sábado, 26 de novembro de 2016

Beatriz Ferraz: “Os três primeiros anos são o período em que a criança mais aprende”

A especialista em primeira infância fala sobre a importância de ter educadores bem formados em creches e em escolas infantis para o desenvolvimento adequado das crianças


BEATRIZ MORRONE, COM EDIÇÃO DE FLÁVIA YURI OSHIMA

Desde 2014, o Ministério da Educação elabora um documento que estabelece as competências que todos os alunos do Brasil, de cada etapa da educação básica – da educação infantil ao ensino médio –, têm o direito de dominar. Base Nacional Comum Curricular tem o objetivo de orientar a atuação de professores e reduzir desigualdades de aprendizagem.
O documento estabelecerá, pela primeira vez, o que cada criança entre 0 e 6 anos de idade tem o direito de aprender nas escolas de educação infantil. Até então, essa etapa não tinha orientações pedagógicas formais e sua importância era reconhecida majoritariamente por seu caráter assistencialista, de cuidar das crianças na ausência dos pais. Agora, a Base oficializa o papel educativo do ciclo. “Pesquisas mostram que é durante os primeiros 3 anos de vida que as crianças têm maior potencial de aprendizagem”, afirma Beatriz Ferraz, doutora em educação e consultora da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV).
Segundo a especialista, o cuidado, a brincadeira e a aprendizagem precisam estar presentes na educação infantil. E cada detalhe dessas funções precisa ser cuidadosamente planejado no currículo da escola para promover o desenvolvimento das crianças pequenas. “A Base Nacional Comum, em construção no Brasil, será um passo importante para garantir esse aprendizado”, diz.

Beatriz é integrante do Movimento Pela Base Nacional Comum, um grupo não governamental de educadores que contribui para a construção do documento. Em entrevista a ÉPOCA, ela avaliou o conteúdo da versão atual da Base e falou sobre os desafios da implementação de suas medidas.
ÉPOCA – Qual é o papel da educação infantil no desenvolvimento de um indivíduo?
Beatriz Ferraz –
 Na primeira infância, a educação infantil tem um papel complementar ao da família na educação das crianças. A escola deve ser um espaço de produção e perpetuação da nossa cultura. A criança aprende a andar em qualquer lugar, mas na escola ela aprende a andar com destrezas específicas. Atividades de pular corda, por exemplo, estimulam essa habilidade física. A escola ensina habilidades de convívio social diferentes das que a criança aprende em casa.
ÉPOCA – Quais as experiências que a criança deve viver nessa etapa de ensino?
Beatriz – 
É muito importante que todas as experiências ofertadas sejam baseadas em situações de segurança, de vínculo, de afeto. A criança precisa disso para se sentir segura e preparada para investir na descoberta do mundo que a escola oportuniza. A linguagem nessa fase baseia-se nas brincadeiras e nas experiências lúdicas. É por meio delas que a criança pequena constrói seu conhecimento. O professor deve estar atento às brincadeiras para fazer interferências pedagógicas quando for pertinente sem, com isso, cercear a liberdade da criança. 
ÉPOCA – Qual o momento de começar a introduzir atividades mais sistemáticas, tradicionais?
Beatriz -–
 As atividades lúdicas, que têm o papel de despertar a curiosidade e a ação, devem estar presentes durante toda a educação infantil e no inicio no ensino fundamental. As atividades mais sistemáticas, de exercícios, repetição, cópia e memorização, não precisam entrar nessa etapa. É completamente possível que, nesse momento, as crianças construam conhecimentos por meio de experiências lúdicas planejadas com intencionalidade pelo professor.
ÉPOCA – Para o desenvolvimento da criança, quais os perigos de ela não ter acesso a uma educação infantil de qualidade?
Beatriz – 
Se a criança não frequentar uma instituição de Educação Infantil, ela vai se desenvolver menos? Muito possivelmente sim, mas em relação a algumas habilidades e conhecimentos. Por outro lado, vai desenvolver mais outras coisas, a partir da convivência em casa – se a relação familiar for positiva. O importante é chamar a atenção para a questão da qualidade da experiência. Segundo pesquisas, uma criança que frequenta uma educação infantil de baixa qualidade chega a ter resultados negativos se comparada com uma criança – na mesma condição social e familiar – que não frequentou a etapa de ensino. Ir para a escola por si só não favorece nenhum desenvolvimento específico. A escola precisa ser uma escola de qualidade. Precisa conhecer muito sobre o desenvolvimento da criança e sobre como ela aprende para ter um impacto positivo.
ÉPOCA – Quais os impactos que uma educação infantil de qualidade tem na vida de alguém?
Beatriz – 
Existe uma pesquisa nos Estados Unidos que já tem 40 anos de análise. Ela acompanhou dois grupos de crianças vulneráveis: um que frequentou uma pré-escola de qualidade e outro que não frequentou. O que se observa é que, entre as crianças que frequentaram uma boa educação infantil, os índices de repetência e evasão escolar diminuem e os índices de aprendizado aumentam. No longo prazo, na vida adulta, se verificou uma queda de criminalização e de envolvimento com drogas. Até a saúde aumenta. São benefícios, portanto, para além do cognitivo em si. Estamos falando também de um indivíduo, que consegue viver plenamente sua cidadania.
ÉPOCA – Qual é o melhor momento de iniciar a alfabetização?
Beatriz – 
O processo de alfabetização se dá desde o início, quando a criança entra em contato com o mundo letrado. Ela vai ao supermercado com os pais vê os rótulos dos produtos, escuta histórias, folheia livros. Nesse caso, a polêmica está no processo de sistematização e compreensão do código da escrita. Para a criança conseguir ler e escrever com certa fluidez, é muito importante que ela tenha conhecimentos anteriores a isso – que devem ser trabalhados na educação infantil. Não adianta eu pedir que uma criança de 7 ou 8 anos produza um texto se ela não tiver repertório textual.

