quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Projeto Muxirum busca diminuir taxa de analfabetismo em comunidades carentes

Em 2018, a Seduc atendeu 6 mil alunos, com 608 turmas formadas e 409 professores alfabetizadores. Proposta é ampliar público atendido na edição deste ano.

Adilson Rosa Seduc MT 

Com o objetivo de levar a alfabetização a cada vez mais municípios de Mato Grosso, uma equipe do Muxirum da Alfabetização, da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), está participando da 12ª edição do projeto Ribeirinho Cidadão.
No próximo dia 13, haverá atendimento em Poconé (a 104 quilômetros ao sul de Cuiabá) para levar mais serviços. Em 2018, o Projeto Muxirum somou cerca de 6 mil alunos matriculados e 608 turmas formadas, que foram atendidas por 409 alfabetizadores participantes.
Para o superintendente de Políticas da Educação Básica, Márcio Tadeu Magalhães, o evento é importante porque leva a estrutura do Estado para mais perto do cidadão.  “Este ano, estamos nos organizando para atender um número ainda maior de alunos que nos anos anteriores”.
O projeto da Educação vai disponibilizar um estante, onde apresenta à população o trabalho e as atividades desenvolvidas na alfabetização de adultos e idosos. “Também procuramos localizar nosso público-alvo, durante essas exposições”, explicou Manoel Satiro, técnico da Seduc. Compõem a equipe ainda Romildo Gonçalves e Elen Prates.
A abertura desta edição do Ribeirinho Cidadão ocorreu na segunda-feira (04), em Santo Antônio do Leverger (a 34 quilômetros ao sul de Cuiabá). O projeto é desenvolvido pelo Tribunal de Justiça (TJ) e Defensoria Pública, em parceria com o Governo do Estado. O objetivo é levar serviços de cidadania, jurídicos e médicos para comunidades ribeirinhas de Santo Antônio do Leverger, Poconé e Barão de Melgaço.
Muxirum
Tem como meta diminuir a taxa de analfabetismo em Mato Grosso, alfabetizando adultos e idosos. O curso tem duração de 270 horas, distribuídas em seis meses, com carga horária mínima de 10 horas semanais. A ação é desenvolvida em parceria com as prefeituras municipais, igrejas, sindicatos, clubes de serviços, sindicatos rurais e outros segmentos organizados da sociedade mato-grossense.
http://www.mt.gov.br/web/seduc/

Competências para uma educação integral

Mozart Neves

Um estudo sobre o futuro do trabalho da consultoria global McKinsey & Company revela que seis em cada dez trabalhos podem ter mais de 30% de suas atividades automatizadas. No cenário mais modesto, isso poderá impactar, até 2030, a atividade laboral de 400 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, a estimativa é que o efeito da automação atinja cerca de 16 milhões de brasileiros, especialmente os jovens que não tiveram acesso a uma educação de qualidade.
Esse novo cenário vai exigir um aumento de qualidades humanas, como a criatividade, o trabalho em equipe, a persistência, a abertura ao novo, a comunicação e o pensamento crítico, entre outras. Por isso, a oferta de uma educação com significado, que seja capaz de desenvolver o potencial pleno das pessoas, torna-se condição imperativa para o acesso aos postos de trabalho atuais e futuros.
Isso requer uma educação que vá além do desenvolvimento de competências cognitivas, mas que seja capaz de introduzir, de forma articulada com estas, as chamadas competências socioemocionais, na perspectiva do desenvolvimento pleno de nossos educandos, em conformidade com o Artigo 2º da LDB (A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho). Quando essa articulação ocorre no contexto do currículo escolar, e de forma intencional, é o que chamamos de educação integral.
Vários estudos mostram que estudantes mais responsáveis, colaborativos, persistentes, curiosos e resilientes aprendem mais, concluem seus estudos básicos na idade certa e saem da escola preparados para seguir aprendendo ao longo da vida. Na idade adulta, tornam-se cidadãos mais conscientes e participativos, trabalhadores mais éticos, produtivos e realizados, enfim, seres humanos mais aptos a fazerem boas escolhas e usufruírem delas.
Espera-se assim que as escolas preparem as nossas crianças e os nossos jovens para uma educação que seja capaz de desenvolver tais competências e que não seja mais uma disciplina, mas uma nova forma de ensinar e de aprender – o que significa, por outro lado, a necessidade de dar um novo significado à formação do professor.
Por isso, cabe agora ao Conselho Nacional de Educação (CNE), a partir do encaminhamento feito pelo Ministério da Educação (MEC), em dezembro último, elaborar as novas diretrizes para formação docente. Um trabalho que vai exigir uma grande articulação com todos os atores envolvidos com a educação brasileira, das universidades às secretarias de educação, incluindo os conselhos estaduais e municipais de educação. Creio que seja esta a mais importante tarefa, dentre várias, do CNE para o ano em curso.

Sobre o autor

Diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna. Foi reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), secretário de Educação de Pernambuco (2003-2006) e presidente do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação). Foi presidente executivo do Todos Pela Educação (2007-2010)
https://istoe.com.br/

Declaração para um novo ano

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