O Coursera, site que disponibiliza aulas online das maiores universidades e instituições de ensino do mundo, oferece em parceria com a Fundação Lemann o curso Gestão para a Aprendizagem: Módulo Gestão Estratégica (clique aqui para se inscrever), que tem como objetivo formar gestores e coordenadores escolares que buscam a melhoria dos processos de aprendizagem em suas escolas, demonstram dedicação e vontade de aprender e qualificar suas práticas.
“O curso inclui instrumentos práticos, como a caracterização da comunidade escolar, a avaliação de eficácia, a análise SWOT e o plano de ação, aproximando a formação da realidade vivida diariamente pelos gestores”, explica Guilherme Antunes, coordenador de projetos da Fundação Lemann.
Crédito: Gajus / Fotolia.com
Totalmente online e gratuito, o primeiro módulo do curso Gestão para a Aprendizagem tem duração de seis semanas, com cerca de cinco horas semanais, além do certificado de conclusão. Um outro certificado, chamado de reconhecido, que atesta a real participação do aluno nos exercícios, custa US$ 49.
Veja como o curso está dividido:
1. Introdução à gestão - Nesta unidade o aluno conhecerá os conceitos de Administração e Gestão Escolar. A unidade também aborda a Gestão com foco na aprendizagem e o papel do gestor para a melhoria da qualidade.
2. Gestão estratégica – O aluno conhecerá as dimensões do trabalho do gestor, indicadores de qualidade em educação e a importância do planejamento.
3. Planejamento Estratégico – Oferece as diretrizes do planejamento estratégico e algumas etapas que compõem a sua elaboração.
4. Cenário da Escola – Apresenta instrumentos que contribuem para mapear o cenário da escola e a elaboração do planejamento estratégico: caracterização da comunidade escolar, avaliação da eficácia de eficácia escolar e a avaliação estratégica.
5. Plano de Ação – Traz um passo a passo para a realização de um plano de ação, a fim de que a equipe escolar possa desenvolver suas ações orientadas por um planejamento estratégico.
Foi lançada nesta sexta-feira, 29, a iniciativa Educadores do Brasil, que faz a integração entre os prêmios Professores do Brasil, do Ministério da Educação, e Gestão Escolar, realizado pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). A cerimônia de lançamento aconteceu em Brasília e teve a presença do ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro.
A iniciativa foi estabelecida pelo MEC, Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), visando ao avanço na qualificação do ensino. O foco é sobre a meta 17 do Plano Nacional de Educação (PNE) – valorização dos profissionais do magistério das redes públicas de educação básica – e na redefinição do papel do diretor a partir da disseminação de boas práticas de gestão.
Para o ministro, os dois prêmios valorizam os educadores e as boas práticas nas escolas. “Um dos problemas que a gente tem na educação é que tudo ficou tão complexo que é necessário que os diretores e os professores sejam bons gestores no que fazem”, disse.
Janine Ribeiro também destacou que, além da importância da premiação, há um lado de multiplicar as experiências de sucesso. “Mais do que o prêmio, estas iniciativas têm o lado pedagógico muito forte, onde em um ano você tem a premiação e no outro você tem a prática, além do incentivo nos estados e municípios para adotar as práticas mais relevantes”.
Concebido em 1998 pelo Consed, o Prêmio Gestão Escolar contempla projetos inovadores e gestões competentes na educação básica do ensino público e conta, em sua trajetória, com a participação de cerca de 34 mil escolas de todas as regiões do país. Já o Professores do Brasil, criado pelo MEC em 2005, objetiva reconhecer, premiar e divulgar o mérito de docentes das redes públicas de ensino, pela contribuição dada para a melhoria da qualidade.
Índios da etnia xavante, da aldeia Nova Esperança em Barra do Garças (520 km a leste de Cuiabá), estão em Cuiabá, como parte de um projeto social. Nesta sexta-feira (29.05), os indígenas mostraram, em canto e dança, rituais que fazem parte da cerimônia de passagem dos jovens para a fase adulta, nas secretarias de Cultura, Esporte e Lazer (Secel) e de Educação (Seduc). Os índios são alunos da escola indígena Hambe, localizada na aldeia.
