quarta-feira, 12 de março de 2014

Professora teve contrato indeferido pelo Estado de SP por obesidade

Foto: Guilherme Baffi/ Diario da Região
José Bonato
Do UOL, em Ribeirão Preto (SP)
Aprovada em concurso realizado em novembro de 2013, uma professora de São José do Rio Preto (438 km de São Paulo) teve a contratação indeferida pelo Estado porque é obesa. Bruna Giorjiani de Arruda (Foto), 28, tem 1,65 metros de altura e pesa 110 quilos.
O DPME (Departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo) justificou, no início deste mês, a inaptidão de Bruna para o cargo porque o IMC (Índice de Massa Corporal) dela é 40,4, o que caracteriza "obesidade mórbida".
O IMC é calculado pela divisão do peso do candidato pelo quadrado de sua altura. O critério, segundo o DPME, é estabelecido pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
Em nota, o DPME argumenta que Bruna, devido ao peso, pode desenvolver doenças futuramente, como o diabetes, por exemplo, e prejudicar o serviço público. Para o DPME, a reprovação de Bruna atende ao "interesse coletivo" e não está fundamentada em preconceito.
A Secretaria de Gestão Pública, por meio de nota, reforçou a explicação de que não se trata de preconceito. A pasta afirma ainda que "é necessário zelar pelo interesse coletivo e provisionar futuros custos que caberia ao Estado arcar, como licenças médicas e afastamentos". E completa: "muito acima do prejuízo financeiro, está o dano administrativo e de procedimentos, principalmente em se tratando do sistema educacional, que requer uma preocupação ainda maior na análise a longo prazo". A nota foi enviada na noite de terça (11).

E os fumantes?

Bruna não concorda. Para ela, se o Estado quer evitar problemas futuros, deveria evitar a admissão de professores fumantes, por exemplo, que também podem desenvolver doenças graves.
Para ela, sua reprovação é preconceituosa e absurda. "Se contratam deficientes, o que acho justo, por que não podem admitir obesos?"
Bruna é professora temporária da rede estadual desde 2007. Ela ganha R$ 530 por nove aulas semanais de sociologia no ensino médio de Nova Aliança (447 km de São Paulo). Também ensina, como especialista, filosofia em faculdades particulares de Rio Preto. 
A professora afirma que faz exames de saúde regularmente há cinco anos. "Os resultados nunca apontaram qualquer alteração", afirma. Ela pratica natação regularmente e come "de tudo, principalmente frutas, verduras e legumes".
No dia 20 de fevereiro, como candidata, ela fez exames de saúde numa clínica de Rio Preto conveniada ao DPME. Ela apresentou 12 exames clínicos, preencheu um formulário no qual disse não possuir nenhuma doença e informou espontaneamente sua altura e peso. 
"Não há balança na clínica. Eu poderia ter mentido, mas não o fiz. A médica que me atendeu viu os exames e disse que estava tudo certo com minha saúde."

"Gordofobia"

Bruna disse que ingressou com recurso contra a decisão do DPME para se submeter a dois novos exames. Caso seja novamente reprovada, afirma que vai ingressar com um mandado de segurança por intermédio da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).
A Apeoesp informou por meio de nota nesta terça-feira (11) que está solicitando reunião com a Secretaria de Gestão Pública para tratar do caso de Bruna. Também informou que ingressará com ação judicial para defender os direitos dos professores em situação análoga.
Bruna é casada, não tem filhos e pretende cursar mestrado na Unesp (Universidade Estadual Paulista). O tema de sua pesquisa será "gordofobia".

http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/03/11/professora-teve-contrato-indeferido-pelo-estado-de-sp-por-obesidade.htm

Consed e Fundação Telefônica Vivo realizarão Workshop sobre tecnologias educacionais

