Avaliação foi feita com base em desempenho nos nove anos da Obmep.
Entre os 50 melhores municípios, 33 são de MG; primeira é Dores do Turvo.
Vanessa FajardoDo G1, em São Paulo
Dores do Turvo - MG é a cidade com melhor desempenho na Obmep (Foto: Leonardo Pessanha/ Impa) |
Ranking divulgado pelo Instituto Nacional de Matemática Pura Aplicada (Impa) mostra que as cidades do interior do Brasil, com menos de 10 mil habitantes, são as que tiveram melhor desempenho em nove anos da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).
Para chegar ao índice de desempenho, o Impa, organizador da Obmep, dividiu o total de pontos acumulados nas premiações durante os nove anos pelo número de alunos classificados para as segundas fases da competição. Assim, cada cidade recebeu uma nota (veja lista abaixo dos 20 melhores munícipios).
O resultado da última edição da Obmep foi divulgado em 30 de novembro. Seis mil estudantes em todo o país receberam medalhas. Professores, escolas e secretarias de educação também são premiados com base no desempenho dos respectivos alunos.
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Na quarta-feira, o G1 publicou uma reportagem sobre dez escolas públicas que têm resultados acima da média em matemática na Prova Brasil. Só uma delas é localizada em uma cidade considerada grande - Joinville (SC). Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2012, divulgados na terça-feira (3), apontam que o Brasil melhorou no conhecimento da disciplina, mas ainda tem muito a avançar. O país ficou em 58º lugar entre 65 nações no ensino de matemática.
Dores do Turvo, cidade mineira com menos de 5 mil habitantes, encabeça a lista dos campeões da matemática. O município levou neste ano quatro medalhas de ouro, três de prata, sete de bronze e 19 menções honrosas. Dos 36 competidores classificados para a segunda fase, 33 foram premiados. Ao longo de nove anos, foram 166 prêmios, entre medalhas de ouro, prata, bronze e menção honrosa.
Veja ao lado reportagem sobre Dores do Turvo no MG TV
Em segundo lugar aparece Cocal dos Alves (PI), seguida por cinco municípios mineiros: Cachoeira de Minas, Coronel Xavier Chaves, Carvalhos, Coimbra e Conceição dos Ouros. Entre as 50 cidades com melhor desempenho na Obmep, 34 são mineiras. Dos 500 ouros distribuídos na competição neste ano, os alunos de Minas Gerais arremataram 149.
Entre as 50 cidades melhores nas olimpíadas, uma é do Espírito Santo (Marechal Floriano); oito são do Rio Grande do Sul (Três Arroios, Selbach, Tupandi, Mato Leitão, Westfália, Salvador das Missões, Relvado e Imigrante); duas de Santa Catarina (São Bonifácio e Antônio Carlos) e quatro de São Paulo (Uchoa, Fartura, Américo de Campos e Rubinéia); além do Piauí, que foi representado por Cocal do Alves. Os demais estados não aparecem entre os 50 mais bem colocados.
Neste ano, municípios como Amambai (MS), Jales (SP), Massaranduba (SC) e Quixaba (PE) também garantiram boas premiações. A pernambucana Quixaba com 6 mil habitantes teve duas medalhas de ouro - no total, no estado levou oito. Cinco estados - Maranhão, Acre, Alagoas, Amapá, Roraima - terminaram a competição sem nenhuma premiação de primeiro lugar.
'Professor tem status social'
A Obmep é dividida em duas fases e contou neste ano com a participação de 18 milhões de alunos de mais de 47 mil escolas. Na primeira etapa, eles fizeram uma prova com 20 questões de múltipla escolha aplicada na própria escola. Cerca de 5% dos alunos de cada colégio com melhor desempenho se classificaram para a segunda etapa. Nesta fase, foram seis questões discursivas que envolviam cálculo e raciocínio.
A Obmep é dividida em duas fases e contou neste ano com a participação de 18 milhões de alunos de mais de 47 mil escolas. Na primeira etapa, eles fizeram uma prova com 20 questões de múltipla escolha aplicada na própria escola. Cerca de 5% dos alunos de cada colégio com melhor desempenho se classificaram para a segunda etapa. Nesta fase, foram seis questões discursivas que envolviam cálculo e raciocínio.
O coordenador-geral da Obmep e diretor do Impa, Claudio Landim, diz que os resultados quase sempre estão atrelados ao trabalho de um professor (ou até mais de um) que incentiva a participação dos alunos e oferece treinamentos específicos. A figura deste docente, segundo ele, pode aparecer tanto em cidades pequenas interioranas, como nas capitais.
"A diferença é que um professor no interior do país tem um status social que não existe nas grandes cidades. Um professor com alunos medalhistas de olimpíadas é reconhecido. Todos os habitantes dali foram um dia alunos daquele professor. Há um reconhecimento, o que torna a carreira mais atrativa", diz Landim.
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