terça-feira, 23 de agosto de 2016

Adepe-MT: Seduc e CAEd publicam Revistas Pedagógicas


Revista da Gestão Escolar
Revista do Sistema de Avaliação
A Secretaria de Estado da Educação, Esporte e Lazer (Seduc), em parceria com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF), publicou as versões online das Revistas da Gestão Escolar, do Sistema de Avaliação e Pedagógicas – por disciplina avaliada (Língua Portuguesa e Matemática), da Avaliação Diagnóstica do Ensino Público Estadual de Mato Grosso (Adepe-MT). Os documentos apresentam análise e reflexões importantes sobre a avaliação realizada em 29 e 30 de março deste ano, com 163.214 alunos da rede estadual de ensino.
O objetivo da avaliação é conhecer o nível de proficiência dos estudantes, a partir da realidade e dos elementos curriculares do contexto local. Agora, de posse dos indicadores das necessidades a intenção da Seduc é desencadear ações de intervenção pedagógica nas escolas.
De acordo com o Superintendente de Formação dos Profissionais da Educação da Educação Básica da Seduc-MT, Prof. Dr. Kilwangy Kya Kapitango-a-Samba, com as revistas os professores e gestores terão à disposição descrições sobre avaliação em larga escala, as Matrizes de Referência, a descrição pedagógica dos Padrões e Níveis de Desempenho, entre outros. "São instrumentos essenciais para balizar a análise dos resultados", informa.
Ele explica que essa tarefa deve ser realizada, coletivamente, por todos os membros da comunidade escolar: gestores, professores e equipe técnica. "Faz-se necessário que todos os agentes envolvidos se apropriem dos resultados produzidos pelas avaliações, incorporando-os às suas práticas e reflexões sobre as dinâmicas de funcionamento da escola, explícitas no Projeto Político Pedagógico e no currículo praticado".
As revistas propõem um passo a passo com as diferentes etapas do processo de leitura, interpretação e apropriação dos resultados.
Amplo material
Segundo a professora e coordenadora de Formação do Cefapro de Juara, Rosana Maria Christofolo da Silva, Mestra em Gestão e Avaliação da Educação Pública pelo CAEd-UFJF, este é um riquíssimo material de estudo também dentro da temática Avaliação (proposta no PEIP, Portaria 161/2016), durante as quatro horas semanais de estudos. "Temos que discutir: como a escola pode se apropriar dos resultados da avaliação? Como são apresentados os resultados? Quais estratégias pedagógicas podem ser utilizadas para desenvolver determinadas habilidades?", enfatiza.
Ela aponta que as Revistas Pedagógicas (por disciplina e anos avaliados) trazem ainda textos teóricos que discutem que estratégias pedagógicas podem ser utilizadas para desenvolver determinadas habilidades, sobretudo, naquelas em que os estudantes demonstraram mais dificuldades. "Os Encartes das Revistas Pedagógicas trazem o passo a passo), que a escola precisa fazer, por ano e disciplina, para caracterizar a unidade escolar na Adepe-MT; fazer análise dos seus resultados de Teoria de Resposta ao Item (TRI) e Teoria Clássica dos Teste (TCT), fazer planejamento e projeções para melhorar o desempenho dos estudantes."
A Adepe-MT traz resultados que extrapolam a sala de aula e alcançam ações de gestão, conforme observa a Profª Drª Irene de Souza Costa (Doutora em Educação – Avaliação Educacional, pela Universidade de Lisboa e validado pela USP). "Ela deve proporcionar aos gestores educacionais analisar os programas e projetos em andamento, os objetivos e metas a alcançar e promover políticas públicas que orientem a gestão, a formação e o desenvolvimento profissional para que seus diversos atores (gestores, formadores, docentes) utilizem melhor os resultados como elementos de análise para reorganizar os processos de gestão, formação, ensino e aprendizagem", frisa.
Para a professora a interpretação dos resultados em mãos, identificando o que pode e precisa ser melhorado em cada instância, é momento de planejar as ações e tomar as decisões com vistas à resolução dos problemas em cada uma delas. "A diferença, no alcance e no nível dos resultados, estará no compromisso e na responsabilidade de cada profissional em assumir a parte que lhe cabe no processo".
Portal                                                                   
No portal, os gestores e professores também acessam os dados de desempenho geral da escola e individual de cada aluno. Porém, o Prof. Kapitango-a-Samba aponta que não há objetivo de ranqueamento das unidades escolares, pois a avaliação não é uma ferramenta de classificação, examinação e exclusão. "É instrumento de formação, daí a necessidade conceitual de nos referirmos à avaliação formativa, para evitar a confusão de entendimento corrente no cotidiano escolar e ressaltar sua dimensão formativa (promove construção de conhecimento de forma crítica e criativa), social (inclusiva e democrática) e estratégica (tomada de decisão na gestão pedagógica e na formulação de políticas públicas)", argumenta.
Segundo ele, a ADEPE-MT faz parte das estratégias da Seduc para diagnosticar as necessidades de aprendizagens dos estudantes para planejar, executar e orientar ações e políticas públicas com foco na melhoria da educação. "Trata-se de um elemento estratégico que permite fomentar ações de formação e desenvolvimento profissional dos profissionais da Educação Básica, com a participação dos docentes, discentes e gestores como protagonistas de transformação social e inovação no ensino, na aprendizagem e na gestão educacional."
Para conhecer o conteúdo das revistas acesse: http://www.adepemt.caedufjf.net