O Conselho Nacional de Secretários de Educação – Consed juntamente com a Fundação Telefônica Vivo, realizará no dia 13 de março o Workshop - Tecnologia na Educação, na sede da Telefônica, em São Paulo. O encontro reunirá secretários de estado da educação e responsáveis pelas áreas pedagógica e tecnológica das secretarias. O objetivo do encontro é atualizar o panorama do uso das tecnologias nas redes estaduais, apresentar plataformas e conteúdos digitais para as secretarias, bem como refletir sobre a relação inovação, educação e qualidade.
    A Fundação Telefônica trará um panorama das tendências em tecnologias digitais e estarão presentes os representantes de plataformas educacionais digitais para que os participantes possam experimentar, bem como, tirar dúvidas sobre suas características e formas de implementação.
    O encontro também contará com a palestra “Como a inovação pode ser uma aliada na melhoria da educação pública?” ministrada pelo diretor do Programa Global de Líderes da Educação (GELP), David Albury. O GELP é um grupo que reúne líderes de sistemas educacionais de vários países.
    Workshop Consed - Com objetivo de estabelecer parcerias com instituições do terceiro setor e organismos internacionais atuantes na área de educação, o Consed realizou no segundo semestre de 2013 o I workshop Consed – Planejamento de Educação 2014. A intenção foi abrir um espaço para que entidades cujos projetos tenham sinergia com as ações desenvolvidas pelo Consed, pudessem apresentar seus projetos de forma a se colocar à disposição do Conselho para uma possível cooperação. O Workshop Consed - Tecnologia na Educação é fruto de cooperação firmada nesta reunião. 
    Sobre a Fundação Telefônica Vivo - Criada em 1999, a Fundação Telefônica incorporou os projetos do Instituto Vivo em 2011, em função da fusão entre a Vivo e a Telefônica. A Fundação Telefônica Vivo acredita que conectando pessoas e instituições é possível transformar o futuro, tornando-o mais generoso, inclusivo e justo. Utiliza tecnologias de forma inovadora para potencializar a aprendizagem e o conhecimento, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e social. Suas principais áreas de atuação são: Combate ao Trabalho Infantil, Educação e Aprendizagem, Inovação Social e Voluntariado. O Grupo Telefônica possui, ainda, fundações em 16 países.
http://consed.org.br/index.php/comunicacao/noticias/793-consed-e-fundacao-telefonica-vivo-realizarao-workshop-sobre-tecnologias-educacionais

Artigo do Ministro da Educação: Raio-X da educação básica

Henrique Paim
Mudar o processo educacional brasileiro exige grande esforço, ainda mais em um país que teve um despertar tardio para a importância da educação em seu desenvolvimento.
O esforço é conjunto, pois na educação básica o sistema funciona em regime de colaboração entre a União, Estados, Distrito Federal e municípios. Cada Estado e cada município tem autonomia de seu sistema de ensino, cabendo à União estabelecer diretrizes e apoiar técnica e financeiramente os entes federados na cruzada pela educação com mais acesso, garantindo ao estudante uma trajetória regular e de qualidade.
Em outra dimensão, o esforço é conjunto porque envolve uma gama de atores: professores, gestores, os demais profissionais de educação, as famílias, os estudantes e a sociedade. Sabemos que as políticas públicas educacionais surtem efeito em médio e longo prazo. O investimento na construção de escolas de educação infantil trará retorno para o Brasil daqui a 20 anos. Isso porque uma criança que tem acesso a essa escola terá mais chance de concluir a educação básica na idade própria e de se tornar um profissional mais qualificado.
Por isso devemos enxergar os dados do Censo da Educação Básica de 2013 com dois olhares. O primeiro é o de que ainda temos muitos desafios pela frente. O segundo, o de que devemos destacar os bons resultados dos esforços conjuntos. Eles mostram que a educação básica no país avançou.
O crescimento de 7,5% nas matrículas das creches está associado a uma política de financiamento, por meio do Fundeb, e de investimento em infraestrutura para receber esse público. O governo federal tem como meta contratar a construção de 6.000 creches até o final deste mandato da presidenta Dilma, e o que foi feito até agora já permitiu que o atendimento aumentasse 73% de 2007 para 2013.
No ensino fundamental, a redução de matrículas significa que o fluxo escolar melhorou. Outra boa notícia é a ampliação da educação em tempo integral. De 2010 para 2013, houve um crescimento de 139%, com o número de matriculados saltando de 1,3 milhão para 3,1 milhões. Só no ano passado, esse aumento foi de 45%. É importante ressaltar que, dos 3,1 milhões de matrículas, 3,07 milhões foram na rede pública. O MEC (Ministério da Educação) tem repassado, em média, R$ 2 bilhões por ano para a ampliação da jornada escolar.
A partir do programa Mais Educação-Educação em Tempo Integral, que se revelou uma estratégia bem-sucedida do MEC para a implantação da jornada integral nas redes públicas, podemos acreditar que é factível a meta do Plano Nacional de Educação – que espera aprovação no Congresso Nacional – de termos 25% dos alunos em tempo integral nos próximos dez anos.
Na educação profissional, saímos de 780 mil matrículas em 2007 para 1,44 milhão em 2013, um crescimento de 85%. Para isso, diversas políticas e ações foram determinantes. A expansão das redes federal e estaduais de educação profissional, científica e tecnológica foi uma delas. Outra foi o Pronatec, prioridade do governo da presidenta Dilma, que chegará ao fim deste ano com 8 milhões de matrículas, sendo 2,4 milhões no ensino técnico.
Após a inclusão recente de milhões de estudantes, o ensino médio tem hoje novos desafios. O aperfeiçoamento do currículo e a formação de professores são pontos que já estamos enfrentando. O avanço passa também pela possibilidade de profissionalização, oferecendo aos jovens, além da escolarização, qualificação para o trabalho.
O Censo mostra que as políticas públicas estão dando resultados, mas nos desafia a avançar na busca da melhoria da qualidade da educação para garantir o desenvolvimento sustentável do país.
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=20285

