quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Melhor escola de Cuiabá no Ideb acompanha trajetória escolar do aluno

Foto: Jorge Pinho
Pelo segundo ano consecutivo, a escola Ana Teresa Arcos Krause conquistou a melhor colocação no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) entre as escolas públicas (municipais e estaduais) de Cuiabá. 
Com nota 6,4 no Ideb, a unidade de ensino ultrapassou a meta projetada pelo Ministério da Educação para 2021, que é de 6,1. Em 2011 a escola também conquistou o primeiro lugar em Cuiabá, obtendo nota 5,7. 
A diretora da escola, Olinda Gonçalves, explica que várias ações realizadas pela unidade escolar contribuíram para o bom desempenho dos alunos. “Ter uma proposta pedagógica diferenciada e uma equipe comprometida contribuiu para o fortalecimento do trabalho e os resultados positivos”, observa.
Segundo Olinda Gonçalves, a escola atende cerca de 800 alunos, desde a educação infantil até o 6º ano. “A maioria dos nossos alunos entram ainda na pré-escola, por volta dos 4 e 5 anos, o que permite um acompanhamento das dificuldades e o progresso de cada um deles”.
Alvaro Kauã Pires da Silva, do 1º ano, é um desses alunos. Ele foi alfabetizado pela escola e hoje, com apenas 6 anos de idade, consegue dominar a leitura. “Ele adora ler e sempre traz livros de casa para usar em sala de aula”, conta a professora alfabetizadora, Leili Lima.
Foto: Jorge Pinho
Conforme a diretora Olinda, outro ponto positivo que ajuda no desempenho do aluno é o envolvimento afetivo com os professores. “Muitos de nossos alunos têm histórias de vida sofridas, mas o carinho e o amor dos professores ajudam a minimizar esses problemas, e isso reflete no desenvolvimento escolar deles”, avalia. 
Esse envolvimento com os professores é reconhecido pelos próprios alunos. Como é o caso daqueles que participaram da Prova Brasil, um dos itens que colaboram para a nota do Ideb. “Eu estava muito nervosa, me sentia apavorada mesmo, achando que não ia conseguir terminar a prova, mas ela passou confiança para gente, dizendo que éramos capazes. Isso nos deu força”, disse a aluna Anna Pereira da Silva, 12 anos, se referindo à professora do 5º ano, Ediana Paula.
O orgulho e a satisfação pelo bom resultado obtido no Ideb estão estampados na carinha de cada um dos alunos, entre eles as alunas Isabella Vitória Moraes e Valeria de Souza, ambas de 11 anos. “Eu sempre gostei muito de estudar e de ler, mas a nossa professora incentivou bastante”, disse Isabella. “Eu tenho o apoio da minha mãe em casa e da professora na escola, isso ajuda muito”, acrescenta Valéria.
Uma das ações mais recentes da escola para ajudar no desenvolvimento escolar dos alunos foi a criação da sala de leitura. “Queria um espaço que fosse além da sala de aula, que fosse atrativa e incentivasse os alunos a terem gosto pela leitura”, disse a diretora. 
Olinda Gonçalves assumiu a direção da escola este ano, após ser eleita pela comunidade escolar em uma eleição direta. Antes disso ela atuou por oito anos como coordenadora pedagógica na escola. Os bons resultados do Ideb em 2011 permitiram que o secretário Gilberto Figueiredo a convidasse para assumir o cargo de diretora de ensino na secretaria. Mas este ano ela decidiu voltar para a escola. “Eu sonho com uma escola pública de qualidade, e os meus professores sonham comigo e acreditam que isso pode se tornar realidade”. 
A escola possui um quadro de profissionais formado por 71 servidores, desse total 40 são professores.
http://www.cuiaba.mt.gov.br/secretarias/educacao/melhor-escola-de-cuiaba-no-ideb-acompanha-trajetoria-escolar-do-aluno/9534

CNE estuda implantar competências socioemocionais no currículo escolar

Vanessa FajardoDo G1, em São Paulo
Francisco Cordão integra o Conselho Nacional da
Educação (Foto: Vanessa Fajardo/ G1)
O Conselho Nacional de Educação (CNE) estuda a implantação de diretrizes que desenvolvam as competências socioemocionais na educação básica. Essas competências, também chamadas de não cognitivas, estão relacionadas a caraterísticas como capacidade de resolver desafios, inovar, trabalhar em equipe, liderar, entre outras habilidades.

Estudos apontam que tais competências impactam no desempenho dos estudantes nas sala de aula. O CNE é um órgão normativo ligado do Ministério da Educação que recomenda diretrizes para a construção dos currículos da educação básica. Segundo o conselheiro Francisco Cordão, o debate sobre as competências socioemocionais começou em outubro do ano passado na Câmara da Educação Básica e deve continuar até o fim deste ano.

"É uma discussão bastante rica, vamos retomar o debate com os novos conselheiros que serão nomeados e a partir daí vamos tirar o parecer conclusivo", diz Cordão, que participou de um encontro sobre o tema promovido pelo Instituto Ayrton Senna, em São Paulo, nesta terça-feira (9). Segundo ele, o parecer e resolução das diretrizes das competências socioemocionais vão dialogar com as já existentes desde 2010, que definiram as diretrizes gerais para a educação básica e específicas para o ensino fundamental de nove anos, o ensino médio e o ensino profissionalizante de nível médio.

