terça-feira, 1 de abril de 2014

Inovação tecnológica: para professores e escolas, é mudar ou morrer, diz estudioso

O professor emérito da UFSM, especialista em ensino e inovação tecnológica, diz que o atual sistema educacional é obsoleto e que o novo modelo só se erguerá se docentes e instituições ouvirem as lições de um ator: o aluno


Ronaldo Mota, professor emérito da Universidade Federal de Santa Maria e autor do
 livro “Educando para a Inovação” 
(Berenice Roth)
Séculos depois do início da universalização do ensino e décadas após a introdução da formação profissional, a educação enfrenta uma terceira revolução. O motor é a tecnologia. Nem todos, porém, reagem bem ao terremoto, avalia Ronaldo Mota, professor emérito da Universidade Federal de Santa Maria, ex-secretário de desenvolvimento tecnológico e inovação no Ministério da Ciência e ex-secretário de ensino superior do Ministério da Educação. "Os alunos já podem estudar em casa e até obter diploma pela internet. Mas muitos professores ainda não perceberam esse movimento: serão engolidos pela tecnologia e perderão a atenção dos estudantes", diz Mota, que acaba de lançar, em coautoria com David Scott, professor da universidade de Londres, o livro Educando para Inovação (Elsevier, 49,90 reais). A obra aborda o desafio das escolas de formar pessoas em um mundo de mudanças aceleradas em que a grande demanda é o aprendizado permanente. A despeito do atraso geral de instituições e mestres para lidar com a nova realidade — "O modelo de escola que conhecemos hoje será completamente extinto. O papel do professor, também" —, ele diz que o Brasil pode aproveitar a crise do modelo de ensino para promover uma grande transformação. "Temos uma população jovem, com nível de tolerância alto e flexibilidade diante de experimentos, elementos que favorecem a adaptação. Se fizéssemos disso um terreno para mudanças educacionais, provocaríamos uma grande transformação." Confira a seguir os principais trechos da entrevista.
Em Educando para Inovação, o senhor afirma que as mudanças a que assistimos hoje não são apenas tecnológicas e que esse movimento impulsiona também uma revolução de conceitos. Quais ideias estão em transformação? Inovação é muito associada a equipamentos e maquinário, mas as grandes mudanças deste século não têm necessariamente essa característica. Tomemos como exemplo uma inovação em outra área: o Cirque du Soleil. A partir do conceito tradicional do circo, o grupo canadense promoveu uma reestruturação radical e formatou um novo produto, criando um novo público. O conceito tradicional de inovação parte da ideia de que existe, antes de tudo, uma demanda para um produto ou processo. O que estamos vivendo neste século, porém, é o aparecimento de mudanças que não provêm da necessidade. Elas são tão revolucionárias que induzem a demanda após serem criadas. O tablet não foi feito após uma consultoria descobrir que havia demanda por computadores não portáteis. Ele surgiu como um produto inovador e criou a demanda a partir dele. Talvez você não necessite de uma impressora 3D agora, mas daqui a três anos vai querer uma em casa. O produto convence você de que é impossível viver sem ele.
Como a escola se insere nesse contexto de mudanças aceleradas? O que significa educar para a inovação? Significa que a escola precisa formar pessoas aptas a viver nesse cenário de constante inovação. No modelo fordista (sistema predominante no séxulo XX marcado pela linha industrial de produção), o papel da educação era formar técnicos competentes, aptos a atuar na produção tradicional para desenvolver tarefas com eficiência. Definitivamente, educação não é mais isso. O mundo não é mais fordista. Hoje, o sucesso ou não das empresas está associado diretamente à capacidade de inovar. O problema é que a escola segue se preparando para o antigo modelo. É como formar profissionais competentes que podem trabalhar em uma gráfica em vez de formar designers capazes de atuar em várias plataformas de comunicação. As instituições de ensino ainda não são, em geral, capazes de fazer esse raciocínio, pois carregam um atraso intrínseco. A título de comparação, tomemos o que aconteceu na área financeira nos últimos 30 anos: os bancos de hoje em nada lembram as instituições do passado devido à ascensão tecnológica. Enquanto isso, a escola permaneceu absolutamente a mesma. Ainda mantemos a figura clássica do professor que entra na sala de aula e apresenta o conteúdo para os alunos como se eles não soubessem nada. Isso, porém, não deve nos dar a ilusão de que a escola não será transformada: ela será.
