Da Redação
Sem acordo, sem proposta e com ameaça de demissões e cortes de salário por parte do governo, a greve dos educadores de Mato Grosso continua. Há mais de 54 dias parados, os profissionais ameaçam agora tomar medidas mais radicais, como trancamento de órgãos públicos e rodovias.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), Henrique Lopes, a única resposta do governo foi a nota ameaçando os servidores, emitida na segunda-feira. Ele afirmou que a nota apenas serviu para irritar ainda mais os profissionais. “Se o governo pensa que uma nota mentirosa será suficiente para os professores voltarem a trabalhar, apenas pelo medo, ele está enganado”.
Entre as medidas de retaliação estão o corte de pontos, a demissão dos contratados e ainda a abertura de processo administrativo contra os servidores em estágio probatório.
Segundo dados do Sintep, dos 38 mil servidores paralisados, 55% ou aproximadamente 20,9 mil profissionais atuam em regime de contrato. O Sintep relembrou também que, conforme dados da Secretaria de Estado e Educação (Seduc), emitidos em agosto, existe uma deficiência de 9,6 mil cargos dentro do sistema de ensino do Estado.
Para a doutora em educação e professora do Instituto de Educação da universidade Federal de Mato Grsso, Jorcelina Elisabeth Fernandes, a medida anunciada mostra vários pontos de contradição e dificilmente conseguiria ser realizada pelo governo. “É importante salientar: como o governo reporia as vagas faltantes, se já há um déficit?”, indagou.
Ela afirmou que há anos a educação vem sofrendo com a precariedade, pois recebeu um acréscimo de alunos, mas não de professores e infraestrutura. Outro ponto salientado por Jorcelina, é que diferentemente de outras profissões, o professor é o único que realiza reposição do trabalho após a greve, o que não justificaria o corte de ponto.
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