sexta-feira, 14 de março de 2014

Sintep diz que situação é descabida e fará paralisação em 1º dia de aula


Reportagem Especial 


Dados da Seduc informam que de janeiro de 2003 a março de 2014 os professores da rede pública tiveram um aumento de ganho real de salário equivalente a 98%. Apesar da “evolução”, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de MT (Sintep), Henrique Lopes do Nascimento, afirma que houve o aumento, no entanto, não foi de maneira tão otimista como alardeado pela secretaria. O presidente, que também foi professor de ensino médio em Alta Floresta, explica que devido à inflação este crescimento foi mais um reajuste do que aumento de poder de compra. “Além disso, a Seduc fala como se fosse ela quem pensou em tudo, mas isso só aconteceu às duras penas, por meio de lutas e greves dos professores. Ela só cedeu na base da pressão”.
Neste sentido, o Sintep deve pressionar mais uma vez o governo. Nesta segunda (17), era para iniciar o ano letivo de 2014, contudo, haverá uma paralisação nacional de três dias, com manifestos em várias cidades, inclusive, em Brasília. Henrique conta que sairão três ônibus de Mato Grosso com destino ao Distrito Federal afim de reivindicar melhorias para o setor, mais seriedade e transparência por parte do governo. Também devem pedir para que o piso salarial seja pago, algo que, segundo ele, muitos municípios não fazem. Quando indagado se uma greve no começo das aulas não afetaria os estudantes, o presidente justifica que esta situação é necessária para a construção de uma educação melhor no país.
Conforme o Sintep, além da questão salarial, a maior demanda do setor é a gestão de recursos de educação. “É uma situação descabida que não respeita leis”, reclama. Esta falta de administração acarreta vários problemas, principalmente de infraestrutura e de nível pedagógico. Ele explica que a Constituição estadual manda aplicar 35% dos recursos do Estado em educação, mas esta porcentagem não tem chegado nem a 25%. “Há desvio da verba para outras finalidades, como pagar servidores que não são da educação e para pagamento de aposentados. A falta de transparência na aplicação dos recursos tem sido uma ocorrência recorrente”. 
Henrique reconhece que nos últimos anos a educação, em nível estadual, apresentou melhorias. “Mas não foi o suficiente, temos muito que avançar. A qualidade ainda é ruim e o ambiente das escolas não é propício para a aprendizagem de qualidade. Governo e sociedade precisam se conscientizar e lutar por isso”, conclui.

http://www.rdnews.com.br/materias-especiais/raio-x-da-educacao/sintep-diz-que-situacao-e-descabida-e-fara-paralisacao-em-1-dia-de-aula/52369

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