segunda-feira, 12 de maio de 2014

Dilma entregou só 7% das 6 mil novas creches prometidas em campanha

Uma das principais propostas da campanha da presidente Dilma Rousseff para a educação – esperada e defendida por militantes da área e inúmeras famílias – não deve se concretizar. Das 6 mil novas creches prometidas por ela, apenas 7% (um total de 417) estão prontas. Até a última sexta-feira (os números mudam a cada dia), ainda havia 2.251 unidades em construção, sendo que 782 estão com 80% das obras concluídas.
Mais do que metas não cumpridas, os números mostram que atender à demanda da sociedade por creches e pré-escolas (essa fase, a partir dos 4 anos, terá oferta obrigatória a partir de 2016) é uma tarefa difícil de ser cumprida. Mesmo que todas as 8.348 unidades autorizadas para construção desde 2007 até agora fiquem prontas, elas ainda serão insuficientes.
“O Brasil vai precisar de muito mais para atender à demanda social”, reconhece Romeu Caputo, presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Ele lembra que, durante anos, não houve financiamento federal específico para essa fase educacional. “Mas esse é um momento histórico. O financiamento nunca foi tão grande”, ressalta. De 2007 a 2013, o governo federal investiu R$ 8,9 bilhões nas creches. Em 2014, serão R$ 3,5 bilhões.
Agência Brasil
Construção de creches é uma das principais promessas de Dilma
O Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância), que financia a construção de creches e pré-escolas em todo o país, foi criado em 2007. Durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os municípios e o Ministério da Educação firmaram convênios para a construção de 2.285 creches. No entanto, só 22 ficaram prontas até a saída de Lula da Presidência.
Desde que a presidente Dilma assumiu, em 2011, outras 1.649 unidades de educação infantil foram concluídas. Porém, desse total, 1.232 haviam sido autorizadas ainda na gestão de Lula. A partir de 2011, o Ministério da Educação aprovou a construção de mais 6.063 creches. Mas apenas 417 delas ficaram prontas até o momento.
O iG solicitou ao FNDE os dados das creches construídas em cada ano desde que o governo federal criou o Proinfância. Os números foram cruzados com o ano em que a parceria com os municípios foi firmada para avaliar o cumprimento da meta. É a primeira vez que os números são apresentados dessa forma.
O MEC não faz essa separação em suas divulgações, porque diz que os recursos usados para construir as creches após 2011 são da gestão de Dilma. “É um programa continuado, que foi mantido e ampliado”, justifica Caputo. Ele acredita que, até o fim deste ano, milhares de unidades ainda ficarão prontos. “A construção vai acontecer. O recurso está alocado”, diz.
Meta federal, execução municipal
Apesar dos recursos serem repassados pelo governo federal, a responsabilidade pelas obras do Proinfância é dos municípios. Prefeitos e dirigentes municipais de educação apoiam a proposta, mas enfrentam dificuldades para executá-la. Nos primeiros anos do programa, os terrenos para as unidades eram empecilhos. Todos precisavam apresentar escrituras com a titularidade da área antes de iniciar a construção. Agora, há um prazo maior.
iG Brasília
Desde que Dilma assumiu, em 2011, 1.649 creches foram concluídas, porém 1.232 haviam sido autorizadas na gestão Lula
Depois, tiveram dificuldades na contratação de empreiteiras para construir as creches. Além da burocracia das licitações, que atrasaram as construções, muitas empresas abandonaram as obras no meio do caminho, faliram. Atualmente, 590 obras estão paralisadas em todo o Brasil por algum tipo de dificuldade do município.
Cleuza Repulho, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), conta que muitos municípios ainda carecem de mão-de-obra para construção das unidades. “É inacreditável ter dinheiro e não ter empresa para construir”, comenta. O FNDE, desde 2013, definiu metodologias inovadoras de construção dos prédios (com a definição de requisitos técnicos de estruturas pré-moldadas) e realizou uma licitação nacional por “ata de registro de preços”, que acelera e barateia o processo.
“É muito difícil cumprir essa meta. Não depende só do governo federal, nem só dos municípios. As mudanças feitas nos processos burocráticos e a aceleração do repasse dos recursos feitos pelo MEC ajudaram”, garante Cleuza, que é secretária municipal de educação de São Bernardo do Campo (SP). “Mas não vejo saída em curto prazo. Ainda vamos construir escola por um bom tempo no Brasil”, afirma.
Apesar de importantes, as obras são apenas o primeiro passo. Manter as creches depois é a grande preocupação dos dirigentes municipais. O FNDE já repassa recursos para os municípios que atendem crianças em creches. O valor por aluno (quase R$ 1,5 mil para quem estuda meio período) cresce 50% quando a criança é beneficiária do programa Bolsa Família. Para muitos municípios, os recursos são insuficientes.
O Ministério da Educação criou uma forma de repassar recursos extras para as novas creches. Elas podem solicitar o dinheiro antes do início das atividades da instituição, com as matrículas em mãos.
“Hoje, a redistribuição do Fundeb é abaixo do custo do aluno. O encargo grande é do município. Gostaríamos que o MEC fizesse muito mais em termos de apoio e recurso para manutenção”, comenta Rodolfo Joaquim Pinto da Luz, secretário de comunicação da Undime e dirigente municipal de educação de Florianópolis (SC).

http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2014-05-12/dilma-entregou-so-7-das-6-mil-novas-creches-prometidas-em-campanha.html

