quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Site reúne 1.200 objetos digitais de ensino indicados por professores

O Instituto Inspirare e o Instituto Natura lançaram, na terça-feira (10), uma plataforma on-line com aulas em vídeo, áudio, multimídia, jogos, animações, mapas e outros tipos de objetos digitais de aprendizagem de acesso gratuito a professores e estudantes. Na plataforma Escola Digital, 1.200 desses objetos foram selecionados entre diversos produtores de conteúdos e reunidos por meio de mecanismos de busca para estudantes de educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, além de alunos especiais e do Ensino de Jovens e Adultos (EJA).
De acordo com os criadores do site, a construção do banco de objetos foi feita a partir de um mapeamento dos conteúdos já disponíveis na web, contando principalmente com a ajuda de professores da rede estadual de São Paulo que fizeram um trabalho de garimpo de iniciativas educacionais na internet. A partir desse levantamento foram selecionados os objetos digitais de aprendizagem, que estão categorizados de diversas formas para facilitar a busca por conteúdo.
É possível procurar itens pela série do aluno, pelo tipo de disciplina (como química e biologia), pela área de cada disciplina (como transformações químicas e evolução), e pelo tipo de mídia, que pode ser, por exemplo, aplicativos para celulares e tablets, aulas digitais, história em quadrinho, infográficos, entre outros. O site oferece ainda a possibilidade de buscar materiais de uso off-line e detalhes sobre a licença de uso deles, inclusive os que são abertos à modificação e aprimoramento dos próprios usuários.
Os objetos mais curtidos pelos usuários podem ganhar destaque dentro do site, e também é possível recomendar sites e conteúdos para serem adicionados ao acervo que, segundo os criadores, estará em constante expansão. Segundo Anna Penido, diretora do Inspirare, "o uso dos objetos digitais de forma articulada com o currículo permite que professores e alunos aproveitem o enorme potencial da tecnologia para conferir mais criatividade, interatividade e estímulo aos processos de aprendizagem".
A criação da plataforma, segundo os organizadores, contou com a colaboração da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, do Instituto Educadigital, entidade sem fins lucrativos, e da empresa TIC Educa.
http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/12/site-reune-1200-objetos-digitais-de-ensino-indicados-por-professores.html

Cidades pequenas dominam 'ranking' de campeões em matemática


Avaliação foi feita com base em desempenho nos nove anos da Obmep. 
Entre os 50 melhores municípios, 33 são de MG; primeira é Dores do Turvo.



Vanessa FajardoDo G1, em São Paulo
Dores do Turvo -  MG é a cidade com melhor desempenho
na Obmep (Foto: Leonardo Pessanha/ Impa)

