sábado, 3 de dezembro de 2016

6 reformas prioritárias para transformar a educação na América Latina

Relatório aponta desafios para melhorar o ensino na região e destaca ações estratégicas para promover reformas educacionais

por Marina Lopes 
Para garantir que todas as crianças tenham acesso à uma educação de qualidade, os países latino-americanos estão diante de um desafio prioritário: mobilizar sociedades e governos na adoção de reformas profundas e duradouras. Segundo o relatório “Construindo uma Educação de Qualidade: um pacto com o futuro da América Latina”, o desenvolvimento com equidade e democracia precisa ganhar espaço nas agendas da região.
Lançado nesta terça-feira (29), pelo Instituto Ayrton Senna e pelo Diálogo Interamericano, com apoio da Fundação Santillana e Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, o estudo aponta seis áreas consideradas fundamentais para transformar os sistemas educativos na América Latina: a educação infantil, a excelência docente, a avaliação de aprendizagens, as novas tecnologias, a relevância da educação e o financiamento sustentável.
Nos últimos anos, apesar dos avanços consideráveis na ampliação da escolarização, os resultados de aprendizagem ainda deixam a região para trás. Entre os anos de 1999 e 2012, a América Latina aumentou a porcentagem de matrículas no ensino médio de 59% para 73%, mas ainda continua a lidar com problemas sérios de repetência e evasão. De acordo com dados da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), apenas metade dos jovens latino-americanos com idades entre 20 e 24 anos completaram o ensino médio em 2010.
A tendência de ampliação da cobertura, sem obter necessariamente um salto na qualidade, também se repete em outras etapas, seja na educação infantil, no ensino fundamental e até mesmo no ensino superior. “As crianças estão na escola, mas não estão aprendendo”, menciona Cláudia Costin (leia entrevista), professora de Harvard e integrante da Comissão para a Educação de Qualidade para Todos. Participante da equipe convocada pelo Diálogo Interamericano para elaborar o relatório, ela afirma que o foco dos sistemas educacionais não deve ser apenas o de cumprir uma meta. “Não basta atingir determinados resultados de aprendizagem, mas eles também precisam ser relevantes para a vida em sociedade e também para o futuro trabalho que esses jovens vão desenvolver”, diz.
Nesse sentido, o economista-chefe do Instituto Ayrton Senna e professor do Insper, Ricardo Paes de Barros, também avalia que o desenvolvimento de competências socioemocionais tem o potencial de reduzir desigualdades e transformar sistemas educativos, garantindo chances para todos os alunos. “As competências socioemocionais têm esse papel fundamental na vida de uma pessoa e da sociedade brasileira porque elas agem como um redutor da desigualdade de oportunidades”, explica.

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