segunda-feira, 1 de setembro de 2014

‘Para mudar, é preciso mergulhar nas mazelas’, diz educadora indiana

Shukla Bose, que fará uma palestra no seminário 

Educação 360, fala sobre o ensino em comunidades 

carentes

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Shukla Bose garante que a acolhida oferecida às crianças se reflete na educação. Seus alunos vão à escola até nos feriados - Reprodução

RIO - Em 2003, a indiana Shukla Bose decidiu jogar para o alto a carreira de executiva e criou a Fundação Humanitária Parikrma, uma organização não governamental que oferece ensino gratuito de qualidade a 1,6 mil crianças de Bangalore, a quarta cidade mais populosa da Índia. Shukla será uma das conferencistas do encontro internacional Educação 360, promovido por O GLOBO e “Extra”, em parceria com Sesc, Prefeitura do Rio e Fundação Getulio Vargas, com o apoio do Canal Futura. O encontro vai acontecer nos dias 5 e 6 de setembro na Escola Sesc de Ensino Médio, em Jacarepaguá. (Conheça detalhes sobre a programação no site www.educacao360.com).


Há 11 anos, a senhora abandonou uma carreira de sucesso numa empresa multinacional para se dedicar ao trabalho social na área da educação. O que a motivou?
Abandonei a carreira de diretora executiva numa multinacional e enveredei pelo campo do trabalho social porque não estava satisfeita com a vida corporativa, com aquela rotina de fazer balanços financeiros que só beneficiam uma minoria milionária. Trabalhei como voluntária ao lado de Madre Teresa de Calcutá durante sete anos, quando ainda era estudante. E por meio dessa experiência aprendi que o verdadeiro trabalho está nas ruelas da Índia, e que era preciso mergulhar nas mazelas da nossa sociedade para operar uma pequena mudança de verdade.

Quais as principais frentes de trabalho da Fundação Parikrma?
Temos quatro escolas que atendem a 1,6 mil crianças, entre cinco e 18 anos, que moram nas ruas, favelas e orfanatos de Bangalore, na Índia. Desenvolvemos também um trabalho com os pais dos alunos que já alcança cerca de 25 mil pessoas. Recentemente, inauguramos a Academia de Formação de Professores, que atende a cerca de 2 mil educadores e a 63 mil alunos de escolas estaduais que trabalham como auxiliares em instituições de difícil acesso. São escolas que carecem de profissionais de ensino.

Como se dá o trabalho com os familiares dos alunos?
Nós identificamos os problemas de cada família e damos início a um trabalho de aconselhamento e capacitação. Oferecemos cursos de capacitação profissional para a família, que passa a ter uma renda maior. Abrimos contas bancárias para as mães, que são orientadas a lidar com suas finanças. Também oferecemos treinamento em nutrição infantil e transmitimos noções básicas de higiene e saúde.

Qual é o maior desafio de todo esse trabalho social?
Um problema sério que enfrentamos é a alta incidência de alcoolismo entre os pais. Por isso decidimos criar um programa de reabilitação, que não só atende aos pais como gera empregos para a comunidade escolar. Os próprios familiares que recebem alta no tratamento são empregados no programa. Eu comemoro a participação ativa dos pais na vida escolar dos seus filhos — 98% deles frequentam as reuniões com professores. Mas o maior desafio é garantir que a fundação tenha verba para levar adiante todos os projetos.

Qual é a filosofia adotada pela Fundação Humanitária Parikrma?
Acreditamos que é preciso estimular o potencial que existe nas comunidades pobres, que são ignoradas por conta do estigma social que carregam. Nossa filosofia defende que mesmo as pessoas marginalizadas podem ser bem-sucedidas se tiverem a oportunidade no momento certo. E essa oportunidade não está ligada apenas à oferta de uma vaga numa escola com uma boa infraestrutura de ensino. Essas pessoas só irão prosperar se estiverem num ambiente onde amor, dignidade e esperança sejam cultivados.

Está dando certo?
Nossas crianças não faltam às aulas, e frequentam a escola, inclusive, nos feriados, quando atendemos a cerca de 97% de nossos alunos.

