RIO - Está tudo lá: a professora que vende cosméticos para complementar a renda, a falta de água no bebedouro, o calor excessivo e a insatisfação de alunos e professores com uma escola em decadência. A peça “Conselho de classe”, apresentada pela da Cia. dos Atores no Espaço Sesc, tem tudo isso e muito mais. Afinal, ao fazer uma reconstituição verossímil das escolas públicas brasileiras, a montagem vai fundo nas feridas de um colégio.
Com texto de Jô Bilac e direção de Bel Garcia e Susana Ribeiro, a peça coloca em cena quatro representantes do conselho de uma escola estadual, que se reúnem para discutir os rumos da instituição. Em pauta, temas aparentemente banais, como o uso da quadra da escola, viram um caloroso embate ideológico. E no meio da discussão, a inesperada chegada de um novo diretor desperta ainda mais os ânimos dos personagens.
Apesar da fidelidade com o mundo real, a diretora Susana conta que o grupo não teve tempo para vistar escolas antes de produzir o espetáculo, construído simultaneamente à produção do texto por Jô Bilac. Quem fez a ponte com esse universo foi a consultora pedagógica Cléa Ferreira, especialista em gerir problemas escolares. Em várias conversas com o autor, ela traçou um verdadeiro raio-X dessas escolas, assegurando um bom embasamento para a construção da trama.
- Pudemos ver que há muitas pessoas lutando pela educação há mais de 20 anos e, por mais que haja alguma desesperança, estes professores estão sempre ali. E tem uma coisa muito própria do universo deles, que é uma relação afetiva muito forte com o ambiente escolar, a qual segura essa realidade absurda em que vivem, indigna de salário e condições. Essas pessoas precisam ser ouvidas - avalia Susana
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