Para Álvaro Chrispino, a gestão e o modelo educacional devem ser repensados. Ponderou que a busca pela ampliação da cobertura da Educação pode ser encontrada nos discursos e ações de Getúlio Vargas, mas alcançou seu ápice na década de 1970, Por volta de 1998, o país alcança aproximadamente 98% das crianças no Ensino Fundamental. Mas, "garantia de acesso e não de qualidade, nem de saída para mudanças na estrutura social. Como o aumento de vagas, aumento do número de professores e quantidade de escolas ocorreu de maneira rápida, trouxe problemas de orçamento e de formação de pessoal adequado e por muitos anos reprovamos o aluno porque ele não aprendeu e acreditamos que no ano seguinte ele irá aprender".
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A reprovação, de acordo com o palestrante, não trouxe vantagens ao ensino e ainda estabeleceu uma série de equívocos que vão desde problemas no aprendizado ao aumento de gastos por parte da gestão pública. "São gestores, professores, ou seja, os adultos, que definem todos os conteúdos, os objetivos, a metodologia de ensino a ser empregada, as avaliações, a organização e o livro didático, mas são os alunos, ou seja as crianças, é que são reprovados", afirma. Uma possibilidade para alterar essa realidade, segundo Chrispino, é repensar o modelo educacional e para tanto o palestrante discorreu sobre as vantagens e resistências quanto ao sistema de ciclos que "se bem aplicado, eles pode evitar o abandono e melhorar a aprendizagem".
Professor Álvaro Chrispino que falou sobre os desafios da gestão pública frente aos conflitos escolares durante o III Fórum Municípios & Soluções |
A maior dificuldade da gestão é compreender e identificar as razões para os problemas de maneira científica, considerando variáveis gerais e também as específicas de cada região, propor soluções e avaliar. "É por isso que o problema persiste, pois ele não é sequer delineado e menos ainda solucionado, no passado, por exemplo, gastamos muitos recursos tentando ver porque ocorre a evasão, por exemplo, quando deveríamos nos concentrar na reprovação, aí está o desafio na elaboração de políticas públicas, pois para definir indicadores precisamos focar nas pessoas e trabalhar com a comunidade", defendeu.
As vantagens do sistema de ciclos é que ele não está preocupado em reprovar e se bem aplicado garante o aprendizado, diminui o abandono e o custo. "Mas se o ensino oferecido não é adequado, o problema será refletido na vida do aluno e discutir se reprovamos ou aprovamos é um falso dilema, a questão central é lembrar que o sistema de ensino não foi criado para dar emprego a professores, ele foi montado pela sociedade para oferecer ensino e a medida do sucesso de um sistema de ensino é o aluno", finalizou.
http://www.tce.mt.gov.br/conteudo/show/sid/73/cid/40888/t/Reprova%E7%E3o+n%E3o+soluciona+baixa+aprendizagem+e+aumenta+gastos+p%FAblicos++diz+%C1lvaro+Chrispino
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