Como se alcança esse resultado?
A educação voltada para os mais pobres deve ganhar uma abordagem diferenciada para, de fato, colher bons resultados. A condição básica para o aprendizado é uma vida familiar estável. E 98% dos nossos pais são alcoólatras, enquanto 92% dos nossos alunos possuem algum familiar preso. Com uma atmosfera familiar tumultuada, é muito mais difícil para um aluno se concentrar nos estudos.

Qual é o diferencial da formação de professores feita pela fundação?
Nosso programa de formação de professores oferece laboratórios de crescimento pessoal para todos os educadores, que aprendem a contornar algumas situações adversas do cotidiano através de empatia, paciência e tolerância. Na fundação, acreditamos que amor e compreensão podem operar grandes mudanças, uma vez que as crianças precisam de alguém que realmente tome conta delas. E elas costumam responder muito bem a essa acolhida, tornando-se crianças bastante carinhosas.

Como avalia a educação hoje?
As coisas estão mudando tão rapidamente nesta década que o conteúdo ensinado nas escolas de hoje se torna redundante tão logo o aluno ingressa no mercado de trabalho. As instituições de ensino precisam modificar seus métodos e estratégias de forma a tornar o aprendizado relevante também para a vida do aluno.

Na sua opinião, como deve ser a educação do futuro?
As escolas deverão existir como espaços de facilitação do acesso ao conhecimento, e deverão oferecer um ambiente onde os alunos aprendam de maneira autônoma. O professor deve ser apenas um guia para os alunos, e não um repositório de informações. O que percebo na Fundação Humanitária Parikrma é que o estímulo para a inovação parte dos próprios alunos. Quando um professor lança uma novidade em sala, e identifica uma resposta positiva do grupo, ele é encorajado a tentar outros métodos, concebendo uma vibrante atmosfera de aprendizado.


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Cresce número de casos de violência contra professores

