quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Unemat oferece dois doutorados e oito mestrados

A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) está com editais abertos para programas de pós-graduações em diversas áreas.

Clique no link abaixo para acessar mais informações

http://www.novoportal.unemat.br/index.php?pg=noticia/8981

Falhas da educação inclusiva ainda deixam 140 mil jovens fora das escolas

Yara Aquino - Agência Brasil


No país, cerca de 140 mil crianças e jovens estão fora da escola devido a deficiência, transtornos de desenvolvimento, autismo e superdotação, segundo levantamento na base de dados dos que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC) na Escola e têm até 18 anos. A discussão sobre garantir o direito à educação inclusiva a todos os que têm deficiência é tema da Semana de Ação Mundial, que ocorre entre 21 e 27 de setembro e este ano tem como tema o Direito à Educação Inclusiva – Por Uma Escola e Um Mundo para Todos. Como parte das atividades da semana, um seminário foi realizado hoje (23), em Brasília.

A coordenadora executiva da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Iracema Nascimento, avalia que houve avanços significativos na inclusão das pessoas com deficiência nas escolas. No entanto, diz que, para ampliar os resultados do trabalho e garantir as matrículas das pessoas com deficiência em escolas regulares, é preciso superar fatores como a falta de estrutura escolar e também ampliar a qualificação de professores e vencer a resistência de famílias. “ Às vezes, há resistência até das famílias, que ficam temerosas de que suas crianças sejam maltratadas”, disse Iracema.

Dados da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, obtidos a partir do Censo Escolar de 2013, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apontam que apenas 6% dos professores que atuam na educação básica têm formação continuada específica em educação especial de, no mínimo, 80 horas.

Mãe de um adolescente com paralisia cerebral, Keila Chaves fundou o Centro de Apoio a Mães dos Portadores de Eficiência (Campe). Ela relata que enfrentou dificuldades para matricular o filho em escola regular. Segundo ela, é fundamental que as famílias se mobilizem e busquem informações para garantir o direito à educação inclusiva. “Não sabíamos que a educação era um direito. Quando eu chegava na escola atrás de vaga, a resposta era de que lá não era lugar para o meu filho, que a escola não estava preparada. Eu até começava a me condenar por buscar isso para ele”, relata.

Keila conta que sua percepção sobre o direito à educação mudou quando ela tomou conhecimento da Declaração de Salamanca, que trata dos princípios, política e práticas em educação especial. A declaração foi aprovada em 1994 na Conferência Mundial de Necessidades Educacionais Especiais, na Espanha, por representantes de 88 países e 25 organizações internacionais. O documento garante aos portadores de deficiência física o ingresso no ensino regular.

A coordenadora-geral de Articulação da Política de Inclusão no Sistema de Ensino da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, do Ministério da Educação, Suzana Maria Brainer, destaca que os avanços da inclusão dos deficientes na educação são crescentes. Ela ressalta que, embora 140 mil jovens e crianças de até 18 anos que recebem o BPC na Escola ainda estejam fora da sala de aula, esse número chegava a 374 mil em 2007, quando o BPC foi criado.

Editor Davi Oliveira

http://www.ebc.com.br/educacao/2014/09/falhas-da-educacao-inclusiva-ainda-deixam-140-mil-jovens-fora-das-escolas

Seminário em Brasília debate os desafios para a garantia do direito à educação inclusiva

No dia 23/09, principais instituições do setor se reúnem em evento nacional que marca a realização da Semana de Ação Mundial no Brasil.

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação realiza no dia 23/09/2014 o Seminário Nacional Desafios para a Garantia do Direito à Educação Inclusiva no Brasil. O debate acontece a partir das 8h, no Memorial Darcy Ribeiro (Beijódromo), na Universidade de Brasília, em Brasília (DF). O evento é gratuito e será transmitido ao vivo no blog da Semana de Ação Mundial. As inscrições para participação presencial podem ser feitas pela internet, em: www.semanadeacaomundial.org/2014/participe/. As vagas são limitadas.
Organizado pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação e seus parceiros do Comitê Técnico da Semana de Ação Mundial (SAM), entre eles a UNESCO no Brasil, o seminário abordará os obstáculos que impedem a efetivação do direito à educação inclusiva. Durante o evento, o Comitê Técnico apresentará um panorama do direito à educação inclusiva no Brasil e entregará uma carta de reivindicações à Macaé Maria Evaristo dos Santos, secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) do Ministério da Educação. Além da secretária, participam das discussões representantes da sociedade civil, do poder público federal, estadual e municipal, da academia, do judiciário, da UNESCO no Brasil e do UNICEF. (veja a programação completa aqui)