Que tipo de transformação será essa? O modelo de escola que conhecemos hoje será completamente extinto. O papel do professor, também. Ele poderá até receber outra denominação, como "designer educacional", um profissional dedicado à organização de conteúdos. Mas ele não poderá fazer essa tarefa sozinho: o processo de ensino e aprendizado será cada vez mais coletivo. O designer educacional de física que se propuser a colocar o conteúdo de aula em uma plataforma on-line contará com ajuda de gente que saiba usar a plataforma, alguém que entenda de design, usabilidade e ferramentas no ambiente virtual. Não será uma pessoa só, vai ser um time. No começo do processo de mudança, provavelmente ainda contaremos com um professor clássico, que domina o conteúdo de uma disciplina. Mas ao lado dele, veremos um menino de 14 anos, responsável por fazer a interface gráfica da plataforma. É um fenômeno que já está acontecendo: as grandes funcionalidades dos portais educacionais são desenvolvidas hoje por jovens que dominam os sistemas digitais graças à afinidade que possuem com o universo dos games. Se resolver ficar sozinho, o professor perderá essa corrida.
Nesse cenário, como será o ensino? Grande parte dos jovens já aprende parte do conteúdo escolar em canais que não dependem da escola. Os alunos já podem estudar em casa e até obter diploma pela internet. Mas muitos professores ainda não perceberam esse movimento: serão engolidos pela tecnologia e perderão a atenção dos estudantes. Não é o fim da escola, mas uma chance que se apresenta para aqueles alunos que não aguentam permanecer em sala de aula e que procuram mecanismos alternativos para adquirir o próprio conhecimento. Há muitos adolescentes criativos, que serão profissionais muito competentes e que simplesmente vivem em conflito com a escola. É um processo que vai acontecer cada vez mais. Até pouco tempo, existia um conflito do professor, que era alguém não digital, com o aluno, um nativo digital. Já estamos na fase seguinte, do não diálogo. As crianças já chegaram a uma etapa em que abstraem o conflito e simplesmente aprendem por conta própria, independente da escola. Seria um erro concluir que a escola não é mais importante. Ela é, mas desde que reconheça a existência do novo processo e que saiba se inserir nessa realidade. Se a escola entender isso como um confronto, vai perder.
Se a escola não mudar, a evasão de alunos vai crescer? Sim. A escola já enfrenta esse fenômeno, ainda que se trate de uma evasão não contabilizada. O aluno é deixado pelos pais na escola, senta lá por algumas horas e finge prestar atenção às aulas. O professor, por sua vez, altamente desestimulado, deixa o aluno ali, muitas vezes evitando o conflito. Quando olhamos os resultados numéricos desse modelo educacional, concluímos que o ensino vai mal. Sim, está ruim, mas é mais grave que isso. Temos dois conflitos acontecendo ao mesmo tempo: o ensino tradicional vai mal no Brasil e vai mal em si. Para superar essa crise, precisamos melhorar a qualidade de ensino e, simultaneamente, transformá-lo. O Brasil tem uma real oportunidade de dar um salto significativo e mais rápido do que outros países se entender a importância da inovação.
Por quê? Tomemos como base os resultados do exame do Pisa (mais importante avaliação educacional do mundo, realizada em alunos com 15 anos de idade), da OCDE. A Finlândia está sempre nos primeiros lugares da prova, que avalia o ensino tradicional. Qual a consequência? Os professores finlandeses morrem de medo de mudar seu método de ensino: afinal, quem quer mexer em time que está ganhando? A Finlândia pode não conseguir enfrentar os desafios da inovação com tanta facilidade. O Brasil, por sua vez, não tem motivo para temer a mudança. Afinal, se olharmos para o ensino médio brasileiro, podemos afirmar que não há como piorar. Por isso, temos um campo vasto para aplicar metodologias revolucionárias. O Brasil tem 200 milhões de habitantes e 104 milhões de usuários da internet, que em média navegam mais do que pessoas de outros países. Temos uma população jovem, com nível de tolerância alto e flexibilidade diante de experimentos, elementos que favorecem a adaptação. Se fizéssemos disso um terreno para mudanças educacionais, provocaríamos uma grande transformação.
Quais os caminhos para a inovação? Precisamos usar metodologias que valorizem a aprendizagem independente. Em caminho contrário, o Brasil deve ser o campeão mundial da aprendizagem dependente. Desde a pré-escola até o pós-doutorado, o que fazemos é estimular o estudante a ser dependente do professor. Por que o professor que termina o pós-doutorado na universidade tem medo de sair do laboratório? Porque ele é dependente. Nos países mais desenvolvidos, o estudante é estimulado a encontrar seus próprios caminhos. Aqui,  criamos uma estrutura de dependência tão grande que as pessoas são estimuladas a não abdicar da zona de conforto. O que mais precisamos é do oposto disso. Quando isso ocorre, temos a rebelião à que estamos assistindo, sem interferência do Estado, dos pais e muito menos da escola: essa rebelião é movida pela juventude à procura de mecanismos alternativos. Isso explica o sucesso de serviços de aprendizagem on-line como o Veduca, que já tem 3,5 milhões de inscritos.
Como o senhor avalia projetos que tentam colocar o tablet na sala de aula?
Continue lendo:
http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/para-professores-e-escolas-e-mudar-ou-morrer-diz-estudioso