Os conselheiros se reúnem sempre na primeira semana de cada mês. No próximo encontro, em outubro, segundo Cordão, deve haver a posse dos novos conselheiros – cinco dos 12 estão com o mandato vencido, mas dois deles ainda podem participar de uma nova gestão. Por isso, a discussão deverá ser retomada com os novos integrantes e a expectativa é que o tema seja abordado nos encontros de novembro e dezembro.
Para Cordão, é importante que as competências socioemocionais sejam desenvolvidas de maneira interdisciplinar e contextualizada na educação. “Sempre que se fala em desenvolvimento de competência, supõe sempre a capacidade de decidir, corrigir, fazer, resolver desafios, conviver com o inusitado. É nessa perspectiva que se trabalha o desenvolvimento das competências.” O conselheiro condena o desenvolvimento dessas habilidades dentro, por exemplo, de uma disciplina isolada na grade curricular de uma escola. Para ele, esta é uma ação cultural que deve ser pensada de maneira global.
Segundo Anita Abed, psicóloga e consultora que preparou um estudo encomendado pela Unesco sobre o tema em 2013, um dos requisitos para que diretrizes voltadas às competências emocionais sejam aplicadas nas escolas é a formação de professores. "Formação inicial, formação continuada e formação em serviço", explicou ela, afirmando que o embasamento por trás dos conceitos é teórico, mas o treinamento dos professores deve ser prático e contemplar os projetos pedagógicos da própria escola onde trabalham os docentes.
Bem estar dos alunos no Canadá
Fora do país, o desenvolvimento de competências socioemocionais na educação já é realidade, como no distrito de Ottawa-Carleton, no Canadá, que integrou as competências socioemocionais ao seu currículo oficial. Jennifer Adams, educadora que dirige o distrito, que tem cerca de 70 mil alunos disse que, desde 2009, faz parte do projeto pedagógico das escolas "expandir o papel da educação pública para promover também o bem estar dos alunos". 

Jennifer afirma que todos os anos os diretores das escolas precisam elaborar planos de como vão garantir esse bem estar nos aspectos físico, psicoemocionais e cognitivos. No ano letivo que começou na semana passada, o desafio dos professores e gestores tem como tema o sentimento de "pertencer". "Toda e qualquer criança que entra pela porta da escola deve sentir que pertence àquele local", explicou ela.
Bolsa para formar especialistas
No Brasil, a proposta de reunir habilidades cognitivas e não cognitivas no currículo está sendo aplicada no Colégio Estadual Chico Anysio, no Rio de Janeiro, e em mais 53 escolas de tempo integral, em uma parceria com o Instituto Ayrton Senna.
O governo federal quer formar especialistas no tema e está oferecendo bolsas a professores e pesquisadores interessados em se aprofundar na área. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes), ligada ao Ministério da Educação, está com o edital 44/2014 aberto com bolsas para dois cursos de doutorado, seis de mestrado, 18 para graduação e 18 para professores da educação básica. A duração é de 24 a 48 meses. No total, a Capes vai investir R$ 566 mil em bolsas de estudo.
http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/09/cne-estuda-implantar-competencias-socioemocionais-no-curriculo-escolar.html

Ferramentas interativas auxiliam na alfabetização

No dia internacional da alfabetização, Porvir reúne 8 dicas de recursos digitais que podem ser bons aliados durante esse período



No dia 8 de setembro, é celebrado o dia internacional da alfabetização, instituído pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), em 1967, com o objetivo de despertar a consciência internacional em relação ao tema. Atualmente, o aprendizado e o desenvolvimento da habilidade de leitura e escrita tem como novo aliado algumas ferramentas digitais.
A revista norte-americana Edweek, especializada em educação, identificou quatro tendências na alfabetização atual: interação, ambientes personalizados, criação de histórias e envolvimento dos pais (leia matéria no Porvir). Se antes os instrumentos utilizados se resumiam a lápis e cartilhas, hoje existem inúmeros recursos como jogos, aplicativos, livros multimídia e ambientes digitais de aprendizagem.
crédito: PhotoSG / Fotolia.com

