MARCELLE RIBEIRO
SÃO PAULO Apontados por especialistas como uma das ferramentas para melhorar o ensino de Ciências e tornar o aprendizado mais estimulante, os laboratórios da área ainda estão presentes em poucas escolas do Brasil, públicas ou particulares. Só 10,6% das 192.676 escolas brasileiras do país, entre públicas e privadas, possuíam laboratórios de Ciências em 2012, segundo o INEP, órgão do Ministério da Educação. Dentre as escolas que tinham o espaço, 60,1% eram públicas e 39,9% eram privadas.
O número de escolas com laboratórios de Ciências cresceu pouco desde 2009, quando eles estavam presentes em 9,3% dos colégios públicos e privados.
Considerando apenas as escolas públicas, os laboratórios de Ciências estavam em 7,9% dessas unidades em 2012. Em 2009, eles existiam em 6,8% dos colégios públicos.
Aumento do interesse
De acordo com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), desde que foram informadas da cobrança de Ciências na Prova Brasil e na Aneb, as escolas municipais começaram a mudar de postura em relação aos laboratórios.
— Muitas escolas têm os laboratórios e não usam com frequência. Elas passaram a usar mais. A inclusão de Ciências nas provas sacudiu um pouco o que estava acontecendo nas escolas — disse Luiz Valter de Lima, o diretor da Undime.
Segundo Nélio Bizzo, professor de metodologia do ensino de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação da USP, estudos internacionais mostram que laboratórios de Ciências fazem diferença no desempenho dos alunos. Escolas que têm laboratórios afirmam que percebem um maior interesse dos alunos quando a aula é prática.
— Os alunos têm que fazer Ciências com as mãos, manipulando materiais. Para colocar problemas, uma aula de Ciências tem que ser mais prática. Quando a criança pode testar de modo prático, os conteúdos são mais compreensíveis e isso pode gerar melhores resultados dos alunos. Você estimula e mantém a curiosidade da investigação e o interesse pela pesquisa — diz Denise Jardim, coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental II da escola paulista Stance Dual, onde os estudantes até dissecam peixes no laboratório de Ciências.
Segundo o presidente do INEP, Luiz Cláudio Costa, o governo pretende incentivar as redes estaduais e municipais a construir mais laboratórios de Ciências.
— Temos recursos do Fundeb e expectativa de mais recursos para a educação por causa dos royalties do petróleo. Isso vai ajudar a acabar com o subfinanciamento — disse Costa.
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