Ranking divulgado pelo Instituto Nacional de Matemática Pura Aplicada (Impa) mostra que as cidades do interior do Brasil, com menos de 10 mil habitantes, são as que tiveram melhor desempenho em nove anos da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).
Para chegar ao índice de desempenho, o Impa, organizador da Obmep, dividiu o total de pontos acumulados nas premiações durante os nove anos pelo número de alunos classificados para as segundas fases da competição. Assim, cada cidade recebeu uma nota (veja lista abaixo dos 20 melhores munícipios).
O resultado da última edição da Obmep foi divulgado em 30 de novembro. Seis mil estudantes em todo o país receberam medalhas. Professores, escolas e secretarias de educação também são premiados com base no desempenho dos respectivos alunos.
Na quarta-feira, o G1 publicou uma reportagem sobre dez escolas públicas que têm resultados acima da média em matemática na Prova Brasil. Só uma delas é localizada em uma cidade considerada grande - Joinville (SC). Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2012, divulgados na terça-feira (3), apontam que o Brasil melhorou no conhecimento da disciplina, mas ainda tem muito a avançar. O país ficou em 58º lugar entre 65 nações no ensino de matemática.
Dores do Turvo, cidade mineira com menos de 5 mil habitantes, encabeça a lista dos campeões da matemática. O município levou neste ano quatro medalhas de ouro, três de prata, sete de bronze e 19 menções honrosas. Dos 36 competidores classificados para a segunda fase, 33 foram premiados. Ao longo de nove anos, foram 166 prêmios, entre medalhas de ouro, prata, bronze e menção honrosa.
Veja ao lado reportagem sobre Dores do Turvo no MG TV 
Em segundo lugar aparece Cocal dos Alves (PI), seguida por cinco municípios mineiros: Cachoeira de Minas, Coronel Xavier Chaves, Carvalhos, Coimbra e Conceição dos Ouros.  Entre as 50 cidades com melhor desempenho na Obmep, 34 são mineiras. Dos 500 ouros distribuídos na competição neste ano, os alunos de Minas Gerais arremataram 149.
Entre as 50 cidades melhores nas olimpíadas, uma é do Espírito Santo (Marechal Floriano); oito são do Rio Grande do Sul (Três Arroios, Selbach, Tupandi, Mato Leitão, Westfália, Salvador das Missões, Relvado e Imigrante); duas de Santa Catarina (São Bonifácio e Antônio Carlos) e quatro de São Paulo (Uchoa, Fartura, Américo de Campos e Rubinéia); além do Piauí, que foi representado por Cocal do Alves. Os demais estados não aparecem entre os 50 mais bem colocados.
Neste ano, municípios como Amambai (MS), Jales (SP), Massaranduba (SC) e Quixaba (PE) também garantiram boas premiações. A pernambucana Quixaba com 6 mil habitantes teve duas medalhas de ouro - no total, no estado levou oito. Cinco estados - Maranhão, Acre, Alagoas, Amapá, Roraima - terminaram a competição sem nenhuma premiação de primeiro lugar.
A diferença é que um professor no interior do país tem um status social que não existe nas grandes cidades. Um professor com alunos medalhistas de olimpíadas é reconhecido"
Claudio Landim, coordenador da Obmep
'Professor tem status social'
A Obmep é dividida em duas fases e contou neste ano com a participação de 18 milhões de alunos de mais de 47 mil escolas. Na primeira etapa, eles fizeram uma prova com 20 questões de múltipla escolha aplicada na própria escola. Cerca de 5% dos alunos de cada colégio com melhor desempenho se classificaram para a segunda etapa. Nesta fase, foram seis questões discursivas que envolviam cálculo e raciocínio.
O coordenador-geral da Obmep e diretor do Impa, Claudio Landim, diz que os resultados quase sempre estão atrelados ao trabalho de um professor (ou até mais de um) que incentiva a participação dos alunos e oferece treinamentos específicos. A figura deste docente, segundo ele, pode aparecer tanto em cidades pequenas interioranas, como nas capitais. 
"A diferença é que um professor no interior do país tem um status social que não existe nas grandes cidades. Um professor com alunos medalhistas de olimpíadas é reconhecido. Todos os habitantes dali foram um dia alunos daquele professor. Há um reconhecimento, o que torna a carreira mais atrativa", diz Landim.
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http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/12/cidades-pequenas-dominam-ranking-de-campeoes-em-matematica.html