Elayne Mendes, repórter de A Gazeta

O número de professores vítimas de violência cometidas por alunos dentro das escolas tem crescido de maneira alarmante na capital mato-grossense. Segundo dados da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), só no período de janeiro a junho deste ano foram registradas 502 ocorrências, envolvendo 32 tipos de crimes diferentes dentro das instituições de ensino de Cuiabá.
Uma pesquisa realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), põe o Brasil no topo do ranking de violência em escolas. De acordo com o levantamento, 12,5% dos professores ouvidos no Brasil disseram ser vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos pelo menos uma vez por semana. O índice é o mais alto entre os 34 países pesquisados, uma vez que a média entre eles é de 3,4%.
Para o titular da DEA, delegado Paulo Alberto Araújo, são vários os motivos que geram os conflitos entre professores e alunos dentro das salas de aula. Porém, para ele, o pivô principal é a falta de princípios e valores que deveriam começar dentro de casa. “A família deve trabalhar em conjunto com a escola, para que o aluno desenvolva o seu melhor em ambos os recintos”.
Ele ressalta que por mais que não pareça, o menor é a principal vítima nesse tipo de caso. “Quando a criança não recebe o que lhe é de direito por parte dos pais, como a atenção devida, sentirá essa necessidade. E os problemas enfrentados em casa irão eclodir dentro da sala de aula”.
Se por um lado existem dilemas a serem solucionados no âmbito familiar, o delegado lembra que, por outro, a escola também tem sua responsabilidade no que tange a humanização dos alunos. “As crianças evoluíram, mas a escola não. Muitos professores ainda se limitam ao ensino arcaico e ficaram parados no tempo, o que dificulta um melhor relacionamento com os alunos”.
Nesse quesito a professora Luzia Abich, gerente da Coordenadoria de Programas e Projetos, da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), concorda com o delegado. Segundo ela, a falta de interesse por aquilo que se ensina na escola resulta em indisciplina. “Sem interesse pelo que é oferecido em sala de aula, o aluno se rebela, fica ocioso, e sobra tempo para criar conflitos tanto entre professores, como com os colegas de classe”.
Recentemente, a Seduc realizou uma pesquisa interna, nos chamados “livro preto”, para levantamento de dados que apontem a natureza do comportamento dos alunos, bem como o quantitativo de incidências, os encaminhamentos dados pela escola ou a ausência deles. No primeiro semestre deste ano, a amostra elencou 96 ocorrências, entre ameaças, conflitos e agressões verbais nas escolas estudadas.
Abich explica que esses tipos de ocorrências acontecem por falta de uma escola aberta ao diálogo e fortificada quanto à sistematização curricular e estrutural das instituições de ensino. “Os professores não estão preparados para lidar com a criança de hoje. Falta um currículo e uma estrutura melhor, que ampare esses alunos, de maneira a não gerar conflitos, e sim solução”.
Ela fala ainda que dois quesitos fazem toda a diferença quando o assunto é relacionamento professor e aluno. “Quando o educador entra em sala de aula, a criança analisa se ele tem domínio sobre o que irá ministrar e se ele tem autoridade. E se ele percebe que o professor não tem, a situação perde literalmente o controle”.
Foi nessa situação que a professora L.M.L, 68, se encontrou pouco antes de se aposentar. Ela relata que um aluno de 14 anos, da escola estadual em que ela dava aula, sem motivo algum começou a persegui-la dentro da unidade. E com o passar do tempo, chegou a ir na porta de sua casa. “Ele disse em alto e bom tom, que não tinha ‘ido’ com a minha cara, porque eu era velha e negra. Cheguei a abrir processo administrativo contra ele. Era só mais um dos vários que ele já respondia”.
A professora tentou transferência para uma outra escola, mas não conseguiu pelo fato de ser o último ano em que lecionava. Até que chegou um dia em que o conflito foi além da sala de aula. “Quando cheguei em casa, as janelas estavam todas quebradas e o muro pichado com a frase ‘Lugar de professor é no inferno’. Nunca vou me esquecer daquele dia”.
A educadora registrou um boletim de ocorrência contra o aluno e conseguiu uma licença para ficar longe das salas de aula até o final do inquérito. “Infelizmente o menino não foi punido, por ser menor de idade. E ainda chegou a me enviar um e-mail ironizando a minha situação”.
O caso aconteceu em 2011 e até hoje a professora é acompanhada por uma psicóloga. “Após mais de 25 anos lecionando, criei um trauma da sala de aula”.
Coordenador da Escola Estadual Francisco Alexandre Ferreira Mendes, Danilo Benigno de Souza confirma que apesar dos vários programas de incentivo à educação e contra a violência serem desenvolvidos na unidade, conflitos entre professores e alunos tem crescido nos últimos anos. “Desde que estou aqui, nunca presenciei agressão física. Porém, é comum casos de bullying, agressões morais e verbais e, infelizmente, o índice só tem aumentado”.
Souza conta que existem alunos que tentam burlar as normas internas da escola, criar um sistema em que eles são a autoridade. “No primeiro dia de aula a professora entrou em sala e o aluno já disse que era bom ela andar nas regras da turma, se quisesse ter uma boa convivência com eles. E outro chegou a perguntar se ela não tinha medo de sumir”.
Para o coordenador, isso acontece por três motivos. “Violência generalizada, estrutura familiar fragilizada e falta de aproveitamento de tempo”.
Atualmente a escola oferece aos alunos projetos de jiu jitsu, futsal, basquete e fanfarra. “Nossa intenção é manter as crianças ocupadas com atividades construtivas. Afinal, tempo livre com a rua disposta a receber os adolescente é um perigo”.
Também no intuito de amenizar esses tipos de embates, a Seduc em parceria com a Polícia Militar, Conselhos Tutelares e demais órgãos de defesa da criança desenvolve o programa Paz na Escola, que tem como objetivo debater práticas que orientem e fortaleçam o atendimento de conflitos nas unidades escolares.

Veja Mais: Pesquisa põe Brasil em topo de ranking de violência contra professores
http://www.gazetadigital.com.br/conteudo/show/secao/9/materia/427688/t/cresce-numero-de-casos-de-violencia-contra-professores

Alunos aprendem a cultivar hortaliças para a merenda escolar em MT

Crianças participam do projeto 'Educando com a Horta' em Cuiabá.
Oficina faz parte de programa que inclui aulas de dança e esporte.