Para a educadora Renata Aquino, doutora e pesquisadora de tecnologias na educação na PUC-SP, existe uma necessidade de integrar o uso de recursos tecnológicos na escola, inclusive no processo de alfabetização. “A tecnologia já está presente na forma como o aluno lê o mundo hoje”, aponta, ao mencionar que eles fazem parte da chamada geração de nativos digitais.
Segundo ela, os tablets e dispositivos móveis são ótimas ferramentas por conterem elementos visuais que incentivam a leitura e a escrita. Além disso, os games e as redes sociais educativas também ajudam a engajar e despertar o interesse do aluno. No entanto, ao utilizar a tecnologia como aliada durante o processo de alfabetização, a pesquisadora faz uma ressalva. “O professor precisa investir muito em planejamento. Para qualquer instrumento, ele deve pensar no contexto em que irá utilizar.”
Os pais também são outros agentes que podem participar de processo de alfabetização com o uso das tecnologias digitais. “Eles devem estar atentos na interação dos filhos com esses recursos”, afirma Renata. Com essas ferramentas, as possibilidades são infinitas. Desde baixar aplicativos educativos no tablet, até a incentivar que o filho crie uma história contando sobre a última viagem da família.
Porvir reuniu algumas dicas de plataformas ou recursos digitais que podem ser aplicados durante a alfabetização. Confira a lista:
1. Pé de Vento (ambiente digital de aprendizagem)
Com jogos, músicas, contação de histórias e conteúdos, a plataforma Pé de Vento insere o aluno em um ambiente de aprendizagem que o conduz por uma aventura gamificada. Voltada para alunos do primeiro ano, a ferramenta reúne diferentes atividades planejadas para durar 32 semanas.  Conforme o aluno realiza tarefas, ele é apresentado a personagens e histórias. A plataforma é gratuita e está disponível na Educopédia.
2. Ludo Primeiros Passos  (jogo on-line)
Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia, do CNPq, e o Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos, da Fapesp, o jogo on-line Ludo Primeiros Passos apresenta recursos interativos que auxiliam as crianças em diferentes níveis de alfabetização. O game busca associar sons a imagens e conforme o jogador acerta, aumenta o grau de dificuldade, completando sílabas ou palavras.
3. Tartaruga Turbinada (livro digital)
O livro digital Tartaruga Turbinada permite que a criança leia e interaja com a história, mesmo sem estar completamente alfabetizada. Passando o dedo ou o mouse por cima das palavras, é possível ouvir o que está escrito em cada página. O livro possui acesso gratuito e está disponível on-line.
4. Livros Digitais (livro digital)
Com a ferramenta Livros Digitais, desenvolvida pelo Instituto Paramitas, os alunos podem ser alfabetizados criando e contando as suas próprias histórias. No site existe a opção de escolher entre quatro layouts pré-estabelecidos, adicionando imagens e textos. Após finalizar, o aluno pode imprimir sua publicação ou compartilhar o conteúdo nas redes sociais.
5. Forma Palavras (jogo on-line)
Para estimular a leitura e a escrita, o jogo Forma Palavras simula o cenário de uma fábrica e pede para que os jogadores organizem letras, dispostas em uma engrenagem, até formarem a palavra indicada pela imagem. Conforme o aluno acerta, ele acumula pontos e muda de fase.
6. Logos ABC (aplicativo)
Seguindo o formato de um Quizz, o aplicativo Logos ABC pronuncia palavras e faz com que as crianças conectem imagem e som. O jogo pode ser utilizando para a alfabetização e aprendizado de inglês e português. O aplicativo é gratuito e está disponível para IOS.
7. Aulas Animadas (aplicativos e planos de aula)
Desenvolvida pelo Instituto Paramitas, a plataforma Aulas Animadas reúne jogos e aplicativos de alfabetização para smatphones ou tablets. Para cada um dos games, o site disponibiliza um material para download que apresenta dicas e planos de aula para os professores trabalharem com cada um dos recursos apresentados.
8. Edmodo (redes sociais)
As redes sociais educativas também podem ser boas aliadas para fortalecer o processo de alfabetização. No Edmodo, por exemplo, os professores podem criar um grupo com os estudantes, compartilhando dicas, ferramentas e estimulando a interação entre os colegas.
http://porvir.org/porfazer/ferramentas-interativas-auxiliam-na-alfabetizacao/20140908

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Após 3º lugar no Ideb, RJ anuncia bônus por metas para funcionários de escolas do Estado


Do R7
Após a notícia de que as escolas estaduais do Rio de Janeiro ficaram em terceiro lugar no Ideb (Índice de desenvolvimento da educação básica) entre todos os Estados do Brasil, o governo do Rio anunciou que irá pagar bonificação por metas alcançadas para 402 colégios.
De acordo com a Secretaria de Estado de Educação, serão distribuídos R$ 68 milhões entre 20 mil servidores. No programa de remuneração variável, todos os professores e funcionários das escolas que atingiram as metas irão ganhar entre meio e três salários-base, de acordo com os desempenhos.
Ainda segundo a secretaria, “66 professores não terão direito à remuneração variável devido ao fato de terem boicotado as avaliações diagnósticas (Saerjinho) da Seeduc e outros 2.954 docentes também não ganharão por que não lançaram as notas dos alunos no sistema”.
No ranking do Ideb divulgado na semana passada, a rede estadual do Rio recebeu nota 3,66, atrás apenas dos seguintes Estados: Goiás (nota 3,8), São Paulo e Rio Grande do Sul (notas 3,7).
http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/apos-3-lugar-no-ideb-rj-anuncia-bonus-por-metas-para-funcionarios-de-escolas-do-estado-08092014

Brasil dá mais do PIB para educação que países ricos, mas gasto por aluno é pequeno

O Brasil já destina mais do seu PIB para educação do que os países ricos, mas o gasto por aluno ainda é pequeno, pelo que indica um novo estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico OCDE).

