domingo, 16 de outubro de 2016

Jovens da América Latina e do Caribe reivindicam uma educação holística e que esteja além da escola


Foi o que revelou a primeira etapa da consulta pública “Diles qué quieres aprender” (Diga-lhes o que você quer aprender, em tradução livre), por meio da qual o Escritório Regional de Educação para a América Latina e o Caribe (OREALC/UNESCO Santiago) fez uma pesquisa virtual com jovens da região.

A UNESCO lançou oficialmente a segunda etapa desse trabalho, que se concentrará em priorizar os assuntos com os quais se deveria avançar. A pesquisa, rápida de ser respondida, está disponível até 31 de outubro de 2016 no site www.dilesquequieresaprender.org.
A primeira fase da consulta revela que os jovens querem aprender diversos conteúdos, mas também, gostariam de se abrir para outros conhecimentos e assuntos pertinentes ao mundo atual. Por isso, veem como necessárias as habilidades básicas em leitura e matemática, apesar de também quererem recuperar a importância dos idiomas globais e locais e aprender sobre as formas de organização das sociedades, por meio do conhecimento da história e do desenvolvimento da humanidade. 
A juventude deseja, ainda, aproximar-se tanto da área científica e tecnológica quanto da arte em todas suas formas de expressão; querem aprender a se olhar, a identificar suas capacidades e receios, e a saber observar o mundo, sua lógica e dinâmica. A consulta indicou, também, interesse por construir uma comunidade e um planeta diferente, que seja democrático, sustentável e pacífico, baseando-se em noções de cidadania e sustentabilidade ativa, respeito, colaboração, empatia e solidariedade entre todos.
Essa é uma parte dos principais dados encontrados pela consulta regional virtual “Diles qué quieres aprender”, lançada em agosto de 2016 e concebida para escutar a voz dos jovens entre 15 e 25 anos sobre seus interesses em relação ao o quê e como querem aprender. Esta ação foi realizada no âmbito dos desafios da nova agenda mundial Educação 2030, e sua implementação está sob a responsabilidade do Escritório Regional de Educação para a América Latina e o Caribe (OREALC/UNESCO Santiago), com a colaboração de diferentes atores sociais da região e com o apoio da Fundación Chile (Fundação Chile) como secretaria técnica deste processo. 
Em relação a como querem aprender, os resultados preliminares das opiniões dos jovens apontam também para um método que vá além da escola e das formas tradicionais de ensino. Existe uma necessidade de pensar também na educação fora da sala de aula, nos espaços públicos e recreativos das comunidades, o que não impede que o papel vital seja o do professor. Eles desejam aprender de forma colaborativa, de maneira prática, fazendo uso de recursos virtuais, por meio de palestras, ateliês e cursos, e dando um forte destaque à brincadeira e ao descobrimento. 
“Tem sido todo um processo educativo como instituição nos abrirmos às vozes da juventude e de outros atores sociais. Acredito que devíamos mostrar claramente nosso papel e nossa forma de fazer as coisas neste novo período marcado por uma nova Agenda Mundial de Educação”, afirmou Jorge Sequeira, diretor do OREALC/UNESCO Santiago. 
Atilio Pizarro, coordenador dessa iniciativa, que coordena, ainda, o Laboratório Latino-americano de Avaliação da Qualidade da Educação (LLECE) da UNESCO, afirmou que “estamos muito surpresos com a perspectiva integral e holística que os jovens reivindicam para o aprendizado. Para eles, as habilidades básicas não são suficientes: querem uma formação integral e com valores”. 
Ana María Raad, gerente da Fundación Chile, afirmou que, segundo o ponto de vista da secretaria técnica, “as salas de nossas escolas devem se transformar em todos os sentidos: a localização espacial voltada para o trabalho em grupo, o papel facilitador do docente diante de estudantes que aprendem em seu próprio ritmo, e a criação conjunta de conteúdos dentro e fora da sala de aula”, indicou.
Segunda fase 
O OREALC/UNESCO Santiago lançou, no dia 15/09/2016, a segunda parte da consulta regional sobre aprendizado. Da mesma forma que a etapa anterior, esta é voltada a jovens entre 15 e 24 anos da América Latina e do Caribe. 
Na segunda etapa, os jovens deverão escolher, dentre alternativas já propostas, o que e como querem aprender. As opções foram obtidas dos conteúdos da primeira etapa, e espera-se obter novamente uma amostra representativa de toda a região, superando a fase anterior.
Essa pesquisa da UNESCO é um foro de participação cujas respostas farão parte de um quadro de referência que será apresentado a ministros de educação da região em janeiro de 2017. As informações serão um valioso material para a elaboração de políticas públicas que implicarão diretamente a juventude.
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O OREALC/UNESCO Santiago agradece aos atores que apoiam esta iniciativa: Internacional de Educação (IE-AL), Campanha Latino-americana pelo Direito à Educação (CLADE), Programa Mercosul Social e Solidário, Rede Latino-americana pela Educação (REDUCA), Rede Latino-americana de Portais Educativos (RELPE), Teach for All (TFA) e Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC). Também destaca a colaboração das seguintes instituições: Virtual Educa, Observatório da Juventude para a América Latina e o Caribe da CEPAL (JUVELAC), Instituto Internacional de Planejamento da Educação (IIPE) e Fundación Semilla. 
O que é a Agenda de Educação 2030?
A Educação 2030 faz parte dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, que compõem a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.  Essas metas e objetivos mundiais têm como propósito estimular a ação, durante os próximos 15 anos, em cinco campos de importância fundamental (conhecidos como “os 5 P”, devidos a seus nomes em inglês): os seres humanos, o planeta, a prosperidade, a paz e as iniciativas conjuntas. O sucesso no alcance destes objetivos depende em grande parte dos resultados atingidos na educação. Os ODS refletem a importante função que a educação desempenha ao resumir suas metas em um objetivo singular, o ODS 4. 
A educação é também um componente de outros objetivos, que dizem respeito à saúde, ao fim da desigualdade e à geração de emprego decente, ao consumo e à produção sustentáveis e às mudanças climáticas. Na Declaração de Incheon, que representa o compromisso da comunidade internacional com o programa Educação 2030, a UNESCO ficou responsável pela coordenação e pela função de organismo central em matéria de educação, no quadro da coordenação geral para o cumprimento dos ODS.


http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/young_people_from_latin_america_and_the_caribbean_demand_a/#.WAPlZugrLIU

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