Algumas ideias aparecem repentinamente, sem você esperar por elas. Foi assim que a proposta de corrigir vícios de linguagem por meio de faixas espalhadas nos semáforos de Maringá (PR) surgiu, conta o advogado Lutero de Paiva Pereira.
A iniciativa surgiu enquanto Pereira jogava uma partida de golfe. "[O golfe] é um esporte que possibilita alguns momentos de reflexão. Em um deles [dos jogos] fiquei pensando nos vícios de linguagem que existem no ambiente do jogo. Voltei pra casa e pensei mais sobre os vícios que estão presentes em nossa realidade", explica o advogado. "Logo tive a ideia. Conversei com um companheiro de equipe da minha empresa e em uma semana já estava circulando a primeira faixa com correções de algumas palavras."
O objetivo do projeto Sinal do Saber, segundo o autor, é contribuir com o "desenvolvimento cultural da cidade".
Cruzamentos
"Por que não usar o semáforo para divulgar o conhecimento melhor da nossa gramática?", diz o idealizador da iniciativa que faz parte das ruas da cidade desde julho deste ano. "O sinaleiro é utilizado muito por artistas para suas artes."
O critério para a escolha dos semáforos é o fluxo de pessoas, explica o também advogado Tobias Marini de Salles Luz, que ajuda a coordenar o projeto. "Fazemos um rodízio entre os principais cruzamentos da cidade. A divulgação varia entre 4h e 8h por dia, dependendo da data e da ocasião, como promoções no comércio, feriados etc", conclui.
Depois de exibidas nos semáforos, as faixas são expostas em parques e praças da cidade. O conteúdo delas é feito exclusivamente por Pereira. "Mas eu não me valho apenas dos meus conhecimentos. Consulto a gramática já produzida e também alguns sites especializados", diz o autor do projeto.
"A iniciativa está sendo bem aceita pela população. Já temos 12 faixas espalhadas pela cidade, mas não quero só ficar nos vícios de linguagem. O próximo passo será espalhar também conteúdos com informações etimológicas das palavras, contextos históricos, geopolíticos", destaca Pereira.
De acordo com o idealizador, outras cidades já mostraram interesse em replicar a ideia, como Curitiba (PR), Cuiabá (MT) e Presidente Prudente (SP).
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