu tenho ou que outro tenha. Não precisa ser rápido [nos cálculos], não precisa nem ser bom de olimpíada. Cada um tem que tentar procurar o seu caminho", destaca.
Leia abaixo os principais trechos da entrevista concedida à Agência Brasil:
Agência Brasil: Qual foi o papel das olimpíadas na sua formação?
Artur Ávila: As olimpíadas foram algo que tiveram uma importância muito grande na minha trajetória particular. Serviram para focalizar e motivar ainda mais na matemática. As olimpíadas apresentam a matemática de uma outra maneira, apresentam problemas mais interessantes dos que são apresentados no currículo escolar. [A escola] trabalha mais fórmulas fechadas para serem aplicadas e o estudante tem que memorizar e aplicar de maneira mecânica. Isso não tem nada a ver como a matemática que é utilizada e feita em alto nível.
ABr: Qual a relação da matemática com a criatividade?
Ávila: A matemática é criatividade, se fosse mecânico poderia ser feito facilmente, não precisaria de pessoas. Teriam computadores que a aplicariam e pronto. A matemática tem que buscar o que não é mecânico, tentar descobrir algo além, que permita levar à solução dos problemas e vá além. O fazer matemática no nível de pesquisa é baseado em criatividade.
ABr: Em relação à pesquisa em matemática, na sua opinião, como é o incentivo no Brasil?
Ávila; A pesquisa em matemática se desenvolveu no país. O destaque na ciência brasileira é a matemática. Isso porque basicamente precisa de recursos humanos, não precisa de laboratórios caros. A matemática aqui é do mais alto nível, isso se percebe em convenções, em publicações, desde antes desse prêmio [Medalha Fields]. Isso foi alcançado realmente por décadas. O Impa está nesse nível há bastante tempo. O instituto, no entanto, focalizou e não representa toda a amplitude de matemática, todas as áreas. Tem áreas sendo cobertas no mais alto nível e outras não.
ABr: O que você entende por matemática?
Ávila: É muito variada, entendo uma parte de matemática, mas têm partes obscuras para mim. De maneira geral, existe a matemática pura e a aplicada. Têm pessoas que trabalham, como eu, sem motivação de aplicações, pelo próprio interesse na beleza dos objetos. Uma característica da matemática é essa existência de pessoas com motivações diferentes.
ABr: O que você diria para aqueles que ficaram motivados com a sua conquista e querem também seguir uma carreira semelhante?
Ávila: Aqueles que querem seguir é porque tem interesse. É preciso primeiro tentar identificar esse interesse e saber que não existe modelo, seguir passos não é adequado. Têm [matemáticos] com características diferentes. Eu penso de uma maneira e outros pensam de outra maneira, cada um a seu jeito. Alguns trabalham com muitos cálculos, outros com poucos, não precisa ter as características que eu tenho ou que outro tenha. Não precisa ser rápido [nos cálculos], não precisa nem ser bom de olimpíada. A olimpíada pode revelar talentos, mas tem gente que tem muita capacidade de fazer matemática e que encontra respostas importantes e que não necessariamente tem essas características. Cada um tem que tentar procurar o seu caminho. 

Veja Mais:  Matemática: imaginação e disciplina ajudam na formação de lideres


http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/09/01/criatividade-torna-a-matematica-mais-interessante-diz-artur-avila.htm