Segundo Flávio Ferreira, diretor da Cia Teatral Cena Onze, responsável pela gestão do Museu Histórico de Mato Grosso, a vinda dos índios a Cuiabá faz parte de um processo social desenvolvido pelo grupo há cinco anos na terra indígena de São Marcos, a 100 quilômetros do município de Barra do Garças.
“Dentro da aldeia Nova Esperança há uma escola indígena chamada Hambe onde há biblioteca, aulas de teatro, canto e dança e também algumas ações sociais. A visita a Cuiabá é uma viagem de conhecimento, onde as crianças deixam o seu universo para vivenciar outras experiências”, explica o diretor. Durante a estadia na cidade os indígenas visitaram museus, bibliotecas, o Centro Histórico e fizeram apresentações em escolas públicas e privadas.
“Essa experiência é também para derrubar preconceitos que existem em relação aos índios. Aqui em Mato Grosso temos mais de 40 etnias, que são como países, cada uma com suas particularidades. O processo de educação e cultura passa pelo conhecimento e o respeito mútuo”, observa Flávio. “É preciso conhecer para respeitar e isso tem que partir de ambos os lados”.
Para o cacique Xisto, que acompanha o grupo, esse trabalho de intercâmbio é fundamental na formação das crianças indígenas. “Elas nunca saíram da aldeia, não sabem o que se passa no restante do mundo. Há índios que saem por conta própria e aprendem o que não é bom, então estamos direcionando conhecimento, valores e a formação das gerações futuras, aquelas que serão responsáveis pela preservação do nosso povo”.
Escola Estadual
Os alunos da escola Hambe iniciaram as incursões pela Grande Cuiabá com uma apresentação para os colegas da Escola Estadual Fernando Leite, em Várzea Grande. A interação entre estudantes índios e de uma escola tradicional da cidade, ambas da rede pública estadual, foi vivenciada nos últimos dois dias com uma série de apresentações de danças, músicas e costumes dos povos indígenas.
Nesta sexta-feira (29.05), eles fizeram uma apresentação na Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Os servidores do órgão lotaram as dependências do auditório.
A cada apresentação, o professor Xisto relatava o significado da dança para a cultura indígena. Os índios ainda homenagearam os secretários de Educação, Permínio Pinto, e o adjunto de Políticas Educacionais, Gilberto Fraga, com um colar produzido na aldeia, uma forma de demonstrar o respeito pelos gestores.
Permínio, que assistiu à apresentação na Escola Fernando Leite, se comprometeu em visitar a aldeia. Ele quer conhecer in loco as dificuldades enfrentadas na Escola Hambe, que conta apenas com uma sala de aula. Uma das reivindicações é aumentar o espaço da unidade.
Xisto agradeceu a presença do secretário por participar deste projeto de integração. “Nós temos que pensar na nossa juventude para aprender”, disse. Gilberto reconheceu que há uma dívida do Estado de Mato Grosso com os povos indígenas.
Ele ainda estacou a importância dos alunos da escola urbana conhecer as atividades e os costumes dos índios.
Nesta sexta-feira (29), a partir das 19h, o grupo se apresenta no Museu Histórico de Mato Grosso.
Este projeto de intercâmbio conta com o apoio da Secel e da Seduc.
A
proposta de criação de um ambiente comum no qual várias experiências
possam se tornar acessíveis foi discutida, no último dia 18, entre a
Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) e integrantes do Programa de
Apoio ao Setor Educativo do Mercosul (Pasem). Trata-se de um
Observatório Internacional de Formação Continuada de Docentes em
Serviço, que pretende fomentar estudos e pesquisas, promover encontros,
compartilhar conhecimento e analisar a implantação de políticas públicas
em formação continuada de professores nos países membros, entre outros.
De
acordo com assessor da Seduc e coordenador em Mato Grosso do Pasem,
Kilwangy Kapitango-a-Samba, a ideia surgiu durante o Seminário
Internacional de Formação Continuada e Docentes em Serviço, realizado em
Cuiabá, entre os dias 11 e 19 de maio, pela Seduc em parceria com o
Laboratório de Metodologia Científica e Grupo de Pesquisa em Educação,
Políticas Públicas e Sociedade da Universidade Estadual de Mato Grosso
(GPEPPS/UNEMAT/CNPq). "Nossa intenção é ampliar o debate e dar
continuidade às atividades desenvolvidas durante o evento", destacou,
acrescentando que o programa será resultado da parceria institucional
entre Seduc e Unemat.
