quinta-feira, 17 de abril de 2014

Educação integral cresce mesmo sem sistema de avaliação

Permanência do aluno na escola deve ser aliada a qualidade, destacam especialistas
Alexandre Saconi, do R7

O conceito de educação integral ainda pode gerar um pouco de confusão entre as pessoas, mas já é uma forte tendência do sistema de educação brasileiro. Muitas vezes confundido com o modelo de escola em tempo integral, onde o aluno passa uma parte do período escolar na sala e a outra metade, o contraturno, na escola apenas (não necessariamente em atividades educacionais), na educação integral o estudo acontece  nos dois períodos.
O modelo, que usa o conceito que mistura tempo, conteúdo e espaço para ampliar o horizonte de aprendizado dos jovens. Segundo dados do último Censo Escolar, o número de matrículas na educação integral passou de 3,6 milhões em 2012 para quase 4,8 mi em 2013, uma alta de 30% no período.
A elevação foi puxada pelo número de matrículas da educação integral no ensino fundamental, que foi de 47% no período. Em 2013 haviam 3.052.814 alunos matriculados, ante 2.076.382 em 2012.
Apesar dessa expansão, um  ponto que ainda devem ser discutido é a qualidade, que ainda carece de parâmetros objetivos para ser avaliada no País.
Alejandra Meraz Velasco, gerente da área técnica do movimento Todos Pela Educação, diz que, como acontece com o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), "mesmo com as suas eventuais falhas", é necessário criar uma definição de avaliação da educação integral no Brasil.
— Um número maior de crianças estão ficando mais tempo na escola. Temos que verificar a qualidade da educação no ensino regular e  ter indicadores para observar se a educação está sendo integral, e não apenas em tempo integral.

Alejandra reforça que o objetivo não é simplesmente manter o aluno mais tempo na escola ou no equipamento público respectivo, mas ampliar o tempo de exposição à aprendizagem..
As experiências precisam complementar o que está sendo aprendido no turno regular. As atividades no contraturno têm de conversar com a proposta curricular da escola. Tem de ter relação com o que se está aprendendo. Não pode ser o "mais do mesmo", mas dialogar com o que está sendo aprendido dentro da sala de aula.
Procurado, o MEC (Ministério da Educação), em nota, confirmou a inexistência de um mecanismo específico para avaliação da educação integral.


Pergunta do Blog: Essa situação se aplica às escolas municipais de Cuiabá?

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