Do G1 MT

Hortaliças que são plantadas nas escolas depois viram ingredientes da merenda escolar em Cuiabá
(Foto: Stephanie Freitas/G1)

Cerca de 7.800 alunos da rede municipal de educação em Cuiabá participam de um projeto em que aprendem a trabalhar em hortas e parte da produção é utilizada nas merendas das próprias escolas. O 'Educando com a Horta Escolar e Gastronomia' é uma oficina desenvolvida nas unidades de ensino na capital desde 2008 e faz parte atualmente da rotina de 39 das 94 escolas municipais. Crianças e adolescentes de 6 a 14 anos acompanham e ajudam em todas as etapas da produção, desde o preparo da terra à colheita.
A engenheira agrônoma responsável técnica pelo projeto, Edilaine Cristina da Silva, explica que a intenção é estimular tanto a alimentação saudável dos alunos, quanto o contato com a terra. “É um trabalho pedagógico em que as crianças têm uma aula diferenciada. Muitas delas, que antes não gostavam, passam a comer verduras e temperos produzidos por elas mesmas”, destacou a técnica. A oficina faz parte de um programa nacional em que são oferecidas aos alunos outras sete atividades, como aulas de dança, esportes, leitura e informática.
A Escola Municipal de Educação Básica (Emeb) Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, localizada no Bairro Alvorada, na capital, é uma das que participam do projeto. Na unidade, cerca de 200 alunos do 1º ao 6º ano do ensino fundamental ajudam na produção de alface, rúcula, cenoura e diversos temperos.
“A oficina começou a ser implantada este ano. Primeiro realizamos uma gincana com as crianças para recolher produtos na vizinhança que poderiam ser reciclados e utilizados na horta, como garrafas pet e pneus”, contou a professora Daiane Campos Silva, articuladora do projeto na escola. Ela destacou que, além da produção, a ideia é conscientizar as crianças sobre a importância da reciclagem e sustentabilidade.
Após a realização da gincana, alunos de 6 a 12 anos escolheram juntos com os professores o que seria plantado no local. “Eles ajudaram desde a fundação mesmo e hoje cuidam da manutenção. Eles plantam, regam e colhem. Antes de praticar, eles realizaram pesquisas na oficina de informática”, relatou Daiane. Parte do trabalho de adubagem das hortas é feito com cascas e restos de alimentos da cantina.
Tainá Rodrigues, de 11 anos de idade, é uma das crianças que participa do projeto. Para ela, essa é uma das oficinas preferidas, já que tem contato com a natureza. “Aprendi que é muito importante fazer a reciclagem e também ajudar as cozinheiras. Minha avó tem horta na casa dela, mas eu não tinha mexido, como faço aqui”, contou a aluna que estuda há seis anos na instituição.
Na Escola Municipal Professora Hilda Caetano de Oliveira Leite, que fica na zona rural de Cuiabá, a horta foi construída em formato de relógio. No local, as 200 crianças que participam do projeto trocam experiências também com pequenos produtores rurais da região. “A horta já é trabalhada há quatro anos nessa escola, e o diferencial é a troca de informações que ocorre com a comunidade”, destacou a engenheira agrônoma responsável técnica pelo projeto, Edilaine da Silva.
Horta em escola de Cuiabá (Foto: Stephanie Freitas/G1)Alunos participam de todas as etapas de criação e manutenção da horta nas escolas de Cuiabá
(Foto: Stephanie Freitas/G1)

http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2014/08/alunos-aprendem-cultivar-hortalicas-para-merenda-escolar-em-mt.html

Jovens criam manifesto por melhorias na educação

Mapa do Buraco reúne os principais gargalos e desafios do ensino público no Brasil; documento é um convite para a mobilização social

