terça-feira, 16 de setembro de 2014

País precisa aumentar investimentos em educação e ampliar matrículas

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil Edição: Lílian Beraldo



Avançar nas metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação (PNE) é um dos principais desafios do país para os próximos anos, analisam especialistas ouvidos pela Agência Brasil. O plano, cuja lei foi sancionada em junho, contém 20 metas para serem cumpridas nos próximos dez anos. As metas, que abrangem do ensino básico ao ensino superior, tratam de questões como ampliação de matrículas, inclusão de pessoas com deficiência, melhorias na infraestrutura e valorização dos professores e trabalhadores em educação. Entre elas está a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor.
“O próximo presidente vai ter que dar o primeiro salto”, diz o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara. "O próximo mandato será determinante para cumprimento das metas do plano. O PNE deverá estar dentro do novo ciclo orçamentário, que começa em 2015", diz. Em termos de investimento, terá que passar dos atuais 6% do Produto Interno Bruto (PIB) para 7% no fim do mandato. Pelo PNE, a meta intermediária deverá ser cumprida até 2019.

Segundo Cara, além de garantir mais recursos, será preciso, estruturar a colaboração financeira da União a estados e municípios para assegurar o Custo Aluno-Qualidade inicial (CAQi), que corresponde ao valor suficiente para cumprir os padrões mínimos de qualidade do ensino básico. O coordenador destaca também o prazo até 2016 para a criação do Sistema Nacional de Educação, responsável pela articulação entre os sistemas de ensino, em regime de colaboração, para efetivação das diretrizes, metas e estratégias do PNE.
No ensino básico, até 2016, o desafio será universalizar o ensino dos 4 aos 17 anos de idade. Isso significa incluir quase 3 milhões de crianças e jovens que estão fora da escola. “O desafio mais imediato é a criação de vagas para atender a todas as crianças na pré-escola [4 e 5 anos]. Embora não caiba a estados e União, esses entes são responsáveis por prestar assessoria técnica e recursos financeiros aos municípios”, diz a gerente da Área Técnica do movimento Todos pela Educação, Alejandra Meraz Velasco. Na etapa, a geração de vagas deverá girar em torno de 1 milhão, segundo os dados oficiais mais recentes disponíveis no Observatório do PNE, portal coordenado pelo movimento.


De acordo com o secretário executivo da Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (Anced), Vitor Alencar, continuam fora da escola “os mais violados em seus direitos, os negros, os indígenas e outros grupos”. Além de universalizar o ensino, Alencar ressalta que é preciso garantir qualidade. “Não podemos ter pessoas que, ao final de 5, 10 anos de estudo, não saibam ler e não consigam refletir sobre as próprias vidas, que é decorrência de um processo que pensa na quantidade e não na qualidade.” Para isso, será preciso valorizar os profissionais: “se não avançarmos na valorização e na melhoria das condições de trabalho dos profissionais de educação, não tem como fazer educação de qualidade no Brasil”, acrescenta.
No ensino superior, o plano também garante a expansão das vagas. “Nos últimos anos houve uma expansão bastante acelerada de universidades e institutos federais. Essa expansão é importante, mas não conseguiu ser acompanhada das questões de infraestrutura, das questões de trabalho, de dar boas condições a quem trabalha nesses locais”, diz o presidente da Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação), Eduardo Rolim, apontando a qualidade como um dos desafios.


Ao contrário do ensino básico, no qual a maior parte das matrículas está em escolas públicas, no ensino superior 73% dos estudantes estão em instituições privadas. Diante desse cenário, a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) quer mais espaço e pede maior participação dos representantes do setor privado na tomada de decisões. “Não temos participação efetiva nos colegiados que definem as políticas públicas e as implantam”, diz o diretor executivo da Abmes, Solon Caldas. “A meta de expansão só é possível em parceria com o setor privado. É preciso entender que o privado não é concorrente do público”, acrescenta.

Para a presidenta do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Marinalva Oliveira, os recursos públicos devem ser voltados à expansão nas instituições públicas. “O público está enfraquecido. Professores estão precarizados, com salários baixos, desmotivados e estão abandonando a profissão. A educação precisa urgente de investimento”. A entidade propõe ao futuro governante que eleve o investimento para 10% do PIB já nos próximos anos e não apenas no fim da década. "A educação precisa urgente de mais investimento", diz.

http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2014-09/pais-precisa-aumentar-investimentos-em-educacao-e-ampliar-matriculas

'Adultos devem aprender como ensinar seus filhos', diz Ana Teberoski


Pesquisadora Ana Teberoski


Quais são as dificuldades de orientar a educação infantil em um país tão grande e diverso como o Brasil?

