quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Professores decidem por suspensão de protesto na capital, mas mantêm estado de greve

Professores  decidem por suspensão de protesto na capital, mas mantêm estado de greve
Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto
Da Redação - Naiara Leonor

A greve dos trabalhadores da rede municipal de educação de Cuiabá foi suspensa, por decisão da classe em assembleia na Praça Alencastro, na tarde desta terça-feira, 8. Mobilizados em frente à sede do Executivo, representantes do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep) discursaram sobre as metas alcançadas e a continuação da luta por mais direitos, agora com estado de greve. Na semana passada, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) considerou o ato ilegal e determinou multa de R$ 10 mil (ao dia) em caso de descumprimento.  As atividades serão retomadas na quarta-feira,9.

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Paralisados desde o dia 31 de agosto, os profissionais da rede municipal de ensino de Cuiabá se reuniram para decidir quanto ao futuro da greve que afetou cerca de 46 mil alunos matriculados em escolas e creches da capital.

As reivindicações da classe perpassam por reajuste salarial de 3%, realização de concursos públicos, recebimento de férias e licenças-prêmio vencidas, rapidez na publicação de processos de aposentadoria, até cursos de capacitação, reforma nas unidades de ensino e revisão da lei orgânica da categoria.

O presidente do Sintep-MT subsede Cuiabá, João Custódio da Silva, declarou ao Olhar Direto que a classe entrou em greve quando as negociações já haviam sido encerradas pela Prefeitura. “O Prefeito Mauro Mendes já havia batido o martelo, dizendo que não atenderia nossas propostas, por isso entramos em greve”.

Já a prefeitura declarou em nota que as negociações ainda estavam em aberto quando o Sindicato anunciou a greve. Declaração que foi utilizada como um dos argumentos para deflagrar a greve ilegal.

João Custódio ainda afirmou que a suspensão da greve não ocorreu pela decisão judicial do Tribunal de Justiça, tornando-a ilegal, mas sim por falta de coro. “Se perguntarem por que suspendemos a greve, direi que foi por falta de coro. Muitos profissionais já estavam em exercício. Não foi a justiça que nos interrompeu, fomos nós mesmos”.


A proposta do Sintep a classe agora é estabelecer um calendário de ações para as reivindicações que não foram atendidas. “Considero a classe vitoriosa. Conseguimos 2,3% de reajuste salarial em uma assembleia com 4 gestores contra o sindicato, apresentando dados que divergiam dos nossos”, disse a Professora Helena Maria Bortolo, membro da diretoria do Sintep-MT, subsede de Cuiabá.

A coordenadora Pedagógica da Escola Celina Fialho Bezerra, do bairro Altos da Serra, em depoimento emocionado, disse que a luta continua e que a classe precisa se unir. “Vivo disso há 19 anos, volto dessa greve muito triste porque eu queria a reforma da minha escola, mas vejo que não compensa 10 escolas servirem de testa de ferro para as demais. Uma professora de uma escola que não estava em greve me disse que não entraria de greve pois trabalhava em uma escola modelo, nova e climatizada. Precisamos nos unir, sem puxar o tapete de ninguém”.

Já o Professor Ednilson de Carvalho, da escola do campo, Nossa Senhora da Penha de França, uma das mais antigas da cidade, no Coxipó do Ouro, disse que era lamentável o prefeito Mauro Mendes viajar justamente na data da assembleia e defendeu a reforma das unidades escolares. “Na minha escola está sendo construído um novo prédio, com 6 salas como um plano de ampliação, mas o prédio antigo não será reformado, a escola funcionará metade no espaço novo e metade no antigo. É preciso modernizar e climatizar as unidades para oferecer melhores condições de aprendizagem aos alunos e de trabalho aos profissionais”.

Na quinta-feira (10), representantes do Sintep se reúnem com gestores de governo para uma reconciliação e retomada da proposta feita de reajuste salarial de 2,3%, que estava condicionado à volta das atividades.


http://olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?noticia=Professores_suspendem_protesto_na_capital_mas_mantem_estado_de_greve&id=406126

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