domingo, 6 de outubro de 2013

O dilema da criação de filhos no Brasil: a ética compensa?

A dentista Márcia Costa abomina infrações às leis de trânsito. Em especial, a prática adotada por muitos pais de parar o carro em fila dupla, interrompendo o fluxo de veículos, para deixar os filhos na porta da escola. Ela prefere estacionar seu carro mais longe e fazer os adolescentes caminharem até lá. Não satisfeita, reprova publicamente os motoristas que alimentam a irregularidade. Os filhos protestam: "Que mico!", diz Beatriz, de 15 anos. "Mãe, assim é você quem acaba sendo a chata da história", afirma Lucca, de 12. A guerra à fila dupla envolveu até o marido de Márcia, Marcelo, que certo dia colocou a convicção da mulher à prova: "Você quer estar certa ou quer ser feliz?" É um velho dilema. Filósofos gregos já se faziam a pergunta há mais de vinte séculos: uns defendiam que fazer o que é correto, o que deve ser feito, é o caminho para a felicidade; outros argumentavam que tal conciliação é impossível.

Ética e felicidade na Grécia Antiga​​

Pródico de Ceos (século V a.C.), um sofista, acreditava que ética e felicidade eram excludentes. Ele citava o exemplo da escolha de Hércules. Segundo a mitologia, o herói se deparara com duas deusas, a felicidade e a virtude, que o convidavam a viver duas vias distintas. Hércules optava pela virtude em detrimento dos prazeres passageiros. Já Aristóteles (século IV a.C.) pensava que ética e felicidade eram complementares: a primeira como o meio, a outra, como fim
O dilema vive no Brasil hoje. E se acirrou há poucas semanas com a publicação do artigo do economista Gustavo Ioschpe, colunista de VEJA, intitulado "Devo educar meus filhos para serem éticos?" Ioschpe revelou a apreensão de criar filhos em uma nação às voltas com problemas éticos de estaturas variadas — da ausência de pontualidade para compromissos à ausência de honestidade para governar. A certa altura, ele apresentou assim seu dilema: "Será que o melhor que poderia fazer para preparar meus filhos para viver no Brasil seria não aprisioná-los na cela da consciência, do diálogo consigo mesmos, da preocupação com a integridade?" Foi a senha para que milhares de leitores se manifestassem, compartilhando apreensão idêntica.
Mais de 30.000 pessoas recomendaram o texto, reproduzido em VEJA.com, utilizando recurso do Facebook; centenas deixaram comentários ao artigo e espalharam as ideias contidas nele pela internet. Muitos aproveitaram a ocasião para contar suas histórias, seus dilemas. É o caso de Márcia Costa e dos demais pais ouvidos nesta reportagem. "Temos que criar nossos filhos para serem do bem ou para se darem bem? A preocupação é o quão inocente nossos filhos vão ser se forem educados para serem do bem", diz a tradutora Samira Regina Favaro Gris. A médica Denise Zeoti acrescenta: "A ideia de passar valores para minha filha e torná-la uma presa fácil me assusta. Quero que ela seja uma pessoa ética, correta, mas não quero que ela seja passada para trás." Continue a ler a reportagem
http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/o-dilema-da-criacao-dos-filhos-a-etica-compensa#texto1

Por medo de desabamento, pais evitam levar filhos para a escola

Rachadura compromete estrutura
Após inúmeros casos de desabamento com mortes no Estado de São Paulo, as mães dos alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Brada, em Perus, zona norte da capital paulista, temem que a próxima tragédia ocorra na instituição e, em dias de chuva, chegam até evitar levar os filhos para a aula com medo de que o pior possa acontecer.
Segundo denúncia das mães, a escola, inaugurada em 2009, apresenta um buraco entre a parede e o chão do lado de fora do prédio. A suspeita é de que o solo tenha cedido ao logo destes últimos quatro anos. O desnível é comprovado inclusive pelos canos de água de chuva, que com a movimentação da terra quebraram ao meio --a parte do teto está há uns cinco centímetros distante da parte do chão.
"Prefiro que eles percam a aula a colocar em risco a vida deles", disse Auricelânia Gomes de Souza, mãe de três das cerca de 900 crianças matriculadas na escola. Mas não são só os pais que estão com medo, a dona de casa Maria da Conceição Gomes de Souza, que também é mãe de três alunos da instituição, conta que a filha de sete anos pede para que não a leve para a aula. "Ela adora a escola e a professora, mas quando o tempo está instável, ela implora para não deixá-la lá."
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http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/10/05/por-medo-de-desabamento-pais-evitam-levar-filhos-em-escola-de-sp.htm

Declaração para um novo ano

20 para 21  Certamente tivemos que fazer muitas mudanças naquilo que planejamos em 2019. Iniciamos 2020 e uma pandemia nos assolou, fazendo-...