quarta-feira, 26 de março de 2014

Sem recreio, linha montessoriana está em 27 escolas do País

Maria Montessori 
(Chiaravalle31 de agosto de 1870 — Noordwijk aan ZeePaíses Baixos6 de maio de 1952
foi uma educadoramédica,católicapedagogista e feminista italiana
A estante decorada por dezenas de objetos coloridos é o que atrai a criança, procurando um brinquedo – e uma lição, inconscientemente. Ela pega uma caixa com materiais dourados que ensinam matemática. E, assim como seus colegas de escola, passa a contar, sem números ou desenhos. Tem na mão apenas algumas peças amarelas, que, conforme a quantidade, ela vai aprendendo a chamar de “um”, “dez” ou “cem”. O professor passeia pelo local, indo de criança em criança. Em suas mãos, não há nenhum giz – também não é preciso, onde está o quadro-negro? Mas o lugar é uma escola. Ainda que, definitivamente, essa não seja uma escola tradicional.
Cenas parecidas com essa acontecem em instituições de ensino que seguem o método pedagógico montessoriano. Idealizado pela médica e educadora Maria Montessori no início do século XX, a linha alternativa é adotada por 27 escolas brasileiras, em dez Estados, segundo cadastro na Organização Montessori do Brasil. “O método montessoriano tem ênfase na individualidade. Vai além do acúmulo de informações dos métodos tradicionais”, afirma Paty Fonte, educadora especialista em pedagogia de projetos.
A pedagogia Montessori é desenvolvida, sobretudo, na educação infantil, até o 5º ano. As turmas são divididas em faixas etárias e devem ser compostas por até 20 alunos. Além disso, defende a autodisciplina das crianças, que é incentivada pelo contato prático com materiais didáticos. Segundo Paty, o sistema montessoriano foi revolucionário por dar liberdade às crianças de escolherem o que aprender e qual atividade fazer.
As salas também foram inovações na época – são repletas de objetos com funções educativas específicas e adequadas ao tamanho dos alunos.
Paty destaca algumas pequenas atividades do sistema. “Nas aulas, os alunos têm que guardar o material, saber a hora certa de pegar o do colega. Em escolas clássicas montessorianas, as crianças fazem seu lanche, limpam o que usam. Há aulas sobre meio ambiente, higiene. Isso é uma preparação para a vida”, afirma. A educadora conta que geralmente não há horários de recreio, com o objetivo de fazer a criança entender que não há diferença entre os momentos de lazer e aprendizado.
A formação dos docentes configura outro avanço conquistado pela metodologia, de acordo com Gilza Maria Zauhy Garms, professora da faculdade de educação da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Para lecionar em escolas montessorianas, os docentes devem fazer cursos específicos. “Os objetos didáticos são próprios da linha montessoriana. Eles precisam conhecer cada material, como usá-los e para que servem”, explica.
Por permitir ao aluno escolher as atividades escolares, cabe ao professor guiá-lo e evitar disparidades entre as áreas de conhecimento. “O professor não impõe, não dá nenhum conhecimento pronto. Eles precisam orientar e desafiar o aluno para que aprendam o adequado”, relata Paty. Os casos de indisciplina não são comuns, conforme ela. “Mas não há castigos, assim como não há prêmios. O aluno muda ao perceber que está se prejudicando e não acompanha o ritmo da turma”.
Dayse Canano, diretora da escola montessoriana Petra, no Rio de Janeiro, acredita que o método reconhece as “diferentes inteligências” das crianças, o que pode não acontecer em escolas tradicionais. “Há alunos que têm mais aptidão na área motora, por exemplo, e esse potencial deve ser observado e explorado. A inteligência é definida como ‘a maneira como se resolvem problemas’. Essas maneiras não são iguais para todos”, diz.
A forma de avaliação mais comum se dá pela observação diária e individual. Ao final de cada etapa, os professores apresentam relatórios de avanço que dizem se a criança está apta para o próximo nível.
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