A
iniciativa foi elogiada e apoiada pelo secretário de Estado de
Educação, Permínio Pinto, visto que o Observatório teria como sede Mato
Grosso e utilizaria a infraestrutura disponível das instituições, como a
própria secretaria e a Unemat. "Será uma importante ferramenta para
produzir e disseminar informações, promover a pluralidade de opiniões no
debate e compartilhar boas práticas sobre um assunto extremamente
importante para nós que é a formação continuada de nossos professores,
além de subsidiar os Centros de Formação e Atualização dos Profissionais
da Educação Básica de Mato Grosso (Cefapros) com exemplos de
experiências de sucesso que promovem a formação e o desenvolvimento
profissional docente", avaliou.
O
próximo passo será a produção de documento que estabelece as bases e
conceitos para a criação do Observatório, a ser entregue pela comissão à
secretaria ainda no mês de junho.
Além
de representantes do Paraguai, Uruguai, Argentina, participam do
encontro com o secretário emissários das secretarias de Estado de
Educação do Amapá e Rondônia, Universidades Federal do Ceará (UFC) e
Estadual de Londrina (UEL).
Seminário
– O evento reuniu cerca de 150 profissionais da educação, entre eles
docentes da Educação Básica, professores universitários formadores de
professores, gestores educacionais e estudantes universitários, para
discutir processos e práticas educacionais inovadoras, experiências bem
sucedidas e perspectivas estratégicas no contexto do Mercosul.
Foram
debatidos assuntos como a relevância e emergência da formação
continuada; as experiências e perspectivas em gestão, implementação e
avaliação de políticas, uso de tecnologia de informação e comunicação em
formação continuada.
Atualmente, 470 cidades de 36 países, se reconhecem como cidades educadoras e estão organizadas em rede pela Associação das Cidades Educadoras (AICE), que em sua carta fundante, defende que as cidades têm um potencial educativo em estado bruto, que precisa ser ativado. Fora da AICE, outros municípios também se colocaram o desafio de articular espaços, pessoas e ações em torno de processos de aprendizagem que primam pelo desenvolvimento integral de seus habitantes.
Para ilustrar essas dinâmicas, e talvez, inspirar novos rumos para nossos espaços urbanos, o Portal Aprendiz listou cinco cidades, que pararam para pensar sobre si, sobre sua história e caminhos, e afirmar suas vocações e características como potencial educativo. Rosário, na Argentina, Santos, Sorocaba e Maranguape, no Brasil, e Barcelona, na Espanha, são apenas alguns exemplos do que é possível fazer de nossos municípios.
Confira!
5) Rosário (Argentina)
Divulgação
A terceira maior cidade da Argentina, Rosário, decidiu em 1996 tornar-se uma cidade educadora. A decisão – que partiu do poder público – acompanhou um redesenho profundo na maneira como as políticas públicas da cidade passaram a ser desenvolvidas.
“Começamos com uma descentralização institucional, com a ideia de que era necessário ter um governo mais próximo e amigável. Também se desenvolveram muito as políticas sociais, de maneira integrada com transportes e lazer, sempre tendo em mente a necessidade de oferecer aos mais vulneráveis oportunidades iguais”, explica Laura Alfonso, diretora do Escritório Regional da América Latina para a AICE.
Rosário também trabalhou com a criação de espaços culturais e de brincar, escolas de música, integração de práticas esportivas com promoção social, fortalecimento de instituições de bairro, economia social, hortas urbanas, aproximação entre educação, saúde e cultura. Para Rosário, tudo isso passou a fazer parte de uma política de educação que transcende o dia a dia da escola para refletir e impactar o cotidiano do município.
Além disso, a cidade adotou o modelo de orçamento participativo, já experimentado em muitas cidades brasileiras, que tem representado uma oportunidade de engajamento e aprendizado para todos os envolvidos. “Construímos também um Conselhos das Crianças, nas quais nossos jovens são instados a pensar que cidade querem e a oferecer ideias para o poder público”, revela Laura.