Mais do que fórmulas e operações, matemática é arte, dizem pesquisadores


Nem só de aplicar fórmulas vive a matemática. O arranjo dos números exige criatividade. Mostrar aos estudantes do ensino fundamental e médio a “verdadeira beleza artística da matemática” é a saída para despertar o interesse dos jovens e melhorar o ensino da tão temida disciplina. Essa é a avaliação de estudantes do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa).
Para Victor Bitarães, 19 anos, mineiro de Contagem, um caminho é a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), que rendeu a ele uma menção honrosa, uma medalha de bronze e cinco de ouro, além de participação nos programas de Iniciação Científica (PICs), duas competições internacionais e a atual bolsa de mestrado, antes de entrar para a graduação.
“O ensino de matemática é bem ruim, não é uma opinião só de quem esteve dentro de sala de aula, isso é confirmado pelos testes internacionais que o nosso país também passa, nós estamos nas últimas posições. Eu não diria que a Obmep seria o milagre da educação brasileira para matemática, mas o Impa está implementando algumas medidas, tem a Obmep, tem os clubes de matemática, tem uma série de coisas aí.”
Victor considera a olimpíada um caminho para estimular o estudo e uma mudança de mentalidade. “Porque parece que é um negócio muito difícil, mas não é nada, a matemática é a coisa mais natural do mundo.”
Também no mestrado no Impa, ao mesmo tempo em que cursa a graduação em matemática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC), Maria Clara Mendes Silva, 20 anos, foi descoberta pela Obmep e pela Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) em Pirajuba (MG). Ela relata que já gostava da matemática do colégio quando se inscreveu na Obmep pela primeira vez, no sexto ano, e ganhou uma menção honrosa.
“O ensino deveria ser mais voltado para coisas que incentivem o raciocínio, no lugar de ficarem repetindo contas e fórmulas”, diz Maria Clara.
Depois da menção honrosa na primeira participação da Obmep, Maria Clara conquistou o ouro nas demais olimpíadas que participou. Além disso, ganhou um bronze, uma prata e três ouros na OBM. A estudante também já participou de duas olimpíadas internacionais, em 2011 e 2012, e diz que se apaixonou pela beleza da matemática. “Eu acho que os resultados são bonitos, é você saber o que uma coisa implica. Eu acho isso bonito, essa precisão, essa exatidão”.
Ela pretende seguir carreira como pesquisadora, mas ainda não definiu a área de preferência. Quanto ao ensino da disciplina no Brasil, Maria Clara tem várias críticas. Para ela, o que se aprende no colégio não é matemática.
“Eu acho que a matemática no colégio é muito mecânica, isso é péssimo, aquilo não é matemática de verdade. Eu acho que à medida que você mostra o que realmente é matemática, que é pensar, deduzir as coisas, fica mais interessante naturalmente. Mesmo que a pessoa não queira ser matemática, ela vai gostar mais se for uma coisa bem apresentada, nem que seja a título de curiosidade.”
Alan Anderson da Silva Pereira, 22 anos, já está no doutorado no Impa. Alagoano de União dos Palmares, Alan começou a participar da Obmep no ensino médio, com 15 anos. Depois de uma medalha de prata e duas de ouro, decidiu cursar matemática na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), mas trancou o curso para fazer o mestrado no Impa, já concluído. Ele conta que teve muito apoio e incentivo dos professores para seguir nos estudos.
“Quando lembro do meu professor do ensino fundamental, me sinto inspirado a continuar estudando”, conta.
Especialista na área de probabilidade combinatória, Alan diz que gostaria de trabalhar como professor e pesquisador da UFAL, “para retribuir tudo o que meu estado fez por mim, contribuir para o crescimento da universidade e melhorar as condições de Alagoas, que têm índices sociais tão ruins”.
Além do raciocínio analítico, Alan diz que foi atraído pela beleza artística na matemática. “Tem até estudo que fala que quando uma pessoa olha para um quadro ativa uma certa área do cérebro, e essa mesma área do cérebro é ativada quando um pesquisador resolve um problema ou vê um teorema que ele gosta, a matemática tem um lado artístico também”, garante.
“O que não torna a matemática tão popular é que geralmente só gosta dessa arte quem a faz, acho que é porque precisa ter um certo entendimento que não é direto, precisa de um esforço, mas quando você entende os parâmetros você acha bonito também”, completa Alan.
Para ele, o interesse pela matemática seria maior se os professores mostrassem aos estudantes de ensino fundamental e médio a verdadeira beleza da ciência. “Uma coisa que poderia melhorar a cultura da matemática é se existissem mais pessoas dispostas a apresentar a matemática de um jeito mais bonito. Por exemplo, se os doutores fossem dar aulas ou palestras talvez isso motivaria muito, dar a visão do pesquisador. É mostrar de cima, de cima é bonito, porque você vendo só pelos lados talvez tenha algumas arestas soltas.”

Fonte: Agência Brasi

FNDE promove capacitação para aprimorar alimentação escolar em Mato Grosso

Escrito por  Assessoria de Comunicação Social do FNDE
Garantir alimentação nutritiva e de qualidade, diariamente, a estudantes da rede pública de ensino é um dos principais desafios do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Para alcançar esse objetivo, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) promovem nesta terça-feira (2), em Cuiabá, o Encontro Regional de Alimentação Escolar. O objetivo é incentivar o controle social e capacitar gestores das redes municipais e estadual de Mato Grosso.
Responsáveis por acompanhar a execução do programa em cada localidade brasileira, os conselheiros de alimentação escolar são o principal foco dessa estratégia de capacitação. “Os conselhos de alimentação escolar são o aprofundamento da participação social”, diz a técnica do FNDE Karine Silva dos Santos. “Precisamos da participação ativa dessas organizações”, completa.
Em 2013, o FNDE repassou R$ 71,75 milhões ao Estado de Mato Grosso, destinados à alimentação escolar de cerca de 900 mil alunos de mais de 3 mil escolas das redes municipal e estadual. Para 2014, estão previstos repasses em volume semelhante. “São quantias muito expressivas de recursos públicos, que precisam ter sua aplicação acompanhada de perto pela sociedade”, diz Karine.
O encontro será realizado no Auditório da Secretaria Estadual de Educação (Rua Engenheiro Edgar Prado Arze, 215, Centro Político Administrativo), a partir das 8h. Devem participar cerca de 150 pessoas, entre conselheiros, gestores educacionais e nutricionistas. Haverá palestras e oficinas sobre controle social, compras da agricultura familiar, aspectos nutricionais e prestação de contas.
Serviço
O que: Encontro Regional de Alimentação Escolar.
Quando: Terça-feira, 2 de setembro de 2014, das 8h às 17h30.
Onde: Auditório da Secretaria Estadual de Educação (Rua Engenheiro Edgar Prado Arze, 215, Centro Político Administrativo).
http://www.fnde.gov.br/fnde/sala-de-imprensa/noticias/item/6003-fnde-promove-capacita%C3%A7%C3%A3o-para-aprimorar-alimenta%C3%A7%C3%A3o-escolar-em-mato-grosso