Comissão especial do Ensino Médio realiza reunião de instalação e eleição de presidente

A comissão especial da Jornada Integral no Ensino Médio (PL 6840/13) reúne-se nesta terça-feira (1º) a instalação do colegiado e eleição do vice e dos vice-presidentes. O ato de criação do colegiado foi assinado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, no ano passado.
O projeto tem origem no relatório no final da Comissão Especial do Ensino Médio, aprovado em novembro. De acordo com a proposta, a carga horária mínima anual para o ensino fundamental será de 800 horas. Já os alunos do ensino médio terão de cumprir 1.400 horas, distribuídas por um mínimo de 200 dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver.
Temas transversais O texto do projeto prevê a divisão da organização dos currículos do ensino médio em áreas do conhecimento (linguagens, matemática, ciências da natureza, humanas e formação profissional); e a ampliação para quatro anos a duração do ensino médio noturno.
Também serão incluídos no ensino médio temas chamados "transversais", tais como prevenção ao uso de drogas e álcool; educação ambiental; educação para o trânsito; educação sexual; cultura da paz; empreendedorismo; noções básicas da Constituição Federal e do Código de Defesa do Consumidor; importância do exercício da cidadania; ética na política; e participação política e democracia.
A reunião será às 14h30, no plenário 11.

Íntegra da proposta:

Da Redação - RL







Municípios e estados precisam justificar não cumprimento da compra de produtos da agricultura familiar

FOto: João Bittar/MEC
Estados e municípios que não cumpriram o percentual mínimo de aquisição de gêneros alimentícios da agricultura familiar para a alimentação escolar, em 2011 e 2012, devem enviar as justificativas ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) até 30 de abril.
A Lei nº 11.947/2009 determina que os entes federativos têm de investir 30% dos recursos recebidos pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) na compra direta de produtos de agricultores familiares. Quem não cumpriu esse percentual precisa explicar ao FNDE porque não seguiu as determinações da lei da alimentação escolar.
A justificativa e os documentos comprobatórios devem ser enviados por meio de um novo sistema do FNDE. Prefeitos e secretários estaduais de educação já foram informados, por meio de e-mails, do endereço eletrônico do sistema. Para mais informações, entre em contato pelo e-mail cgpae@fnde.gov.br.
http://www.fnde.gov.br/fnde/sala-de-imprensa/noticias/item/5328-munic%C3%ADpios-e-estados-precisam-justificar-n%C3%A3o-cumprimento-da-compra-de-produtos-da-agricultura-familiar