Viviane Saggin
Assessoria Seduc-MT






http://www.seduc.mt.gov.br/Paginas/Seduc-publica-resultados-de-Avalia%C3%A7%C3%A3o-do-Ensino-em-Mato-Grosso.aspx

XVIII ENDIPE - Didática e Prática de Ensino

ENDIPE 2016


Didática e prática de ensino no contexto político contemporâneo:
cenas da educação brasileira

O ENDIPE 2016, seguindo sua tradição de ser um evento que põe em pauta os temas da didática e da prática de ensino, pensados em contextos concretos do vivido da realidade, propõe como tema: “Didática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da educação brasileira”.
Depois de 14 anos, o evento retorna ao Centro-Oeste; acontece em Mato Grosso pela primeira vez.
O tema do ENDIPE 2016 tem em seu centro a Didática e a Prática de Ensino. Mas como sabemos, “Ao focar o ensino como seu objeto de estudo, a didática precisou construir formas de compreender e dialogar com as circunstâncias que foram e estão se configurando a cada instante. (PIMENTA, FUSARI, ALMEIDA, FRANCO. A construção da didática no GT Didática – análise de seus referenciais, 2013). Pois a prática de ensino situada vem com a mesma força reflexiva dos outros Encontros.
Neste momento, não há como deixarmos de lado o contexto político que vivemos. Político no sentido clássico, como preocupações com o espaço público, com os desdobramentos das ações dos governos em todos os níveis. Ocasião em que o ENDIPE sai às ruas para avisar de sua chegada em 2016, passamos por questões que atingem diretamente nossas reflexões acerca da Didática e da Prática de Ensino: o processo de aprovação das Diretrizes Nacionais para os cursos de Formação de Professores; a elaboração dos Planos Estaduais e Municipais de Educação, com as fortes reações às questões de gênero; uma avassaladora onda conservadora que tem tomado o país; a substituição dos debates didáticos e soluções pedagógicas ao problema do ensino pela medicalização em massa de nossas crianças; as condições objetivas de trabalho dos professores que permanecem fora da agenda de prioridade dos governos; a reação dos gestores públicos e da população ante à manifestação legítima de professores, sempre com violência e descaso; a falta de clareza do governo federal sobre o que realmente importa em termos de financiamento da educação no nível fundamental, médio e superior.
Ao mesmo tempo, cotidianamente, milhares de professores nos mais de 5ooo municípios do país, recebem seus alunos e vivem as situações mais contraditórias; colhem sucesso, a despeito da preocupação pública com a educação; amargam fracassos, pelo qual são, muitas vezes culpabilizados. É como se estivessem no fogo cruzado entre os discursos produzidos por governos, população, organizações, lutando para encontrar respostas consistentes e transformadoras.
O ENDIPE não consegue responder a todas essas questões, mas faz seu papel de insistir no debate em vista da construção de uma escola laica, pública, gratuita, uma educação que atinja a todos em direção à compreensão das diferenças, da inclusão, que tenha como objetivo a excelência de sua qualidade.

Silas Borges Monteiro
Coordenador do XVIII Endipe
http://www.ufmt.br/endipe2016/home/

Declaração para um novo ano

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