Conectados: pesquisa revela como internet impactou processos educativos de jovens brasileiros


Yuri Kiddo, do Promenino com Cidade Escola Aprendiz
A tecnologia e o uso da Internet podem contribuir para a melhoria da relação entre alunos e professores, inclusive além da sala de aula, com a participação ativa em redes sociais, blogs e trocas de informações por e-mail. É o que revela a pesquisa Juventude Conectada lançada na quarta-feira (27) no RIA Festival. O evento reuniu painéis e oficinas de tecnologia, com a proposta de reflexão, ações e interatividade em relação às novas formas de conectividade.
Realizado pela Fundação Telefônica Vivo, em parceria com a Escola do Futuro da USPIBOPE Inteligência e Instituto Paulo Montenegro, o estudo revelou que 54% dos entrevistados acessam a Internet para se preparar para provas e testes como o ENEM, vestibulares ou concursos públicos. “O uso da Internet para o aprendizado é uma realidade. A pesquisa mostra que os jovens têm mais facilidade para realizar trabalhos escolares e atividades propostas em sala de aula”, afirma a diretora presidente da Fundação Telefônica Vivo, Gabriella Bighetti. “Um dado nos surpreendeu: apesar de todo o uso da conectividade para ajudar a estudar, ela não substitui a presença em sala de aula.”
Metade dos entrevistados, porém, afirmam ter receio de expressar suas opiniões na web. De acordo com Gabriella, o stress de uma discussão virtual ou uma exposição indesejada afeta as pessoas fora da rede. “Ainda é preciso nos reeducar nas redes. Os adolescentes e jovens percebem a Internet como um meio importante de expressão e ativismo, mas a intolerância em relação à opinião diversa faz com que o jovem deixe de opinar”, analisa.
O estudo entrevistou 1.440 jovens de 16 a 24 anos, de todas as regiões do Brasil, e buscou entender o comportamento da juventude na era digital, por meio de quatro eixos: comportamento, empreendedorismo, ativismo e educação. Inclusive, criaram-se momentos de debate entre os participantes e entrevistas com especialistas para ajudar a analisar as inovações impulsionadas pelo uso da tecnologia.
Do analógico ao digital
Uma dessas mudanças é o papel do professor: 38% dos jovens admite enxergar o educador como um “orientador de estudo”, criando uma relação mais horizontal, que ultrapassa a sala de aula e o horário escolar. Para a coordenadora científica do Conselho Deliberativo da Escola do Futuro (USP), Brasilina Passarelli, as novas tecnologias estão revolucionando a maneira de se comunicar, produzir e receber informação. “O aluno é mais interativo em diversas interfaces e de forma simultânea. Há a necessidade de reinventar a educação como um todo, desde o papel do professor ao papel do aluno. Essa é uma reivindicação do aprender.”
Se antes havia a necessidade em fazer curso para aprender a mexer em computadores de mesa e notebooks, hoje as coisas são diferentes: 71% dos jovens acessam a Internet pelo celular, e 42% o apontam como principal meio de acesso. Em segundo lugar, o computador de mesa (33%), seguidos de notebooks (22%) e tablets (2%). “Essa revolução do celular é o ‘em todo lugar e a qualquer hora’. Diferentemente de outros países, o papel do celular também envolve o processo de democratização da comunicação e informação”, comenta a diretora executiva do Instituto Paulo Montenegro, Ana Lúcia Lima.
Nas regiões Norte e Nordeste, o número de jovens que usam o celular como principal meio de acesso à Internet sobe para 90% e 76%, respectivamente. “O acesso das pessoas da Região Sudeste, por exemplo, é mais antigo – são pessoas que têm computadores de mesa e notebooks”, analisa Ana Lúcia. “Enquanto nas regiões Norte e Nordeste, o uso da Internet e novas conectividades é emergente, por conta de razões econômicas e sociais, que permitem também o maior acesso”.
http://portal.aprendiz.uol.com.br/2014/08/28/conectados-pesquisa-revela-como-internet-impactou-processos-educativos-de-jovens-brasileiros/

Declaração para um novo ano

20 para 21  Certamente tivemos que fazer muitas mudanças naquilo que planejamos em 2019. Iniciamos 2020 e uma pandemia nos assolou, fazendo-...