terça-feira, 22 de novembro de 2016

Várzea Grande: Comunidade escolar vai às urnas nesta sexta para eleger novos diretores


A prefeitura de Várzea Grande, por meio da Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer realiza na próxima sexta-feira, dia 25, mais uma eleição para escolha de diretores escolares para o triênio 2017/2019. Professores, servidores lotados nas unidades, pais e responsáveis, como também alunos do 6º ao 9º ano poderão votar e eleger gestores para 59 escolas da rede pública municipal de ensino.
O processo de eleição direta cumpre o dispositivo da Lei Municipal 2380/2001 que trata da gestão democrática nas escolas. A votação estará aberta das 7h às 17h. Até às 21h do mesmo dia a secretaria espera estar com a apuração encerrada. A utilização de urnas eletrônicas não foi possível nesse pleito em razão de 2016 ser um ano eleitoral e por esta razão o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) deve mantê-las guardadas por seis meses, após o processo eleitoral que nesse ano elegeu prefeitos e vereadores.
As eleições vão eleger diretores para 13 Centros de Educação Infantil (CMEI), 42 unidades urbanas e quatro unidades do campo, totalizando 59 escolas.
O secretário municipal, Sílvio Fidelis, explica que  desde agosto a comunidade escolar está mobilizada para a escolha dos novos gestores. “Acredito que a participação será bastante ampla e positiva na próxima sexta-feira. As escolas com mais de um candidato promoveram debates, expuseram suas propostas de trabalho”. Outro ponto positivo destacado pelo secretário é que a pedido das próprias escolas, a eleição será realizada na sexta-feira e não no domingo. “Vamos aproveitar a presença dos pais e responsáveis para que votem e façam parte desse processo da gestão democrática”, completa. As aulas não serão interrompidas no Município em função do pleito escolar.
Além de uma comissão central formada por técnicos da Secretaria, cada unidade escolar constituiu sua comissão interna e será ela a responsável pela lisura do pleito realizado por meio de cédulas. No dia da votação cada escola receberá o acompanhamento de um técnico da secretaria para legitimação dos resultados.
O secretário destaca ainda que a eleição direta é uma conquista da categoria e que faz parte da necessidade de democratização do ensino público. “Tenho certeza que os novos gestores serão pessoas comprometidas, criativas e inovadores para gerir a educação de Várzea Grande. No processo de votação haverá o acompanhamento por parte das comissões que foram criadas na garantia da lisura do processo. A eleição é uma oportunidade que as escolas têm de mostrar, principalmente aos alunos, como deve ser e como é importante o exercício do processo democrático”.
A secretária adjunta de Educação, Catarina Sena, reforça que cada um dos candidatos elaborou suas propostas com foco na melhoria e no avanço do ensino público municipal. “O plano de trabalho de cada um dos candidatos tem ação voltada à melhoria da qualidade de ensino e do aprendizado. Cada um deles conhece a realidade da sua unidade e sabe da importância que terá a partir do próximo ano letivo”.
O cronograma das eleições para a escolha dos diretores municipais, estabelecido por meio do Edital 02/2016, teve início no final de agosto com a publicação do edital e vai ser finalizado em 23 de janeiro de 2017 com a posse dos novos diretores.
A secretária adjunta conta ainda que todos os candidatos passaram por curso de capacitação relacionado à gestão escolar e à legislação.
A rede municipal é formada por 79 unidades e somente 59 terão eleições diretas nessa sexta-feira. As 20 restantes não irão participar do pleito. Isso se dá ou por falta de candidatos ou por as unidades não preencherem critérios estabelecidos na lei 2.380, como possuir apenas duas salas de aulas, nenhum professor efetivo ou inexistência de conselho escolar. Nesses casos, haverá a indicação de um professor (formação superior como todos os demais eleitos) por parte da Secretaria e com o aval do Executivo municipal.

Reporter
Marianna Peres
Foto
Divulgação
FonteSecom/VG 

http://www.varzeagrande.mt.gov.br/conteudo/16100

Bernardete Gatti: "Nossas faculdades não sabem formar professores"


ELA PERSEGUE RESULTADOS
Bernardete Gatti, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas. Há 50 anos, ela se dedica ao estudo do aprimoramento dos professores  (Foto: Anna Carolina Negri/ÉPOCA)

 Uma das maiores pesquisadoras em Educação do Brasil diz que a mentalidade predominante nos cursos de pedagogia é anacrônica e não atende às demandas sociais do país


A professora Bernardete Gatti, de 74 anos, interessou-se por formação de professores na década de 1960, quando ninguém no país falava no assunto. Saiu pelo mundo em busca do conhecimento que ainda não existia aqui. Fez seu doutorado na Universidade de Paris, seguiu para o Canadá, para um pós-doutorado na Universidade de Montreal, e para os Estados Unidos, para outro pós-doutorado na área, desta vez na Universidade da Pensilvânia. Deu aulas de psicologia da educação na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Hoje, coordena as pesquisas da Fundação Carlos Chagas. Defende, sobretudo, que nenhuma formação de professores pode ser eficaz sem ênfase nas práticas de como ensinar – algo que não ocorre nas faculdades. Bernardete é a favor da criação de um exame nacional para professores, do aumento de salário, como peça-chave para mudar o perfil dos candidatos à profissão, e de avaliações constantes de professores, atreladas à remuneração.