A proposta de Rosário busca enfrentar um desafio comum a várias cidades: reduzir as desigualdades e aprofundar a democracia. “É importante que nos sintamos responsáveis pelo nosso entorno, pela nossa vida política e cidadania. E uma Cidade Educadora tem que ser inclusiva, para que todos tenham seu direito à cidade garantido, para que cresçamos juntos”, conclui Laura, que organiza o próximo encontro internacional de Cidades Educadoras, que acontecerá em Rosário.
4) Santos (São Paulo)
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Com o maior porto da América Latina, Santos, no litoral paulistano, teve – e tem – uma importância enorme para o Brasil. Ponto de chegada de milhões de pessoas no país, assim como importante local para escoamento de mercadorias, a cidade – uma das mais antigas do país e com um dos maiores percentuais de idosos – resolveu assumir sua vocação de cidade educadora, reforçando a ideia de se aprende ao longo de toda a vida.
Para concretizar essa proposta, a Secretaria de Educação do município investe em políticas públicas que fortaleçam a ligação da comunidade com a escola, como “Santos da Gente”, que visa apresentar a cidade, seu patrimônio histórico e cultural, para os estudantes. Aproveitando o fato de que cerca de 19% da população da cidade é composta por idosos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade desenvolveu o projeto “Vovô Sabe Tudo”, que leva idosos para participar da educação como condutores de bondes, contadores de história e cuidadores de hortas comunitárias.
O incentivo à formação de grêmios escolares e uma Câmara Jovem buscam fortalecer os espaços de participação voltados para crianças e adolescentes, além de permitir que eles se envolvam ativamente nos debates sobre o futuro da cidade.
“Também tentamos abrir a escola para a comunidade, fazendo ela um ponto para serviços de saúde, prestação de serviços e emissão de documentos”, aposta Venuzia Fernandes, secretária de Educação de Santos.
3) Sorocaba (São Paulo)
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Há 90 km da capital paulista e com, aproximadamente, meio milhão de habitantes, Sorocaba decidiu aliar saúde e educação para repensar seu espaço e desenvolvimento. Reconhecida pela Unesco desde 2010 como uma Cidade Educadora, o município de Sorocaba (SP) criou em 2005 o programa“Cidade Educadora, Cidade Saudável”, congregando esforços da Secretaria de Educação com as de Saúde, Esporte, Lazer, Cultura e Cidadania, além da pasta de Segurança, para transformar a localidade em um vetor de qualidade de vida.
Uma reforma urbana foi executada, visando a construção de parques, praças, plantio de árvores, ciclovias, academias ao ar livre e a despoluição do rio Sorocaba. A partir daí, estabeleceu-se um sistema pedagógico ancorado em três pilares: aprender a cidade, aprender na cidade e aprender com a cidade. Como toda mudança, a proposta exigiu a qualificação dos educadores e a criação de roteiros pedagógicos que envolvessem as escolas e espaços.
Trilhas Educativas foram adotadas para que os professores criassem percursos pedagógicos pela cidade e se entendessem como mediadores de conhecimento. Com a tarefa de repensar a educação, os profissionais acabavam por rever também seus papéis.
2) Barcelona (Espanha)
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Barcelona é conhecida por ser a primeira cidade do mundo a se declarar uma “Cidade Educadora”, apostando nos espaços públicos e na articulação de diferentes setores para garantir a educação integral de suas crianças e adolescentes. Um dos exemplos mais claros dentro da capital Catalunha, se dá na formação dos Território Educativo de Ciutat Vella, distrito histórico e lar de 122 nacionalidades, mais de mil organizações sociais, 49 escolas e de uma cultura de participação social enraizada na comunidade.
A concretização do Território Educativo de Ciutat Vella pode ser vista no dia a dia de escolas e organizações e, claro, nas ruas. Do modo como as famílias se relacionam com as instituições de ensino e suas propostas pedagógicas; passando pela conexão entre organizações sociais e escolas, à frequência com que estudantes ocupam e fazem uso dos espaços público.