Alunos brasileiros ficam entre os últimos em teste de solução de problemas

Do UOL, em São Paulo
Os estudantes brasileiros ficaram em 38° lugar entre jovens de 44 países em um teste de solução de problemas matemáticos feito pela OCDE (Organização para a Cooperação de Desenvolvimento Econômico) e divulgado nesta terça-feira (1°).
Enquanto os alunos de países da OCDE tiveram média de 500 pontos na avaliação, os jovens brasileiros atingiram em média apenas 428 pontos. O relatório mostra ainda que 47,3% dos brasileiros tiveram baixa performance e só 1,8% conseguiu solucionar problemas de matemática complexos
A avaliação foi aplicada a jovens de 15 anos de todo o mundo e é parte do relatório do Pisa 2012 (Programa Internacional de Avaliação de Alunos). Os jovens de Cingapura, Coreia do Sul e Japão ficaram nas primeiras posições do ranking.
O desempenho dos alunos brasileiros ficou abaixo ainda do de jovens da Rússia, de Portugal, da Croácia e do Chile.
Meninos tiveram desempenho melhor que as meninas na prova de matemática. Em média, a diferença foi de 22 pontos. Entre estudantes dos países da OCDE, a variação é de, em média, 7 pontos. 
  • 1° lugar - Cingapura - 562 pontos
  • 2° lugar - Coreia do Sul - 561 pontos
  • 3° lugar - Japão - 552 pontos
  • 4° lugar - China - Macau - 540 pontos
  • 5° lugar - China - Hong Kong - 540 pontos
  • 38° lugar - Brasil - 428 pontos
  • 39° lugar - Malásia - 422 pontos
  • 40° lugar - Emirados Árabes Unidos - 411 pontos
  • 41° lugar - Montenegro - 407 pontos
  • 42°lugar - Uruguai - 403 pontos
  • 43° lugar - Bulgária - 402 pontos
  • 44° lugar - Colômbia - 399 pontos

http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/04/01/alunos-brasileiros-ficam-entre-os-ultimos-em-teste-de-solucao-de-problemas.htm

Comissão de Educação discute criação do Dia Nacional de Bandas e Fanfarras

Fanfarra EMEB Francisco Pedroso da Silva
Foto: Jorge Pinho/SME
 
A Comissão de Educação debate nesta terça-feira (1º) proposta que cria o Dia Nacional das Fanfarras. Pela proposta (PL 6989/13), do deputado Severino Ninho (PSB-PE), o Dia Nacional de Bandas e Fanfarras será comemorado no dia 27 de março.
A realização da audiência é uma exigência da Lei 12.345/10, que determina que a proposição de data comemorativa deverá ser acompanhada de comprovação de realização de consultas e/ou audiências públicas a amplos setores da população.
Foram convidados:
- presidente das Bandas e Fanfarras de Pernambuco, Carlos Cavalcanti Paes Barreto (Abanfare);
- presidente do Conselho Fiscal da Abanfare, Hélio Barbosa Ferreira;
- o presidente da Banda Brasília, Eduardo Cavalcante Pinto ; e
- a técnica legislativa do Senado Federal, Helena Castello Branco Rangel.
A reunião será realizada às 14h30, no Plenário 10.

Íntegra da proposta:

http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/EDUCACAO-E-CULTURA/464857-COMISSAO-DE-EDUCACAO-DISCUTE-CRIACAO-DO-DIA-NACIONAL-DE-BANDAS-E-FANFARRAS.html

