sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Governo discute criar metas intermediárias para o Ideb

Mariana Tokarnia - Agência Brasil




A secretária da Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Maria Beatriz Luce, diz que o MEC e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) discutem mais metas intermediárias para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O objetivo é criar mais passos para estimular escolas e governos municipais e estaduais, tornando as metas mais factíveis. Atualmente o índice é divulgado de dois em dois anos.

"Essa é uma preocupação. A gente às vezes coloca uma meta muito difícil de alcançar, mas, se a gente decompõe em mais passos a parte, conseguimos estimular a gestão da escola, os professores, a comunidade escolar, os secretários municipais e estaduais", explica Maria Beatriz. "Não é abrir mão da qualidade de maneira alguma. O que estou dizendo é que temos que encontrar metas intermediárias ano a ano e não aquela meta da década".

O Ideb é o principal indicador da qualidade do ensino básico no Brasil. Em uma escala até dez, sintetiza dois conceitos, a aprovação escolar e o aprendizado em português e matemática. OIdeb de 2013 foi divulgado pelo governo no início do mês. A meta estimada de 4,9 para anos iniciais foi a única cumprida pelo país, que obteve um índice de 5,2. A meta da década a que a secretária refere-se está no Plano Nacional de Educação (PNE), que estabelece o índice que deve ser cumprido em cada etapa de ensino nacionalmente.

"Estamos trabalhando para ver se nós conseguimos qualificar mais as medidas em geral e estabelecer metas intermediárias que vão estimulando as pessoas, no sentido de dar um tratamento pedagógico estimulante para o alcance de todas as escolas", acrescenta Maria Beatriz.

A secretária participou hoje (23) de debate na sede do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), em Brasília, cujo tema era Os Desafios da Educação Brasileira à Luz do PNE. O ministro da Educação, Henrique Paim, também compareceu ao encontro. Ele destacou os avanços feitos pelo Brasil na educação nos últimos anos. O ministro citou, como exemplo, a média de anos de estudo dos brasileiros, que partiu de 2,6 anos em 1980 para os atuais 7,7 anos. Número, no entanto, ainda inferior a países da América Latina.

Segundo Paim, devido ao processo tardio de atenção para a área, quando comparada aos demais países, o Brasil ainda demorará algum tempo para atingir o topo de indicadores. "Não podemos exigir que tenhamos uma resposta imediata do ponto de vista educacional e nem que estejamos situados nos exames internacionais nas primeiras posições. Temos uma barreira a ser superada e o esforço que temos que fazer é um esforço muito grande para que possamos avançar ainda mais".

Sobre o financiamento da educação, que pelo PNE deverá chegar a pelo menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em dez anos, Paim disse que além de mais recursos, a área precisa também melhorar a gestão. O CFC colocou-se à disposição com profissionais para auxiliar principalmente na gestão municipal, onde estão os maiores gargalos


Editor Fábio Massalli

http://www.ebc.com.br/educacao/2014/10/governo-discute-criar-metas-intermediarias-para-o-ideb

Aplicativo do Portal de Periódicos está disponível para usuários

Usuários do Portal de Periódicos, das mais de 400 instituições participantes, poderão baixar o aplicativo da biblioteca virtual para acessar os conteúdos assinados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) com editores internacionais. O app do Portal de Periódicos está disponível para IOS, android e outros sistemas operacionais, nas categorias Referência e Educação.
O aplicativo, desenvolvido em parceria com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), permite o acesso remoto via Comunidade Acadêmica Federada (CAFe). É possível realizar buscas rápidas por assunto, periódico, base e livro, todos com a funcionalidade de autopreenchimento. O usuário ainda consegue navegar em websites referenciados pelos resultados de busca, além de ler e exportar os artigos em formato PDF.
O usuário acessa periódicos, referências bibliográficas com resumo, teses e dissertações, normas técnicas, livros, obras de referência, estatísticas, patentes, arquivos abertos e redes de e-prints. São inúmeras possibilidades de pesquisa dentro do universo científico oferecido de forma rápida e prática pelo aplicativo do Portal de Periódicos.
Portal de Periódicos
Criado em novembro de 2000 para democratizar o acesso a conteúdos científicos de alto nível produzido no mundo, o Portal de Periódicos oferece acesso a mais de 36.000 títulos com texto completo, 130 bases referenciais, 12 bases exclusivas para patentes e mais de 250.000 e-books. O portal ainda oferece conteúdo gratuito selecionado, como bases de livre acesso, periódicos nacionais com boa classificação no Programa Qualis-Capes, além dos resumos de teses e dissertações defendidas no país.
Clique aqui e baixe o aplicativo do Portal de Periódicos da Capes.

