segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Conquistar o paladar infantil é uma arte em escola de MT

Deixar uma criança com água na boca diante de um legume não é fácil. E se o desafio é vivenciado diariamente em casa, na escola a situação não é muito diferente. Por isso, no Centro Municipal de Ensino Futuro Brilhante, em Tangará da Serra, Mato Grosso, o jeito encontrado para fazer os vegetais terem sucesso entre os pequenos foi apresentá-los de forma mais criativa e saborosa.

Criada pela merendeira Nelsi Hoffmann Cassemiro, 43 anos, a torta de legumes tornou-se o caminho mais eficiente para incluir abobrinha, cenoura, chuchu, milho e outros alimentos não tão populares no cardápio dos estudantes de 1 a 4 anos de idade. “Vendo que as crianças não aceitavam bem os legumes, feitos como salada, peguei uma receita que minha mãe fazia e adaptei aos ingredientes da creche”, diz Nelsi. “Logo, elas começaram a aceitar.”

A receita nasceu da necessidade de tornar mais saudável a rotina alimentar de quem torcia o nariz para os legumes, mas acabou levando a escola à final do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar. A competição nacional, promovida pelo Ministério da Educação e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), recebeu mais de duas mil inscrições de pratos servidos em escolas de todas as regiões do país e chega à última etapa neste mês de janeiro.

(Foto: divulgação)
Antes do concurso, a receita já tinha sido aprovada pelos alunos. Com a competição, Nelsi viu a chance de incentivar outras crianças a consumir os legumes e não teve dúvidas em inscrever a torta. “Geralmente, a salada ficava muito no prato, mesmo com a gente incentivando os alunos a comer”, afirma a merendeira, há dois anos na função. “Então, experimentei fazer dessa forma e teve uma aceitação ótima.”

Os ingredientes vêm da agricultura familiar daquela região mato-grossense. A atenção aos legumes na escola Futuro Brilhante é iniciativa antiga, que inspirou Nelsi. Com o projeto Alimentação Saudável, os professores trabalharam histórias e receitas com frutas, legumes, verduras e temperos naturais em sala de aula. Desenhos, músicas, recortes e degustações foram algumas das estratégias lúdicas para facilitar o contato das crianças com os alimentos.

Aprendizado — Orientada pela equipe nutricional do município, que sempre acompanha o trabalho das merendeiras da escola, Nelsi diz que, além do cardápio a ser seguido, recebe formações periódicas por meio de palestras. “Aprendemos os cuidados com o manuseio dos alimentos e o que oferecer para as crianças que têm alergia”, diz. “E também a incentivar os alunos a comer legumes e verduras e a não desperdiçar.”

E os resultados são visíveis, ela diz, com orgulho. Com os alunos ainda muito pequenos, em fase de introdução alimentar, Nelsi lembra-se de um que, no começo de 2014, rejeitava os diversos pratos do cardápio escolar. Com o cuidado e o estímulo das merendeiras, ao final do ano ele já não recusava a merenda. “A gente foi incentivando, e ele foi aceitando bem a comida. Dá gosto de ver isso.”

Confiança — Antes de chegar à cozinha, Nelsi trabalhou nos serviços gerais da escola. Quando surgiu a vaga para merendeira, ela aproveitou logo a oportunidade. “A cozinha é meu ponto forte, sempre gostei”, afirma. “Mas cozinhar para crianças tem um jeitinho diferente porque elas são mais sinceras: quando não gostam da comida, elas falam mesmo.”

Como os alunos da escola Futuro Brilhante gostaram da torta de legumes, Nelsi passou a considerar reais as chances de ganhar a competição. “Só o curso (de cozinha experimental) que a gente vai fazer em Brasília já vai ser muito bom”, destaca. “Se eu não voltar vitoriosa, também não vou ficar triste; vai ser um aprendizado.”

Nelsi anuncia uma carreata pelas ruas da cidade quando voltar, independentemente do resultado da final. “Mas, se Deus quiser, eu vou sair vencedora”, diz, confiante.

Brincadeira de lado, para Nelsi, o mais importante da participação é a experiência e o reconhecimento proporcionados pelo concurso. Numa das etapas, ela fez o passo a passo da receita com os pequenos alunos. 
“Geralmente, a merendeira não tem um reconhecimento tão grande, e participar desse concurso, chegar aonde eu cheguei, já é uma vitória”, comemora.

A receita de torta de legumes de Nelsi Cassemiro pode ser conferida na página do prêmio na internet.

Fonte: MEC


https://undime.org.br/noticia/18-01-2016-12-57-conquistar-o-paladar-infantil-e-uma-arte-em-escola-de-mt

Currículo comum para educação básica receberá contribuições até 15 de março

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil

Resultado de imagem para base nacional comum curricularO Ministério da Educação (MEC) receberá, até 15 de março, as colaborações, pela internet, de quem quiser contribuir com sugestões para o projeto inicial da Base Nacional Comum Curricular. A base vai definir o que as crianças e os jovens devem aprender em cada etapa do ensino básico, que vai da educação infantil ao ensino médio.

No segundo semestre do ano passado, o MEC disponibilizou uma primeira versão do documento. Desde então, educadores e escolas podem enviar sugestões para aprimorar os currículos. O MEC diz que recebeu até o momento mais de 9,4 milhões de contribuições. As sugestões podem ser enviadas pelo portal da base (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/#/site/conheca).

Desde que o documento preliminar foi divulgado, recebeu uma série de críticas, por excesso ou falta de conteúdo. Uma das áreas mais criticadas foi a de história. Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o conteúdo será revisto.

"No caso específico de história, que eu acho que era o caso consensual de que [o currículo] era insuficiente, a Associação Brasileira de Pesquisadores de História, que reúne mais de 5 mil universitários, está participando da elaboração diretamente", disse o ministro, em coletiva de imprensa. Segundo ele, o MEC convidou analistas "altamente especializados" para fazer uma leitura crítica de cada uma das áreas da Base.

A Base Nacional Comum Curricular será debatida em seminários nos 26 estados e no Distrito Federal, antes de ser finalizada. Posteriormente, o documento terá que ser aprovado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e, por fim, homologado pelo MEC.

A intenção é que os conteúdos definidos na Base Curricular ocupem 60% da carga horária dos estudantes. No restante do tempo, as próprias redes de ensino poderão definir o que ofertar – desde conteúdos regionais, atividades extras e a formação técnica, por exemplo.

"Todas as críticas são muito bem-vindas, queremos exatamente essa discussão", disse Mercadante, e acrescentou: "O currículo é uma coisa muito importante para o Brasil, para formar professores, garantir a qualidade do ensino e garantir o direito de qualquer estudante em qualquer parte do Brasil de ter o mesmo conteúdo básico".
 
Edição: Stênio Ribeiro

http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2016-01/curriculo-comum-para-educacao-basica-recebera-contribuicoes-ate-15-de-marco

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