Senado adia votação do PNE para a próxima terça-feira

Foi adiada para a próxima terça-feira (17) a votação do projeto que aprova o Plano Nacional de Educação (PLC 103/2012). O projeto seria votado nesta quarta-feira (11), mas a decisão acabou sendo adiada após cerca de duas horas de discussão. Durante o tempo em que foi discutido, o texto recebeu críticas à falta de concretude das metas do plano, que já entrará em vigor atrasado: o texto, que prevê metas para o período de 2011 a 2020, tramita há três anos no Congresso e ainda terá de voltar à Câmara dos Deputados.
O projeto do PNE foi enviado pelo governo federal ao Congresso em dezembro de 2010 e só foi aprovado pela Câmara dos Deputados quase dois anos depois, em outubro de 2012. No Senado, passou por três comissões, durante pouco mais de um ano de tramitação.
Um dos principais críticos ao texto é o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), relator do projeto do PNE na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). Das 101 mudanças contidas no relatório do senador e aprovadas pela comissão, 47 foram rejeitadas pelo autor do substitutivo que seria votado pelo Plenário, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). O texto apresentado por Vital foi pouco modificado pelo relator em Plenário, senador Eduardo Braga (PMDB-AM).
Ao criticar o texto que seria votado pelo Plenário, Alvaro Dias disse considerar que o Senado estava desperdiçando a oportunidade de promover um “extraordinário salto de qualidade” no sistema educacional do país. Entre os pontos que geraram críticas do senador está a falta de responsabilização para os agentes e  gestores que não cumprirem as metas do plano e a retirada de dispositivo que fixava prazo de um ano para a aprovação de uma proposta de lei de responsabilidade educacional.
- Tenho que concluir afirmando que não creio neste plano de metas, que ele não promoverá os avanços que poderíamos aqui decretar, se amarássemos a ele os dispositivos de exigência e de responsabilidade educacional – lamentou.
Colcha de retalhos
Autor de emenda que incluiu no texto uma nova meta para estimular a inovação, o senador José Sarney (PMDB-AP) disse não ser “um entusiasta” do plano. Segundo o senador, o projeto é uma “junção de retalhos” entre os interesses de diversos grupos. Esse também é o entendimento de Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que associou o projeto a uma “carta de intenções” e não à realização de metas que concretamente melhorariam a qualidade da educação no Brasil.
- Esse relatório aqui proposto não melhorará os índices de educação no país, não garantirá os 10% do PIB. Não é o relatório que merecerá o nosso voto e não é o relatório com que vamos concordar. É por isso que votaremos contra ele – declarou.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou a decisão do relator de rejeitar o substitutivo (texto alternativo) apresentado por ele. Cristovam havia proposto, entre outros pontos, a  expansão das atuais escolas federais para todo o país, o aprimoramento da carreira docente e dos equipamentos escolares, além da implantação da jornada integral em toda a rede pública.
- Eu gostaria de debater. Eu gostaria de termos chance de debater, em vez de a proposta ser recusada de uma maneira tão simples, tão rápida - lamentou.
Concordância
Antes de anunciado o adiamento, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse considerar que o texto se consolidava como “um plano de Estado para a educação”. De acordo com o senador, o resultado do trabalho é uma carta de princípios que mostrará o compromisso do Brasil com o mundo, a erradicação total do analfabetismo, a universalização do atendimento escolar, a superação das desigualdades educacionais, a melhoria da qualidade em educação e a formação para o trabalho e cidadania.
– O texto estabelece metas de aplicação das reuniões públicas em educação, valoriza professores e profissionais da área, promove princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental – acrescentou.
Eunício Oliveira (PMDB-CE) também elogiou o texto, que, na sua opinião, elevaria a educação a um status de prioridade nacional, ao estabelecer o norte a ser seguido na política educacional do Brasil até 2020.
- Trata-se de um plano que está em sintonia com a Declaração Mundial sobre Educação para Todos e é fruto de um amplo diálogo, de um amplo debate, entre os Poderes Executivo e Legislativo e a sociedade brasileira – disse.
Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2013/12/11/senado-adia-votacao-do-pne-para-a-proxima-terca-feira

Comissão aprova ensino integral para alunos da educação básica. Serão sete horas diárias.

Conforme proposta, estudantes deverão ficar na escola pelo menos sete horas por dia. Carga mínima anual passará de 800 horas para 1.400 horas, distribuídas em 200 dias letivos.
Arquivo/ Gustavo Lima
Lelo Coimbra
Coimbra estendeu o ensino integral a toda a educação básica; proposta original limitava a medida ao ensino fundamental.
A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (11), proposta que institui ensino em período integral de, no mínimo, sete horas por dia para a educação básica (ensinos infantil, fundamental e médio). O texto altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB – Lei 9.394/96)
Pela proposta, o período integral deverá ser implantado de acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE- PL 8035/10), já aprovado pela Câmara e atualmente em análise no Senado. O PNE estabelece como meta para os próximos dez anos a educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender pelo menos 25% dos alunos do ensino básico.
O texto aprovado é o substitutivo do deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES) ao Projeto de Lei 7650/06, do Senado, e a outras 11 propostas apensadas. Coimbra ampliou a obrigatoriedade de ensino integral para toda a educação básica, enquanto o texto original atendia apenas o ensino fundamental (antigo 1º grau).
Por outro lado, Coimbra ampliou o prazo para a aplicação do currículo integral, vinculando-o às metas do PNE. O projeto original dava apenas cinco anos para que as escolas se adaptassem à nova jornada. “Nossa interpretação é que a proposta de inclusão de jornada em tempo integral na LDB deva abranger todas as etapas obrigatórias da educação básica, na modalidade regular, progressivamente nos termos do vindouro PNE”, justificou o relator.
Carga horária
A carga horária mínima anual passará de 800 horas para 1.400 horas, distribuídas em 200 dias letivos para a educação básica. A proposta determina ainda que a jornada em tempo integral incluirá, além de cinco horas obrigatórias de efetivo trabalho em sala de aula, atividades extracurriculares culturais, recreativas, artísticas, esportivas e de acompanhamento pedagógico, a critério dos sistemas de ensino e da linha pedagógica da escola.
Ficam ressalvados dessa regra o ensino noturno e outras formas alternativas de ensino.
Tramitação
A proposta, que tramita em caráter conclusivo, ainda será analisada pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Dez escolas públicas mostram como obter bons resultados em matemática

