terça-feira, 23 de agosto de 2016

XVIII ENDIPE - Didática e Prática de Ensino

ENDIPE 2016


Didática e prática de ensino no contexto político contemporâneo:
cenas da educação brasileira

O ENDIPE 2016, seguindo sua tradição de ser um evento que põe em pauta os temas da didática e da prática de ensino, pensados em contextos concretos do vivido da realidade, propõe como tema: “Didática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da educação brasileira”.
Depois de 14 anos, o evento retorna ao Centro-Oeste; acontece em Mato Grosso pela primeira vez.
O tema do ENDIPE 2016 tem em seu centro a Didática e a Prática de Ensino. Mas como sabemos, “Ao focar o ensino como seu objeto de estudo, a didática precisou construir formas de compreender e dialogar com as circunstâncias que foram e estão se configurando a cada instante. (PIMENTA, FUSARI, ALMEIDA, FRANCO. A construção da didática no GT Didática – análise de seus referenciais, 2013). Pois a prática de ensino situada vem com a mesma força reflexiva dos outros Encontros.
Neste momento, não há como deixarmos de lado o contexto político que vivemos. Político no sentido clássico, como preocupações com o espaço público, com os desdobramentos das ações dos governos em todos os níveis. Ocasião em que o ENDIPE sai às ruas para avisar de sua chegada em 2016, passamos por questões que atingem diretamente nossas reflexões acerca da Didática e da Prática de Ensino: o processo de aprovação das Diretrizes Nacionais para os cursos de Formação de Professores; a elaboração dos Planos Estaduais e Municipais de Educação, com as fortes reações às questões de gênero; uma avassaladora onda conservadora que tem tomado o país; a substituição dos debates didáticos e soluções pedagógicas ao problema do ensino pela medicalização em massa de nossas crianças; as condições objetivas de trabalho dos professores que permanecem fora da agenda de prioridade dos governos; a reação dos gestores públicos e da população ante à manifestação legítima de professores, sempre com violência e descaso; a falta de clareza do governo federal sobre o que realmente importa em termos de financiamento da educação no nível fundamental, médio e superior.
Ao mesmo tempo, cotidianamente, milhares de professores nos mais de 5ooo municípios do país, recebem seus alunos e vivem as situações mais contraditórias; colhem sucesso, a despeito da preocupação pública com a educação; amargam fracassos, pelo qual são, muitas vezes culpabilizados. É como se estivessem no fogo cruzado entre os discursos produzidos por governos, população, organizações, lutando para encontrar respostas consistentes e transformadoras.
O ENDIPE não consegue responder a todas essas questões, mas faz seu papel de insistir no debate em vista da construção de uma escola laica, pública, gratuita, uma educação que atinja a todos em direção à compreensão das diferenças, da inclusão, que tenha como objetivo a excelência de sua qualidade.

Silas Borges Monteiro
Coordenador do XVIII Endipe
http://www.ufmt.br/endipe2016/home/

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