É preciso ter estratégias unificadas, mas aos mesmo tempo, diversidade. Deve se levar em conta aspectos pessoais, regionais e culturais, diz a pesquisadora. A vantagem é que as crianças parecem mais entre si quando pequenas. Por outro lado, os estudos mostram que elas se diferenciam no primeiro ano de vida, em funação da família, região ou contexto socioeconômico. Na linguagem oral, já existem diferenças, que explicam problemas mais tarde, no ensino fundamental.

Quais são essas diferenças? (Clique no link para continuar lendo)

O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,adultos-devem-aprender-como-ensinar-seus-filhos-diz-educadora-imp-,1560230
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Soneto da Educação, uma entrevista com Cristovam Buarque

Em entrevista, Cristovam Buarque, ex-ministro da Educação e hoje senador, comenta o protagonismo da Educação no desenvolvimento do país

Fonte: Revista Época
De repente, não mais que de repente, fez-se de inteligente o ignorante, fez-se de próximo o distante, fez-se da Educação uma aventura edificante. De repente, todos os candidatos à Presidência só falam naquilo: Educação. O primeiro ministro da Educação da era petista, Cristovam Buarque, pressionou Lula a fazer a revolução que, hoje, todos prometem. Caiu por isso. A seguir, uma conversa com ele, hoje senador. Para quem tem memória curta.
Época - Educação virou "prioridade" no horário eleitoral. Por que a súbita obsessão retórica?
Cristovam Buarque - A realidade mostrou que Educação é fundamental não só para cada indivíduo, mas para o desenvolvimento científico e tecnológico do país. Sem isso, a economia fica para trás, produzindo bens primários e importando bens de alta tecnologia.
Época - O que deu certo e errado nos 12 anos de governo do PT?
Cristovam - Deu certo o lento avanço na universalização, não deu certo o salto necessário para a qualidade. A Escola, ampliada, ficou para trás. Três brechas se aprofundam: entre a Educação no Brasil e noutros países, entre a Educação dos ricos e dos pobres, entre as necessidades de Educação e o que a Escola oferece.
Época- Por que o senhor saiu do governo?
Cristovam - O presidente Lula cansou de algumas falas minhas. No último encontro, eu lhe disse que não fazíamos o dever de casa para mudar a economia. O desinteresse político de Lula pelo longo prazo o levou a gestos imediatos no Ensino superior, sem dar atenção à Educação de base. O resultado foi aumento no Ensino superior, com qualidade desastrosa. Lula temia minha reação à mudança da Bolsa Escola para Bolsa Família, que perderia a conotação educacional, ao sair do MEC para o Ministério do Desenvolvimento Social. Lula usa espertamente a ideia de que é possível saltar para a universidade, sem passar pela Educação de base. E esse discurso, mesmo que demagógico, dá votos, como se comprova.
Época - Quais foram suas maiores frustrações como ministro?
Cristovam - Primeiro, a suspensão do programa para a erradicação do Analfabetismo, logo depois que saí. Também a paralisação do programa Escola Ideal, embrião da Federalização da Educação de Base. E os projetos que ficaram na gaveta da Casa Civil, entre eles o Programa de Apoio ao Estudante, que depois virou Prouni.
Época- Que nota daria ao PT, com base em nossos indicadores educacionais?
Cristovam - É fácil: a mesma nota do Ideb. Menos de 5: reprovado. Se tivéssemos levado adiante a proposta de adotar as Escolas de cidades pelo governo federal, hoje já teríamos 3 mil cidades com Educação de alta qualidade.
Época - O que acha da aprovação automática?
Cristovam - Uma medida errada. É como dar alta ao doente, porque ele ficou um tempo determinado no hospital, sem ao menos tomar a pressão dele. Serve apenas para mostrar diminuição no número de doentes.
Época - O que acha das cotas raciais?
Cristovam - Sou a favor, como medida paliativa, necessária para mudar a cor da cara da elite brasileira, enquanto se faz o certo e definitivo: negros e brancos, pobres e ricos em Escolas com a mesma qualidade.
Época - Algum modelo estrangeiro é inspiração para uma revolução na Educação?
Cristovam - Os melhores exemplos de países que partiram de níveis parecidos são Coreia do Sul e Irlanda. Para acabar com a vergonha em todas as Escolas de uma cidade, bastam poucos anos. Para fazer a mudança em todas, mais de 20.
Época - Que metas devem ser perseguidas?
Cristovam - O governo federal deveria escolher e adotar Escolas de cidades e implantar um novo sistema para substituir o atual. As Escolas federais, melhoradas, podem ser um padrão a espalhar. Uma revolução na Educação de base custaria 6,4% do PIB. Um grande programa para a população adulta, entre 9% e 10%. Espero um presidente que diga: "Só descansarei quando nenhuma família precisar de Bolsa Escola".
Época - O senhor diz que a violência na Escola é produto da desvalorização do magistério. Como valorizar o Professor?
Cristovam - Criando uma Carreira Nacional dos Professores, com salário capaz de atrair para o magistério os jovens mais brilhantes do Ensino superior. Para isso, precisamos pagar R$ 9.500 por mês. Escolher esses Professores de maneira rigorosa, exigir dedicação exclusiva e submetê-los a avaliações para substituir quem não tiver o desempenho desejado. Fazer Escolas bonitas e confortáveis, equipadas com a mais moderna tecnologia. Todas em horário integral.
http://www.todospelaeducacao.org.br/educacao-na-midia/indice/31371/soneto-da-educacao/