O projeto “Apadriño”, por exemplo, busca aproveitar o que o bairro – e seus equipamentos culturais, pessoas e lugares – têm de melhor em favor das escolas. “Queremos que isso influa no currículo escolar e no projeto educativo para que os alunos não olhem os museus, teatros e aparelhos culturais como OVNIs, mas como parte de um território que eles podem acessar”, aponta Iolanda Fresnillo, diretora da ONG Tot Raval.
Recentemente, foi firmada uma parceria entre uma escola de música e uma instituição de ensino, na qual as crianças aprendem a ‘batucada’ e relacionam com a matemática que aprendem em sala. “O nosso objetivo principal é gerar redes que facilitarão a convivência intercomunitária. Esse é o aspecto mais importante: a ideia de que todos somos corresponsáveis pela educação.”
1) Cachoeira/Maranguape (Ceará)
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Perto de Fortaleza, o município de Cachoeira abriga o distrito de Maranguape, e nele, seu Ecomuseu comunitário, sediado num antigo casarão que hoje faz parte de uma terra coletiva. A comunidade rural tem cerca de 1500 habitantes, dos quais 400 têm até 18 anos e, desde 2010, eles vêm experimentando como podem aprender juntos em diálogo com o território.
“Com o Ecomuseu a comunidade interage mais com o global. Vamos abrindo horizontes maiores e as pessoas vão mudando seu sistema de crenças, ao mesmo tempo em que fortalecem o que há de cultural, popular e tradicional”, reflete Nadia Helena, da coordenação dos projetos de educação do Ecomuseu. O acervo do projeto é preparado continuamente pelos moradores e estudantes, através de pesquisas escolares.
A cidade aprendeu, com seu passado de cooperação para garantir as colheitas e a posse da terra, a trabalhar em conjunto e resolveu também levar esforço para a educação de suas crianças, jovens e adolescentes. A Escola Municipal José de Moura, localizada em Cachoeira, entrou de cabeça na jogada, afinal, ao lado da cultura e do meio ambiente, a educação é um dos pilares do Ecomuseu.
“O projeto entrou em definitivo na vida escolar. Todo o público da escola, educadores, estudantes e funcionários, passam a integrar as atividades de educação integral. O Ecomuseu se estende para escola e a escola para eles, misturando o espaço físico, os tempos e ativos de aprendizado”, afirma Nádia.
"O futuro da América Latina realmente depende do que acontece em suas escolas."
Eric Hanushek, professor da Universidade de Stanford (EUA) e um dos mais respeitados acadêmicos especializados em Educação, é um dos autores do novo relatório internacional que mostra, mais uma vez, o enorme abismo entre os estudantes latino-americanos e os do leste asiático.
O ranking divulgado na quarta-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o mais amplo publicado até agora, compara o desempenho de estudantes em Matemática e Ciências em 76 países, com base nos testes internacionais, como o PISA.
Com o excelente desempenho de seus estudantes, Cingapura lidera o ranking, seguida por Hong Kong, Coreia do Sul, Japão e Taiwan.
O Brasil está na 60ª posição, atrás de outros latino-americanos como Chile, México e Costa Rica e um pouco melhor do que Argentina e Colômbia.
Mas o relatório vai mais além do ranking e vincula a educação em cada país ao futuro de sua economia.
Qual seria o crescimento econômico de países da região se seus estudantes alcançassem um nível básico de desempenho em Matemática e Ciências?
A seguir, cinco lições que o relatório ensina para os países latino-americanos:
1) A educação ruim faz mal à economia
O relatório diz que as falhas educacionais de um país cobram seu preço não apenas em oportunidades perdidas a milhões de adolescentes, mas também impacta a economia do país inteiro.
A conclusão é de que, se o Brasil proporcionar educação básica universal eficiente para todos os adolescentes de 15 anos, pode ajudar seu PIB a crescer mais de sete vezes nas próximas décadas.
E se todos os adolescentes do México cursassem o Ensino Médio e obtivessem um nível básico em Matemática e Ciências - ou seja, capacidade em raciocinar e resolver problemas com os conceitos aprendidos -, o PIB do país poderia ser 551% maior em 80 anos. O PIB da Argentina também cresceria 693% nessas condições.
