sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Alongar, correr e educar

Professora de educação física recebe prêmio por projeto que usa ginásticas de lazer e competição para trabalhar a convivência entre alunos

Pricilla Honorato

“Gordinho”, “baixinho” e ”magrelo” estão entre os apelidos ouvidos em qualquer turma de escola por aí. É comum ver e ouvir colegas apelidando uns aos outros ressaltando as características que estariam fora do padrão. Essa relação com o corpo, muitas vezes pautadas pelo preconceito, foi o tema central de um projeto desenvolvido pela professora de educação física Jacqueline Cristina Jesus Martins, da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Tenente Alípio Andrada Serpa, na zona oeste de São Paulo (SP).
Mais do que movimentos automáticos sem significado, no projeto Ginástica: Saúde e lazer X competição, realizado no primeiro semestre de 2012, a educadora trabalhou a cultura corporal por meio da ginástica. E valeu-se da realização, naquele ano, dos Jogos Olímpicos de Londres, para ampliar a reflexão sobre a convivência escolar.
Além da satisfação de perceber que os alunos do 4º ano aprenderam os conteúdos propostos, Jacqueline também foi contemplada, em 2013, com o Prêmio Victor Civita Educador Nota 10 (saiba mais do prêmio aqui). “O prêmio é legal por vários motivos. Valorizou meu trabalho, fez bem a minha autoestima e o dinheiro ajuda também”, comemora a professora.
O exercício da descoberta
Com o caderno de notas em mãos, Jacqueline guio os primeiros passos do projeto pelo diagnóstico da turma e pelas dúvidas dos alunos sobre o tema da ginástica. O objetivo era apresentar diversas atividades físicas para que a turma pudesse compreender quem as praticava, por que e com que elementos. As atividades forma organizadas em dois momentos: saúde-lazer e competição.
Entre polichinelos, flexões de braço e estrelas, professora e alunos pensaram quais modalidades poderiam ser realizadas no espaço escolar e definiram uma lista: alongamento, corrida, caminhada, ioga, academia (musculação e aeróbica), massagem e ginástica artística.
Imagens de modalidades da ginástica, vídeos, reflexões e atividades sobre o corpo humano, experimentos sobre mudanças corporais pós-atividade física e exercícios práticos também formaram o mosaico de tarefas que ajudou as crianças a pensar sobre mitos do corpo humano, mudanças corporais, padrões estéticos e saúde.
“Na atividade de corrida e caminhada, por exemplo, discutimos as dificuldades dos alunos e eles entenderam que sair correndo muito rápido atrapalhava completar o tempo de 15 minutos proposto para a atividade”, conta.
Já na aula de musculação, a professora aproveitou para mostrar imagens de fisiculturismo para proporcionar algumas discussões. “Com base nas fotos, promovemos um debate a respeito dos padrões de beleza impostos pela sociedade. Questionei se eles achavam aqueles corpos bonitos. Estava tentando contribuir com as questões de convivência, desconstruindo dos preconceitos sobre o corpo”, lembra.
Leia Mais:
http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/noticias/29452/alongar-correr-e-educar/

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