A Semana de Ação Mundial acontece entre os dias 21 e 27 de setembro, em comemoração ao Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência (21/09). Além do seminário nacional, outras atividades autogestionadas estão sendo realizadas em todo o País por mais de 2,2 mil pessoas, grupos e organizações que se inscreveram e receberam os materiais da SAM (pôster, folder e manual de atividades).
Durante o seminário também serão discutidas algumas mudanças recentes na legislação brasileira que podem dificultar a inclusão de pessoas com deficiência, como a Meta 4 do Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado em junho deste ano, e o Decreto 7.611/11. Saiba mais no folder da SAM.
Números da Educação Inclusiva no Brasil: 

• Estão fora da escola mais de 140 mil crianças e adolescentes de zero a 18 anos com deficiência , TGD (Transtornos Globais do Desenvolvimento) / TEA (Transtorno do Espectro Autista) e altas habilidades / superdotação, e que recebem o benefício BPC na Escola (Programa de Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social);
• Apenas 12% das escolas de educação básica têm sala de recursos multifuncionais para o AEE (Atendimento Educacional Especializado);
• Só 41,6 mil (22%) das escolas possuem dependências acessíveis;
• Apenas 122 mil (6%) dos mais de 2 milhões professores que atuam na educação básica possuem formação continuada, de no mínimo de 80 horas, específica em educação especial;
• Cerca de 30% das escolas possuem materiais didáticos e paradidáticos acessíveis (braile, caracteres ampliados, Libras, texturas, contrastes, entre outros).
A Semana de Ação Mundial pelo Brasil Além do seminário nacional, que acontece em Brasília, centenas de atividades estão sendo realizadas pelo Brasil por mais de 2,2 mil pessoas, grupos e organizações que receberam os materiais da iniciativa.
Veja abaixo algumas atividades da SAM que já aconteceram:
03/09 – Pré-Lançamento da SAM, na capital paulista. Saiba mais aqui
17/09 - Lançamento da SAM, no Rio de Janeiro. Saiba mais aqui
Sobre a Semana de Ação Mundial
A Semana de Ação Mundial é uma iniciativa da CGE (Campanha Global pela Educação), realizada simultaneamente em mais de 100 países, desde 2003, com o objetivo de envolver a sociedade civil em ações de incidência política, de modo a exercer pressão sobre os governos para que cumpram os acordos internacionais da área, entre eles o Programa Educação para Todos (UNESCO, 2000). No Brasil, a SAM é coordenada pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, em parceria com outros movimentos, organizações e redes. (Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação)
Realização e coordenação 
Campanha Nacional pelo Direito à Educação
Comitê Técnico: Action Aid, Campe, Escola de Gente, Fórum Nacional de Educação Inclusiva, Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, Mais Diferenças, UNDIME, UNESCO no Brasil e UNICEF.
Apoiadores: 
ActionAid, Cese (Coordenadoria Ecumênica de Serviço), Fresce (Fondo Regional de la Sociedad Civil para la Educación), FSM (Fundação SM), Campanha Global pela Educação, Fundação Volkswagen, Instituto Alana, Instituto C&A, Instituto Natura, Instituto Unibanco, UNESCO e UNICEF.
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/seminar_in_brasilia_to_debate_the_challenges_to_guarantee_the_right_to_inclusive_education/#.VCHau5RdXkw