"Claro que há considerável incerteza (nas projeções do PIB)", diz Hanushek à BBC Mundo. "Mas mesmo se reduzíssemos as projeções pela metade, veríamos que as mudanças em educação representam melhorias dramáticas no bem-estar de toda a população."
2) 'Educação de qualidade e petróleo não se misturam'
O exame PISA mostra uma relação negativa entre o dinheiro que os países ganham a partir de seus recursos naturais e as habilidades de seus estudantes.
"Em países com poucos recursos naturais, como Finlândia, Japão ou Cingapura, a educação é muito valorizada em parte porque toda a população entendeu que o país tem de ganhar a vida com o seu conhecimento - e este depende da educação", diz o estudo.
Qual o recado, então, para a Venezuela, rica em petróleo, e o Brasil, onde os royalties da exploração do pré-sal serão destinados à educação?
"No curto prazo, os países conseguem grande parte de sua renda com seus recursos naturais. Mas cada vez mais, à medida que o mundo se move em direção a economias baseadas em conhecimento, a renda e o desenvolvimento dependerão do que as pessoas sabem - o que chamamos de capital de conhecimento das nações", afirma Hanushek.
3) O que importa é a qualidade
Educação universal e obrigatória é apenas um primeiro passo: o crucial são as habilidades transmitidas aos alunos.
"Os estudantes da América Latina têm aprendido muito menos em cada ano escolar do que seus pares no leste da Ásia", afirma Hanushek. "Os latino-americanos passam muitos anos na escola, mas não aprendem nem de longe o que (aprendem) os estudantes de outros países."
Para o especialista, atualmente metade da população mundial é "analfabeta funcional" - já que até mesmo o conceito de alfabetização mudou.
Não basta saber ler e escrever, mas sim "ter capacidade de compreender e refletir criticamente sobre a informação, além de raciocinar com conceitos matemáticos e extrair conclusões baseadas em evidências."
Por onde começar? O fundamental é chegar primeiro ao nível básico de Matemática e Ciências como uma base para uma aprendizagem mais profunda e uma melhor habilidade de interagir com outros em nível de ideias e conceitos, segundo Hanushek.
4) A alta renda de um país não o protege da educação ruim
Cerca de 25% dos alunos de 15 anos dos EUA não completam com êxito o nível básico do PISA em Matemática e Ciências.
E a maior potência mundial está abaixo do Vietnã no ranking da OCDE.
A conclusão é de que o mais importante é a forma como os recursos são gastos.
Um dos fatores mais importantes é melhorar o nível e a habilidade dos professores, aponta Hanushek.
"As escolas devem reconhecer e premiar os professores mais eficientes e garantir que os menos eficientes recebam ajuda para melhorar. Ou desempenhem outras tarefas, nas quais não tenham uma influência negativa sobre crianças e adolescentes", opina o especialista.
O relatório cita o exemplo de sucesso do Brasil em melhorar, ainda que não em níveis suficientes, seu desempenho em Matemática, em parte por conta de iniciativas para melhorar o salário e a formação dos professores.
5: Valores são fundamentais
"Podemos aprender com os países que lideram o ranking", diz o relatório. "Eles parecem ter convencidos seus cidadãos a fazer escolhas que valorizam a educação acima das outras coisas."
Pais e avós chineses, por exemplo, costumam investir suas poupanças na educação de filhos e netos.
Outra ideia difundida em países de boa performance é que todas as crianças consigam alcançar um bom nível educacional.
Para Hanushek, "China e Cingapura ensinam que todas as crianças podem aprender, e não só as que vieram de lares privilegiados. E os pais devem se envolver na vida escolar de seus filhos."
Sobre a América Latina, Hanushek adverte que, sem melhorias na educação, a região estará cada vez mais distante do bem-estar econômico desfrutado por outros países.
"Mas se melhorarem seriamente suas escolas, podem ter benefícios econômicos sem precedentes. Não há alternativas. Se a América Latina quer competir e se desenvolver, tem de melhorar as habilidades de sua população."
Indiano Sunny Varkey diz querer recuperar o status e o reconhecimento que a docência um dia já teve.
O Global Teacher Prize (Prêmio Professor Global, em tradução livre)
oferece US$ 1 milhão (cerca de R$ 3 milhões) a um professor que se
destaque em sua disciplina
Neste ano, o vencedor foi a americana Nancie Atwell que anunciou que
iria doar o dinheiro para sua escola, no Estado americano do Maine.