>> Ler para crianças desde cedo estimula habilidades linguísticas e emocionais, diz estudo
ÉPOCA – Como construir esse repertório?
Beatriz – 
Uma criança que ouve histórias desde cedo exercita habilidades. Ela sabe como as narrativas começam e expande seu vocabulário. Quando ela finalmente é convidada a escrever, terá repertório para refletir sobre como essa letras se organizam para formar palavras, frases e texto. É importante entender as habilidades que precisam ser contempladas na primeira infância. Assim, quando a criança tem 6 ou 7 anos, o processo de sistematizar a alfabetização se torna muito mais tranquilo.
ÉPOCA – O que mudará na educação infantil agora que ela será contemplada pela Base Nacional Comum Curricular?
Beatriz – 
Não será uma mudança na rotina dos alunos ou no conteúdo contemplado pela etapa. Passaremos a ter um documento norteador daquilo que todas as crianças têm o direito de aprender a partir do momento em que frequentam uma creche, uma pré-escola. Hoje, as experiências variam muito de acordo com a realidade das escolas, com a região em que elas estão. O documento tem potencial de trazer maior equidade no acesso ao conhecimento e, portanto, reduzir a desigualdade que existe. Além disso, ao sistematizar expectativas, a Base traz instrumentos para o professor, para a escola e para os pais planejarem atividades e fazerem intervenções que promovam a aprendizagem necessária.