Aplicativo permite tirar dúvidas da língua portuguesa com rapidez

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil Edição: Fábio Massalli
A Academia Brasileira de Letras (ABL) lançou um aplicativo gratuito de consulta ao Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp). Com ele, é possível ter acesso em smartphones tabletsaos quase 400 mil verbetes que já seguem as novas regras previstas no Acordo Ortográfico.  É uma solução rápida para tirar dúvidas de como se escreve alguma palavra.

O aplicativo pode ser baixado em dispositivos Android, pelo Google Play, e em dispositivos da Apple, pela App Store. Um dos recursos do aplicativo é o de autocompletar-se. Quando a pessoa começa a digitar uma palavra, automaticamente aparece uma listagem de possíveis resultados na tela, e ela poderá encontrar a exibição do vocábulo antes mesmo de terminar a redação de tal termo. É possível também aumentar a letra, para facilitar a leitura.
"A vantagem é que tendo uma dúvida qualquer a respeito de ortografia, pode-se estar no metrô, na rua, onde estiver, com um celular ou tablet, em poucos segundos tem-se a resposta de como se escreve a palavra", explica o presidente da ABL, Geraldo Holanda Cavalcanti. Segundo ele, a tendência do mundo é a composição entre o que é impresso e o que é digitalizado. Utilizando-se dessa ferramenta, a Academia poderá "prestar serviço a um número cada vez maior de usuários, especialmente os estudantes”.

A expectativa é grande em torno da nova ferramenta. De acordo com Cavalcanti, aproximadamente 1,6 mil perguntas sobre gramática ou ortografia são feitas mensalmente no espaço online  ABL Responde. "Todos aqueles que tiverem questões de ortografia poderão obter agora a resposta rapidamente".
Há poucos dias no ar, o aplicativo tem avaliação 4,7 de uma potuação máxima 5, no Google Play. Os comentários são elogiosos: "Sempre usei no site, mas essa opção é maravilhosa", diz uma usuária. Outra, ressalta: "Esperava há muito tempo por esse aplicativo". Há também sugestões de melhora, como a possibilidade de se copiar, no próprio dispositvo, as palavras com a ortografia correta.

O sistema de busca do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa está na quinta edição, de 2009, e contém 381 mil verbetes, com as respectivas classificações gramaticais e outras informações conforme descrito no Acordo Ortográfico. Trata-se, em uma definição simples, da ortografia oficial das palavras da língua portuguesa.

Sobre se antecipar a obritatoriedade das novas regras ortográficas, que só poderão ser cobradas a partir de 1.º de janeiro de 2016, Cavalcanti diz que as mudanças já são uma realidade: "Todos já adotaram a nova ortografia, os jornais, os livros escolares, os livros editados. Todos fazem constar que seguem a nova ortografia".

http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2014-09/aplicativo-permite-tirar-duvidas-da-lingua-portuguesa-com-rapidez

Declaração para um novo ano

20 para 21  Certamente tivemos que fazer muitas mudanças naquilo que planejamos em 2019. Iniciamos 2020 e uma pandemia nos assolou, fazendo-...