sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Na Finlândia, escolas trocam letra de mão por digitação

A partir de 2016, os alunos finlandeses deixarão de aprender a escrever com letra cursiva. A Finlândia é referência mundial em qualidade de ensino

Bianca Bibiano

A Finlândia, referência mundial pela qualidade da educação básica, decidiu decretar o fim de uma era: a partir do ano letivo de 2016, as escolas não serão mais obrigadas a ensinar seus alunos a escrever com letra cursiva, mais conhecida como letra de mão. Em vez disso, crianças e adolescentes terão mais atividades de digitação.
Opine: Você concorda que as escolas devem parar de ensinar a letra de mão às crianças?

Segundo Minna Harmanen, presidente do Conselho Nacional de Educação da Finlândia, a mudança não significa que o país vai deixar de ensinar as crianças a escrever à mão, mas sim que as escolas vão priorizar o ensino das letras de forma, também chamadas de letra bastão, presente nos textos digitais. "A escrita à mão está ligada ao desenvolvimento da coordenação motora e da memória, mas sabemos que a letra cursiva, muito pessoal de cada pessoa, dificulta a alfabetização", explicou em entrevista ao site de VEJA.

Por anos, a Finlândia foi apontada como o país com a melhor educação do mundo. O currículo estruturado e a autonomia dada aos professores para inovar em metodologias de ensino são apontados como os principais responsáveis pelo sucesso dos alunos finlandeses. No último PISA, avaliação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que mede o desempenho de estudantes em 63 nações e economias mundiais, o país ficou em 5º lugar em ciências e 6º em linguagem. As primeiras posições ficaram para economias asiáticas, com Xangai no topo da lista. O Brasil, por sua vez, ficou entre as últimas posições.

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De acordo com a conselheira que atua junto ao Ministério da Educação da Finlândia para traçar as diretrizes curriculares do país, a mudança também prevê que os estudantes tenham mais aulas de digitação no tempo em que atualmente estudam letras cursivas. "A razão mais importante para a mudança é que a escrita cursiva não é mais tão utilizada, mesmo na escola. Os alunos usam cada vez menos o caderno e mais livros de exercícios, onde escrevem menos. No futuro, na vida profissional, a escrita cursiva dará lugar à digitação, por isso habilidades de digitação são tão importantes." Ainda segundo Minna, as escolas que desejarem terão liberdade para manter aulas de caligrafia, mas que serão vistas como disciplinas optativas. 
Impacto no cérebro — De acordo com a neurobióloga Marta Relvas, professora da Universidade Estácio de Sá e membro da Sociedade Brasileira de Neurociência e Comportamento, abolir o ensino de letra cursiva na escola não impacta o desenvolvimento cerebral das crianças. "A letra cursiva é uma representação cultural. São símbolos que aprendemos a identificar como letras para formar palavras, da mesma forma que os japoneses utilizam os kanji e outros alfabetos para compor seu idioma", explica.

Segundo Marta, o sistema cognitivo localizado no lado esquerdo do cérebro, onde estão concentradas a fala, a escrita e a coordenação motora fina, não tem relação direta com o tipo de letra usada na escrita. "Essa área do cérebro se desenvolve com a escrita à mão, mas não porque ela é feita com um tipo de letra específica, e sim pela atividade mental exercida nessa função". O ideal, ela explica, é que os educadores considerem tanto a escrita à mão quanto a digitação nas aulas. "Os professores precisam ter flexibilidade. A única implicação da letra cursiva ser obrigatória é que antes a comunicação era feita por cartas, mas hoje os alunos não dependem apenas desse recurso para se comunicar."

Nos Estados Unidos, o movimento para abolir a letra cursiva também está ganhando força. Em alguns estados americanos, os estudantes só aprendem letra de forma. "O importante é que os estudantes aprendam a se comunicar e a usar o idioma com clareza, mas o tipo de letra vai depender apenas da cultura em que ele está inserido", completa.
“A escrita à mão é uma tradição, mas quais tradições não estão mudando?”, resume a finlandesa Minna Harmanen. 

http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/fim-de-uma-era-escolas-finlandesas-trocam-letra-de-mao-por-aulas-de-digitacao