(Fabrícia Carina Souza Araújo – equipe Portal de Periódicos)
http://capes.gov.br/component/content/article/36-salaimprensa/noticias/7201-aplicativo-do-portal-de-periodicos-disponivel-para-usuarios

Para pensar “fora da caixa”

Escrito por Roberta Braga
Instigar maneiras criativas de pensar e agir. Esse é um dos resultados do método design thinking para educadores, uma nova abordagem para resolução de problemas e desafios inspirada em conceitos do design. O novo processo chegou ao Brasil em 2013 por meio de uma parceria do Instituto Educa Digital com o Instituto Natura, o qual trouxe uma versão do material desenvolvido pela empresa norte-americana Ideo. Esse conteúdo – que explica passo a passo a aplicação do design thinking – pode ser baixado gratuitamente no endereço www.dtparaeducadores.org.br. “O guia é totalmente customizável, ou seja, se o professor quiser criar, é livre para isso, ele é o autor de todo o processo”, aponta a diretora executiva do Instituto Educa Digital, Priscila Gonsales. Além desse material, as escolas podem buscar oficinas para capacitar seus professores.
O método pode ser uma poderosa ferramenta para quem deseja usar as tecnologias digitais na educação e trazer inovação para o processo de ensino e aprendizagem. “Celulares e outros dispositivos, por fazerem parte do dia a dia dos jovens, estão inseridos em diversas atividades sugeridas durante as fases”, observa Priscila, que acrescenta que o design thinking é também uma forma de tecnologia social, pois permite a troca de experiências entre os educadores, visto que não existe receita pronta quando se fala em uso da tecnologia na educação.
Os passos do design thinking
design thinking pode ser usado por professores em projetos que envolvam a comunidade escolar e também em sala de aula – em diferentes níveis de ensino –, adaptando-se os desafios propostos aos conteúdos curriculares. O objetivo é chegar à resolução de um problema, que pode ser, por exemplo, a aprendizagem de determinado tema. O método sugere cinco passos: descoberta, interpretação, ideação, experimentação e evolução. Mas, observa Priscila, “é o professor quem decide se irá passar ou não por todas as fases e se o processo irá durar um dia ou um ano”. Conheça a seguir as fases sugeridas.
Descoberta: o grupo deve compartilhar suas opiniões sobre o tema para, em seguida, identificar claramente qual será o desafio. Considerar as pessoas, por meio da pesquisa sobre o público envolvido, é uma parte importante do processo. Todo o planejamento deve ser definido, como as formas de pesquisa, o cronograma etc.
Interpretação: envolve a compreensão e a aplicação prática de um tema. O grupo deverá compartilhar suas pesquisas e histórias. Depois, é preciso decifrar o aprendizado dessas experiências para se definirem as percepções do grupo. Relacione essas descobertas ao seu desafio e crie perguntas produtivas do tipo “Como podemos ...?”. 
Ideação: fase do brainstorming (tempestade de ideias, em tradução livre). Todos os participantes devem sugerir diversas ideias para a resolução dos desafios. É importante falar tudo que vem à cabeça, mesmo que não pareça relevante. O grupo deve escolher as ideias mais promissoras e, depois, a melhor sugestão deve ser analisada, listando-se obstáculos e propondo-se novas soluções.
Experimentação: as ideias se tornam protótipos para que fiquem mais claras. Crie pelo menos três versões para sua ideia. Todos devem opinar e dar sugestões para refinar o projeto. Depois, é hora de testar seus protótipos. Para isso, defina um grupo para dar um feedback e considere as sugestões recebidas. A maioria das ideias e dos conceitos requer atualizações constantes.
Evolução: após a criação do projeto, ele ainda precisa ser acompanhado. É uma construção permanente do aprendizado. Defina seus critérios de sucesso para guiar o desenvolvimento e documente o progresso. Compartilhe com públicos externos, promova sua ideia e construa parcerias. 
Resultados
O método permite chegar a resultados diferentes de uma abordagem tradicional, pois tem foco também no processo. “Todas as fases são um grande aprendizado. É importante que o professor perceba o desenvolvimento desses alunos, as maneiras novas que eles aprenderam de pensar e agir”, observa  Priscila. Ela ressalta que a educação ainda é baseada em perguntas e respostas certas e que não se instiga os estudantes a questionarem. “Podemos dizer que o design thinking é uma inversão, um novo modelo mental”.
Para os alunos, esse método é uma forma motivadora de aprendizagem, uma vez que faz todos participarem em busca de um objetivo final. “A base é a colaboração, então é preciso trocar opiniões e chegar a uma ideia única”, afirma. Outro ensinamento é em relação às barreiras e aos erros, que são encarados como parte do processo. “Esse despertar de valores é muito importante e faz o educador repensar essas estruturas rígidas de nota e resultados objetivos. Não considerar que vamos enfrentar erros é utópico. Com isso, o grupo precisará chegar a formas inovadoras de atuação”, ressalta.
http://www.profissaomestre.com.br/index.php/reportagens/ferramentas-digitais/1015-para-pensar-fora-da-caixa