Entre os que participaram da premiação, estavam o ex-presidente dos
Estados Unidos Bill Clinton e o bilionário Bill Gates, que parabenizou
Atwell por videoconferência.
O fundador e financiador do projeto é o indiano Sunny Varkey, que diz
querer recuperar o status e o reconhecimento que a docência um dia já
teve, além de dar à profissão um pouco de brilho e glamour.
No entanto, Varkey lembra que antes de lançar a iniciativa quase todos lhe disseram que sua ideia era terrível.
O empresário ouviu de muitas pessoas que dar um prêmio em dinheiro a um
professor seria tratá-lo como uma estrela de cinema ou um banqueiro e,
portanto, contra o espírito da educação.
Mas ele ignorou as críticas e seguiu seu instinto.
'A profissão mais importante'
"A docência é a profissão mais importante do mundo e deve ser respeitada como tal", defende Varkey.
Ele diz ficar irritado ao ver como as celebridades dos reality shows
têm mais espaço nos meios de comunicação que as pessoas que realmente
influenciam vidas, como professores.
Segundo Varkey, seguir seus instintos, apesar das críticas que recebeu, era agir como um verdadeiro empreendedor.
"Tem sido a história da minha vida", diz ele.
O multimilionário de origem indiana, que vive em Dubai, é um dos empresários mais bem sucedidos do mundo na área da educação.
O grupo comandado por Varkey administra escolas públicas e privadas em
14 países, a maioria delas no Golfo Pérsico, embora seu "império" se
estenda também por Oriente Médio, Ásia, África, Europa e Estados Unidos.
Agora ele planeja expandir suas operações para mercados como o Extremo Oriente, América Latina e África.
História
Pais de Varke eram professores cristãos que emigraram para Dubai em 1959 da região de Kerala, no sul da Índia (Foto: BBC)
Varkey leva a educação em seu sangue.
Seus pais eram professores cristãos que emigraram para Dubai em 1959 da região de Kerala, no sul da Índia.
"Chegando aonde chegamos foi uma tarefa hercúlea", lembra ele.
A família viajou de barco para o Golfo e ali lançou um negócio de aulas
particulares, abrindo, logo depois, uma escola para a comunidade local
de indianos.
Sendo o mais jovem, Varkey ajudava a dirigir o ônibus escolar.
"Eu me lembro do respeito com que eles (alunos) tratavam meus pais. Na Índia, os professores também são muito respeitados".
No entanto, ele diz estar "chocado" com a perda de status da docência ultimamente.
"Por trás de primeiros-ministros, presidentes e cientistas, há professores que não são percebidos por ninguém", adverte ele.
Quando em uma ocasião pôde participar do Fórum Econômico Mundial, em
Davos, na Suíça, afirma ter notado o mesmo desdém da elite política.
"Ninguém falou sobre professores e educação".
Varkey criou o prêmio em Dubai, uma cidade que fala vários idiomas e não deixa nada passar em branco.
A primeira cerimônia de premiação atraiu líderes mundiais, e alguns dos
finalistas chegaram a se encontrar com o papa Francisco, no Vaticano.
Para Varkey, a mensagem é que o ensino não deve ser sempre um "desconhecido".
Falta de professores
Falta de professores é problema em países em desenvolvimento
No entanto, em grande parte do mundo em desenvolvimento, um dos grandes problemas das escolas é a falta de professores.
A ONU advertiu que, nos próximos 15 anos, serão necessários mais de 4
milhões de professores de níveis primário e secundário somente na África
subsaariana.
Varkey, que é embaixador da boa vontade da Unesco, o braço das Nações
Unidas para educação, financiou o treinamento de 12 mil professores em
Uganda por meio de sua fundação e planeja expandir esse número para 250
mil.
A meta é ousada: para cada estudante privado a quem é dada instrução, o
objetivo do empresário é educar outros 100 alunos de escolas públicas.
Seu grupo também tem uma unidade de inovações, na qual testa o uso de
novas tecnologias na sala de aula para melhorar o processo de ensino ou
ajudar os professores a chegar a mais alunos.