Câmara promove videochat com relator do Plano Nacional de Educação, nesta terça


A Câmara dos Deputados realizará na terça-feira (1º de abril), às 11 horas, um videochat com o relator do Plano Nacional de Educação (PNE – PL 8035/10), deputado Angelo Vanhoni (PT- PR). O plano, que já havia sido aprovado pelos deputados em 2012, sofreu alterações no Senado e, por essa razão, voltou para análise da Câmara.
O videochat será transmitido ao vivo pelo portal Câmara Notícias e pela TV Câmara e terá duração de uma hora. Qualquer pessoa poderá participar, enviando perguntas pela internet (em bate-papo que estará disponível no dia do debate) ou pelo Disque Câmara (0800 619 619).
Gustavo Lima
Dep. Ângelo Vanhoni
Angelo Vanhoni quer manter destinação de 10% do PIB apenas para educação pública.
No último dia 20, Vanhoni apresentou um novo parecer à comissão especial da Câmara que analisa o PNE. O texto precisa ser votado na comissão especial e, em seguida, pelo Plenário.
O PNE estabelece diretrizes, metas e estratégias para o ensino no Brasil nos próximos dez anos. O texto trata de temas como o percentual mínimo de investimento no setor, o salário de professores, as escolas em tempo integral e a matrícula de alunos com necessidades especiais na rede regular de ensino.
Vanhoni, que também foi relator do texto na Câmara em 2010, defende em seu novo parecer a destinação de 10% do PIB exclusivamente para a educação pública, mantendo a redação aprovada pelos deputados em 2012. Os senadores mantiveram o mesmo percentual de investimento, mas abriram a possibilidade de universidades particulares receberem recursos por meio do Fies e do ProUni. Vanhoni discorda dessa alteração.
Críticas
De acordo com a Coordenação de Participação Popular da Câmara, o novo Plano Nacional de Educação alcançou em março o primeiro lugar em atendimentos no Disque-Câmara, com 877 ligações, sendo 860 para manifestar críticas ao texto. Desde o início de 2014, o projeto está em segundo lugar em volume de atendimentos pelos canais interativos da Câmara, perdendo apenas para o projeto de marco civil da internet (PL 2126/11).
Somente na semana de 17 a 23 de março, foram 804 comentários contrários ao PNE e 5 a favor. Um dos pontos mais polêmicos do texto é a diretriz que trata da superação de desigualdades educacionais. O texto aprovado na Câmara fala em “ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual”, o que motivou críticas ao texto.
“Não sou de acordo em colocar as palavras: gênero, igualdade de gênero e orientação sexual. Solicito a retirada dessas palavras do Plano Nacional de Educação”, disse Tatiane Dias Figueiredo, de Santa Terezinha (BA).
Também contrária ao texto, Maria Ercilia Mais, de Praia Grande (SP), afirmou, por meio do Disque-Câmara, que o projeto contraria seus princípios religiosos. “Sou a favor de uma educação sexual nas escolas e contrária à liberdade sexual”, disse.
Apesar de o Senado ter modificado o texto para tornar genérica a referência às formas de discriminação, Vanhoni se posicionou favorável ao texto da Câmara nesse ponto.
Deficientes
O relator acatou a emenda do Senado que garante a oferta de educação inclusiva aos estudantes com deficiência e proíbe a exclusão deles do ensino regular sob a alegação de deficiência pedagógica.
Vanhoni também manteve a meta de universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento escolar aos alunos com deficiência ou superdotados, preferencialmente na rede regular, assegurando a disponibilidade de salas com recursos multifuncionais.
Em relação à alfabetização, o relator manteve o texto da Câmara, que prevê a meta de, em dez anos da vigência do plano, alfabetizar todas as crianças até o final do 3º ano do ensino fundamental.

Íntegra da proposta:

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Daniella Cronemberger 


   




http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/EDUCACAO-E-

Escolas são fechadas após criança contrair meningite em cidade de MT

Menino de 5 anos é aluno de creche municipal de Pontes e Lacerda.
Estudante de campus da IFMT morreu com sintomas da doença.


Carolina HollandDo G1 MT

As escolas municipais e estaduais de Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá, deverão ficar fechadas durante esta semana para que seja feita a limpeza na estrutura física das unidades. A medida foi tomada depois que um menino de 5 anos, aluno de uma creche municipal, foi infectado por meningite bacteriana. A criança está internada. No dia 22, uma aluna do campus do Instituto Federal de Educação de Mato Grosso (IFMT) no município morreu com sintomas da doença. Porém, o caso ainda  não está confirmado como meningite.
Uma segunda aluna do IFMT de Pontes e Lacerda também foi diagnosticada com a doença, segundo Alex Sandro da Silva, diretor da instituição, e está internada em um hospital de Cáceres. O caso, no entanto, ainda não é tratado como meningite pela Secretaria de Saúde do município. "O exame que tenho em mãos não diz que ela tem meningite. Mas o corpo médico está tratando como se fosse. Possivelmente será pedida uma contraprova", disse Divino Donizete Alves, secretário da Saúde.
No total, 5 escolas municipais - sendo três creches - e seis estaduais ficarão fechadas até a próxima sexta-feira (4). "A creche onde a criança está matriculada foi fechada para que sejam cumpridos os protocolos da vigilância sanitária para casos desse tipo. Mas, decidimos estender esses procedimentos para as outras escolas. Preferimos pecar pelo excesso de cuidado", declarou Alves.
Na semana passada, o campus do IFMT também ficou fechado para que fosse feita a limpeza. Aproximadamente 100 pessoas na instituição, entre estudantes e professores que tiveram contato com a adolescente que está internada e com a que morreu estão tomando medicamentos, como forma de precaução. As aulas foram retomadas nesta segunda-feira (31).  
O menino que está infectado está internado no Hospital Regional de Cáceres.
http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2014/03/escolas-sao-fechadas-apos-crianca-contrair-meningite-em-cidade-de-mt.html

