Meninos e meninas de Cuiabá passaram três dias na Aldeia Pakuera em Paranatinga.
Alunos da Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves, de Cuiabá, participaram de um intercâmbio com os estudantes da terra indígena Bakairi em Paranatinga (375 km de Cuiabá). Ao todo 26 jovens da 2º fase do 3º ciclo da capital passaram três dias com o povo indígena.
A proposta da aula de campo na Escola Estadual Indígena Kura Bakairi, localizada na Terra Indígena Bakairi, Aldeia Pakuera, partiu da professora de História, Niusineti Silva Souza. "Comecei a trabalhar a temática dos Direitos Humanos e, assim, sabendo da parceria com a Seduc e da possibilidade de ir até a aldeia, propus o trabalho sobre os povos indígenas", explica Niusinete.
Antes de viajarem até Paranatinga, os jovens estudaram sobre os costumes e cultura da comunidade como rituais, etnologia, dança, localização e organização política. Os alunos foram acompanhados por professores de Língua Portuguesa, História e Geografia. A professora conta que o intuito do trabalho era despertar nos alunos um olhar respeitoso para outra cultura e ela acredita que o objetivo foi atingido pois os adolescentes chegaram na aldeia dispostos a interagir com a comunidade.
Após o retorno da viagem, representantes dos alunos, professores e a diretora da escola de Cuiabá, Márcia Jamil, se reuniram com o secretário-adjunto de Políticas Educacionais da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Gilberto Fraga, na sede da pasta.
A diretora Márcia Jamil explicou que o objetivo da visita ao secretário-adjunto era de prestar contas. "Nós nos esforçamos para trabalhar com projetos pois acreditamos no valor pedagógico dessas ações e nos esforçarmos ao máximo para realiza-los. Mas as vezes nos faltam meios, nesse caso, o ônibus foi cedido pela secretaria, por isso, viemos agradecer", elogia a diretora.
Ainda durante o encontro a jovem Amanda Vitória de Souza Oliveira contou que mais chamou a atenção na aldeia foi a natureza e as lendas que eles contam. "Eles disseram que um peixe jau mora no rio que passa pela aldeia, e ele que mata pessoas. O animal já teria feito cinco vítimas, por isso, nessa época do ano eles ficam longe dos rios", relata.
Ingrid Nunes Araújo, de 13 anos, conta que os jovens brincaram e conversaram sobre o futuro. E os anseios dos jovens indígenas impressionaram a menina, ela lembra que ela e os amigos que moram na capital, tem oportunidades e não aproveitam, enquanto os indígenas almejam a aproveitar das mesmas facilidades.
"Me surpreendi porque eles ainda fazem escambo. Quando eu pedi um anel que eles confeccionam como recordação da amizade que construímos durante esses dias, eles pediram pra trocar. No fim eu dei minha camiseta do projeto e fiquei com o anel", destaca a aluna Márcia Gonçalves Vieira bisneta de indígena.
ALINE COELHO
Assessoria/Seduc-MT
Assessoria/Seduc-MT