Eu tentei; eu juro que tentei, caro leitor, resistir à tentação de escrever a respeito do cantinho do castigo. Ah, como eu tentei. Mas o maldito cantinho me persegue.
Não há um dia em que, em uma busca de assuntos na internet, eu não me depare com artigos, blogs, reportagens com listas de recomendações aos pais para bem educar o filho, de acordo com a idade que ele tem, que não apresente a ideia do cantinho. Até mesmo de programas de televisão eu não consigo escapar: vira e mexe, lá está a história do cantinho.
Certamente todos conhecem essa estratégia chamada educativa, mas caso alguém tenha tido a sorte de nunca ter se deparado com ela, eu explico. Quando uma criança faz algo que não deveria ter feito, quando se descontrola, quando faz birra ou briga com o irmão, por exemplo, os pais -ou responsáveis, que podem até ser professores- devem levar a criança até um canto, de preferência longe do convívio familiar, e deixar a criança lá por um tempo.
E por quanto tempo a criança deve lá ficar? Ah, depende da idade dela, dizem os adeptos de tal estratégia. Pode ser, por exemplo, um minuto para cada ano que a criança tem, com pequenas variações. E você acredita, leitor, que já há banquinhos em forma de ampulheta, com areia dentro, que demora cinco minutos para passar de um lado ao outro? Então: a estratégia faz tanto sucesso entre os pais que já mobilizou até o mercado de produtos.
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Rosely Sayão, psicóloga e consultora em educação, fala sobre as principais dificuldades vividas pela família e pela escola no ato de educar e dialoga sobre o dia-a-dia dessa relação. Escreve às terças na versão impressa de "Cotidiano".
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/2013/09/1346395-cantinho-do-castigo.shtml
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