Seduc disponibiliza às escolas Guia Orientativo do PPP

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) disponibiliza a todas as 744 unidades escolares o Guia Orientativo de Rediscussão do Projeto Político – Sistema PPP. O material será um suporte à discussão durante a Semana Pedagógica a ser realizada de 12 a 14 de março.
“Essa é uma ação inicial para a Semana Pedagógica e terá sua continuidade garantida por meio dos Centros de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação (Cefapros), que irão desenvolver uma série de atividades sobre avaliação do PPP”, explica a explica a superintendente de Educação Básica (SUEB), Catarina Cortes.
A Semana Pedagógica é voltada para que toda a equipe da escola planeje as ações para o ano letivo a partir das experiências já executadas nos projeto anteriores da escola. “A partir dessa análise, desse processo coletivo de reflexão e que se pode planejar 2014. O Projeto Político Pedagógico da escola tem de refletir aquilo que está em seu entorno e traçar os caminhos para atingi-los”, finaliza. Ela ainda relembra que o material trará informações sobre o Plano de Aplicação Financeira da Escola.
Além da disponibilidade virtual, a superintendente pontua que o documento também será impresso e posteriormente encaminhado a todas as unidades da rede.


Patrícia Neves
Assessoria Seduc-MT 

http://www.seduc.mt.gov.br/conteudo.php?sid=20&cid=14158&parent=20

Educação integral pode não ser sinônimo de qualidade

Alexandre Sayad 


É preciso olhar com cuidado para a tentação otimista dos dados do censo escolar que constataram um aumento de mais de 40% de matrículas para o período integral de alunos de ensino fundamental no Brasil. A ideia de que mais tempo na escola sempre será necessariamente sinônimo de melhor aprendizado e retenção de alunos é equivocada.
O MEC começou há oito anos o projeto interministerial do Mais Educação com o objetivo de que, primeiramente nos ciclos do fundamental, e depois no do médio, alunos pudessem viver a integralidade da educação – o que inclui o conceito de educação integral, mas não termina nele.


Veja também:
Com uma “inspiração suave” no que foram os CIEPS no Rio de Janeiro e a Escola Plural em Belo Horizonte, o Mais Educação prevê que não exista dicotomia entre turno e contra-turno escolar – geralmente enxergados por pais e professores como o período sério do currículo seguido do “leve” do entretenimento, respectivamente. Essa impressão, da parte “chata” e da “divertida” da escola,   quase automática, acaba mais por fragmentar do que  integralizar a educação.
Uma educação integral de fato deveria abarcar o aprendizado de forma holística, ampliando o tempo e espaço da escola de um lado, mas dissolvendo as fronteiras entre disciplinas, os muros da instituição e as linhas imaginárias entre educação e vida cotidiana. Assim, acelerar o processo de transformação do ensino tradicional e aproximar o estudante da instituição que ele sempre ameaça abandonar e acha distante de seu universo.
Muitas escolas particulares, de olho na fatia de mercado de pais atolados de trabalho o dia todo, também passaram a dobrar o turno de ciclos que antes não eram integrais.
Vale prestar atenção: uma escola que repete atividades de um turno para outro, como aula de reforço por exemplo, ou transforma o período vespertino em uma colcha de retalhos de atividades desconexas,  periga multiplicar por dois o fracasso escolar.
Se a onda de start-ups e pensadores de plantão com razão insiste em lutar contra uma educação fragmentada e sem sentido para o aluno, a educação integral mal feita acaba fazendo um desserviço para atualizar a escola para o século XXI.
Fora alguns trabalhos acadêmicos relevantes, que dão conta de parte pequena do Brasil, não tenho conhecimento de alguma ferramenta que acompanhe de fato o que acontece nas escolas integrais.
O MEC disponibilizou apostilas que estimulam diversas atividades interessantes, ligadas à cultura digital, participação, comunicação e esportes. Essas atividades carecem de parcerias entre escolas, empresas e ONGs porque muitas vezes não estão dentro das competências encontradas no corpo docente.  A verba, que vai direto do MEC à instituição, esbarra em entraves para firmar essas parcerias.
Há muitas experiências impressionantemente transformadoras que tive oportunidade de conhecer. Mas os números do censo escondem a maior parte delas.
A pergunta perigosa que resta é: a percepção de grande parte dos pais de que a escola é boa porque oferece ela merenda e “segura” o estudante o tempo inteiro entre seus muros está sendo reforçada? Tenho receio de postergarmos o tempo em que os pais perguntarão aos filhos o que eles aprenderam e experimentaram naquele dia.

http://portal.aprendiz.uol.com.br/2014/03/10/educacao-integral-pode-nao-ser-sinonimo-de-qualidade/

Declaração para um novo ano

20 para 21  Certamente tivemos que fazer muitas mudanças naquilo que planejamos em 2019. Iniciamos 2020 e uma pandemia nos assolou, fazendo-...