Luiza Bandeira
Da BBC Brasil em Londres


O país aparece em penúltimo no ranking de investimento por alunos no relatório, lançado nesta terça-feira, que compara resultados dos 34 países da organização, que reúne países ricos, e outros dez países em desenvolvimento.
A educação de um brasileiro é feita com um terço do valor gasto com um estudante dos países ricos, em média, diz a OCDE.
Mas o Brasil tem um número alto de alunos; quando o investimento é dividido pelo número de estudantes, ele se dilui.
Segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil, o alto grau de repetência e evasão acaba inflando o número de alunos. A baixa qualidade do ensino também sobrecarrega o sistema.
Dentro dos gastos públicos totais do Brasil, a educação até recebe uma atenção grande: em 2011, 19% de todo o gasto público do Brasil foi destinado para a educação. A média da OCDE é de 13%.
O gasto público total em educação representou 6,1% do PIB, quando a média da OCDE é de 5,6%.
Porém, quando divide-se o gasto pelo total de alunos, o país fica em penúltimo lugar. Gastou US$ 2.985 por estudante, enquanto a média da OCDE é de US$ 8.952.

Gastos em educação

Percentual dos gastos públicos
Brasil - 19%
OCDE - 13%
Percentual do PIB
Brasil - 6,1%
OCDE - 5,6%
Gasto por aluno*
Brasil - US$ 2985
OCDE - US$ 8,952
*por paridade de poder de compra
Fonte: Education at a Glance 2014, OCDE

Matrículas

O Brasil têm muitos estudantes, principalmente nos ensinos fundamental e médio, onde as matrículas cresceram nos últimos anos. Nesses dois níveis de ensino estão matriculados 84,5% dos estudantes, mas a eles são destinados 75% dos gastos em educação.
Segundo o relatório, as instituições públicas gastam 4 vezes mais por aluno do ensino superior do que do ensino fundamental - é a maior diferença entre todos os países que têm dados disponíveis.
O professor Naércio Menezes, do Insper, diz que a discrepância ocorre também porque o Brasil ter um PIB menor do que diversos países da OCDE - ou seja, uma mesma porcentagem do PIB resulta em menos dólares no Brasil do que nos Estados Unidos, por exemplo.
Dessa forma, segundo ele, a melhor comparação é com o PIB per capita, que leva em conta o tamanho da população. Nessa conta, o Brasil fica atrás dos países ricos.
"Mas mais importante do que o gasto com educação é o resultado em termos de aprendizado. Quando fazemos essa conta, vemos que o Brasil gerencia muito mal esses recursos educacionais. Em matemática, por exemplo, 67% dos nossos alunos estão abaixo do nível 2 do PISA (exame internacional que avalia o nível de aprendizagem). Assim, precisamos mudar rapidamente a gestão dos recursos educacionais no Brasil", afirma.
Já Francisco Aparecido Cordão, do Conselho Nacional de Educação, diz que o Brasil precisa gastar mais que os países desenvolvidos porque eles "já fizeram o dever de casa" - ou seja, estão muito mais avançados em educação que o Brasil.
"Quatro porcento das nossas crianças com 8 anos de idade, embora tenham tido acesso ao ensino fundamental, não sabem ler e escrever. Mais da metade das crianças e adolescentes que concluíram o ensino médio ainda são analfabetos fundamentais. O Ideb mostra melhora, mas nosso resultados ainda estão muito longe dos da OCDE".
Com isso, afirma, precisamos investir mais que outros países, tanto para capacitar nossos professores quando para recuperar esses alunos que não aprenderam. "O aluno que repete de ano, por exemplo, é um dinheiro jogado no lixo. Ele precisar aprender e passar de ano, porque fazer duas vezes a mesma série é jogar dinheiro no lixo."

Para Cordão, o plano que destina 10% do PIB para a educação pode "ajudar a saldar uma dívida que países da OCDE já pagaram".

Diploma

O relatório da OCDE também destaca que adultos com ensino superior no Brasil ganham 2,5 vezes mais do que aqueles que cursaram apenas o ensino médio. Essa diferença nos rendimentos é maior que a média da OCDE e a segunda maior entre todos os países analisados.
A análise também mostra uma peculiaridade brasileira: quem não fez ensino médio tem mais chances de conseguir emprego do que quem fez. Em 2012, a taxa de desemprego para quem tinha ensino médio foi de 5,1%, e para quem tinha menos do que isso foi de 4,1%. Esses números não levam em conta o salário que cada pessoa recebe - além disso, a menor taxa de desemprego é para quem fez ensino superior (2,9%).
A OCDE também mostrou que, no Brasil, o número de jovens que não estudam nem trabalham, conhecidos como os "nem-nem", se manteve estável desde 2005, mas ainda é maior que a média dos países ricos (20% no Brasil e 15% nos países da OCDE).

