Vinte e cinco alunos da unidade escolar participaram da iniciativa, fruto de uma parceria entre a UFMT e a Seduc-MT
Viviane Saggin | Seduc-MT
Os convidados puderam conferir uma exposição de fotografias, vídeos, textos e jornal produzidos pelos estudantes, além da Plataforma+10 - Foto por: Mayke Toscano
Os estudantes do projeto “Educomunicação, Ciência e Outros Saberes: Um estudo do trabalho colaborativo e compartilhável em narrativas transmídias”, da Escola Estadual Alcebíades Rodrigues Calhao, de Cuiabá, apresentaram os resultados deste trabalho, na última quarta-feira (09.11). A comunidade escolar pôde conferir uma exposição de fotografias, vídeos, textos e jornal produzidos pelos estudantes, além da Plataforma+10, pela qual os estudantes compartilham conteúdo e conhecimento.
Vinte e cinco alunos da unidade escolar participaram da iniciativa, fruto de uma parceria entre a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc-MT). Durante o ano, eles frequentaram oficinas de jornalismo, audiovisual, fotografia, trabalho colaborativo e criatividade, ministradas por professores doutores e mestres da UFMT e gestores de atividades da escola. Além disso, ultrapassaram os muros da escola e foram a lugares que não conheciam para produzir conteúdo, como o Parque Mãe Bonifácia e o distrito de Mimoso, onde visitaram o Memorial Rondon.
Mário Augusto Amorim, de 13 anos, que está no 7º ano, afirma que a experiência foi inédita e muito boa. “Foi meu primeiro contato com a arte de fotografar e filmar. Tinha certo receio, mas passei a gostar e me interessei por todas as técnicas e ferramentas”, diz o estudante, acrescentando que não descarta a possibilidade de se formar na área de comunicação, especialmente em publicidade.
Quem também aprovou a iniciativa foi a estudante Fernanda Souza França, de 14 anos, do 8º ano, que participou de um projeto de Educomunicação pela primeira vez. Ela está na EE Prof. Alcebíades Calhao desde o ano passado. “Aprendi várias coisas, conheci novas tecnologias e lugares interessantes. Tivemos noção de produção e edição de imagens, e eu gostei muito”, aponta a menina, que pretende ser pedagoga.
Outro estudante que chama a atenção pelo potencial comunicativo e criativo é o Mateus Fuin dos Reis, de 14 anos, e cursa o 9º ano. “No início não gostei nada da ideia. Pensava: o que eu vou fazer nesse negócio? Eu queria mesmo era jogar bola”, diverte-se o menino, lembrando que foi abordado na quadra de esportes pelos professores e orientado a participar do projeto.
Foi meio a contragosto que assistiu à primeira aula de uma das oficinas. O fascínio pela novidade logo o fez esquecer a bola de futebol e se dedicar mais às atividades do projeto. “Com o passar do tempo, vi que era uma experiência muito divertida. Comecei a fazer os vídeos, escrever, fotografar, entrevistar pessoas”, conta Mateus, que teve a oportunidade de conhecer e entrevistar o cantor Zeca Baleiro e o secretário de Estado de Educação, Esporte e Lazer, Marco Marrafon, no pré-lançamento da Plataforma+10, em Cuiabá. Zeca Baleiro esteve em Cuiabá para se apresentar no “Vem pra Arena”, em agosto deste ano.
A experiência já o faz sonhar com uma futura profissão na área de comunicação. “Um jornalista, quem sabe”, confessa o garoto, relatando que a escola leva o nome de um professor e importante jornalista mato-grossense.
Aprendizagem
O idealizador do projeto, professor doutor do curso do Departamento de Comunicação Social da UFMT, Dielcio Moreira, agradeceu o apoio da Seduc-MT, dos professores da escola e, principalmente, o empenho dos alunos no projeto. “Foi muito bacana o trabalho desenvolvido na unidade escolar. Aprendemos muito. Viemos para ensinar alguma coisa, mas saímos com muito conhecimento”, argumentou.
Dielcio destacou ainda a importância do papel do educador dentro da escola. “Tenho, hoje, a convicção, depois de percorremos 10 escolas da rede estadual com o projeto, de que o que faz a diferença é o professor, que tem um valor extraordinário. É uma presença extremamente importante na vida dos meninos. Quando os professores participam, o progresso e o desenvolvimento são acelerados, e isso nós vimos na EE Alcebíades, com a participação e dedicação de todo o corpo docente e equipe gestora”.
A diretora da escola, Magda Lúcia Sanches, afirmou que o projeto trouxe inovações à maneira de aprender, com aulas dinâmicas e atrativas. “É muito clara a transformação que ocorreu em alguns estudantes e isso nos agrada. Um projeto maravilhoso, que proporcionou maior integração e despertou talentos”, assegurou.
O secretário adjunto de Política Educacional da Seduc-MT, Edinaldo Gomes de Sousa, destacou que a escola deve ser um espaço de construção do conhecimento e também de sonhos. “Se não for para contribuir para a realização dessas aspirações, ela não cumpre seu papel, e sua função não será completa”, argumentou.
De acordo com ele, projetos como o Educomunicação atraem e aproximam os jovens e adolescentes da escola. “Alunos que a achavam chata, desinteressante, passam a vê-la como um local de desenvolvimento e de aprendizado. Isso prova também que a escola precisa repensar o seu currículo e suas metodologias e conhecimento científico, priorizar conteúdos significativos, bem como habilidades e competências para a vida”, frisou.
Compartilhamento
A iniciativa envolve diretamente cerca de 300 estudantes e busca a promoção de trabalhos colaborativos e produção de artigos educacionais compartilháveis. A Seduc-MT investiu R$ 320 mil para a realização das oficinas.
Todo o conteúdo produzido pelos alunos da EE Prof. Alcebíades, assim como as demais escolas participantes, pode ser conferido no site http://www.ufmt.br/mais10educomunicacao/.
http://www.mt.gov.br/-/5256511-estudantes-apresentam-resultado-de-projeto-de-educomunicacao
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