O modelo de escola adotado na América Latina não funciona, e a chave para a sua melhoria está em repensar o próprio conceito de educação. A opinião é do filósofo e educador colombiano Bernardo Toro, professor aposentado da Universidade Javeriana, de Bogotá, e membro dos conselhos da Confederação Colombiana de ONGs e do Centro Colombiano de Responsabilidade Empresarial.
Toro esteve no Brasil na semana passada para participar do
Salamundo 2013, evento internacional de educação realizado em Curitiba. “Muitas pessoas definem a escola como um lugar onde se dá aulas, e o educador como o profissional destinado a dar aulas”, disse. “Dar aulas é apenas uma estratégia; o objetivo da escola e do professor tem que ser que os alunos aprendam.”
“A educação existe por um único motivo: porque saber não é natural do ser humano”, afirmou. “Sendo a educação um instrumento artificial, podemos mudá-la em nosso proveito.”
Em 1997, o pesquisador definiu
sete capacidades que considerava necessárias desenvolver em crianças e jovens para que tivessem participação produtiva no século 21: leitura e escrita; cálculo e solução de problemas; análise, síntese e interpretação de dados, fatos e situações; compreensão e atuação em seu entorno social; recepção crítica dos meios de comunicação; localização, acesso e melhor uso da informação acumulada; e planejamento, trabalho e decisão em grupo.
Mais de uma década e meia depois, Toro insiste que a lista, que chamou de Códigos da Modernidade, ainda é válida. “Acrescentei apenas um código a mais: é preciso aprender a ajudar e a pedir ajuda”, disse, em entrevista à CH On-line. Segundo o colombiano, nenhum sistema de ensino público segue integralmente o modelo que ele propõe.
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