Estrangeiros

O estudo da OCDE mostra também que as universidades do Brasil têm o menor percentual de estudantes estrangeiros entre todos os países analisados. Eles são menos de 0,5% das matrículas do ensino superior e, desses, 27% vem de países que também falam português. "Não é surpresa, visto que o Brasil não oferece quase nenhum curso completo em inglês no nível superior", afirma o documento.
Os principais rankings internacionais costumam considerar o número de estudantes estrangeiros - a lógica é que essa diversificação dos alunos beneficia o ambiente universitário para aprendizagem e pesquisa.
O relatório também mostra que 23% dos estudantes brasileiros em faculdades no exterior estão nos Estados Unidos, 18% em Portugal e 10% na França.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/09/140908_relatorio_educacao_lab.shtml

Maiores e menores IDEBs das escolas municipais de Cuiabá



Da rede municipal de Cuiabá participaram 49 escolas da avaliação do IDEB nos anos iniciais, em 2013. O IDEB da rede foi de 5.1, ou seja, 0.3 superior ao ano de 2011. Esse resultado é alcançado através do índice da totalidade das escolas participantes do certame. Como pode se ver no quadro acima, a diferença entre os maiores e os menores IDEB exigem uma reflexão sobre o tamanho da diversidade. 

Considerando-se que o contexto onde as escolas estão inseridas pouco diferem, quais são as causas de insucesso? O que faz com que algumas escolas se destaquem? O certo é que em ambos conjuntos há aprendizagens possíveis. Aprender é um compromisso eterno de educadores. Um passo para a aprendizagem dos educadores é a autorreflexão.

Já nos anos anos finais, a participação na avaliação do IDEB foi de 14 escolas. O IDEB do município foi de 4.2, o mesmo do ano de 2011. Se no geral houve estagnação, no interior há uma movimentação e diversificação, portanto passíveis de reflexões e explicações. 

Além das perguntas feitas sobre os anos inciais, acrescenta-se aqui: porque nos anos finais não houve crescimento? Porque há uma queda acentuada nessas escolas com menores IDEB?

No mais, o que será feito para assegurar o avanço daquelas que obtiveram melhores resultados e o que será feito para recuperar as com menores? 

Um fato: o direito à aprendizagem do aluno precisa ser assegurado. 

Veja o IDEB de Cuiabá e de suas escolas


Clique na figura acima ou no link abaixo para acessar o IDEB de todas as escolas municipais de Cuiabá.


IDEB de Cuiabá e das escolas municipais


VEJA MAIS: 

Ranking IDEB das Capitais

IDEB rede municipal de Cuiabá


Resultado – UF (Excell)
Escolas - Acesse o sistema

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Unemat oferece mestrado em Biodiversidade e Agroecossistemas Amazônicos/2015

por Nataniel Zanferrari
Foi publicado o edital para ingresso no Programa de pós-graduação em Biodiversidade e Agroecossistemas Amazônicos (PPGBioAgro), turma de 2015, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), campus de Alta Floresta. As inscrições para concorrer às 16 vagas distribuídas entre 13 orientadores foram abertas no dia 1º de setembro e serão encerradas em 3 de outubro de 2014, sendo cobrada taxa de R$ 80.
As vagas do Mestrado Acadêmico são ofertadas com duas linhas de pesquisa. “Diversidade biológica” e “Agroecossistemas amazônicos” em conformidade com as exigências do regulamento do PPGBioAgro.
Quanto à inscrição, os candidatos deverão encaminhar a documentação via Sedex, conforme edital, ou se inscreverem diretamente na Secretaria da PPGBioAgro, no Campus Universitário de Alta Floresta, localizado no Km 147 da Rodovia MT-208, s/nº, no bairro Jardim Tropical, em Alta Floresta. O horário de atendimento é das 7 às 11 horas e das 13 às 17 horas.
Os candidatos passarão por prova de conhecimento específico, prova de proficiência em português (apenas para estrangeiros), análise de currículo e entrevista.
A prova escrita será realizada no dia 31 de outubro, nos campi da Unemat das cidades de Alta Floresta, Tangará da Serra, Cáceres, Colíder, Nova Mutum, Nova Xavantina, Pontes e Lacerda e Sinop. As demais etapas ocorrerão somente no campus de Alta Floresta. Cada candidato concorre somente às vagas do orientador pretendido.
As datas das entrevistas serão divulgadas a partir do dia 24 de novembro. O resultado final será publicado a partir do dia 09 de dezembro e os candidatos aprovados farão as matrículas do dia 23 a 27 de fevereiro de 2015. Para mais informações, consulte o Edital nº 006/2014-PPGBioAgro.
http://www.novoportal.unemat.br/index.php?pg=noticia/8955

Unemat: Edital de seleção para Mestrado em Educação/2015

por Hemilia Maia
O programa de pós-graduação em Educação da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), campus de Cáceres, divulgou dois novos editais de seleção que juntos ofertam 22 vagas. O período de inscrições de ambos será de 01 a 30 de setembro para início das aulas no primeiro semestre de 2015. 
O edital Nº 001/2014 – PPGEDU, de ampla concorrência, oferece 20 vagas para candidatos com nível superior. As vagas foram divididas em duas linhas de pesquisa, uma que aborda “Educação e Diversidade” e a outra “Formação de Professores, Políticas e Práticas Pedagógicas”. Já o Edital Nº 002/2014 – PPGEDU reserva duas vagas para estudantes de nacionalidade colombiana que tenham concluído o curso superior na Universidad Nacional de Colombia, em decorrência do termo de cooperação acadêmica internacional, também divididas entre as duas linhas de pesquisa já citadas.
A prova escrita será realizada em 17 de novembro, período matutino, e a entrevista entre os dias 17 e 19 do mesmo mês. Os candidatos colombianos farão a prova escrita e a entrevista conforme endereço e horário estabelecidos pela Universidad Nacional de Colombia. O resultado final dos processos seletivos será divulgado no dia 05 de dezembro. 
Os interessados em concorrer ao processo seletivo Turma 2015 devem acessar os editais disponíveis no endereço eletrônico: http://www.unemat.br/prppg/educacao. 
http://www.novoportal.unemat.br/index.php?pg=noticia/8923