"A tecnologia tem feito muito para as outras indústrias e eu acho que a
educação será adicionada à lista; é só uma questão de tempo", conclui.
Cerca de 150 profissionais da educação começaram a discutir nesta
segunda-feira (11.05) processos e práticas educacionais inovadoras,
experiências bem sucedidas e perspectivas estratégicas no contexto do
Mercosul. A programação faz parte do Seminário Internacional de Formação
Continuada e Docentes em Serviço, que segue até o dia 15 de maio, no
Mato Grosso Palace Hotel, em Cuiabá.
Durante toda a semana serão
debatidos assuntos como a relevância e emergência da formação
continuada; as experiências e perspectivas em gestão, implementação e
avaliação de políticas, uso de tecnologia de informação e comunicação em
formação continuada em instituições no Brasil, Argentina, Paraguai e
Uruguai. Entre os participantes estão docentes da Educação Básica,
professores universitários formadores de professores, gestores
educacionais e estudantes universitários e demais interessados.
Na
abertura, o secretário Adjunto de Políticas Educacionais da Secretaria
de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT), Gilberto Fraga,
destacou que o seminário reúne diversos profissionais comprometidos com o
ensino e dispostos a evoluir na tarefa de ensinar. “Nos próximos dias,
teremos a oportunidade de, acima de tudo, compartilharmos experiências,
algumas extremamente exitosas, tanto do Brasil, quanto dos países do
Mercosul. Que nessa reflexão possamos nos apropriar desses conhecimentos
e ganharmos tempo que já não temos mais”, afirmou, se referindo à
implantação de políticas públicas, estratégias e pesquisas que possam
contribuir para o avanço da educação.
Segundo Fraga, Mato Grosso
tem um enorme desafio no que se refere à educação. Além da diversidade,
muitas vezes inimaginável, dimensões continentais e dificuldades de
acesso às localidades, o Estado possui professores que apresentam
fragilidade na formação inicial, o que impacta diretamente na execução
das suas práticas como docente. “Me refiro a um diagnóstico já
realizado. O que precisamos é saber quais são essas dificuldades e como
superá-las, e qualificar nossos profissionais”, destacou.
Nesta
tarefa, o secretário afirmou ainda que a pasta conta com a importante
parceria dos Centros de Formação e Atualização de Professores (Cefapros)
e da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). As instituições
promovem ações e discussão dos desafios colocados, no atual contexto
educacional, para os formadores de educadores e para os que planejam e
coordenam ações de formação continuada de professores.
Para a
professora Izaura Maciel, que atua na educação especial e como
intérprete de Libras, a formação continuada dever ser vista como parte
integrante do trabalho docente, e a participação de eventos como o
seminário é também de grande relevância, neste sentido. “A expectativa é
que o evento traga novas experiências de outros países e estados que
possam contribuir para o avanço da educação básica, para que o aluno se
torne agente do seu aprendizado. Em encontros como este, muitas vezes,
detectamos nossas carências e vemos exemplos concretos de como promover a
melhoria das nossas atividades e da educação.”
A abertura
contou com a presença das representantes da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), Profª Drª
Izabel Lima Pessoa, da Reitoria da Unemat, da Pró-Reitora de Ensino de
Graduação da Unemat, Profª Drª Vera Maqueia, do Reitor do Instituto
Federal de Mato Grosso (IFMT), José Bispo Barbosa, do presidente do
Conselho Estadual de Educação, Carlos Alberto Caetano, do coordenador em
Mato Grosso do Programa de Apoio ao Setor Educacional do Mercosul
(Pasem), Profº Drº Kilwangy Kapitango-a-Samba, além do deputado Wilson
Santos, presidente da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura
e Desporto da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL/MT).
O
seminário é uma realização da Secretaria de Estado de Educação
(Seduc-MT), em parceria com o Laboratório de Metodologia Científica e
Grupo de Pesquisa em Educação, Políticas Públicas e Sociedade da
Universidade Estadual de Mato Grosso (GPEPPS/UNEMAT/CNPq), e conta com o
apoio do Estudos de Filosofia e Formação da UFMT e financiamento do
Programa de Apoio ao Setor Educacional do Mercosul (Pasem).