quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Todos têm algo a ensinar



São Paulo - Em meados dos anos 90, a educação nos Estados Unidos passou por uma fase difícil. Estudos mostravam que apenas 40% dos alunos formados no equivalente ao ensino médio apresentavam um nível de aprendizagem satisfatório. A maioria dos estudantes, portanto, não absorvia o conteúdo.
Foi quando um grupo de executivos e empresários liderado pelo então presidente da empresa de tecnologia IBM, Louis Gerstner Jr., uniu-se em torno de uma missão: pressionar os gestores públicos a aprimorar a qualidade das redes públicas de ensino e ajudar quem se dispusesse a encarar a empreitada.
Muitas dessas empresas passaram a condicionar a abertura de unidades num estado à adoção de padrões de ensino melhores na rede local. Deu resultado. De 1995 a 1999, a maioria dos estados americanos adotou currículos mais rigorosos e elevou o nível das avaliações dos estudantes.
A experiência americana mostrou que o setor privado e a sociedade podem exercer um papel ativo para melhorar a qualidade do ensino. A boa notícia: existem no Brasil empresas e entidades do terceiro setor empenhadas em ajudar os gestores públicos nessa tarefa. Essa foi a principal conclusão dos participantes do primeiro EXAME Fórum de Educação, que aconteceu no dia 9 de dezembro, em São Paulo.
Os resultados dessas iniciativas são animadores. Tome-se o caso de Pernambuco, onde 80% da rede estadual de en­sino médio aplica, ao menos em parte, um modelo criado pelo Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE), organização não governamental fundada pelo ex-presidente da multinacional holandesa Philips no Brasil Marcos Magalhães.
Nessas escolas, as aulas são em período integral e os estudantes podem cursar disciplinas optativas de acordo com o que pretendem fazer depois de completar o ensino médio. Os professores foram treinados para ajudá-los a discernir as possibilidades para o futuro — aulas extras preparatórias para o vestibular também se tornaram par­te do currículo.
Magalhães começou a criar esse modelo em 1999, quando ainda trabalhava na Philips. Ele se inspirou nas iniciativas que executivos como Gerstner, da IBM, estavam aplicando nos Estados Unidos para espalhar a educação em tempo integral por seu estado natal.
De 2007 a 2013, a evasão escolar entre os estudantes matriculados nas escolas públicas de ensino médio de Pernambuco caiu de 22% para menos de 5%. Há sete anos, a nota média dos estudantes pernambucanos era a 22a no ranking do Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico (Ideb) — em 2013, o estado havia pulado para o quinto lugar.

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