IDEB 2013, RANKING DAS CAPITAIS (ANOS INICIAIS E ANOS FINAIS)



sexta-feira, 5 de setembro de 2014

IDEB REDE MUNICIPAL DE CUIABÁ


A rede municipal de Cuiabá continuou o avanço nos anos iniciais. Em 2011 alcançou 4,8,  meta projetada pelo INEP/MEC para o ano de 2013. Agora em 2013, a rede municipal avançou um pouco mais chegando a 5,1, meta superior a projetada para o ano de 2015. Assim, mantém a antecipação de alcance da meta em dois anos.

Em 2011 o IDEB alcançado nos anos finais foi de 4,2, superior ao projetado para 2013, que era 4,0. Em 2013 o IDEB alcançado foi o mesmo 4,2, permanecendo no alcance da meta de 2013.

Assim, conforme esses resultados, há que se concentrar na identificação das causas da estagnação de crescimento dos anos finais e manter o foco nos anos iniciais, de forma a que as metas projetadas sejam alcançadas nos prazos determinados. Vislumbra-se, pelos dados, que os anos iniciais poderão superar a meta. 

Veja os resultados do IDEB 2013

Clique na figura para 
acessar os resultados
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2013 mostra que o país ultrapassou as metas previstas para os anos iniciais (1º ao 5º ano) do ensino fundamental em 0,3 ponto. O Ideb nacional nessa etapa ficou em 5,2, enquanto em 2011 havia sido de 5,0.
Os anos iniciais do ensino fundamental são oferecidos prioritariamente pelas redes municipais, que respondem por 81,6% das matrículas da rede pública nessa etapa. O total de estudantes nos primeiros anos do fundamental é de 15.764.926, sendo 13.188.037 de escolas públicas. As metas da rede municipal de ensino foram alcançadas por 69,7% dos municípios brasileiros. 
A rede estadual, que atende apenas 18% das matrículas públicas nessa fase, também superou suas metas. Em 75,7% dos municípios, as escolas estaduais superaram a nota 5,0 prevista para 2013. Ao todo, nessa etapa, 5.293 municípios tiveram Ideb calculado para a rede pública.
Na rede federal, o Ideb aumentou de 6,8 em 2011 para 7,0 em 2013 nos anos iniciais.

Veja Mais: IDEB DE CUIABÁ
Progressão - Em 2005, quando o Ideb foi calculado pela primeira vez, 57,5% (7,1 milhões) das crianças nos anos iniciais estavam matriculadas em escolas municipais de redes de ensino com avaliação abaixo de 3,7 — média nacional de então. Com a evolução do indicador nos últimos anos, o percentual caiu para 16,2% (1,7 milhão) em 2013. 
Com relação aos índices de avaliação mais elevados, ainda nos anos iniciais, o registro em 2005 era de 2,9% das crianças (cerca de 357 mil matrículas) matriculadas em escolas municipais com Ideb acima da nota 5,0. Em 2013, o percentual saltou para 45% - 4,8 milhões de estudantes – na mesma situação.
Anos finais - Nos anos finais (6º ao 9º ano) do ensino fundamental, o Ideb nacional cresceu de 4,1 em 2011 para 4,2 em 2013. Do total de 5.369 municípios com índice da rede pública calculado nessa etapa, 39,6% atingiram as metas previstas para 2013 na rede pública, que atende a 86,5% dos matriculados nessa etapa (um total de 13.304.355 estudantes). Na rede federal, o Ideb se manteve em 6,3.
Em 2005, somente 2,4% dos estudantes da rede pública (329 mil alunos) concentravam-se em faixas de Ideb acima de 4,5. Em 2013, este total aumentou para 22,2%, abrangendo 2,5 milhões de estudantes. Redes com Ideb inferior a 3,4 atendiam a 7,5 milhões de estudantes (56,2%) em 2005. Agora, englobam 26,1% dos alunos (2,9 milhões de matrículas).
Os dados mostram que a dificuldade para atingir as metas acontece também na rede privada, que alcançou nota 5,9. A meta prevista era de 6,5.
Ensino médio - O Ideb do ensino médio se manteve em 3,7. A rede estadual – responsável por 97% das matrículas da rede pública – registrou o mesmo índice de 2011 (3,4), assim como a rede federal (5,6). A rede privada apresentou queda, passando de 5,7 para 5,4. 
O Ideb é obtido pelas notas do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e pela taxa média de aprovação percentual. 
 Escolas - Acesse o sistema
Assessoria de Comunicação Social
http://ideb.inep.gov.br/

IDEB será divulgado nesta sexta-feira, 05/09

Está agendada para às 14:30h desta sexta-feira, a entrevista coletiva com o Ministro da Educação para a divulgação dos dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB. 