ÉPOCA – O que falta na formação para professor?
Bernardete Gatti – 
O problema da formação de professores começa na faculdade. Os docentes de pedagogia e das licenciaturas – de matemática, língua portuguesa, biologia etc. – não sabem ensinar para quem dará aula. Isso porque eles mesmos não aprenderam como fazer isso. Para não dizer que a formação didática não existe, podemos dizer que ela é precária. A maioria dos futuros professores não aprende como lecionar. Não recebem na faculdade as ferramentas que possibilitarão que eles planejem da melhor forma possível como ensinar ciências, matemática, física, química e mesmo como alfabetizar. Muitos de nossos professores saem da faculdade sem saber alfabetizar crianças. É um problema grave.
ÉPOCA – Muito já se discutiu sobre como melhorar essa formação. Por que esses cursos não mudam?
Bernardete – 
A gente constata em entrevistas e em pesquisas com docentes das faculdades que eles não têm a noção de que estão formando um profissional da Educação, que vai para a sala de aula lidar com crianças e adolescentes. Eles trabalham para formar intelectuais e pesquisadores. Até certo ponto isso é importante. Mas essa é apenas parte da formação. É preciso focar também na prática social nas escolas. Dizer para os acadêmicos que eles têm de formar professores para a sala de aula chega a escandalizá-los. Muitos encaram essa questão como algo menor. Essa mentalidade vem de longe, lá dos séculos XVI, XVII. E até hoje prevalece. 
ÉPOCA – Quais são os exemplos que podem nos inspirar?
Bernardete –
 Há iniciativas bastante interessantes na Austrália, em alguns locais nos Estados Unidos, na França, na Bélgica e na Itália. Essas iniciativas têm em comum o fato de preservar a vivência em sala de aula do professor universitário. Aquele docente que formará o professor trabalha em pesquisa, dá aula na universidade, mas não perde o vínculo com o que ocorre na educação básica. Isso é importante porque, à medida que as coisas mudam – e tudo muda sempre –, o conhecimento muda e as relações educacionais também. As novas gerações trazem culturas diversificadas. Quem formará os professores tem de frequentar a educação básica para acompanhar esse movimento e manter-se em sintonia com as vivências escolares.
ÉPOCA – Os cursos de pedagogia e de licenciatura proliferam nas instituições de ensino superior. Os problemas mudam de acordo com o tipo de faculdade?
Bernardete –
 A maioria dos professores hoje é formada por instituições de natureza privada (80% deles). Em muitas delas, os cursos são encurtados  e, de certa maneira, aligeirados. Esse encurtamento não é permitido por lei. Ele ocorre porque as aulas podem ser substituídas por seminários culturais e atividades programadas. O problema é que esses eventos não são desenvolvidos a contento. Grande parte da formação é feita à distância. O aluno que passa por esse tipo de faculdade sai com precárias condições de entrar numa sala de aula. É despreparado, especialmente, para trabalhar com alfabetização. Por isso, vemos esses resultados de alfabetização problemáticos no país (13 milhões de pessoas não sabem ler e escrever. Uma em cada cinco crianças de 8 anos não lê).
ÉPOCA – Um professor precisa passar por um estágio obrigatório de 400 horas. Esse período é suficiente para dar a experiência de sala de que os professores precisam?
Bernardete –
 A questão principal é que essas 400 horas não são cumpridas como deveriam. A pesquisa de campo mostra continuamente que esses estágios são feitos a toque de caixa. Não há controle algum se as horas foram cumpridas, se o estudante estagiou mesmo ou se simplesmente a declaração de que ele estagiou foi assinada por alguma instituição que nunca o teve em sala de aula. As faculdades não providenciam convênios com escolas ou redes para fazer um projeto de trabalho dos estagiários junto aos professores da rede. Um complicador é que  60% dos cursos de pedagogia são feitos à distância. Nesse modelo, o estudante perde muito da relação com as crianças. Sem um programa de estágio estruturado, esse déficit na formação só aumenta.
ÉPOCA – Em carreiras como Direito e medicina, o aluno que conclui a faculdade tem de fazer um teste rigoroso que mostre que ele aprendeu o que precisa. Isso poderia ser aplicado também aos candidatos a professor?
Bernardete –
 Seria factível tanto para a pedagogia quanto para as licenciaturas ter um exame nacional para professores. Isso foi ensaiado na fase em que Fernando Haddad foi ministro da Educação (2005 a 2012), tanto que os pressupostos de um exame dessa natureza estão prontos lá no Inep (órgão do governo responsável pelas avaliações de Educação do país). Mas não foi adiante porque há muita resistência e interferência política em relação a isso. Não sei se essa seria uma solução. Mas um exame nacional como o da OAB seria  um indicador do nível de formação de nossos professores.
"Um exame nacional para professores como o da OAB seria um indicador do nível de formação de nossos profissionais"
ÉPOCA – É possível sanar o déficit de formação que os milhares de professores em serviço carregam?
Bernardete –
 Com esforço muito grande. Os alunos saem da faculdade para a sala de aula com uma formação tão precária que os esforços de especialização são punidos. O problema é que temos uma distorção. Como as faculdades são muito ruins, o que deveria ser uma especialização vira uma formação básica dada quando o professor já tem alunos em sala. A formação continuada deveria ser um aprimoramento, uma forma de enriquecer as aulas que ele já deveria saber conduzir. Isso não acontece. Então, bancamos cursos para formar alfabetizadores, cursos para dar iniciação em matemática, cursos para professores de ciências. Estados e municípios não têm condições de programar e de controlar o que é feito nessas formações continuadas, e os resultados educacionais continuam sendo bastante precários apesar de todo o dinheiro investido – que não é pouco.
ÉPOCA – O que tornaria essa carreira mais atraente?
Bernardete – 
Olha, muita gente já disse que maior remuneração não faz tanta diferença, mas eu sou contra. Para mim, remuneração é chave. Aumentar os salários é fundamental para valorizar a profissão, para trazer gente mais bem preparada para a sala de aula e para fazer os que já estão nela correr atrás de melhorar. Ninguém escolhe uma carreira só por ideologia. Você olha o que será seu futuro profissional. E a carreira do professor, em geral, não delineia um futuro muito bom. Ela cria uma armadilha. Para o professor avançar em termos de salário, ele é obrigado a deixar de ser professor para ser coordenador ou ser diretor. Tem de abandonar a sala. Isso ocorre justamente quando ele já tem experiência em dar aula. Acho que a carreira tem de dar incentivos para que ele se mantenha na sala. 
ÉPOCA – Qual sua opinião sobre a estabilidade? Ela compromete a qualidade?
Bernardete –
 Essa é uma discussão complexa. A vantagem da estabilidade é que se pode investir bastante no professor porque ele ficará na rede. Ela prejudica o desenvolvimento do profissional porque pode gerar muita acomodação. Agora, repito, num país como o nosso, a estabilidade é uma questão complexa, que tem de ser discutida em profundidade. Não dá para dizer: “Sou contra ou sou a favor e pronto”. Uma ação eficaz para garantir a estabilidade sem comprometer a qualidade é acompanhar com rigor o estágio probatório de três anos (até então o professor não tem estabilidade) e estabelecer pontos de passagem na carreira atrelados a aperfeiçoamento, aumento de qualidade da aula e remuneração.