ÉPOCA – Você tem acompanhado a elaboração das diretrizes curriculares para a educação infantil? Como avalia o trabalho?
Beatriz – Faço parte de um grupo que orienta a implementação das diretrizes da Base. Acompanhei todo o debate, desde a primeira versão. Escutamos professores, diretores e técnicos das redes municipais para entender quais eram as sugestões que tinham em relação à primeira versão do documento. Entendo que o texto avança muito da primeira para a segunda versão.
ÉPOCA – Quais são os avanços de um documento para o outro?
Beatriz –
 Na primeira versão, os objetivos da educação infantil eram tratados de forma mais genérica. Agora, os propósitos estão separados por faixas etárias – 0 a 18 meses, 18 meses a 4 anos e 4 a 6 anos. Isso é muito positivo porque ajuda o professor a entender as diferenças do desenvolvimento da criança em cada subgrupo etário. Assim, a Base pula de uma estrutura de 30 objetivos genéricos para uma estrutura de praticamente 120 objetivos, com progressão de aprendizagens.
ÉPOCA – O que ainda precisa melhorar?
Beatriz – 
É importante fazer uma revisão dessa progressão, que muitas vezes não deixa clara, do ponto da aprendizagem, a evolução das competências. Existe a impressão de que cada faixa etária traz uma aprendizagem diferente, mas na verdade se trata de um desenvolvimento de habilidades. É preciso dar unidade para esse processo. 
ÉPOCA – Como você avalia a formação que professores recebem no Brasil para atuar na educação infantil?
Beatriz –
 Uma pesquisa do professor Daniel Santos mostra que, apesar de ter aumentado o número de professores da educação infantil com formação superior, nos últimos dez anos, o desenvolvimento e as aprendizagens das crianças nessa etapa não têm melhorado. Isso nos faz questionar a qualidade desses cursos superiores. Outra pesquisa mostra que apenas 2% dos cursos de pedagogia têm alguma disciplina sobre educação infantil. Já avançamos ao reconhecer que o professor dessa etapa precisa ser um especialista no desenvolvimento infantil e da pedagogia da infância. Mas ainda não conseguimos avançar na reformulação do currículo de cursos superiores, que precisam garantir esse conhecimento aos professores. A formação em pedagogia ainda é muito genérica.

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ÉPOCA – Agora, com a Base, professores deverão receber formação para se adequar às novas referências?
Beatriz – 
Considerando que as universidades – principalmente as federais – ainda são resistentes a mudanças, é possível que, a partir da Base, os próprios estudantes façam um movimento interessante. Se eles sabem o que precisam dominar para ser professores de educação infantil, vão começar a cobrar isso de sua instituição. Esse movimento pode ser capaz de gerar uma mobilização das universidades para adequarem seus currículos às diretrizes da Base. O que o nosso documento – que foi inspirado no da Itália – propõe é algo superinovador. Para os professores que têm essa má formação e que têm uma experiência mais tradicional em educação infantil, a possibilidade de compreender o que há por trás dessa proposta de organizar um currículo por campos de experiência é algo muito difícil. Temos de pensar em uma formação para ajudar essa transição.
ÉPOCA – No Brasil, implementar aquilo que determinam leis e normas costuma ser a grande dificuldade. Preparar professores para seguir as diretrizes da Base deveria ser uma das prioridades depois da publicação do documento?
Beatriz –
 Isso é de fundamental importância. No Brasil, temos legislações superavançadas, mas as leis não costumam ter um plano de arquitetura que considere seu processo de implementação. Qual foi a arquitetura desenhada para essa política curricular que o Ministério da Educação está propondo? O que virá para além do documento, para que ele não seja mais um papel engavetado? É preciso investir em formação continuada [aquela que acontece simultaneamente à atuação profissional] para professores, ajudar as redes de ensino a entender o que muda no currículo. O governo federal, os estados e os municípios precisam definir como verificarão se o documento está sendo seguido com qualidade nas escolas. Não conheço nenhuma proposta que traga isso.

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http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2016/11/beatriz-ferraz-os-tres-primeiros-anos-sao-o-periodo-em-que-crianca-mais-aprende.html

World Voice: Alunos e professores desenvolvem juntos habilidades por meio da musicalidade

Segunda fase de iniciativa do British Council, realizada em Mato Grosso por meio de parceria com Seduc e Sec, encerra-se neste sábado
Helson França Seduc 