Estudantes indígenas poderão ter avaliação com critérios específicos

É o que determina o Projeto de Lei 5954/13, em tramitação na Câmara dos Deputados.
Os processos de avaliação educacional dos estabelecimentos de ensino e dos estudantes indígenas poderão ter de respeitar as particularidades culturais das diferentes comunidades e povos. É o que prevê o Projeto de Lei 5954/13, do Senado, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB – Lei 9.394/96).
Segundo o autor, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), os estabelecimentos de ensino e os estudantes indígenas não devem ser submetidos aos mesmos processos de avaliação das demais escolas e alunos. “Fatores como a relação entre as línguas maternas e a portuguesa e a importância da oralidade de cada cultura devem ser respeitados e levar à elaboração, pelas autoridades competentes, de avaliações específicas”, argumenta.
Hoje, a LDB assegura às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e de processos próprios de aprendizagem tanto na educação básica, quanto no ensino profissionalizante e no ensino superior. Pelo texto, serão assegurados a essas comunidades também processos próprios de avaliação.
Tramitação
De caráter conclusivo, a proposta será analisada pelas comissões de Direitos Humanos e Minorias; de Educação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:

Bloqueio cultural atrapalha desempenho dos brasileiros em matemática

Para especialistas, aprendizado desta disciplina esbarra na falta de contextualização 
Maria Carolina de Ré, do R7
    País ficou em 38º lugar numa lista que comparou dados de alunos de 44 paísesGetty Images
    Por que os estudantes brasileiros que estão inseridos em uma cultura que valoriza o famoso "jeitinho", ou seja, a capacidade de improvisar e resolver problemas com criatividade, têm tanta dificuldade em solucionar testes de raciocínio matemático?
    Segundo especialistas consultados pelo R7, um bloqueio cultural, que relaciona a matemática com conceitos complexos, somado à dificuldade dos professores e instituições de ensino de mostrarem que esta área do conhecimento está presente em quase tudo o que fazemos, travam o aprendizado.
    Maurício Mühlfarth, pós-graduado em educação matemática pela Unicamp e professor do Colégio Santa Catarina, diz que os brasileiros são criativos e inteligentes, mas ainda têm problemas para reconhecer a importância da lógica. 
    — Estamos acostumados a ouvir que esta disciplina requer grande dedicação e memorização de coisas chatas. A maioria dos alunos não se prepara adequadamente para interpretar dados ou descobrir como tratar informações apresentadas em um problema matemático porque faz, de antemão, uma associação negativa deste conhecimento. 
    Ele indica que alguns materiais didáticos também travam o interesse.  
    — Vejo uma mudança positiva no mercado editorial, mas ainda existem livros e apostilas que favorecem uma abordagem pouco produtiva da matemática. Em geral, estes materiais apresentam o conteúdo de uma forma muito técnica, sem contextualizar nem mostrar a influência da disciplina no cotidiano.
    Continue lendo: http://noticias.r7.com/educacao/bloqueio-cultural-atrapalha-desempenho-dos-brasileiros-em-matematica-06052014

    A tirania da especialização

    Professores que buscam cursos de atualização devem tomar cuidado com as arapucas e falsas promessas. O conhecimento oferecido muitas vezes é pouco confiável e está aquém do necessário, alerta educadora.
    Por: Vera Rita da Costa
    Já pensou em fazer um curso de especialização? Se for professor, provavelmente a resposta a essa pergunta será sim. Mas, mesmo não sendo, a resposta muito provavelmente também será sim. Isso porque, na área de educação, vivemos a necessidade constante de atualização. A questão, no entanto, não se impõe apenas nesse campo.
    Manter-se atualizado tornou-se praticamente uma tirania. Pesa sobre todos nós – profissionais da educação ou não – a necessidade de aprendizado e atualização constantes. E, quando o caso não é de atualização, recaem em nossos ombros responsabilidades ainda mais severas: é preciso capacitar-se (como se fôssemos incapazes) ou reciclar-se (como se fôssemos sucata). 
    Quando o caso não é de atualização, recaem em nossos ombros responsabilidades ainda mais severas: é preciso capacitar-se (como se fôssemos incapazes) ou reciclar-se (como se fôssemos sucata)
    Termos inapropriados à parte, o fato é que a tal ‘vida moderna’ está impondo a todos a necessidade de correr atrás de novos conhecimentos. E longe de isso ser negativo, o processo de aprender constantemente ao longo de toda a vida poderia (e deveria) ser encarado como muito positivo, não fossem as ‘arapucas’ ou ‘falsas promessas’ que se encontram no caminho. 
    Há atualmente vários cursos destinados a professores, principalmente aqueles oferecidos de forma virtual e na internet. Mas os resultados, em muitos casos, são desanimadores. Visando em muitos casos apenas ao lucro e sem qualquer controle externo, os conhecimentos que oferecem são poucos e nem sempre novos ou confiáveis. O que sobra, em geral, é frustração.
    Em vista dessa e de outras dificuldades – como os altos preços cobrados –, muita gente tem mudado e recorrido a uma ‘velha’ e a uma ‘nova’ estratégia para obter a formação desejada. A ‘velha’ é tornar-se autodidata, impondo a si mesmo a autonomia em relação à aprendizagem que tanto buscamos desenvolver em nossos alunos. A ‘nova’ é valer-se das plataformas digitais de aprendizado gratuitas, iniciativa recente em nosso país, mas cuja tendência – tudo leva a crer – é crescer e crescer. 
    Vale a pena, portanto, conferir o que há de novo na área.

    Continue lendo: http://cienciahoje.uol.com.br/alo-professor/intervalo/2014/03/a-tirania-da-especializacao

    Declaração para um novo ano

    20 para 21  Certamente tivemos que fazer muitas mudanças naquilo que planejamos em 2019. Iniciamos 2020 e uma pandemia nos assolou, fazendo-...