Arte contemporânea liberta a criatividade dos alunos

Assim é a aula da professora Maria da Paz, de MG, uma das vencedoras do prêmio Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita
Pinturas, gravuras, desenhos e esculturas produzidos por crianças, misturadas a páginas de livros e fotografias decoram as paredes do antigo laboratório de ciências da Escola Municipal Valéria Junqueira Paduan, em Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais. Esse é o espaço de trabalho da professora de educação artística Maria da Paz Melo: uma sala de aula da imaginação e de fantasia ativa.
Nem um eco das aulas de arte tradicionais, pelas quais passaram gerações de alunos, com desenhos iguais para colorir, ilustrações para copiar ou lembrancinhas em série para o dia das mães. No verso de cartazes de filmes de uma locadora, em sobras de papel que uma gráfica iria jogar fora ou com sucatas de uma empresa recolhidas pela mãe de um aluno, as crianças fazem e desfazem, desenham, pintam, riscam, rasgam, saem das duas dimensões do papel. Usam todo tipo de material para criar arte contemporânea e , sem buscar a perfeição do desenho, expõem sua personalidade.
Arte moderna liberta a criatividade dos alunoscrédito Maria da Paz Melo

Maria da Paz não pensava em ser professora, mas há nove anos,  no entanto, encontrou nas aulas de arte o caminho para liberar a criatividade das crianças. Ela já ganhou o Prêmio Arte na Escola Cidadã, do Instituto Arte na Escola, em 2012, e é uma das vencedoras do Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita – o prêmio Educador do Ano será anunciado na próxima segunda-feira.
Poética pessoal
Alunos concentrados, pintando, acionando seu repertório interior para criar não o que veem, mas o que sentem. Quem acompanha as aulas vê uma demonstração do que o poeta Manoel de Barros disse: “Crianças em pleno uso da poesia funcionam sem apertar o botão”. No meio do processo criativo, com frequência Maria da Paz identifica nas obras que as crianças estão produzindo uma semelhança com um artista contemporâneo. Ela corre e busca um livro na biblioteca. “Está vendo aqui? Está bem parecido com o que esse artista faz”. E é assim com desenho, pintura, instalação, pintura no rosto. As crianças conhecem por livros e vídeos os artistas e suas obras como Mondrian, Matisse, Picasso, Paul Klee, Kandinski, Antoni Tapiès, e os brasileiros Nuno Ramos e Karin Lambrecht , mas apenas como referência. Não copiam, cada um busca encontrar sua resposta, sua solução criativa para a obra.
Do desenho fraco do homem-palito do primeiro dia de aula para o desenvolvimento de uma poética pessoal, o percurso de alguns alunos é surpreendente. As frases “não sei desenhar” ou “não consigo fazer” ficam para trás.
“Em alguns alunos é bastante visível a evolução das linhas do desenho, estão criando uma consciência estética. Ter um olhar diferente não é monopólio deles, tudo depende do direcionamento do professor, isso está em qualquer criança. Não ensinei ninguém a desenhar, é uma questão de autoestima, de acreditar que é capaz”, contou a professora. E isso é resultado de um processo continuado, feito a partir de uma sequência de exercícios para desenvolver a sensibilidade, habilidades e cultivar o olhar desde os primeiros anos.