Estudantes e educadores durante dinâmica em grupo: aprendizagem, parceria e diversão. - Foto por: Mayke Toscano
Estudantes e educadores durante dinâmica em grupo: aprendizagem, parceria e diversão.
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Sem a música, a vida seria um erro. A frase, eternizada pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche, tem, ainda que involuntariamente, servido de inspiração para alunos e professores da Escola Estadual José Leite de Moraes, em Várzea Grande, desenvolverem uma série de experimentações tendo a musicalidade como ponto central.
Por meio do World Voices, programa original do British Council e realizado em Mato Grosso em parceria com a Secretaria de Educação, Esporte e Lazer (Seduc) e Secretaria de Cultura (Sec), estudantes e educadores buscam, juntos, descobrir e aprimorar habilidades, e também conhecer melhor uns aos outros.
A iniciativa, que encerra a segunda fase em Mato Grosso neste sábado (26.11), tem a finalidade de levar à comunidade escolar vivências práticas pedagógicas diferenciadas, que possam estimular capacidades cognitivas como a atenção, criatividade e percepção, sem deixar de lado a parte física, com a expressão corporal.
Na quinta-feira (24.11), os 40 participantes fizeram de tudo um pouco durante a dinâmica em grupo: dançaram, ficaram perfilados até formarem um triângulo sem que alguém estivesse no comando, contaram histórias e cantaram, muito, em vários idiomas.
Aluna do 6º ano, Isabelle Caetano, 11 anos, era uma das mais empolgadas. “Sou do tipo tímida mas aqui não me sinto retraída, e sim bem livre. Ver os nossos professores também envolvidos nas brincadeiras é bastante engraçado. Acho a proposta interessante pois, além da diversão, tem a parte da concentração, que é muito exigida. O que é bom, pois podemos aprender a usar isso nos estudos, por exemplo”, afirmou.
Colega de Isabelle, Ianna Giulia, 13 anos, também do 6º ano, por sua vez, ressalta que as atividades têm a capacidade quase que terapêutica de acalmá-la. “Serenidade, é o que também aprendemos nessa vivência toda”, resume.
A Escola Estadual José Leite de Moraes foi a escolhida para acolher o programa por já ter em andamento projetos relacionados à musicalidade, como um grupo de coral. Em março ocorreu a primeira fase. Ao todo, serão quatro. As próximas ocorrerão nos finais de dezembro e janeiro.
Representante do British Council, o músico regente Paulo Bezulle, responsável por coordenar a segunda fase do programa, crê que iniciativas inovadoras, quando abraçadas por estudantes e educadores, podem mudar a realidade de determinada unidade de ensino.
“Diversificar as estratégias pedagógicas e aproximar alunos e professores são fatores que estão relacionados à melhora do sistema de ensino como um todo”, observa.
O World Voices é um projeto que, além da parte musical e lúdica, inclui workshops e capacitação de professores. A intenção é de fazer com que os educadores sejam multiplicadores das metodologias trabalhadas durante o período da vivência, para que as atividades possam fazer parte das unidades de ensino de maneira regular.



http://www.mt.gov.br/-/5329961-alunos-e-professores-desenvolvem-juntos-habilidades-por-meio-da-musicalidade

TCU decide investigar Fies e convoca ex-ministros para dar explicações

Cinco ex-ministros do governo Dilma Rousseff serão ouvidos pelo Tribunal.

Corte aponta concessão 'indiscriminada' de crédito estudantil.



Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu nesta quarta-feira (23) abrir uma investigação para apurar indícios de fraude no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Além disso, a corte aprovou a convocação de cinco ex-ministros do governo Dilma Rousseff para dar explicações sobre essas suspeitas.
Os ex-ministros Fernando Haddad (atual prefeito de São Paulo), Aloízio Mercadante e José Henrique Paim, que ocuparam a pasta da Educação, além de Miriam Belchior e Nelson Barbosa, que ocuparam o Planejamento, têm 15 dias para apresentar explicações. O TCU quer saber, por exemplo, porque as propostas orçamentárias do governo subestimavam os gastos com o programa.
Em nota, Haddad informou que "reformulou o FIES, que até 2009 era um programa inacessível para a população de baixa renda." Disse ainda que, no seu último ano à frente da Educação (2011), "foram firmados apenas 154 mil contratos, número irrisório diante das necessidades do país, como o próprio relatório do TCU deixa claro."
Mercadante, também em nota (leia a íntegra ao final desta reportagem), informou que "não possui nenhuma informação sobre o processo que trata da questão financeira" do Fies, que "desconhece o teor da decisão do referido processo", mas que "está à inteira disposição para colaborar com o TCU com o que for necessário."
Já Paim disse que não teve acesso ao relatório do TCU, mas que está "à disposição do TCU para esclarecimentos." "O programa cumpriu um importante papel na ampliação das matrículas do ensino superior, tendo atendido majoritariamente estudantes de baixa renda", acrescentou o ex-ministro.
Até a última atualização desta reportagem, o G1 ainda não havia conseguido contato com Belchior e Barbosa.
Irregularidades
Entre as irregularidades identificadas pelos técnicos do tribunal estão casos de estudantes que conseguiram acesso ao Fies mesmo tendo condições de pagar o curso universitário, e se aproveitaram para lucrar com os juros subsidiados (mais baixos) cobrados pelo governo.
De acordo com o TCU, esses estudantes pediam financiamento do Fies e, o dinheiro que dispunham, ao invés de ser usado para pagar os estudos, era aplicado em investimentos que rendiam juros mais altos a eles.