http://epoca.globo.com/educacao/noticia/2016/11/bernardete-gatti-nossas-faculdades-nao-sabem-formar-professores.html

Aprovada obrigatoriedade de escolas divulgarem telefones de serviços de emergência em local visível

A Comissão de Educação aprovou proposta que obriga as escolas públicas e privadas a afixar, em local visível de suas áreas de acesso comum, cartaz com os telefones dos serviços públicos de emergência e de utilidade pública de sua respectiva jurisdição.
Reprodução/TV Câmara
dep. Jorge Silva
Dr. Jorge Silva: medida deve contemplar todas as unidades de ensino. 
O texto aprovado é o Projeto de Lei 3103/15, do deputado Silas Brasileiro (PMDB-MG), que recebeu parecer favorável, com emenda, do relator, deputado Dr. Jorge Silva (PHS-ES). O projeto original restringia a obrigação às escolas de ensino médio, de ensino técnico e de ensino superior. O relator acredita que a medida deve contemplar todas as unidades de ensino e propôs emenda nesse sentido.
“A medida é de fácil cumprimento e pode, de fato, representar importante meio de garantia da segurança e da saúde da comunidade escolar”, afirmou Silva.
Tramitação
A proposta será analisada, em caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.


ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem – Lara Haje
Edição - Rachel Librelon













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http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/EDUCACAO-E-CULTURA/519678-APROVADA-OBRIGATORIEDADE-DE-ESCOLAS-DIVULGAREM-TELEFONES-DE-SERVICOS-DE-EMERGENCIA-EM-LOCAL-VISIVEL.html

Declaração para um novo ano

20 para 21  Certamente tivemos que fazer muitas mudanças naquilo que planejamos em 2019. Iniciamos 2020 e uma pandemia nos assolou, fazendo-...