A maioria é entusiasmada. Quando toca o sinal ou são chamados para a aula de arte, os alunos disparam pelos corredores. Mesmo quando não é a sua turma, pedem para entrar na sala, querem participar de todo jeito, segundo a diretora da escola Leila Vilela Mamud, que disse que também gosta de observar as aulas. “Eles estão desenvolvendo várias habilidades novas com essas atividades diferentes do cotidiano deles, a concentração, o aprendizado, a sensibilidade. Eles conseguem colocar a vida deles naqueles desenhos”.
Arte moderna liberta a criatividade dos alunos crédito Maria da Paz Melo
O corpo como arte
Ao perceber que as crianças vinham se desenhando com carvão e pastel seco, a professora descobriu que a maioria sonhava com o dia em que poderia se tatuar. A partir daí, buscou imagens que mostrassem o quanto vários grupos humanos usam o corpo como suporte para o desenho, como fotos das tribos africanas do Rio Omo, feitas por Hans Silvester.
O dia em que a atividade é fazer do corpo o suporte da arte é concorrido. Com a tinta pastel, os alunos pintam o rosto, enfeitam os cabelos com flores e véus, pintam os dentes com anilina comestível e colocam capas de tecido colorido para correr pelo pátio, pelo pomar ou o bosque da ampla escola.
Mesmo tendo como referência os indígenas africanos e da Amazônia brasileira, as pinturas que fazem são muito próprias, um espetáculo raro que surpreende quem vê. Como bichinhos curiosamente coloridos, fazem piruetas, giram, posam para fotografias, percebem que são, elas próprias, obras de arte.
“Vou levar meu diário, vai que vejo uma coisa que me interesse”, diz Richard Daniel Marques dos Santos, de 9 anos, aluno do 4º ano, que a professora considera ter passado por uma “experiência estética”. Depois de ter visto uma fotografia de uma obra de Tapiès, teve um surto criativo e segundo ela está desenvolvendo uma poética pessoal verdadeira. Ele mantém um diário com seus desenhos. “Quando faço arte, me inspiro. Vem uma coisa na cabeça e eu crio”, contou ele. Para Jonathan Henrique Felício Balestra, também de 9 anos, a arte tem um efeito mais explosivo: “Parece uma coisa louca explodindo na nossa cabeça, até que vem a ideia”.
O semestre teve como ponto máximo uma visita em julho ao MAC (Museu de Arte Contemporânea de São Paulo). Madrugando para pegar a estrada, muitas das 23 crianças nunca haviam viajado e pouco saíam da “roça”. Quando passaram pelas obras expostas, reconheceram alguns artistas, como Sergio Romagnolo, Tapiès e Kandinski.
Maria da Paz quer montar um portfólio dos alunos, expor na cidade e também dar aulas para professores, com a intenção de estimular um ensino com mais criatividade e sensibilidade, influenciando o que as crianças forem fazer em várias áreas da vida:  estudos, trabalho, relações com os outros. “Muita gente pesquisa sobre criatividade, mas ninguém tem a resposta”, ponderou. Uma aproximação de resposta talvez esteja naquilo que Jorge Mautner viu: “Beleza são coisas acesas por dentro”. Beleza que acende as crianças livres, inventivas, naturais, de Santa Rita do Sapucaí.
Arte moderna liberta a criatividade dos alunos crédito Maria da Paz Melo
http://porvir.org/porfazer/arte-moderna-liberta-criatividade-dos-alunos/20141017

Declaração para um novo ano

20 para 21  Certamente tivemos que fazer muitas mudanças naquilo que planejamos em 2019. Iniciamos 2020 e uma pandemia nos assolou, fazendo-...