“De fato, a baixa taxa de juros do Fies, aplicável indistintamente a todos os beneficiários, mostrou-se ser mola propulsora para atração de estudantes que anteviram a possibilidade de ganhos decorrentes de aplicação financeira, a partir da diferença entre as taxas de juros aplicáveis ao programa e aquelas praticadas no mercado”, diz relatório do TCU.
Segundo o TCU, de 2009 a 2014 o número de beneficiários do programa passou de 32.654 para 732.593, um aumento de 2.150%. No período, foram gastos R$ 32,5 bilhões com os financiamentos.
Universidades lucram
A corte apontou que o Fies também inflou o lucro de instituições de ensino privadas. De acordo com o relatório, a área de fiscalização do tribunal verificou o comportamento do lucro líquido de quatro grupos educacionais com ações na bolsa de valores. O documento não cita o nome dos grupos, mas diz que um deles aumentou seu lucro em 22.130% de 2009 a 2015.
Esse grupo, afirma ainda o TCU, fechou o ano de 2015 com 54,4% de seus alunos financiados pelo Fies. Já o grupo que teve um aumento de 819% no seu lucro líquido entre 2009 e 2015, fechou o ano passado com 40,4% de seus alunos financiados pelo Fies.
“O desvirtuamento do programa com a concessão indiscriminada de crédito, sem análise prévia, criou um passivo que exigirá significativos aportes de recursos orçamentários, com o comprometimento do programa”, afirmou a ministra do TCU Ana Arraes, relatora do processo.

O documento constatou ainda que nos anos de maior expansão do Fies, 2013 e 2014, os valores destinados ao programa nas propostas de orçamento equivaliam a menos de um quarto do que seria necessário para cobrir as despesas com mensalidades dos estudantes.

Ao comentar os problemas apontados pela ministra Ana Arraes, o ministro Augusto Sherman afirmou que “houve abuso no programa, o que o tornou ineficaz para as classes que realmente precisam dele”. O ministro disse ainda que o governo fez “pedalada” com o programa ao deixar de pagar instituições de ensino. Segundo ele, de um período devido de 12 meses, os responsáveis pelo programa pagaram oito meses.
Ainda de acordo com Sherman, a base de dados do programa precisa ser analisada. “Precisa ver se quem recebe esse pagamento são alunos dessas faculdades, se não tem alunos fantasmas ou laranjas”, afirmou.
Versões
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pela assessoria de Mercadante:

O ex-ministro, Aloizio Mercadante, não possui nenhuma informação sobre o processo que trata da questão financeira do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) no Tribunal de Contas da União (TCU). Também desconhece o teor da decisão do referido processo.
Mercadante ressalta que está à inteira disposição para colaborar com o TCU com o que for necessário.

Nos governos Lula e Dilma, o Fies se tornou um importante programa de acesso ao ensino superior, especialmente, para estudantes de baixa renda, que jamais teriam acesso ao ensino superior sem a ajuda deste programa. Prova da relevância do Fies na política de acesso ao ensino superior  para alunos de baixa renda são os dados do Enade 2015, segundo os quais 35% dos participantes do exame eram o primeiro membro da família a concluir o ensino superior.


Leia abaixo a íntegra da nota divulgada por Henrique Paim:

Informo que não tive acesso ao relatório. Estou à disposição do TCU para esclarecimentos. O programa cumpriu um importante papel na ampliação das matrículas do ensino superior, tendo atendido majoritariamente estudantes de baixa renda.

http://g1.globo.com/educacao/noticia/2016/11/tcu-decide-investigar-fies-e-convoca-ex-ministros-para-dar-explicacoes.html

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