sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Encontro de educação escolar indígena reuniu mais de 300 pessoas em Cuiabá

Rede estadual de educação atende, atualmente, 10.650 estudantes de 43 etnias, em 71 unidades escolares.
Viviane Saggin Seduc-MT 

Atualmente, a rede estadual de ensino conta com 71 unidades escolares indígenas, com cerca de 10.650 estudantes na educação básica. - Foto por: Viviane Saggin
Atualmente, a rede estadual de ensino conta com 71 unidades escolares indígenas, com cerca de 10.650 estudantes na educação básica.
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As questões da educação escolar específica, diferenciada, intercultural, bilíngue e comunitária foram discutidas durante toda esta semana (24 a 28.10) no Encontro Estadual de Educação Escolar Indígena, realizado em Cuiabá pela Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc-MT). Com o tema Formação Continuada para Professores e Gestores, o evento reuniu mais de 300 profissionais entre professores, gestores, assessores pedagógicos, técnicos e apoios administrativos, que atuam nas diversas unidades escolares indígenas distribuídas pelo Estado.
A programação contou com palestras e grupos de trabalho referentes aos desafios e fortalecimento das políticas, Projetos Políticos Pedagógicos (PPPs), avaliação na escola indígena, currículo específico, metodologias, planejamento, entre outros. Fundamentalmente, o propósito do encontro foi promover uma reflexão teórica sobre a escola específica, discutir as práticas escolares e a forma de trabalhar a cultura do povo e o currículo escolar indígena. Além de avaliar projetos que afirmem as identidades étnicas, valorizem as línguas maternas e os conceitos próprios desses povos.
De acordo com o coordenador da Educação Escolar Indígena da Seduc-MT, Sebastião Ferreira de Souza, o evento foi muito produtivo. “As etnias encontram dificuldades relacionadas à infraestrutura, logística, deslocamento, considerando que estamos em um estado de dimensões continentais. Temos a necessidade de sempre avaliar e rever práticas, para que consigamos atender as comunidades da melhor maneira possível e garantir resultados positivos”.
Sebastião explica que com relação às questões pedagógicas foram abordados assuntos como o assessoramento técnico para que o educador desenvolva um bom plano de aula e realize o atendimento aos alunos. “Nessas comunidades, o professor muitas vezes está distante da escola central, caso dos que atuam nas salas anexas, e precisam desse apoio”, ressalta.
Escola diferenciada
A superintendente de Diversidade da Seduc-MT, Gonçalina Eva de Almeida, destacou que o objetivo é promover um diálogo com os indígenas, no sentido de produzir o currículo escolar diferenciado, que as etnias tanto almejam. “Nessas oportunidades procuramos promover o intercâmbio entre as etnias, que somam 43 em todo o estado”.
Segundo ela, a comunidade indígena já entendeu que pode fazer a transformação através da educação. “Cabe à Seduc assimilar, desenvolver dentro do sistema, a educação da forma que os indígenas almejam. E nós só vamos conseguir isso em diálogo com eles”, salientou.
Segundo o professor Xisto Xavante, da Escola Estadual Indígena Hambe, encontros de formação como esse é uma reivindicação antiga da população indígena. “Buscamos a melhoria da educação escolar indígena, portanto, a formação e capacitação dos profissionais é uma necessidade. Foi uma semana produtiva”, avaliou o educador, garantindo que o Estado está avançando na implantação da escola diferenciada, ou seja, está elaborando e efetivando políticas que ofereçam aos índios ensino básico que contemple sua diversidade.
Para ele, um dos maiores desafios nesta tarefa é preciso progredir na questão da efetivação da teoria na prática e na construção de materiais pedagógicos e de projeto político pedagógico, instrumento que possibilita que a comunidade indígena expresse qual escola deseja, de que forma ela deve atender aos seus interesses, como deve ser estruturada e de que forma se integra à vida e aos projetos comunitários. “É necessária a junção de conhecimento tradicional e científico, tanto com relação aos profissionais que atuam nas escolas, quanto dos técnicos e gestores da Secretaria, para que seja realizada a inclusão. Desde os anos de 1990, temos ouvido falar na escola diferenciada, nossos profissionais se formaram idealizando essa escola. Então, é preciso efetivá-la”.
Unidades
Atualmente, a rede estadual de ensino conta com 71 unidades escolares indígenas, com cerca de 10.650 estudantes na educação básica, de 43 diferentes etnias. Ao todo, são aproximadamente 1.200 profissionais atuando nessas escolas.


http://www.mt.gov.br/-/5201095-encontro-de-educacao-escolar-indigena-reuniu-mais-de-300-pessoas-em-cuiaba

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