Quem disse que o setor público é o único responsável pela qualidade do ensino no país? Acreditando que a população tem um peso fundamental para cobrar melhorias na área, um grupo de dez jovens brasileiros, a maioria deles com passagem por Harvard, nos EUA, criou um manifesto que aponta os principais gargalos e desafios da educação pública no Brasil. Intitulado de Mapa do Buraco, o documento busca mobilizar a discussão sobre a qualidade da educação em diversos setores da sociedade.
Elaborado a partir de entrevistas com mais de cem lideranças nacionais, entre eles o empresário Jorge Paulo Lemann e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o documento aborda temas como a carreira docente,  currículo, déficit educacional, gestão e investimento. Segundo o relatório, embora o país tenha avançado para universalização do ensino fundamental e médio nas últimas décadas, os resultados de avaliações educacionais ainda apontam para a falta de equidade e qualidade na educação pública brasileira.
crédito bigpa / Fotolia.com

Distante de propor diretrizes ou planos de longo prazo, o manifesto busca tratar o tema como uma necessidade urgente. “As pessoas tendem a pensar na educação como um problema de longo prazo. Não é para amanhã. É para agora. O documento mostra essa urgência e a população tem um papel absoluto para promover essa mudança”, defendeu a Lígia Stocche, 24, estudante de engenharia de materiais na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e uma das integrantes fundadoras do movimento.
De acordo com ela, que já estudou em Harvard e no MIT, o manifesto parte exatamente dessa necessidade de conscientizar a sociedade de que os problemas e desafios da educação são uma responsabilidade de todos. No documento, o setor público, a sociedade civil, os professores e representantes de ONGs, fundações e centros de pesquisa são apontados como os principais agentes de mudança, exemplificando e delimitando a atuação de cada um. “Se você entende a sua responsabilidade nisso, você faz alguma coisa. A partir do momento que população cobra, faz e pede, [o assunto] se torna algo mais discutido”, defendeu Stocche.
Desenvolvido de forma apartidária, o documento também pretende pautar as discussões políticas e eleitorais. Após mobilizar a população sobre a importância do tema, os jovens idealizadores devem entregar o manifesto para candidatos à presidência e aos governos estaduais.  “A gente tem a esperança que pessoas das mais distintas posições [políticas] e opiniões venham abraçar a causa.”
Resistências e caminhos
Um dos aspectos mencionados no Mapa do Buraco é importância de atrair o jovem para a escola. Segundo o documento, “o modelo atual apresenta um currículo sobrecarregado e pouco atrativo.” Diante desse cenário, a resistência a mudanças é um dos caminhos que deve ser superado pela educação brasileira. O documento ressalta a necessidade de trabalhar com um modelo de escola que atenda as necessidades do século 21, levando em consideração as transformações tecnológicas e a forma como as pessoas estão se apropriando das informações e da educação.
“A partir do momento que o jovem vê a educação como um caminho, ele já se sente mais motivado. A gente precisa mostrar que educação é um caminho que pode levar ele muito longe. O ensino médio costuma ter uma evasão muito alta porque os jovens não enxergam [a escola] como um caminho para levar a outros lugares.”
Cases de sucesso
Para mostrar que é possível promover mudanças na educação pública brasileira, o relatório traz o exemplos de escolas e municípios que conseguiram melhorar os resultados de aprendizado entre os seus alunos. Um dos casos citados é o Programa Escolas do Amanhã, criado pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, que utiliza um novo modelo de gestão de parcerias para integrar a comunidade e o cotidiano como uma extensão do espaço escolar. No total, a iniciativa abrange 155 escolas de ensino fundamental que estão localizadas em áreas recém-pacificadas da cidade.
Outro exemplo apresentado é o do Programa Alfabetização na Idade Certa, implantado no município de Sobral, no Ceará, e expandido para todo o estado em 2007. Quando a iniciativa assumiu âmbito estadual, em 2007,  32% de alunos cearenses no 2o ano do ensino fundamental não tinham sido alfabetizados. Após cinco anos, com o oferecimento de materiais pedagógicos e o investimento na formação de professores, a porcentagem de alunos não alfabetizados caiu para 2.1%. “Muita gente nem sabe que existem casos de sucesso na educação pública brasileira”, destacou Lígia Stocche.
Para acompanhar as discussões sobre o tema, os jovens lançaram uma página no Facebook, onde divulgam informações e vídeos com depoimentos de entrevistados consultados para a composição do relatório.
http://porvir.org/porpensar/jovens-criam-manifesto-por-melhorias-na-educacao/20140828

Ilustrador argentino dá a volta ao mundo para desenhar com crianças

Iván Kerner, de 34 anos, diz que desenho ajuda crianças a se expressar.
No total, ele vai visitar 40 países durante dois anos e virá ao Brasil em 2016.