Creche Dona Micaela interage com Praça

Quem passa pela praça “Dona Palmira Pereira Dias”, no bairro Lixeira, em Cuiabá, se surpreende com a conservação e a qualidade do espaço que é usado para lazer e prática de atividades de físicas, tanto pela comunidade local, quanto por visitantes. O cenário atual é totalmente diferente do encontrado há alguns anos e que servia de abrigo para usuários de entorpecentes. 
A praça é modelo para outros bairros que anseiam por um espaço como este, além de ser exemplo de que o trabalho em conjunto faz toda diferença quando se fala em preservação. O espaço conta com pista de caminhada, playground, bancos, quiosque, arborização, chafariz, iluminação noturna, churrasqueira e equipamentos para ginástica. 
O exemplo de conservação por parte dos moradores foi citado pelo prefeito Mauro Mendes, durante o lançamento do programa “Ativação”, no Ginásio da Lixeira, na semana passada.
“Sempre falamos sobre as ações que Prefeitura está desempenhando, mas é importante destacar o trabalho feito por estes moradores, que preservam o local com esforço próprio servindo de exemplo para os demais bairros”, pontuou o prefeito.  
Desde que foi revitalizada pela Prefeitura de Cuiabá, em 2009, a Associação de Moradores mantém o local limpo e preservado de forma independente. Os gastos com produtos e equipamentos ficam em torno de R$ 1.800 por mês e são custeados pelos próprios moradores. Para isso, eles pagam um funcionário que faz serviços como poda de árvores, corte do gramado e limpeza em geral, de segunda a sexta-feira. 
O ambiente também é utilizado para festas e confraternizações. No mês de junho, os moradores fazem uma festa temática para arrecadar fundos e contribuir nos serviços de reparos da praça. Parte do valor arrecadado é doado para projetos sociais.
A presidente da Associação de Moradores, Gláucia de Souza, explica que a comunidade auxilia na fiscalização para evitar a depredação e que há ronda policial constante.
“Assumimos a responsabilidade de não deixar um bem público tão bonito acabar abandonado, como há anos atrás. Todos aqui têm consciência de que é preciso ajudar”, disse. 
Educação
Além de ser espaço de lazer, a praça também é usada pela Creche Municipal Dona Micaela Henrique de Souza Lima, para auxiliar no aprendizado de crianças de 3 e 4 anos que ficam na unidade, em período integral. 
“Trazemos os alunos uma vez na semana para que façam o processo de interação. A aula ao ar livre propõe trabalhar as dimensões cognitivas, afetiva e motoras, através do tato”, explica a professora Marlene Leonarda, 48,.
Maria Laura, 20, é moradora da Lixeira desde que nasceu e conta que o que a sua filha Analu, de dois anos, presencia atualmente, é diferente do que ela via quando era criança. 
“Aqui era um lugar que nem podíamos passar na frente. Era totalmente abandonado, cheio de mato e lixo. Hoje trago minha filha para brincar e percebo que pessoas de bairros vizinhos vêm pra cá fazer caminhada, isso mostra que é mantido com cuidado para uso de todo mundo”.  
Silvio Antunes, 76, se orgulha de dizer que foi nascido e criado no bairro Lixeira e que faz questão de ir à praça diariamente. “É tudo muito bem cuidado. Até as árvores frutíferas que estão aqui, os moradores plantaram. Se tiver algum movimento suspeito ou depredação, avisamos a presidente do bairro e logo o problema é solucionado”, afirmou.

Cuiabá: Mãe Bonifácia guiava os escravos pelo córrego, curava as dores com o coração, se imortalizou em estátua e virou lenda

Da Redação - Marianna Marimon
Foto: Reprodução
Mãe Bonifácia guiava os escravos pelo córrego, curava as dores com o coração, se imortalizou em estátua e virou lenda
Seu coração era do tamanho de todas as mães que passaram por essa terra. Em seu coração, cabiam todos os exilados, desabrigados, pobres, maltrapilhos, os escravos. Em seu coração, havia a igualdade e bondade que deveria haver em todos os outros corações. Em seu coração, gritava alto o sentimento de busca pela liberdade, e de acreditar que existe sim, a possibilidade de ser feliz em um mundo injusto e cruel. Seu coração nunca se calou diante das atrocidades humanas. Seu coração lutou até quando pode, porque parar nunca foi uma opção. Alguns duvidam da sua existência enquanto outros cultivam o mito entorno da sua figura lendária para que a esperança seja sempre revigorada com a sua história ousada. O seu nome? Não sabemos. Só podemos chamá-la de Mãe Bonifácia.

