Iván Kerner, de 34 anos, diz que desenho ajuda crianças a se expressar.
No total, ele vai visitar 40 países durante dois anos e virá ao Brasil em 2016.
Paulo GuilhermeDo G1, em São Paulo
Um ilustrador argentino viaja pela América Latina para desenhar com meninos e meninas de comunidades carentes, conhecer novas culturas e proporcionar espaços para as crianças se expressarem por meio dos desenhos. Iván Kerner, de 34 anos, mais conhecido como Ivanke, quer percorrer 40 países de cinco continentes durante dois anos para criar arte com os pequenos em escolas, parques e hospitais. Ele planeja inclusive fazer um trabalho especial com crianças do Brasil.
Ivanke partiu há cinco meses de Buenos Aires. Já passou por Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e Guatemala – nesta semana está no México. O ilustrador afirma que este projeto engloba as coisas que ele mais ama na vida: arte, crianças e viagens, ver e aprender de muitas culturas.
"A ideia veio de repente. Eu não tinha ideia de como iria realizar, mas desde o primeiro momento eu tinha profunda certeza de que isso, e só isso, era o que eu tinha que fazer. Tinha que fazer isso por mim, para muitas crianças e, finalmente, para tentar contribuir um pouco para construir um mundo um pouco melhor", disse Ivanke ao G1.
Ele batizou o projeto de "Pequenos grandes mundos", obteve apoio do governo argentino e de uma produtora que está fazendo um documentário de sua viagem.
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Quando chega a uma comunidade, Ivanke distribui pincéis, tintas e telas. Mas também ajuda os meninos e meninas a fazer arte em outros objetos como pedaços de madeira e até sobre cascas das frutas. “Uma das atividades que fazemos é um mural de sonhos, onde depois de conversar sobre os seus desejos, as crianças os ilustram. É lindo ver como meninos e meninas que em muitos casos passaram por situações terríveis de violência, abusos e abandono, podem se projetar de um modo diferente e sonhar com um futuro melhor", explica.
Segundo o artista, "as crianças podem dizer em um desenho, coisas que não poderiam ser expressadas nas palavras". "Às vezes, as coisas não estão ainda em um nível consciente, mas surgem de repente por esse espaço lúdico que é a ilustração", diz o ilustrador. "É realmente emocionante vê-las criar. Depois que ganham confiança, coisas maravilhosas acontecem."
O ilustrador já visitou escolas, orfanatos, bibliotecas, parques, centros culturais e museus de de fronteira. Levou seu projeto a grandes cidades e aldeias remotas, ilhas, selvas e montanhas. "Dormi em escolas, ônibus, nas casas de amigos e de amigos de amigos. Tudo valeu a pena", disse Ivanke.
"Cada criança é diferente, cada família é diferente e cada comunidade é diferente, mas em todo lugar que eu vá, fico ainda mais convencido de que o amor e a arte são as melhores ferramentas de mudança para esses meninos e meninas, amanhã, continuarem a construir um espaço melhor para todos", disse o ilustrador.
No Brasil, em 2016
O ilustrador planeja ainda passar por 16 países da Ásia e Oriente Médio, incluindo Israel e Jordânia, cinco países da África (Moçambique, Tanzânia, Quênia, Etiópia e Marrocos), e mais cinco na Europa. Depois, poderá fazer um projeto à parte no Brasil em 2016.
O ilustrador planeja ainda passar por 16 países da Ásia e Oriente Médio, incluindo Israel e Jordânia, cinco países da África (Moçambique, Tanzânia, Quênia, Etiópia e Marrocos), e mais cinco na Europa. Depois, poderá fazer um projeto à parte no Brasil em 2016.
"O Brasil é um país muito grande, com muito diferentes culturas e realidades de extensão, e sem dúvida tem muito a oferecer. Seria muito interessante mostrar as diferenças de meninos e meninas em cada estado", afirma Ivanke. "O que acontece se contrastarmos os sonhos de crianças de Minas Gerais com Amazonas? Quais os jogos preferidos das meninas do Mato Grosso? E de Santa Catarina? As comidas favoritas do Rio Grande do Sul são as mesmas de Tocantins? Será muito interessante poder mostrar este material por todo o Brasil, e que os pequenos possam conhecer os sonhos de outras crianças de sua terra."
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