Paulo GuilhermeDo G1, em São Paulo

Um ilustrador argentino viaja pela América Latina para desenhar com meninos e meninas de comunidades carentes, conhecer novas culturas e proporcionar espaços para as crianças se expressarem por meio dos desenhos. Iván Kerner, de 34 anos, mais conhecido como Ivanke, quer percorrer 40 países de cinco continentes durante dois anos para criar arte com os pequenos em escolas, parques e hospitais. Ele planeja inclusive fazer um trabalho especial com crianças do Brasil.
Crianças podem se expressar por meio dos desenhos, diz Ivanke (Foto: Sofía Nicolini Llosa/Pequeños Grandes Mundos/Divulgação)Crianças podem se expressar por meio dos
desenhos, diz Ivanke (Foto: Sofía Nicolini Llosa/
Pequeños Grandes Mundos/Divulgação)
Ivanke partiu há cinco meses de Buenos Aires. Já passou por Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e Guatemala – nesta semana está no México. O ilustrador afirma que este projeto engloba as coisas que ele mais ama na vida: arte, crianças e viagens, ver e aprender de muitas culturas.
"A ideia veio de repente. Eu não tinha ideia de como iria realizar, mas desde o primeiro momento eu tinha profunda certeza de que isso, e só isso, era o que eu tinha que fazer. Tinha que fazer isso por mim, para muitas crianças e, finalmente, para tentar contribuir um pouco para construir um mundo um pouco melhor", disse Ivanke ao G1.
Ele batizou o projeto de "Pequenos grandes mundos", obteve apoio do governo argentino e de uma produtora que está fazendo um documentário de sua viagem.
Quando chega a uma comunidade, Ivanke distribui pincéis, tintas e telas. Mas também ajuda os meninos e meninas a fazer arte em outros objetos como pedaços de madeira e até sobre cascas das frutas.  “Uma das atividades que fazemos é um mural de sonhos, onde depois de conversar sobre os seus desejos, as crianças os ilustram. É lindo ver como meninos e meninas que em muitos casos passaram por situações terríveis de violência, abusos e abandono, podem se projetar de um modo diferente e sonhar com um futuro melhor", explica.
Ilustrador promove ações também em hospitais (Foto: Sofía Nicolini Llosa/Pequeños Grandes Mundos/Divulgação)Ilustrador promove ações também em hospitais (Foto: Sofía Nicolini Llosa/Pequeños Grandes Mundos/Divulgação)
Segundo o artista, "as crianças podem dizer em um desenho, coisas que não poderiam ser expressadas nas palavras". "Às vezes, as coisas não estão ainda em um nível consciente, mas surgem de repente por esse espaço lúdico que é a ilustração", diz o ilustrador. "É realmente emocionante vê-las criar. Depois que ganham confiança, coisas maravilhosas acontecem."
O ilustrador já visitou escolas, orfanatos, bibliotecas, parques, centros culturais e museus de de fronteira. Levou seu projeto a grandes cidades e aldeias remotas, ilhas, selvas e montanhas. "Dormi em escolas, ônibus, nas casas de amigos e de amigos de amigos. Tudo valeu a pena", disse Ivanke.
"Cada criança é diferente, cada família é diferente e cada comunidade é diferente, mas em todo lugar que eu vá, fico ainda mais convencido de que o amor e a arte são as melhores ferramentas de mudança para esses meninos e meninas, amanhã, continuarem a construir um espaço melhor para todos", disse o ilustrador.
Ivanke com estudante de escola pública da Colômbia (Foto: Sofía Nicolini Llosa/Pequeños Grandes Mundos/Divulgação)Ivanke com estudante de escola pública da Colômbia (Foto: Sofía Nicolini Llosa/Pequeños Grandes Mundos/Divulgação)
No Brasil, em 2016
O ilustrador planeja ainda passar por 16 países da Ásia e Oriente Médio, incluindo Israel e Jordânia, cinco países da África (Moçambique, Tanzânia, Quênia, Etiópia e Marrocos), e mais cinco na Europa. Depois, poderá fazer um projeto à parte no Brasil em 2016.
"O Brasil é um país muito grande, com muito diferentes culturas e realidades de extensão, e sem dúvida tem muito a oferecer. Seria muito interessante mostrar as diferenças de meninos e meninas em cada estado", afirma Ivanke. "O que acontece se contrastarmos os sonhos de crianças de Minas Gerais com Amazonas? Quais os jogos preferidos das meninas do Mato Grosso? E de Santa Catarina? As comidas favoritas do Rio Grande do Sul são as mesmas de Tocantins? Será muito interessante poder mostrar este material por todo o Brasil, e que os pequenos possam conhecer os sonhos de outras crianças de sua terra."
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Meninas da Guatemala pintam cascas de frutas (Foto: Yamila Irigoyen/Pequeños Grandes Mundos/Divulgação)Meninas da Guatemala pintam cascas de coco (Foto: Yamila Irigoyen/Pequeños Grandes Mundos/Divulgação)