Biblioteca da Escola Estadual Dom Aquino, em
Juruena (MT), tem quase 9 mil livros
(Foto: Arquivo
pessoal/ Edilso Bratkoski)
Ana Carolina Moreno e Vanessa FajardoDo G1, em São Paulo

Levantamento do Movimento Todos pela Educação, feito com exclusividade para o G1, aponta que controlar de perto a lição de casa, oferecer aulas de reforço, incentivar e estimular os professores, e aproveitar parcerias com o governo são algumas das medidas adotadas por dez escolas públicas brasileiras consideradas "bons exemplos" no ensino de matemática. Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2012, divulgados na terça-feira (3), apontam que o Brasil melhorou no conhecimento da disciplina, mas ainda tem muito a avançar. O país ficou em 58º lugar entre 65 nações no ensino de matemática – a grande maioria dos alunos brasileiros sabe somar, subtrair, multiplicar e dividir, mas ainda não consegue aplicar esses conceitos no dia a dia (veja o ranking do Pisa 2012).
As escolas brasileiras avaliadas pelo Movimento Todos pela Educação (veja relação e dados das escolas no fim desta reportagem) mantêm desde 2007 resultados consistentes e acima da média nacional nas questões de matemática da Prova Brasil, feita a cada dois anos para analisar a qualidade das turmas de 5º e 9º ano do ensino fundamental e de 3º ano do ensino médio. O levantamento revela que alunos dessas escolas têm desempenho similar aos de instituições de ponta, como os colégios militares, federais e de aplicação.
Critério de escolha
O critério de seleção usado no cruzamento de dados foi a porcentagem de alunos do 9º ano do ensino fundamental – idade ideal entre 14 e 15 anos – com aprendizado adequado em matemática acima de 45% na Prova Brasil de 2007, superior a 60% na edição 2009 e maior que 70% em 2011.
Em 2011, a meta esperada para o Brasil nesse quesito era de 25,4%, mas a média nacional ficou em 16,9%. Tendo desempenho acima de 70%, essas escolas já atingiram a meta do Movimento Todos pela Educação para 2021 para o aprendizado em matemática no 9º ano.
Seguindo os critérios acima, foi possível chegar a um grupo de dez escolas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Norte e no Nordeste, as escolas públicas acima das metas são federais, militares ou de aplicação, afirma o Todos pela Educação. Segundo Priscila Cruz, diretora executiva do movimento, as instituições destacadas nesse levantamento mostram que fazer o trabalho básico no ensino pode dar bons resultados. "Elas fazem muito bem feito o básico e conseguem avançar, às vezes mais do que aquelas que ficam inventando coisas mirabolantes", diz.
Para descobrir os detalhes sobre os projetos pedagógicos desse grupo de escolas municipais e estaduais, o G1 entrevistou professores e diretores. Em comum, as instituições têm o fato de serem pequenas, com menos de 100 alunos matriculados no 9º ano. Elas representam, portanto, o perfil médio das escolas do país – a média de matrículas nessa série foi, em 2011, de 70 alunos. Veja as cinco principais medidas destacadas pelas escolas no levantamento:
Os alunos são avaliados de várias formas, com provas individuais, mensais e bimestrais, exercícios resolvidos em casa e em sala de aula"
Inês Angélica Cabril, diretora da Escola Municipal José Negri, de Sertãozinho (SP)
1) Não deixar nenhum aluno para trás
O principal foco das escolas é "não deixar o aluno para trás". As instituições ouvidas pelo G1não fazem vestibulinho nem selecionam os alunos por desempenho acadêmico. Porém, elas dizem que mantêm o hábito de estar sempre atentas aos estudantes – novos ou antigos– que apresentam dificuldades nas aulas. Em matemática, a criança precisa aprender todo o conteúdo de uma etapa para ir para a fase (série) seguinte. Se não aprender cada um desses passos, vai se perdendo no processo ao longo dos anos.