Ensino híbrido incentiva autoaprendizagem no Japão

Instituto ajuda alunos a organizarem tempo e estudarem sozinhos a partir de motivações próprias fora do horário escolar 
Do outro lado do mundo, em um país com alto desenvolvimento tecnológico, o uso de ferramentas digitais em sala de aula ou até mesmo os cursos on-line encontram diversas barreiras para entrar no cotidiano escolar. O ambiente educacional japonês, que causa a curiosidade de muitos estudiosos devido às inúmeras conquistas atingidas, é predominantemente tradicional e rígido em seus processos de aprendizagem. Mas isso tende a mudar, de acordo com Kenji Komatsu, CEO do iPal (innovative personalized and autonomous learning, em inglês), um instituto privado para estudos extracurriculares (mais precisamente, inglês, matemática e japonês).
Tive a oportunidade de conhecer a iniciativa inspiradora em viagem ao Japão. Após algumas conversas com Komatsu, pude perceber o quanto o rumo da educação está alinhado entre as mais diferentes culturas. Durante o tempo que estive no país presenciei o quão diferentes de minha realidade são os hábitos e costumes de lá, no entanto, a busca  pela formação de um aluno mais autônomo é comum em vários países, distorcendo as fronteiras através da tecnologia e da troca de experiência em métodos educacionais que objetivam um aluno com habilidades e competências não garantidas pelos métodos mais tradicionais.
picturecorrect / Fotolia.comEnsino híbrido incentiva autoaprendizagem no Japão
 
A ideia do instituto nasceu em 2011 a partir da necessidade de complementar os estudos da escola tradicional que ainda seguem os preceitos curriculares do pós Segunda Guerra Mundial. Segundo Komatsu, esses preceitos foram extremamente eficazes para o país reerguer-se e tornar-se uma potência, no entanto, hoje o país é outro, possui uma diferente estrutura social e econômica e necessita de mudanças também na educação, já que a formação não atende às demandas atuais do país e do mundo.
A chave para a inovação no iPal foi a escolha do ensino híbrido Glossário compartilhado de termos de inovação em educação (blended learning, em inglês), conforme acredita o CEO ao afirmar que “este deve ser o caminho a ser seguido pela educação japonesa”. Esta tendência de ensino traz a aprendizagem centrada no estudante, levando em consideração seus domínios, interesses e objetivos e construindo, assim, um currículo individual e sob medida.
Komatsu frisou que o instituto não busca aumentar a quantidade de conhecimento de conteúdo no aluno, mas sim as competências direcionadas à autoaprendizagem e organização do próprio tempo. O grande objetivo do iPal é poder tornar os alunos capazes de estudar por si próprios a partir de motivações próprias e em qualquer lugar, mesmo sozinhos, em casa e sendo tentados por mil coisas que parecem mais divertidas.
Ele encontrou uma dificuldade comum entre seus alunos, que era a de organizar o próprio tempo e lidar com cronograma de atividades. Isso, para ele, é resultado da educação tradicional que acostuma o aluno a somente absorver dados  e não a pensar ou motivar-se sobre o que fazer. Como exemplo, a grade fixa curricular que descreve o que cada um precisa estudar de acordo com sua idade e série.
Estudando o Blended Learning, Komatsu projetou um sistema de rotação para o iPal e renomeou a sala de aula para “laboratório”. Lá, cada aluno estuda individualmente o conteúdo on-line, pratica exercícios offline (podendo até utilizar papel e caneta) e, caso possua dúvidas, marca um horário presencial com seu tutor. Esse ciclo é repetido sempre com a inclusão de novos conteúdos ou reforço. Além disso, para investir no desenvolvimento da autonomia, não há um cronograma fixo de tarefa e horários: os próprios alunos montam seu calendário e devem agir com responsabilidade e organização com o que se comprometem.
Com essa abordagem pedagógica, os alunos passaram a ver mais sentido no que estão aprendendo, pois o aprendizado é mais personalizado às necessidades de cada um. Para auxiliar no método, Komatsu utiliza um ambiente on-line japonês, que possui objetos de aprendizagem combinados com a ferramenta gratuita de calendário do Google. A escolha do ambiente on-line foi determinada pela língua japonesa.

POR PAULA FURTADO

Por Paula Furtado
Pesquisadora (mestranda) em Linguística Aplicada e Tecnologia pela Unicamp, professora, designer instrucional e co-fundadora da Escola Mupi.
http://porvir.org/porfazer/ensino-hibrido-incentiva-autoaprendizagem-japao/20140922

Declaração para um novo ano

20 para 21  Certamente tivemos que fazer muitas mudanças naquilo que planejamos em 2019. Iniciamos 2020 e uma pandemia nos assolou, fazendo-...