http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/08/ilustrador-argentino-da-volta-ao-mundo-para-desenhar-com-criancas.html

Abertas as inscrições para o 8º Prêmio Professores do Brasil


A oitava edição do Prêmio Professores do Brasil, promovido pelo Ministério da Educação, vai selecionar experiências pedagógicas bem-sucedidas desenvolvidas por professores da educação básica. As inscrições começaram nesta segunda-feira, 2, e seguem abertas até 15 de setembro. Nesta edição, serão selecionados até 40 trabalhos, oito por região do país. O regulamento está disponível na página do prêmio.
Os autores dos trabalhos premiados receberão R$ 6 mil, troféus e certificados. Os primeiros colocados em cada uma das oito subcategorias, que serão conhecidos apenas no dia da premiação, terão um adicional de R$ 5 mil. As escolas em que foram desenvolvidas as experiências vencedoras ganharão placa comemorativa.
Podem concorrer ao prêmio professores em exercício nos sistemas públicos de ensino e em instituições comunitárias, filantrópicas e confessionais que mantenham convênio com as redes públicas de educação básica. Os educadores devem relatar projetos com resultados comprovados durante o ano letivo de 2013 ou de 2014, desde que tenham sido fechados até a data de início das inscrições.
As experiências, conforme o regulamento, concorrem nas categorias temas livres e temas específicos. A primeira categoria abrange as subcategorias educação infantil, séries–anos iniciais do ensino fundamental, séries–anos finais do ensino fundamental e ensino médio. As subcategorias de temas específicos são educação integral, ciências para os anos iniciais do ensino fundamental, alfabetização nos anos iniciais do ensino fundamental e educação digital articulada ao desenvolvimento do currículo. Cada educador só pode concorrer com um trabalho.
Inscrição – Na primeira etapa do processo de inscrição, o professor preenche o formulário e o envia pela internet. O relato da experiência é enviado pelos correios – sedex ou correspondência normal com aviso de recebimento. Nos dois casos, o prazo final é 15 de setembro.
Com o relato, deve seguir cópia de documento de identidade e do CPF; atestado da secretaria da escola na qual o projeto foi desenvolvido, informando que o professor está no efetivo exercício da atividade docente; fotografias e recortes de jornais ou revistas nas quais o trabalho tenha sido divulgado.
O trabalho e os documentos devem ser enviados para: Prêmio Professores do Brasil – 8ª edição; Programa Núcleo de Estudos de Ciência e Matemática (Pronecim); CAVG - Conjunto Agrotécnico Visconde da Graça; 
Rua Ildefonso Simões Lopes, 2.791, Bairro Sanga Funda; Pelotas (RS), CEP 96060-290
Assessoria de Comunicação Social
Acesse a página do Prêmio Professores do Brasil

Declaração para um novo ano

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