Leia tambémO poeta-andarilho e mendigo, que fazia músicas e poemas para Cuiabá, virou nome de parque: Zé Bolo Flô

Ela se tornou uma lenda em Cuiabá. Mas é recorrente muitos duvidarem da veracidade da sua história, afinal, no século 19, uma mulher negra e escrava, que auxiliava a fuga dos outros escravos, parece ser ficção. Porque deixariam Mãe Bonifácia livre, enquanto todos os outros estavam encarcerados? A resposta quem dá é o historiador Aníbal Alencastro, que rememorou a história da negra escrava no livro “Cuiabá: histórias, crônicas e lendas”.

A história de Mãe Bonifácia marcou mesmo já no fim da sua vida. Aníbal conta que a velha negra e escrava parou de ser incomodada devido a idade avançada e ao deixarem de usar seus serviços, foi morar na saída para a Estrada da Guia, em um barracão em frente ao 44º Batalhão e também era ali que nascia o córrego, que viria a ter o mesmo nome “Mãe Bonifácia”.

Curandeira, africana, com um vasto conhecimento sobre as plantas. Mas, porque a sua história marcou tanto? A estátua que hoje se situa no parque que leva o nome da mãe negra, retrata bem a conduta de Mãe Bonifácia diante dos fracos e oprimidos. Ela curava os negros, os salvava da perseguição e os guiava pelo rio até o quilombo situado na mata densa, onde hoje se localiza o parque. A dor que ela sentia no peito, só podia ser esvaziada se pudesse salvar aqueles que passavam pelo mesmo sofrimento que ela: a privação da liberdade.

Quando havia revolta em Cuiabá, e os negros fugiam, era atrás da Mãe Bonifácia que iam em busca de auxílio, já que ela os escondia. A negra orientava os fugitivos a andarem pelo córrego para que os cães dos capitães do mato, não pudessem farejá-los. Com isso, Mãe Bonifácia os guiava mata adentro, até o quilombo (que depois originou o nome do Bairro do Quilombo).

Com relação aos questionamentos sobre a sua existência, Aníbal é categórico “sim, ela viveu aqui, sua história é real”. O pesquisador levantou a trajetória de Mãe Bonifácia a partir de familiares remanescentes de escravos, que até a década de 1950, os avós destes que residem atualmente, viviam no Despraiado e contavam a história da negra velha que ajudava os escravos. Os refugiados também chegaram a ser retratados em livro de Estevão de Mendonça.

A Lei Áurea só foi aprovada em 1888, já no fim do século 19, quando Cuiabá era apenas a região do Centro, da Prainha, com o ouro a jorrar das águas, com a exploração do garimpo em pleno vapor e a exploração do trabalho escravo também. O ouro resplandecia mas, era preciso um olhar atento, para entrever que era também a ruína, a escuridão, a morte que espreitava os negros exauridos pelo trabalho árduo, pelas injustiças, surras, e ver seu corpo valer menos que a sua própria vida.

Os descendentes dos refugiados ainda estão na Estrada do Despraiado. Há um fundo de verdade sobre Mãe Bonifácia. Aníbal ressalta a importância de se manter viva a sua história e memória, “é a nossa raiz, os negros que fizeram Cuiabá em seus primórdios, com as minas de ouro e as mucamas nas casas dos patrões”.



O título de mãe é justamente por isto: por abraçar a desigualdade, romper com os padrões vigentes e abrigar em seu coração toda a dor humana. A estátua é a única representação que sobrou dos seus dias de vida. A mãe negra abraça o filho escravo, mas não é o sangue que a liga a todos os homens, é a sua alma, o seu coração que precisa estancar a dor e acalentar o choro, curar a diferença com amor, com solidariedade, com esperança. Sua história deve ser perpetuada como o único retrato que sobrou envolto em toda a lenda: a mão aberta, estendida, para salvar aqueles que eram expurgados da própria vida.

A mão estendida, o peito aberto e o amor de mãe foram o que a eternizou. E a sua lição é o que nos sobrou: amar independente de todas as adversidades e acreditar que através de nossas próprias mãos, um mundo melhor é possível, basta lutar.

http://www.olhardireto.com.br/conceito/noticias/exibir.asp?noticia=Mae_Bonifacia_guiava_os_escravos_pelo_corrego_e_curava_as_dores_com_o_coracao_se_imortalizou_em_estatua_e_virou_lenda&id=4114

Declaração para um novo ano

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