O IDEB é  calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar e médias de desempenho nas avaliações em Língua Portuguesa e Matemática, aferidas na Prova Brasil. 

Os dados preliminares foram disponibilizados às escolas e secretarias de educação até o dia 13 de agosto para que, conforme o caso, recorressem. Após as análises dos recursos, feita pelo INEP/MEC,  está programada a divulgação. 

É aguardar para ver e enxergar, refletir com lisura e propor políticas de melhoria que assegurem o Direito à Aprendizagem.




Circo adaptado inclui aluno com distrofia muscular

Do Todos Pela Educação*
Victor Pereira, de 12 anos, então aluno da escola da Escola Municpal José de Calasanz, em Belo Horizonte, tem distrofia muscular, deficiência que limita os movimentos e faz com que o garoto tenha de se locomover em cadeira de rodas. Essa condição não impediu Victor de aprender a fazer acrobacias, rolamentos e outras estripulias típicas das aulas de circo, planejadas pela professora de educação física Fernanda Pedrosa de Paula, de 33 anos. Para garantir a participação de todos os alunos, Fernanda fez algo que vale para qualquer abordagem pedagógica inclusiva: adaptou as atividades, respeitando os limites impostos pelas deficiências.
Pelo projeto, que envolveu turmas do 4º e 5º anos, Fernanda foi eleita Educadora Nota 10 em 2011, prêmio concedido anualmente pela Fundação Victor Civita (saiba mais). Desde então, as atividades foram aperfeiçoadas e se repetem anualmente, agora com ampliações para lutas e dança.
Com 11 anos de carreira, Fernanda calcula que já deu aula para cerca de 25 alunos com deficiência. “A escola recebe muitos e, como leciono educação física, acabo conhecendo a maioria”. Fernanda fez pós-graduação (nível especialização) em Juiz de Fora com foco na inclusão de alunos com deficiência na educação física. “Eu sempre estudo um pouco mais a cada aluno que chega, porque cada um deles tem necessidades específicas e uma situação diferente. Também estou sempre buscando cursos para me atualizar e, assim, conseguir adaptar as aulas”, explica.
Formação
Na opinião de Fernanda, a formação inicial de professores ainda é muito carente quando o assunto é inclusão. “O tema normalmente é restrito a uma disciplina na graduação, quando deveria permear todos os conteúdos da licenciatura”, opina. “A gente observa que o próprio tema da inclusão é excluído, colocado à parte do resto.”
Ela se recorda do seu primeiro dia de aula, em abril de 2003, quando recebeu, logo na primeira turma, uma criança com distrofia muscular. “Na hora eu pensei: o que eu vou fazer com esse garoto?”, e logo buscou a ajuda de outros professores na época.
Hoje, ela dá o recado: o professor que tem em sua turma um aluno com deficiência deve, além de fazer o exercício de se colocar no lugar dele, ouvir o aluno para saber o que ele precisa no processo de aprendizagem. “A visão individualista de mundo precisa ser deixada de lado, temos que dar voz a essas crianças para elas realmente serem incluídas”, opina Fernanda. “Não basta apenas uma inserção física desse aluno no espaço: ele deve participar, ser ator do processo.”
Comportamento
Fernanda afirma que hoje percebe as crianças muito mais receptivas do que em sua época de estudante. “Como a inclusão está ocorrendo há anos, as turmas de hoje convivem com estudantes com deficiência desde cedo. Por essa razão, eles incluem muito mais do que nós, adultos, que ficávamos olhando sem saber como agir ao certo. É um ganho enorme na Educação em todos os sentidos”, pontua. “Uma vez perguntei em uma aula o que era ser diferente e um aluno disse: ‘diferente é diferente, ué. É normal, todo mundo é diferente’”.
Depois de alguns anos atuando na área, Fernanda afirma que as ótimas memórias de algumas aulas servem como incentivo para seguir adiante. Ela lembra, em particular, de uma aula de futebol em que retirou um garoto da cadeira de rodas e o apoiou à sua frente, de forma que, ao chutar a bola para o gol, ela ajudasse o menino com o impulso – o toque final, porém, era dele. “Quando fez o gol, ele chorava e gritava tanto que todos da turma comemoraram junto. Foi muito emocionante”, conta a educadora.
Trajetória
Fernanda se diz apaixonada pela Educação Inclusiva. No iníco deste ano, ela defendeu uma dissertação de mestrado, intitulada “A expressão corporal de alunos com deficiência física como fundamento do processo de inclusão/exclusão no espaço escolar”, na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Próximos passos, um doutorado na área.
Para ver um vídeo sobre o trabalho que deu a Fernanda o Prêmio Educador Nota 10 de 2011, clique aqui. 