Decreto regulamenta lei de proteção aos autistas, aprovada há dois anos

Dois anos após sanção da lei, o governo publicou decreto (Decreto 8.368/14) que regulamenta a política de proteção dos direitos das pessoas com autismo. O autismo é um transtorno que afeta a capacidade de comunicação e socialização do indivíduo.
No ano passado, em sessão solene no Plenário da Câmara de homenagem ao Dia Internacional da Síndrome de Down e ao Dia Internacional de Conscientização sobre o Autismo, os deputados cobraram a implementação da política de proteção aos autistas e parlamentares destacaram que o País está mais avançado no amparo aos indivíduos com Down do que no dos autistas.
A Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Lei12.764/12),  determina que o grupo seja considerado como pessoas com deficiência para todos os efeitos legais. Desta forma, todos os direitos das pessoas com deficiência também passam a abranger as pessoas com autismo.
O decreto prevê sistema educacional inclusivo; a garantia do direito ao acompanhante na escola, caso comprovada a necessidade; o cuidado integral da saúde, com qualificação da rede de atenção psicossocial; o direito à saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde, respeitadas as suas especificidades; entre outros itens.
Organizações sociais
Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, deputado Assis do Couto (PT-PR), o texto poderia ter tornado mais próxima a relação entre o Estado e as organizações sociais.
"O decreto afirma bem a questão do direito à educação, à saúde, aos direitos sociais, ao trabalho”, observa. “No entanto, eu acho que ainda faltaria aproximar a política do governo com as organizações dos próprios interessados, do próprio público e os familiares. Acho que nisso o decreto não ficou claro, no meu ponto de vista."
Insuficiente
Na avaliação do presidente do Movimento Orgulho Autista do Brasil, Fernando Cotta, o decreto foi insuficiente para atender as necessidades das pessoas com autismo. Segundo ele, a regulamentação deu mais atenção às questões da educação e da saúde e, ainda assim, com poucos mecanismos.
Pai de uma criança com autismo, Fernando Cotta reclama ainda que a questão do bullying não foi contemplada pelo decreto. Para Cotta, a maior parte da lei deveria ser aplicada sem regulamentação, mas gestores de escolas e hospitais argumentam muitas vezes que a lei não foi regulamentada e não atendem as demandas de autistas e seus pais.
"A grande inovação que talvez ele trouxe foi – a critério, principalmente do Ministério da Educação – a questão da fiscalização da recusa de matrícula. Algo que já é denunciado”, afirma. “Então, faltou, na realidade, muita coisa na área de saúde: faltou atenção específica para os centros especializados em atendimento às pessoas com autismo, as clínicas-escolas. E também faltaram as questões maiores de turismo, de lazer, de cultura."
Conscientização
O decreto determina ainda que a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade) promovam campanhas de conscientização sobre os direitos das pessoas com esse transtorno e suas famílias.
Reportagem – Emily Almeida
Edição – Newton Araújo


http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SAUDE/479730-DECRETO-REGULAMENTA-LEI-DE-PROTECAO-AOS-AUTISTAS,-APROVADA-HA-DOIS-ANOS.html

Melhores projetos de promoção da leitura recebem prêmios

Os vencedores da sétima edição do Prêmio Vivaleitura representam iniciativas desenvolvidas por bibliotecas, escolas, em espaços de leitura e por promotores de leitura nas cidades de Florianópolis, São Paulo, Colombo (PR) e Caiçara (PB). O prêmio foi entregue na terça-feira, 16, em evento no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília. O vencedor de cada categoria recebeu R$ 25 mil em dinheiro, diploma a troféu. 

O Prêmio Vivaleitura é promovido pelos ministérios da Educação e da Cultura, e seu objetivo é reconhecer as melhores experiências de promoção de leitura desenvolvidas no país. 

Com um acervo de 14 mil obras, a Biblioteca Comunitária Barca de Livros, de Florianópolis, ganhou o prêmio. Na sua trajetória, a Barca de Livros realizou 115 encontros com autores e em lançamentos de livros, promoveu 85 saraus literários e recebeu 664 visitas de estudantes de escolas da cidade. A Barca venceu na categoria Bibliotecas Públicas, Comunitárias e Privadas.

A iniciativa da Escola Estadual João Colombo, do município de Colombo (PR), de formalizar uma parceria com a Universidade Federal do Paraná para desenvolver atividades com idosos rendeu a primeira colocação no Vivaleitura de 2014, na categoria Escolas Públicas e Privadas. A experiência Ação Integrada para o Letramento, desenvolvida pela escola, compreende uma série de atividades para idosos tendo por foco a leitura: rodas de poesia, leitura de textos e uso da internet.

A Humanização da saúde através da leitura, projeto do Laboratório de Humanidades da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), venceu na categoria Práticas Continuadas de Leitura em contextos e espaços diversos desenvolvidos pela sociedade. O grupo de leitura reúne, há oito anos, estudantes dos cursos de saúde, como enfermagem, biomedicina e fonoaudiologia, além de funcionários do laboratório. Nos encontros, eles discutem obras literárias como parte de uma formação profissional humanizada. Em 2009, a experiência foi creditada no programa de pós-graduação da Unifesp.

Na categoria Promotor de Leitura, o projeto Grupo Atitude, por uma cidade leitora, coordenado por Jocelino Tomaz de Lima, da cidade de Caiçara (PB), foi o vencedor. O Atitude conta com 50 voluntários da região do agreste paraibano para mobilizar a comunidade, incentivar a leitura e promover atividades. Do trabalho do grupo aparecem em destaque a formação de três bibliotecas, a criação do projeto Natal Literário e a rádio Atitude.

A Associação Folclórica Tambor de Criola Arte Nossa, de São Luís (MA), recebeu menção honrosa.

Prêmio – O Vivaleitura é promovido pelos ministérios da Educação e da Cultura e a coordenação é feita pela Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI). Apoiam a iniciativa, a Fundação Santillana, o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

O prêmio tem como objetivos estimular e fomentar a leitura, a formação cidadã e reconhecer as melhores experiências de promoção de leitura desenvolvidas no país por bibliotecas, escolas, sociedade e indíviduos. Além do prêmio individual de R$ 25 mil, os quatro vencedores recebem diploma e troféu. 

Ionice Lorenzoni

Confira a página eletrônica do Vivaleitura



http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=20984

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