Continuidade no trabalho com os estudantes em todo o ensino fundamental e apoio aos que têm dificuldade são alguns dos segredos por trás do sucesso que a Escola Municipal José Negri, deSertãozinho (SP), tem obtido nos últimos anos. Em 2011, 80,7% dos estudantes tiveram desempenho adequado em matemática na Prova Brasil – muito acima da meta do país para 2011, de 25,4% dos alunos.
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http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/12/dez-escolas-publicas-mostram-como-obter-bons-resultados-em-matematica.html

Professor usa pintura corporal para ensinar anatomia a alunos no RS

Divididos em grupos, alunos de primeiro e segundo semestres de fisioterapia pesquisam as respostas para questões de anatomia lançadas pelo professor. Bonecos para o estudo do corpo humano estão distribuídos na sala, assim como um armário repleto de materiais para a disciplina. A principal atração, no entanto, está na pintura de músculos, ossos e cartilagem feita por uma artista nas costas de um modelo. Os estudantes não aprendem em cadáveres, mas sim com pessoas vivas. O bodypainting (pintura corporal) é utilizado dentro da metodologia de ensino na área da saúde na UniRitter, em Porto Alegre.
O respeito muda, a aula cria essas situações"
Fabrício Duarte, professor e coordenador de fisioterapia
G1 acompanhou a aula ministrada pelo professor e coordenador do curso de fisioterapia da universidade, Fabrício Duarte. Diferenciadas, as aulas com pintura corporal são agendadas. Tanto a artista como o modelo são contratados e recebem pela participação.
“Com todo respeito ao cadáver, não se vê diferenciação de músculo, cartilagem, escápula. No ser vivo, sim”, justifica o professor, que só vê vantagens na técnica utilizada. Além da UniRitter, a Fadergs, da mesma rede (Laureate International Universities), aplica a metodologia no Rio Grande do Sul.
Conforme Fabrício, que é de Minas Gerais e vive em solo gaúcho há 10 anos, a pintura corporal começou a ser usada nos Estados Unidos. No Brasil, a pioneira foi a Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo.
O uso de cadáveres nos estudos da área da saúde é permitido por lei, que sofreu alteração em 2007, quando ficou definido que o cadáver não reclamado junto às autoridades públicas no prazo de 20 dias poderia ser destinado às escolas. A opção das universidades da rede Laureate em não usar corpos de pessoas mortas foi, segundo o professor e coordenador, para mesclar aprendizagem técnica com a ética no contato dos alunos com outras pessoas.
Segundo ele, as aulas práticas com pessoas vivas, além de atrair maior atenção dos alunos, trabalham a conduta e o respeito no grupo. “O respeito muda, a aula cria essas situações”, diz. “Isso é validado cientificamente. Temos que buscar conduta ética. A técnica se constrói com a formação, mas ética vem de berço", completa Fabrício, que afirma não ser contrário ao uso de cadáveres, apesar da opção por não trabalhar com corpos em aula.
Pinturas também são feitas na face durante as aulas (Foto: Sgeila Meyer/Divulgação)Pinturas também são feitas na face durante as aulas (Foto: Sheila Meyer/Divulgação)
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Declaração para um novo ano

20 para 21  Certamente tivemos que fazer muitas mudanças naquilo que planejamos em 2019. Iniciamos 2020 e uma pandemia nos assolou, fazendo-...