 
*O Todos Pela Educação está publicando uma série de reportagens sobre Educação Inclusiva. Leia mais:

Formação docente, infraestrutura e materiais adequados são desafios para inclusão

http://www.todospelaeducacao.org.br/reportagens-tpe/31142/circo-adaptado-inclui-aluno-com-distrofia-muscular/

Convocar, ouvir, redigir

Formulação do PME exige diagnóstico da educação local, mobilização constante e sistematização do trabalho


A formulação do Plano Municipal de Educação deve começar com um bom diagnóstico. Afinal, não é possível estabelecer metas sem saber de onde se está partindo e quais os recursos disponíveis para alcançá-las. Não se trata apenas de um processo burocrático de juntar dados e a participação da sociedade já pode ser incluída nessa etapa.

A construção conjunta do diagnóstico e a sua divulgação posterior permitem que se avance também na mobilização e qualificação da participação. A população, muitas vezes, desconhece detalhes da gestão da educação, da legislação e outras informações que ajudam a formular as propostas. “A participação não é espontânea, ela precisa ser cuidada”, lembra Ananda Grinkraut, assessora da Ação Educativa. “É preciso propiciar a participação, não só num momento grande, como na conferência, mas antes disso também, para que as pessoas saibam do que se trata, tenham acesso ao documento, possam participar de fato”, diz Tatiana Bello Djrdjran, especialista em gestão educacional da Fundação Itaú Social.

Tudo isso pode levar tempo. Edna Lopes, do Conselho Municipal de Educação de Maceió, diz que foram necessários dois anos para que a comunidade realmente estivesse pronta para tomar o processo de criação do PME nas mãos. Como a Lei 13.005/2014, do atual PNE, prevê que os municípios apresentem seus planos em um ano, o trabalho tem de ser intenso.

Para criação do PME, é fortemente recomendado que se realize uma Conferência Municipal de Educação, para que sejam debatidas as propostas recolhidas ao longo do processo. O caráter participativo e representativo da conferência permite que o plano ganhe tanto em conteúdo, como em peso político.

Já a revisão, embora também deva garantir a participação efetiva da sociedade, pode ser um processo mais simples, dependendo do estágio em que se encontra a execução do PME em vigência. Em Maceió, por exemplo, onde o plano foi aprovado em 2012, o Conselho Municipal está iniciando a organização de um grande seminário.

Redação
Ananda chama a atenção para a necessidade de incluir no plano estratégias que possam garantir a plena execução das metas. São três as questões fundamentais nesse caso: a previsão de formas de financiamento, o estabelecimento de um cronograma de avaliação das metas e a definição das instâncias de acompanhamento – o Fórum Municipal de Educação, em geral.

A sistematização das propostas é uma etapa fundamental à legitimidade do processo. Exige sensibilidade para perceber as aproximações e as diferenças entre as proposições saídas das muitas reuniões realizadas com a comunidade. Daí a importância de que a comissão formada para essa tarefa seja plural. O grupo irá trabalhar na preparação da etapa de formulação e aprovação do projeto do PME e também na sua redação final.

O texto do PME não precisa ser nada complicado ou rebuscado. Quanto mais direto e objetivo, mais fácil se torna o trabalho posterior de implementação. O grupo responsável pela sistematização das propostas que chegam da comunidade tem, portanto, a tarefa de simplificar sua redação. Nesse momento também é necessário observar o PNE, a divisão de tarefas entre os entes federados e a articulação entre eles. E não se deve esquecer que existem legislações a serem seguidas. Além da Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e o PNE, é preciso considerar o quadro legal estadual, a Lei Orgânica do Município, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, o Plano Plurianual e o Plano Diretor. (CC e PR).
Discussões em curso
- Diagnóstico da situação da educação no município: A tarefa cabe aos organizadores do processo, mas já pode ser realizada de forma participativa. Dados socioeconômicos, as estatísticas oficiais e os resultados das avaliações do município e estado, além da legislação, fazem parte do levantamento. Avaliações qualitativas, feitas pela comunidade, podem ser agregadas.

- Comunicar e preparar para a participação: Além de estratégias para mobilizar a comunidade, é preciso também levar à população informações que a qualifiquem para os debates. A divulgação do diagnóstico é essencial.

- Dinâmica de reuniões: Estabelecer um calendário, horários e locais compatíveis com a realidade de cada público que se deseja trazer para a discussão. Facilitar o acesso aos encontros é chave para garantir a participação ampla.

- Sistematização das propostas: A comissão de sistematização deve refletir a pluralidade do processo. A tarefa exige trabalho intensivo do grupo, o que deve ser previsto no planejamento. O material organizado servirá de base para a etapa final de formulação ou revisão do PME. Após essa etapa, a comissão também será responsável por redigir a proposta de plano que então seguirá para a aprovação no Legislativo.

- Conferência Municipal: Quatro questões devem ser observadas: elaborar um regimento com regras claras para a eleição e distribuição equitativa das vagas de delegados; uma convocação ampla da comunidade; divulgar com antecedência o material feito pela comissão de sistematização e criar uma programação do evento que preveja espaço para o debate antes da aprovação final.
http://revistaescolapublica.uol.com.br/textos/40/convocar-ouvir-redigir-326503-1.asp

Declaração para um novo ano

20 para 21  Certamente tivemos que fazer muitas mudanças naquilo que planejamos em 2019. Iniciamos 2020 e uma pandemia nos assolou, fazendo-...